Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 1
Lince Walters


Notas iniciais do capítulo

Sei que eu disse que revisaria toda a primeira série, Roots of Rebellion, antes de começar Warbloom. Contudo, para que o interesse de quem acompanha não morra, pretendo lançar alguns capítulos enquanto prossigo com a revisão.
Eis a continuação de Roses and Demons, dessa vez escrita de uma forma nova e mais séria, para compensar as muitas reclamações que meu estilo antigo de escrever recebeu.
Espero que apreciem esta nova história, Roses and Demons: Warbloom.



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Passos metálicos ecoavam pela escadaria em espiral enquanto um homem decidido subia. Ele vestia uma armadura leve de ferro que cobria todo o seu corpo, com poucos adornos à exceção de losangos azulados nos joelhos e ombros. No peito e nas ombreiras arredondadas havia um brasão na forma de um grifo equilibrado em suas patas traseiras. Completando o traje, o capacete que ele carregava no braço direito era levemente alongado na frente e possuía asas na parte dorsal, uma de cada lado. A arma de tal indivíduo era uma espada longa presa no cinto de ferro de sua armadura no lado esquerdo.
A expressão do homem era serena, seus cabelos negros e curtíssimos, a pele clara e os olhos castanhos. E ele finalmente havia chegado ao seu destino, uma sala circular com diversos soldados montando guarda e, oposto ao recém-chegado, dois tronos de metal reluzente. Ao lado de cada trono havia um grifo na mesma posição do emblema, um voltado na direção do outro. O detalhe mais chamativo dos tronos eram duas grandes asas, uma emergindo de cada, estendendo-se até quase tocar os grifos.
-Eu estava aguardando sua chegada, Capitão Lince Walters.
Quem falou foi o homem sob o trono da direita, o outro completamente desocupado. Era velho e grisalho, com cabelos prateados e curtos, penteados para trás. Seus olhos azuis demonstravam grande vitalidade e suas roupas ostensivas decoradas de tons vermelhos e dourados, completa com uma capa de pêlo branco, demonstravam autoridade, assim como o cetro dourado que empunhava.
-É sempre uma honra servir ao rei de Empericia, meu senhor Jack Secrett. – Pronunciou-se o capitão.
-Eu o chamei aqui para discutir um assunto da mais elevada importância, Walters. Depois de muitos anos, finalmente devemos nos preparar para a guerra outra vez.
O tom do rei era sério, Lince percebia com clareza que a situação era de fato de grande importância. Jack então prosseguiu seu discurso.
-Depois de quase trezentos anos, a barreira que separava Chesord do resto mundo finalmente ruiu.
-Está dizendo que aquele manipulador instável realmente cumpriu com a sua missão? Aquele tal William?
Lince não conseguia conter sua surpresa, pois nunca havia confiado naquele rapaz que controlava o vento. Não que tivesse preconceito para com manipuladores, o capitão não se tratava de um, mas sempre criticava pessoas que demonstravam falta de lealdade.
-Sim, Walters, ele e Fernand conseguiram, contrariando todas as nossas expectativas.
-E onde eles estão agora, meu rei? O que aconteceu com os dois manipuladores?
-Infelizmente eu não sei, pois não recebemos notícias das bruxas de Chesord ainda, contudo tenho razões para acreditar que possam ter perdido a vida na missão.
-Então agora devo reunir as tropas?
-Não, isso eu deixarei a cargo dos outros oficiais. Para você eu daria uma missão ainda mais importante Walters, tanto que pode até definir o curso da guerra que começará.
Que missão poderia ser essa? Lince não tinha a menor ideia, mas sabia que o rei não costumava fazer brincadeiras.
-Você deve saber que as bruxas foram de importância crucial para o sucesso da nossa operação em Chesord, é inegável que jamais chegaríamos tão longe sem o apoio delas. Contudo, aquelas que residem no reino inimigo só podem nos auxiliar até certo ponto, então devemos recorrer às que vivem aqui mesmo, em Empericia.
-O Monastério da Deusa da Lua! – Exclamou o capitão.
-Exatamente, Walters, você deve ir até lá portando uma mensagem minha e solicitar o auxílio das bruxas que louvam Argenta.
-Mas elas aceitarão, meu rei? Uma coisa é nos ajudar cedendo um item mágico como foi o caso do Olho de Argenta, mas envolver-se em uma guerra é algo totalmente diferente.
-Eu tenho ciência disso e já tomei as providências necessárias, você não seguirá sozinho Walters. Trate de preparar dois cavalos para a viagem, pois você terá a companhia de um dos maiores gênios de Empericia, o notório Gabriel D’Illusie.

A mansão onde vivia Gabriel D’Illusie estava fora dos limites da cidade, ligada à estrada principal por um caminho sinuoso. A arquitetura gótica da construção de pedras negras, assim como os vários gárgulas empoleirados no telhado, faziam com que Lince imaginasse que o dono de tal residência seria um homem deveras sinistro.
O capitão seguiu sobre um cavalo malhado ao mesmo tempo em que segurava as rédeas de outro, da cor branca, até finalmente deixá-los para trás e bater na grande porta dupla de madeira. Ela se abriu de imediato, mas não havia ninguém à vista. Ao invés disso, Lince se deparou com uma confusão de mesas e prateleiras onde se misturavam livros, vidros, pergaminhos, tubos e ferramentas. Demorou um pouco para que ele percebesse um vulto verde que se movia livremente pelo local.
-Senhor D’Illusie? – Chamou o estupefato capitão.
-Ah, bem na hora. Você deve ser o tal Capitão Walters.
O homem finalmente manteve-se parado num único lugar e Lince pode analisá-lo. Tinha cabelos tão negros quanto os do capitão, mas muito mais compridos adornados com uma branquíssima argola de platina tal qual uma pequena coroa. Pequenas mechas desciam pelos lados da face de Gabriel até a altura do peito, enquanto que por trás o cabelo quase tocava o chão. De olhos igualmente negros, D’Illusie era evidentemente mais jovem que o recém-chegado, assim como cerca de dez centímetros mais baixo.
A impressão de ser um vulto esverdeado era causada por seu manto verde-esmeralda com detalhes prateados nas bordas. Como era dividido ao meio logo abaixo do pescoço, Lince logo percebeu que por baixo Gabriel vestia roupas brancas e uma faixa também prateada na cintura.
-Que decoração incomum para um hall de entrada. – Comentou Walters.
-Isto não é um hall de entrada, mas sim um laboratório. Da mesma forma que o resto desta residência. – Respondeu Gabriel, aproximando-se do seu futuro companheiro de viagem.
-O rei não me disse exatamente qual sua vocação, Gabriel. Você é algum tipo de mago?
Amigável, Lince estendeu a mão para o dono da moradia. Este observou por alguns momentos com um rosto que expressava somente chateação até comentar em tom ríspido.
-Você não espera mesmo que eu aperte essa mão suja?
-“Bem que o rei me avisou que ele era excêntrico...” – Comentou mentalmente para si mesmo o capitão.
-Mas respondendo à sua pergunta, eu sou um alquimista. O melhor que existe neste reino, devo acrescentar, mas isto você logo verá por si próprio.
-Entendo...
Lince não estava muito contente com a atitude do rapaz, mas não estava em posição de fazer reclamações. Por algum motivo o rei contava com o auxílio daquele alquimista, portanto seria necessário manter-se amistoso com ele.
-Partiremos quando você estiver pronto.
-Então será imediatamente, o rei parecia ter urgência no pedido.
Gabriel deixou o interior do laboratório, seguido por Lince. Quando ambos estavam fora a porta se fechou com um estrondo e o alquimista tratou de subir no cavalo branco, que lhe parecia o melhor.
-Não está preocupado que alguém possa invadir o local, Gabriel?
-Não há com o que se preocupar, esta é a única entrada e só abre ou fecha mediante a minha vontade.
Sem olhar para trás, o jovem conduziu seu cavalo, trotando, de volta para a estrada. O estilo orgulhoso e vaidoso do alquimista inspirava em Walters o mesmo sentimento de desconfiança que William lhe causava. Contudo, ele parecia aceitar a requisição do Rei Secrett de bom grado, contrastando com suas outras atitudes. Naquele momento era impossível definir que tipo de pessoa era Gabriel D’Illusie, mas Lince estava determinado a descobrir durante a viagem.


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Notas finais do capítulo

Chesord já sabe que a batalha é inevitável e se prepara.
Capítulo 102 - Conselheiro
Em breve.



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