Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 122
Gelo e Morte


Notas iniciais do capítulo

E continuando a série do meu amigo Boneco de Neve, eis 11 frases que Ent jamais diria:
— NNNaaaaaaaaaaaaanhhhh... Que preguiiiiiça...
— Hã? Reunião da Ordem? Er... Faz um favor? Diga que tô doente.
— Ah, meu lindo cabelinho... Como eu tenho saudades de você...
— *Fazendo flexão de braço* Uuuuuum... D-Doooooisss... *Cai no chão* Ai, chega! Cansei! Não aguento mais!
— É isso aí, Viper, tô contigo! Dá um pouquinho desse vinho aí que eu também quero curtir o restinho da minha vida!
— Ah, vai dar não... É que eu quero evitar a fadiga.
— *Constatando no espelho que sua barriga ficou maior* Hm... Desse jeito, eu realmente não vou durar muito na ordem. De uma forma ou de outra.
— Tá pedindo minha ajuda por quê? Você é que é o líder aqui, Inferno! Se vira, rapaz!
— Salada? Urgh... tô de saco cheio de comer mato. Não tem nem uma coxa de javali aí?
— Botem uma coisa nas cabecinhas de vocês. Eu passei a bola pro Inferno pra aproveitar o que resta da minha vida em paz. Eu estou velho, ora essa! Tenho direito a aposentadoria, não acham?
— MADEEEEEEIIIRAAAAAAA!!!



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Não era alucinação, Scythe sentia que a temperatura ao seu redor estava diminuindo. Nunca havia visto Samantha Datch fazendo algo parecido, mas não tinha dúvidas de que a fonte daquele poder estranho era elemental. E se tratava de mais do que meramente trevas, a bruxa era sem dúvida, assim como a própria Sabrina Grimheart, capaz de controlar dois elementos. Esta se perguntava por que sua inimiga teria esperado tanto tempo para recorrer a isto.
–“A menos que... ela tenha despertado esta habilidade durante a luta?”
A guerreira da ordem se viu espantada com o potencial daquela garota, afinal de contas, no seu caso, quando os poderes vieram à tona já eram mistos e ela apenas refinou o controle com o passar dos anos. Uma possibilidade vinha à sua mente e era algo que a preocupava. Seria possível que Samantha não tinha apenas melhorado seu domínio sobre as trevas desde a última vez que se enfrentaram, mas também era capaz de superar seus próprios limites?
As indagações teriam que ficar para depois. Mesmo que a adversária realmente tivesse um potencial ilimitado, precisava se concentrar na batalha. A manipuladora das trevas finalmente manifestou seu novo poder, quase que por puro instinto, criando adiante de si duas formações de gelo com várias pontas afiadas. Mas aquele era um gelo diferente, escuro, como se fossem as próprias trevas cristalizadas.
Sabrina dera alguns passos para trás, evitando se ferir, mas não era o bastante. As formações rapidamente estouraram, tornando-se uma rajada de fragmentos que vinha em sua direção. Com movimentos velozes dos braços, ela ergueu duas barreiras de osso para se defender. A primeira foi danificada e varada, mas a segunda resistiu, antes que ambas ruíssem.
–Isso foi perigoso. Como conseguiu esse poder, bruxa?
–Eu não sou qualquer bruxa, meu nome é Samantha. – Ela finalmente estava recomposta e mais uma vez cheia de espírito de luta. – E eu me tornarei cada vez mais poderosa até que possa libertar minhas irmãs do jugo deste reino tirano!
Passou pela mente da manipuladora das trevas completar sua frase com “e ajudar meus amigos a cumprir seu objetivo também”, mas rapidamente espantou esse pensamento. Talvez no fundo quisesse lutar também por William e Fernand, que à maneira de cada um mostraram que é possível seguir em frente mesmo diante do desespero, e talvez tivesse aprendido a tolerar aquela ex-capitã desmiolada que agia o tempo todo como se fosse algum tipo de heroína, aquela sacerdotisa que se achava dona da verdade e aquela pirralha irritante que não perdia uma oportunidade de pedir para lhe ensinar a ser bruxa. Poderia pensar nisso depois, pois agora tinha um luta para vencer.
–“Mesmo que eu tenha aprendido a manipular mais de um elemento, isso não muda o fato de que não posso abusar dos meus poderes. Tenho que acabar logo com essa luta!”
Movida pelo sentimento de urgência, a garota de cabelos negros lançou-se adiante para colocar em prática a ideia que veio à sua mente. Não sabia se tinha forças o suficiente para fazer aquilo ou mesmo se no momento crucial conseguiria novamente usar o poder do gelo negro, mas era sua melhor aposta.
Para evitar a aproximação da rival, Scythe moldou duas longas hastes de osso que brotaram do chão, cada qual com uma série de lâminas na ponta, iguais à de uma foice. Elas avançaram até alcançar Samantha e colidiram uma contra a outra tal qual uma tesoura, mas a bruxa evitou ser atingida impulsionando-se para cima com o apoio de seu elemento.
No ar, contudo, era mais difícil ainda de se realizar uma esquiva e, aproveitando-se deste fato, Sabrina viu a oportunidade de erguer uma dúzia de lanças ósseas ao seu redor, todas visando atingir a discípula de Papillon. Era simplesmente impossível escapar, mas ainda lhe restava uma opção. Se fraquejasse seria o fim, Datch precisava acreditar que era capaz e assim o fez, criando um escudo semiesférico de gelo que resistiu ao impacto.
Com as pontas fragmentadas, as lanças já não era uma ameaça e Samantha usou uma delas como apoio, correndo pela superfície até se aproximar o suficiente a ponto de desferir um ataque com as garras. Grimheart não tinha a intenção de tornar aquele um combate corporal, no qual estaria em desvantagem e saltou para trás.
De fato, a manipuladora das trevas não pretendia atingi-la daquela forma, era apenas uma finta. Isso lhe deu a oportunidade de usar sua habilidade recém-descoberta para manipular uma mão de gelo e com ela agarrar a perna direita da guerreira da ordem. Imediatamente esta fez menção de atingir o objeto com sua arma, mas num instante ele se reformou, espalhando-se até envolver ambas as pernas até metade da coxa.
–“Isso só pode ser brincadeira! Ela é capaz de controlar a estrutura do gelo mesmo depois de solidificado?” – Scythe fora pega na mais completa surpresa e isso a colocava numa situação de severo risco. – “Eu estou presa!”
Finalmente, a oportunidade perfeita estava diante da bruxa. A oponente imobilizada não teria mais condições de evitar seus golpes. Ela avançou mais uma vez, a última vez, jogando o corpo para frente e para baixo, deslizando pelo solo por um momento para evitar a foice que veio girando em sua direção. Então, com grande perícia, ela se colocou novamente de pé e juntou as garras à sua frente para desferir uma estocada.
–“Eu vou morrer?” – Pensou Sabrina enquanto recorria a seu último recurso, invocando de volta sua foice e segurando-a na vertical para bloquear as lâminas. Mas mesmo conseguindo milagrosamente deter aquele ataque, não seria capaz de fazê-lo novamente. Com suas pernas imobilizadas, ela simplesmente não tinha condições de se defender uma segunda vez. – Que seja, mas eu me recuso a perder essa luta! – Ela gritou.
–E o que você pode fazer nessas condições?! – Retrucou Samantha, já preparando o golpe de misericórdia.
A controladora da morte tinha uma boa noção de aconteceria consigo mesma se realmente colocasse em prática sua última e desesperada estratégia, mas não se importava, era só o que lhe restava. No instante em que os olhos de Sabrina se fecharam e o corpo relaxou, mantendo-se de pé devido ao gelo que prendia suas pernas, a bruxa sentiu algo percorrer cada fibra do seu ser, entorpecendo-a, e a impressão de que seu próprio coração havia parado de bater invadiu sua mente antes que perdesse a consciência por completo.

Sol abriu os olhos e se colocou em pé devagar, sentindo dores constantes. Ele as ignorou, contudo, ao ver ali perto a figura de Scythe imóvel e com as pernas congeladas. Sem perder tempo, correu até lá.
–O que aconteceu com você?! Espere um pouco, já vou te ajudar!
Lucas não precisou fazer muito esforço para destruir o gelo já enfraquecido com um pequeno estouro e então segurou o corpo da controladora da morte, com muito cuidado para não se ferir, e gentilmente o colocou no chão, onde Samantha também estava caída.
–Então isso foi obra dessa bruxa? Pode ser bonita, mas não vou perdoá-la, acabarei com sua vida agora mesmo!
Mas enquanto Sol pensava qual seria a forma mais adequada de dar um fim na garota que ele nem sabia se estava viva ou morta, um golpe com o impacto de uma manopla de metal atingiu a parte de trás da cabeça e o colocou para dormir novamente. Era obra de Fernand, que também estava em pé.
–Não vai matar ninguém. E caramba, acho que nunca vi a Samantha tão detonada em toda a minha vida. Pelo visto essa outra garota também é boa de briga.
O guerreiro da terra rapidamente checou pelos sinais vitais da amiga e, aliviado, constatou que ainda estava viva. Quando resolveu fazer o mesmo com Scythe, lembrou-se de que tocá-la poderia ser perigoso, mas felizmente não seria necessário, os dedos dela estavam se movendo e logo os olhos se abriram.
–Eu... eu estou viva...?
–Se eu fosse fazer uma aposta diria que sim. Eu te conheço, né? Se não me engano já trocamos umas porradas antes.
–Eu sou Scythe...
–Ah, é mesmo. A garota da foice e da aura mortal, não é à toa que deixou a Samantha neste estado.
–Ela... está morta...? – Disse Sabrina, exausta, enquanto erguia a parte de cima do corpo para se sentar no chão.
–Eu é que vou matar você, desgraçada... – O resmungo foi resposta suficiente e logo a própria bruxa estava se erguendo.
–Ok, vocês duas, agora chega. Desse jeito vão acabar se matando de verdade e isso seria totalmente desnecessário.
–O que você quer dizer, Fernand? – Questionou a garota de cabelos negros.
–Yasmin já deve estar alcançando seu pai neste momento. Agora só nos resta ter fé que ela vai conseguir convencê-lo e colocar um fim nessa luta. Seria até bom vocês fazerem as pazes, já que se tudo der certo vão ser amiguinhas.
As duas combatentes se entreolharam, rejeitando instantaneamente a ideia maluca proposta pelo manipulador da terra.

Não muito longe dali, os soldados de ambos os lados que ainda conseguiam lutar estavam engalfinhados numa batalha decisiva, ignorando o fato de que alguém lá perto enxergava tudo enquanto se mantinha elevado no ar com suas asas místicas.
–Desse jeito vai dar em nada! Se eles continuarem lutando o plano vai fracassar...


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Notas finais do capítulo

Para impedir que o esforço de seus aliados fosse desperdiçado e abrir caminho para um futuro menos cruel, Elbio toma uma decisão arriscada.

Capítulo 223: Valente e Solitário

Em breve.



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