Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 120
Vidas Amarguradas


Notas iniciais do capítulo

Parece que fui enganado pelo astuto Boneco de Neve. Na verdade não são 10 frases, mas sim ao menos 10. Seja como for, eis aqui as onze frases que Aurora nunca diria:

— Electron, vá te catar!
— Sol, você é uma bicha!
— Vou transformar vocês todos em picolé! E EU JÁ TENHO O PALITO BEM AQUI!
— Te manca, Spectra! Sou muito mais mulher do que você!
— Ih, não. Esquece, cara. Isso vai dar no maior barro, vai por mim. Nem tenta.
— Martin, seu desgraçado, por que vc foi morrer? Tô com trauma de infância por sua culpa! *Chuif*
— Não sei porque me incluíram nessa porcaria de Rosa Branca. Nada dá certo com ela!
— Vulcano, bota uma coisa na sua cabeça: MARTIN JÁ ERA! MORREU! E engole esse choro, que homem não chora!
— Menor de idade, é? Olha aqui, Viper, eu não lembro de ter pedido a sua maldita opinião. Portanto, ao invés de encher o meu saco, encha o meu copo, fazendo o favor.
— Lá vem o Inferno convocando reunião da ordem de novo... Eu devia meter ele num bloco de gelo e eu mesma mandar nessa joça!
— EXECUÇÃO AURORAAAAAAA!!!



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Muito sangue já havia sido derramado naquele dia que se aproximava do fim, mas ainda não era o bastante. Com ambos os exércitos convergindo num mesmo ponto, a batalha estava prestes a adentrar no seu derradeiro e mais brutal momento. Da mesma forma, embora muitas lutas houvessem sido travadas entre os campeões de ambos os lados, ainda restava uma última a se desenrolar.
Samantha Datch ansiava pelo confronto. Cada vez que combatia os guerreiros da Ordem da Rosa Branca sentia sua raiva borbulhante diminuir de intensidade, cedendo espaço a um sentimento de propósito. Suas intenções não poderiam ser mais distintas das de Scythe, que não tinha qualquer interesse pessoal naquilo. Lutaria, sim, mas apenas por ser leal à ordem.
–“O maior problema de se enfrentar essa mulher é que o tempo não está a meu favor. Quanto mais eu demorar, menos chances terei de vencer.” – A bruxa pensou enquanto planejava sua estratégia. – “Que seja então, é melhor atacar com tudo desde o começo.”
De onde estava, a manipuladora das trevas estendeu seu braço esquerdo e de seu corpo surgiram múltiplos filamentos que se estenderam em direção à inimiga. Esta revidou traçando movimentos de corte no ar com sua foice, cada um deles lançando uma lâmina de trevas adiante.
Os golpes da controladora da morte facilmente picotaram a manipulação de Samantha, mas antes de ser atingida, esta usou seus poderes para se impulsionar ao alto e, logo em seguida, fazer chover uma saraivada de estacas negras.
–“Então não era um blefe, ela realmente está mais forte. E pensar que consegue manipular um elemento complexo como as trevas dessa forma tão elegante e precisa!” – Admirou-se Sabrina Grimheart, mas não sem antes se defender criando uma barreira acima de si com ossos que se erguiam do chão.
Já em plena descida, a bruxa sobrepôs as lâminas de suas garras com outras feitas de trevas, longas como uma espada, mas sua adversária atacou primeiro, repetindo o golpe anterior, desta vez em direção ao alto.
Com frieza excepcional, Samantha não se deixou perturbar e destruiu cada uma das lâminas negras com golpes de suas armas. Agora já estava a instantes de alcançar seu alvo, forçando Scythe a assumir uma postura diferente: girando sua foice sobre a cabeça, fazendo com que feixes negros e afiados rodopiassem ao seu redor. Em resposta a isso, a garota de cabelos escuros concentrou todo seu poder na mão direita, transformando-a numa garra enorme.
O impacto das técnicas desarmou Sabrina e a fez cambalear de costas, mas ao mesmo tempo anulou a manipulação da bruxa, que rolou ao alcançar o solo novamente, erguendo-se de um salto no instante seguinte. O breve tempo que ela levou para se recompor foi suficiente para que a outra manipuladora pudesse reaver sua foice.
–“Parece que não consegui superá-la em termos de poder elemental. Bem, não era de se esperar menos da Rosa Branca.” – A manipuladora das trevas reconheceu. – “Mas eu sei exatamente como vou vencê-la.”
Com um movimento veloz, Samantha lançou um filamento de trevas e o prendeu num dos braços da oponente, trazendo-a para perto com um forte puxão. Scythe rapidamente tratou de cortá-lo com sua foice, mas nisto já estava diante da discípula de Papillon, que se aproximou na intenção de tornar aquele um combate de curta distância.
O tamanho extenso da foice não era uma vantagem naquela situação, mas ao menos auxiliava Grimheart a se defender dos golpes velozes das garras de Datch. Ainda assim, a estonteante destreza da bruxa forçava a guerreira da ordem a manter-se primariamente na defensiva durante a rápida troca de golpes.
Eventualmente, as lâminas de Samantha encontraram uma falha na defesa da adversária e derramaram sangue. Numa reação de pânico, Scythe ergueu ossos pontiagudos, separando as combatentes. Após uma rápida averiguação, ela constatou que era apenas um corte superficial, mas isso ainda a preocupava. Por outro lado, a garota de cabelos negros estava satisfeita em notar que estava certa: em termos de combate físico era mais habilidosa.
A controladora da morte não podia mais se dar ao luxo de permitir que sua rival ditasse os rumos da luta. Tomando a iniciativa, ela arremessou sua foice, que girou adiante, mas isto de pouco adiantou quando a bruxa saltou, inclinando o corpo na horizontal enquanto girava. Sabrina já contava com uma evasão e, tão logo quanto largou sua arma, disparou duas lanças ósseas.
–Isso é o melhor que consegue fazer?
Provocando, Samantha desviou de um dos projéteis após retornar ao solo e agarrou o segundo em pleno ar, girando uma última vez para então atirá-lo contra a guerreira da ordem. Esta cobriu seu braço esquerdo com uma camada de osso e destruiu a lança com um murro, para então canalizar sua energia numa saraivada de fragmentos do mesmo material.
A manipuladora das trevas sorria diante daquilo e lançou uma única estaca negra antes de envolver seu corpo numa bolha de escuridão. Seu elemento não o melhor para técnicas defensivas, mas ela sabia que só precisava aguentar por um momento. Scythe percebeu o ataque de Samantha atravessando o seu, aproximando-se velozmente e direcionado ao coração. Ela deu um passo para o lado, cancelando sua manipulação e conseguindo apenas evitar um ferimento fatal: a estaca se cravou em seu braço direito e a fez gritar de dor.
Ao ouvir isso, a bruxa teve certeza de que estava segura e desfez sua proteção. Sua adversária levou a mão até o objeto que a ferira, mas antes que precisasse arrancá-lo ele se desfez. Apesar de tudo, ela não fraquejou, invocou novamente sua foice e assumiu uma posição de combate. A discípula de Papillon considerava aquilo curioso.
–Você realmente tem um espírito de luta bem forte, igual a quando nos enfrentamos em Sinelth. Mas eu não consigo entender por que está se esforçando tanto para proteger um reino de canalhas que não se importam em sacrificar e perseguir inocentes.
Grimheart permaneceu calada, mas Datch prosseguiu.
–Não foi isso que fizeram com você? Condenaram-na a passar a vida inteira vivendo sozinha no mato e só a tiraram de lá para que pudesse colocar a vida em perigo numa guerra. O que tem a ganhar lutando por pessoas assim?
Scythe suspirou e fitou os olhos da manipuladora das trevas. Não havia sequer um traço de raiva em seu semblante.
–É verdade que a minha vida foi cheia de amargura e provavelmente continuará assim se eu sobreviver ao confronto entre Chesord e Empericia. Mas Ent e os outros membros da ordem me aceitaram, mesmo eu sendo tão perigosa, e deram um sentido à minha vida.
–Você chama o que fizeram de que dar sentido à vida?
–Sim. Eu perdi todos os meus sonhos e esperanças quando despertei esses poderes, mas eles me ofereceram laços de companheirismo e confiança para compensar. Justamente por isso eu me sinto honrada em ser integrante da Ordem da Rosa Branca e não vejo forma melhor de demonstrar minha gratidão do que arriscando a vida para protegê-la.
–Tudo bem, pode parar de falar agora antes que eu comece a vomitar. Já percebi que você é uma tola e que só existe uma forma de convencê-la de que não tem chance de me derrotar.
–É, talvez eu seja mesmo uma tola. Mas você é uma bruxa, não é verdade?
–E daí se eu for?
–Então com certeza sua vida não foi muito melhor do que a minha. Aliás, está na cara que todos esses anos também foram amargurados para você. Eu entendo que deva sentir muita raiva do reino por perseguir você e sua família, mas se viver em prol apenas desses sentimentos negativos, no fim das contas vai destruir a si mesma.
Samantha colocou a mão sobre o rosto e fez uma careta.
–Já disse para parar de falar! Quer saber, eu mesma vou calar sua boca!
Enquanto a manipuladora das trevas se preparava para atacar, Sabrina já tinha recuperado sua compostura. – “Foi você que me ajudou a perceber o quanto uma atitude positiva é importante, Viper. Que bom que pude me lembrar disso neste momento.” – Ela logo se viu obrigada a rechaçar ataques de garras novamente, mas já havia deixado o temor de lado. Havia optado por não utilizar toda a extensão de seus poderes para não ferir os guerreiros inconscientes ao seu redor, em particular Sol, que estava caído ali perto, mas era evidente que não poderia se dar ao luxo de continuar assim se quisesse vencer. E naquele momento, a maior vontade dela era de não ser derrotado por uma garota que não se importava em se afogar no desespero.
–“Vou me desculpar com você depois, Inferno, mas terei de quebrar a promessa de nunca usar esse poder fora do bosque.”
Subitamente, a bruxa sentiu um calafrio, como se uma aura sinistra houvesse envolvido o ambiente.


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Notas finais do capítulo

Com Scythe lutando no limite de suas forças, agora é Samantha que se vê em apuros.

Capítulo 221: O Mesmo Sentimento

Em breve.



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