Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 124
Ao Final do Dia


Notas iniciais do capítulo

Na iminência do final de Warbloom, eis onze frases que Scythe nunca diria. Provavelmente...

— *Com um micro vestido* E aí, chefe? Tô gostosa? *pisca pisca*
— Aêêêm, garshoooom! Hic! Bota ôto copu aê ki meu tanki inda num incheu! Hic! Hihihihihi!
— Ei, Quartzo! Me dá um abraço? Eu amo taaaanto você!
— Caramba, eu tô mais branca que uma vela. Tô precisando de Sol... Sooool, vem me bronzear, lindinho!
— *Andando pelada a céu aberto* Ué, qual o problema? Ninguém tem coragem de pôr a mão em mim mesmo! Hahahahahaha!
— Alguém aí quer brincar de roleta chesordiana? É fácil. É só rodar essa garrafa aqui. Para aquele a quem a garrafa apontar, eu dou um bei-ji-nho...
— Desculpa, Spectra, mas você tem que convir: Sou MUITO mais mulher do que você.
— *Sem luvas, puxando um fio de cabelo do Sol de cada vez* Bem me quer... Mal me quer... Bem me quer... Mal me quer...
— Quer saber? Dane-se a floresta! Danem-se esses bichos gigantes! Dane-se essa vida de eremita! Eu vou derrubar tudo isso aqui e viver uma vida nova! Para a morte e o além, aí vem a Scythe, meu bem! UHUUUU!
— Ai, esse William parece ser um inimigo chocante... Fico arrepiada só de imaginar. Imagina só depois que eu agarrar ele! Ai, alguém me segure! Hihihihi!
— MORREEEEUUU! O INIMIGO MORREEEEUUU! MORREEEUUU! O INIMIGO SE FU... HAHAHAHAHAHAHA!!!



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Yasmin Pyrath alcançou a massa de soldados pelo lado de Chesord e começou a empurrá-los, tentando abrir caminho até Elbio, mas havia simplesmente pessoas demais para que pudesse chegar a tempo de fazer algo. Mesmo que os guerreiros não se dessem conta de que quem estava passando entre suas fileiras era justamente a traidora filha do comandante, pois estavam ansiosos por uma confirmação de que o anjo havia sido abatido, a ex-capitã só podia contar com um milagre.
–Basta! – Ergueu-se uma voz imponente e muito familiar para a manipuladora das chamas, pois pertencia a ninguém menos que Agas. – Deixem este homem em paz!
O líder do exército chesordiano estava adiantou e alcançou o ponto de encontro entre os dois exércitos, fazendo com que os combatentes mais próximos mantivessem suas posições, deixando de avançar na direção de Lumarc. O bruxo ainda estava cercado, contudo, e evitava fazer movimentos bruscos para não sofrer retaliações.
O comandante havia alcançado sucesso na tentativa de causar um impasse, mas mesmo com toda a sua inteligência não sabia como resolvê-lo. Desejava ordenar a seus subordinados que recolhessem Elbio e o levassem para o forte, mas tinha certeza de que se fizesse isso os empericianos retomariam seu ataque. A cada momento que se passava, gotas de suor acumulavam em sua testa e o tempo que lhe restava se esvaía. Felizmente, este ínterim foi suficiente para que Yasmin também terminasse de atravessar a legião de militares.
–Filha!
–Boa tarde, papai. Que bom que eu encontrei você, precisamos conversar sobre um assunto bastante importante. Mas antes deixe eu colocar um pouco de ordem nessa bagunça.
Para garantir que tivesse a atenção de todos ali perto, a Pyrath envolveu seu corpo na manipulação dominada recentemente, deixando apenas sua cabeça descoberta pelas chamas esbranquiçadas. Soldados de ambos os lados instintivamente assumiram posições ofensivas, mas não atacaram.
–Escutem todos! Meu nome é Yasmin Pyrath, sou ex-capitã do exército de Chesord, manipuladora elemental e uma das responsáveis por derrubar os dez pilares! Estou aqui para colocar um basta nesta batalha, e quem não gostar vai apanhar até o ponto de só conseguir caminhar mancando!
Nisto, o próprio coronel Froz alcançou a vanguarda de suas forças para saber por que o motivo o conflito permanecia parado. A cena que viu apenas o deixou ainda mais confuso, mas julgou corretamente que o rapaz caído e cercado por soldados era o anjo que vira subindo e descendo.
–Qual é o significado disso?!
–Desculpe, mas eu não vou perder tempo conversando com oficiais de segundo escalão. Traga logo o capitão Walters aqui! – Ordenou Yasmin.
–S-Segundo escalão? Com quem você acha que está falando, meretriz?! Eu sou o coronel Froz, o comandante do exército empericiano!
–Cuidado como fala com a minha filha, ou vamos descobrir se o seu exército seguirá as ordens de um comandante eunuco! – Bradou Agas, furioso com a ofensa, mas Yasmin estendeu seu braço diante dele, em sinal de que pretendia resolver aquilo sozinha.
–Você vai perdoar a minha ignorância, eu não sabia que Empericia havia enviado reforços. Mas já que é assim então melhor ainda, você vai ordenar aos seus homens que recuem e meu pai fará o mesmo com os subordinados dele. Depois vamos todos sentar e conversar como pessoas civilizadas.
–Pensa que pode me dar ordens só porque fez um truque chamativo como se envolver em chamas? Eu deveria ensiná-la a não ser tão insolente!
–É mesmo? Então me permita usar usar uma gíria de onde eu nasci. ‘Cai dentro!’
Nisto, mais um militar de alta patente alcançou o centro da batalha, correndo o mais rápido que podia enquanto gritava.
–Coronel! Espere!
Quando finalmente alcançou a ex-capitã e os dois comandantes, Lince Walters apoiou os braços nos joelhos e arfou pesadamente, recuperando seu fôlego.
–Walters? – Disse Froz.
–Coronel, essa garota é nossa aliada. – E então ele se voltou para a Pyrath. – Yasmin, o que você está fazendo aqui?!
–Desculpe pela surpresa sem aviso, Lince, mas aconteceram muitas coisas e houve uma mudança drástica de planos. O líder da Rosa Branca decidiu nos ajudar a capturar Banemare, contanto que façamos uma trégua com o exército de Chesord.
–Espere um pouco, você está falando de Inferno? – Exclamou Agas.
–O próprio. Ele já está a caminho, mas provavelmente ainda vai demorar um pouco, por isso viemos antes para dar o recado.
Aquela era uma situação inacreditável para todos os três militares ali reunidos. Agas teve de admitir para si mesmo que se fosse qualquer outra pessoa a lhe dizer algo assim ele realmente não daria crédito, mas era sua própria filha e, por mais que tivesse plena ciência de seus crimes contra a nação, ainda assim sentia-se compelido a aceitar sua palavra. Por fim, foi Lince quem quebrou o silêncio.
–Yasmin certamente tem boas razões para querer que ambos os exércitos deixem de guerrear e ela foi de grande ajuda para o sucesso do plano de derrubar a barreira. Eu acho que ela é digna de confiança, coronel.
–Estou disposto a acreditar em minha filha. Se vocês cessarem o ataque imediatamente vamos aguardar a chegada de Inferno para esclarecer tudo.
Froz passou um longo tempo pensando e avaliando a situação. Não lhe agradava a ideia de propor uma trégua justamente quando surgia uma excelente oportunidade para promover sua carreira militar, mas ele não era tolo. Sabia muito bem dos riscos que corria e, no fim das contas, estava certo de que se ousasse recusar teria de derrotar aquela manipuladora também. Mesmo que ele e seus soldados fossem capazes, poderia se tornar uma vantagem decisiva para os inimigos.
–Muito bem, vocês venceram. Nós vamos recuar e esperar a vinda desse... Inferno, ou seja lá quem for. Mas com a condição de que vocês aceitem Lince Walters como nosso representante e permitam a estadia dele dentro do Forte Brokefront.
–Perfeitamente. – Replicou Agas, de certa forma satisfeito com aquilo tudo. – Então vamos retornar. Se puder me acompanhar, senhor Walters, tenho certeza de eu, você e minha filha teremos uma longa e proveitosa conversa acompanha de bastante bebida e comida.

E assim, com o cair da noite, chesordianos e empericianos trataram de seus feridos e reuniram os mortos em pilhas para queimá-los. Os cinco manipuladores, o bruxo e inclusive algumas discípulas de Anya, estas últimas preocupadas com o bem estar de sua mestra, optaram por se alojar dentro do forte. Inegavelmente era uma situação muito estranha para todos, em particular os integrantes da Ordem da Rosa Branca, mas todos colocaram nos rostos os melhores sorrisos que possuíam para evitar que a frágil trégua fosse quebrada. Exceto Samantha, que sempre estava de cara amarrada mesmo.

A quilômetros de distância, dois manipuladores que compartilhavam entre si o domínio das trevas se preparavam para descansar, sentados diante de uma fogueira preparada não muito longe da estrada. Durante o tempo todo em que esteve viajando com Inferno, William falou apenas o mínimo necessário, mas o controlador das chamas negras queria saber mais sobre seu taciturno companheiro de viagem.
–Como foi que você acabou metido nessa confusão toda, William? Invadindo reinos e derrubando pilares?
–Não tive muita escolha, sou um órfão criado pelo exército.
–Engraçado. Quando lutamos há um tempo atrás você parecia o tipo de pessoa que estava se esforçando para alcançar alguma coisa, não apenas cumprindo ordens.
–Não quero sua compaixão, nem sua compreensão.
–Apenas minha colaboração, imagino. Seja como for, nesse ritmo amanhã já estaremos no forte e então veremos se é possível unir mesmo as forças de dois reinos inimigos. Quando isso acontecer, talvez você devesse reconsiderar se realmente vale a pena continuar arriscando sua vida por isso.
–E por que você se importa?
–Bem, alguém que coloca a própria vida em risco para proteger seus companheiros não pode ser uma pessoa completamente ruim. Mas se não começar a lutar por aquilo em que realmente acredita, jamais vai deixar de ser infeliz, muito menos encontrar seu verdadeiro propósito.
Storde deixou de responder, mas olhou para o céu, admirando a lua e as estrelas, enquanto divagava nas palavras que finalmente alcançaram seu coração.
–“Encontrar meu verdadeiro propósito, é?”


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Notas finais do capítulo

Uma noite de calmaria para chesordianos e empericianos.

Capítulo 225: Laços Forjados na Batalha

Em breve.



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