Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 118
Espíritos Ardentes


Notas iniciais do capítulo

Desde o início minha intenção era que no decorrer do arco de Roses and Demons: Warbloom todos os personagens importantes tivessem ao menos uma luta relevante. Isto inclui os seis principais, os doze da Rosa Branca, Anya e suas principais subordinadas, Lince Walters e, por fim, Elbio Lumarc.

Agora resta apenas uma luta que iniciará no próximo capítulo, mas antes de finalizar este arco já adianto duas coisas:
1-Vou escrever uma história lateral centrada em Agas e Kenoh Pyrath quando jovens.
2-Haverá uma luta extra antes do início de Roses and Demons: Wilting Flowers.



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Tanto Sol quanto Fernand Astrock não estavam com suas melhores aparências. O primeiro se via com o uniforme sujo, manchado de sangue e até mesmo rasgado em alguns pontos. Já o manipulador da terra tinha rachaduras e fissuras por toda a armadura, além de algumas queimaduras leves.
Seis estrelas explosivas seguiam enfileiradas, traçando uma órbita errática ao redor de seu controlador. Lucas Angels estava furioso e a mera visão de seu adversário o causava enorme desgosto. Ele tinha de ser eliminado e, para tanto, estendeu o braço direito adiante, ordenando o avanço das esferas luminosas.
O guerreiro empericiano buscou se defender da mesma forma que antes, erguendo fragmentos de rocha do chão para interceptar os disparos inimigos, mas desta vez Sol havia sacrificado quantidade para conseguir precisão. Cada uma das seis estrelas seguia sua própria trajetória, desviando dos destroços.
Ainda assim, controlar todas elas não era fácil e quatro colidiram contra as rochas, mas as duas últimas finalmente estavam diante de seu alvo. Fernand não pretendia facilitar e imediatamente ergueu uma pequena parede diante de si mesmo. Para a sua surpresa, porém, quando estavam a centímetros de distância, as duas estrelas mudaram bruscamente de direção, dando a volta por trás do obstáculo e atingindo o manipulador pelas costas, danificando ainda mais a armadura lá.
Numa rara demonstração de que podia usar os seus poderes de forma não-destrutiva, assim como havia feito em Siral, Lucas deu forma a esferas sólidas que se elevavam gradualmente acima do solo numa altura de três metros e saltou sobre elas avançando enquanto continuava a criar um caminho diante de si e as estrelas que ficavam para trás se espatifavam.
Não demorou para que Astrock se recuperasse e, quando seu olhar se elevou, percebeu que o inimigo já estava perigosamente próximo. Aproveitando-se do alcance de sua arma, Sol lançou a maça em direção ao solo e, assim que ela cravou-se lá, liberou a energia concentrada ao redor da bola para desestabilizar o guerreiro da terra.
–Agora é o seu fim! Vou reduzir você a pó, Fernand!
O impacto do estouro havia tirado o equilíbrio do empericiano, fazendo-o cair sentado. Ele imediatamente olhou para cima outra vez e compreendeu que o controlador das estrelas realmente o queria aniquilar, pois estava concentrando uma enorme quantidade de energia em suas esferas que aumentavam de tamanho a cada instante, até que finalmente foram lançadas.
–Até parece... – Fernand reagiu por puro instinto, reunindo e levantando a terra ao seu redor, criando acima de si uma barreira. Ele sabia que uma proteção qualquer não seria suficiente para protegê-lo, tinha que ser a defesa mais sólida que já havia moldado em toda a sua vida e, dominado por uma vontade fervente de viver, gritou enquanto seu elemento tomava uma tonalidade cinza escura. – ... que eu vou morrer num lugar como esse!!!
O estrondo da explosão foi seguido por uma cortina de poeira e Sol retornou ao solo, observando com atenção de uma distância segura. Mas o que ele viu quando o pó finalmente baixou o deixou de olhos arregalados e dentes rangendo. A barreira havia resistido, embora agora se desfizesse em ritmo acelerado, e o manipulador da terra estava ileso.
–Como você fez isso?!
–Eu... – Fernand sabia que havia feito algo de diferente, mas não compreendia exatamente do que se tratava. – Eu não sei...
–Eu já estou cansado de olhar para sua cara feia! Por que não morre de uma vez?!
Da posição em que estava, Sol repetiu o ataque anterior, lançando duas estrelas, mas tão logo quando o fez, começou a reunir energia com as mãos juntas para uma maior ainda. Ao ver aqueles disparos se aproximando rapidamente, o amigo de William, cansado de se manter na defensiva o tempo todo, resolveu fazer algo arriscado.
–É como eu disse para o William naquela vez...
Por um instante, a mente do manipulador da terra voltou no tempo, para o dia em que Yasmin, Luna e Karin decidiram se juntar a ele e seus amigos, ocasião na qual enfrentou William numa disputa amigável.
–“Você se preocupa tanto em evitar todos os ataques que se esquece que às vezes é preciso levar um golpe para derrotar o inimigo.”
Fernand não sabia exatamente como havia tornado sua proteção tão resistente, mas sentia que havia despertado algo novo em seus poderes elementais e estava disposto a arriscar que era capaz de repetir o feito. Ele não tentou esquivar ou mesmo interceptar os ataques, pelo contrário, avançou impetuosamente, diante dos olhos incrédulos de Lucas.
–Então quer mesmo morrer?! – Sol observou enquanto suas estrelas explodiam ao entrar em contato com o corpo do adversário, mas só liberou a energia que ainda tinha em mãos quando viu um vulto correndo através da fumaça, coberto por uma massa cinzenta e áspera. – Desapareça, maldito!
Astrock cravou seu machado no chão e segurou o cabo com força um instante antes de ser atingido pela poderosa explosão. Ofegante, o controlador das estrelas deu alguns passos para trás, esperançoso de que finalmente tivesse colocado um ponto final na disputa. Contudo, mais uma vez viu seu oponente avançando através da poeira, preparando-se para desferir um corte com sua arma.
Reagindo rapidamente, o integrante da ordem atingiu a mão direita de Fernand com sua maça, causando um estouro forte o bastante para desarmá-lo. Mas apesar disto, este não se intimidou e, recuperando o equilíbrio enquanto corria, finalmente alcançou o estupefato Lucas e o derrubou com um cruzado de esquerda.
Algo branco e pequeno saltou da boca de Sol enquanto ele ia ao chão. Aquilo chamou a atenção do manipulador da terra, cuja proteção ruiu rapidamente quando parou de canalizar suas energia, e ele se abaixou para analisar o que era enquanto seu adversário se contorcia devagar no chão.
–E não é que arranquei mesmo um dente? – Ele pegou o objeto nas mãos, mas logo em seguida o jogou fora. Não tinha interesse em guardá-lo.
–Você... se atreve... – Angels levantava devagar, cuspindo sangue enquanto falava. – Arruinou a minha beleza. Eu juro que vou mandar você para Pravus...
O guerreiro da terra sentiu um calafrio enquanto observava uma quantidade descomunal de poder se envolvendo ao redor do braço direito do loiro. Tentou interromper sua concentração lançando uma saraiva de rochas, mas bastou ele estender seu outro braço para reduzi-las a pó.
–“Droga, eu não imaginava que esse desgraçado ainda tinha tanta energia. Preciso dar um jeito de derrotá-lo agora.”
Fernand sabia que já estava muito perto de seu limite e que os próximos instantes definiriam a luta. Assim sendo, recobriu seu corpo outra vez com a rocha estranha que havia se tornado capaz de manipular e avançou, mesmo desarmado, para o inevitável desfecho.
–Este será meu último golpe, desgraçado! Sinta na pele a beleza suprema da técnica de Sol!
Lucas esmurrou o solo e a aura dourada que envolvia seu braço sumiu, tragada pela terra. Como um tremor, o chão estremeceu enquanto ruía na direção do empericiano. Num instante o ataque o alcançou, liberando uma rajada que envolveu ambos os combatentes num clarão.

Yasmin virou-se para trás ao ouvir um estrondo e pode ver uma enorme nuvem de detritos se elevando rapidamente. Sentiu um pesar no coração por ter deixado seu amigo lutando sozinho, pois sabia que algo assim só poderia ser obra do guerreiro da Rosa Branca. A despeito disso, tinha uma missão a cumprir e não podia se demorar. Enquanto voltava novamente o rosto na direção que precisa seguir, murmurou uma pequena prece.

Sol tossiu e limpou o suor de sua testa. Aos poucos a visibilidade se tornava melhor e, eventualmente, ele cerrou os punhos ao identificar um vulto em meio à fumaça. Não podia acreditar, mas era verdade: Fernand Astrock ainda estava em pé. A armadura improvisada que o protegeu finalmente se desfez e, junto com ela, caíram alguns pedaços da que vestia sempre.
–Eu... odeio você...
–Eu sei. – Disse o manipulador da terra, sorrindo satisfeito. – Mas essa foi a melhor luta que já tive na minha vida. Obrigado pela diversão.
Sem mais energias, os dois caíram, inconscientes.


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Notas finais do capítulo

Antes do final da batalha de Brokefront, uma última e mortal luta está destinada a ocorrer. Samantha contra Scythe.

Capítulo 219: Sombrias e Letais

Em breve.



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