Nosy Cat escrita por PokerFace


Capítulo 1
Everybody wants to be a cat.


Notas iniciais do capítulo

Já disse tudo o que tinha pra dizer, então espero que alguém leia (ou não)



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“Era tão simples e divertido, mas logo eu estava preso. Rolei e enrolei *rwar* Desisto!”

Todos querem ser gatinhos, pois quando nada da certo, basta apenas dormir.

Gerard rodeou o sofá, mas não achou o gato; pelo menos, não o gato que queria.

– Frank, você viu o Milo por ai?

– Olhou debaixo da cama?

– Olhei.

– Debaixo do sofá?

– Também.

– Na sua gaveta de cuecas?

Gerard franziu o cenho.

– Na gaveta de cuecas?!

– Sim, eu abri seu armário ontem e ele estava lá, dormindo.

– Como ele entrou lá? E por que você estava olhando minha gaveta de cuecas?

“Em minha defesa, eu apenas procurava um lugar macio e quentinho para dormir”

– Er...

– Hein Frank, por quê?

“Em defesa dele... não, isso não da pra explicar. É, por que Frank?”

– Frank pode vir aqui um segundo? – Donna chamou da cozinha.

“Uh, salvo pela titia”

O garoto levantou-se de pronto e saiu correndo. Gerard suspirou e voltou a procurar o felino.

– Milo Milo, comida.

“Comida? Minha palavra favorita”

Um gato negro pulou para fora de um cesto posto no topo da estante, caindo de pé, ou melhor, de patas no tapete.

– Ah! Ai está você – pegou-o no colo e fez carinho no topo de sua cabeça – Vamos, vou dar um banho em você e depois almoço.

“Era uma cilada, fuja Milo, FUJA!”

“Depois de ter sido enxaguado, afogado, torturado e escovado até quase saírem todos os meus pelos, recebi uma recompensa. Uma deliciosa e suculenta sardinha. Nham, Nham”

Milo, como um bom felino, dormiu boa parte da tarde. Os garotos por outro lado usaram de seu tempo para estudar, porque mesmo estando de férias ainda eram dedicados ao que eles julgavam ser mais importante.

Gerard permanecia concentrado, mas o menor estava inquieto.

– O que há com você? Parece preocupado – perguntou reparando no jeito do outro.

– Você mexeu nas minhas coisas? – perguntou como quem não queria nada.

– Não, eu deveria?

– Não.

– Perdeu algo?

– Um caderno.

– Da escola?

– Não exatamente.

– Tipo um diário então?

– Ah... Sim...

– Se eu achar...

– Não o leia, por favor...

– Tudo bem.

“Uh! Pobre Fran, ele vai ler, conte com isso. É como colocar deliciosas sardinhas a minha frente e dizer ‘Não coma’ “

Frank saiu do quarto fazendo o maior sorrir.

– Faremos uma faxina amanhã Milo.

– Meow!

[...]

No dia seguinte, a poeira que não era capturada pela vassoura subia pelos cantos da sala. Milo pulou de sofá em sofá até decidir parar e rasgar o estofado.

– Milo, Desça daí.

Kyaaaah! Milo não quer”

Milo continuou mordendo o estofado, o que deixou Gerard um pouco irritado.

– Gato mau, Gato mau!

Retirou o pequeno animal do sofá e pode avistar algo vermelho que mostrava sua face entre as almofadas. Era um caderno.

– Bom Milo, a faxina acabou.

“Kyaah! Tão rápido”

[...]

A noite o animalzinho pulava para tentar pegar as sombras propagadas pela mistura de mãos e lanternas. Falsos pássaros prendiam a atenção de Milo, que pulava a todo instante arranhando as paredes.

“Odeio pássaros”

– Gerard, é melhor pararmos de tortura-lo – riu furtivamente - Está ficando tarde e sua mãe me expulsará daqui se não for dormir.

– Não, vamos ficar aqui.

– Fazendo sombras pro Milo tentar pegar?

– Não.

Gerard começou um discurso sussurrado:

– Podemos ficar aqui e...

Tocou os lábios do menor com os seus e juntos eles emitiam sons que Milo julgou serem engraçados, estavam em um pleno acordo de línguas.

Parou de beijar o amigo que estava vermelho e desnorteado.

– P-por que me b-beijou?

– Eu li seu diário.

– Isso é alguma brincadeira sua?

– Não – beijou a bochecha corada de Frank e sorriu ao vê-lo envergonhado e de cabeça baixa – Eu te amo, Frank.

Frank ergueu o rosto surpreso e com os olhos arregalados. Gerard voltou a possuir seus lábios tendo a impressão de que ficava mais feliz e satisfeito a cada segundo.

O pequeno animal ficou ali, os observando, com os olhinhos incandescentes.

“Ei! Não me chame de pequeno animal”

Calado Milo!

– P-preciso dormir. Boa noite.

Fugiu sem deixar chance para que o outro se despedisse. Gerard pegou o gato antes largado no meio do quarto e o trouxe para sua cama, vendo-o aconchegar-se a seu modo na mesma.

– Estou muito feliz Milo.

[...]

Pela manhã o sorriso na cozinha escondia segredos.

“Estou com fome, cadê o meu leite?”

Rodeou as pernas de Gerard que estava em outro lugar.

“Ser lunático não justifica deixar um gato tão fofo quanto eu com fome”

– Meow!

– Ah! Milo, já está acordado?!

“Não, estou dormindo. Me poupe, EU ESTOU FAMINTO!”

– Espere um pouco, já vou lhe dar café.

“Café não, LEITE!”

Colocou um pouco mais de café para si e depois um pouco de leite na tigela com o nome do felino.

“É Milo”

Tá, que seja.

Frank entrou na cozinha fazendo Gerard alargar seu sorriso.

– Bom dia Fran.

– B-bom dia.

– Sente-se aqui, ao meu lado – apontou para o banco ao seu lado.

“LEITE! LEITE! LEITE!” e Milo se deliciava com seu leite.

[...]

A Tv estava ligada no canal de documentários sobre vida animal, enquanto Milo passeava atrás do sofá a busca de sua presa, fingindo ser um leopardo.

“Não estou fingindo, eu sou um leopardo”

És pequeno demais para ser um leopardo.

“Sou um Filhote de leopardo”

Aham, sei...

Caçava a bolinha de tênis que se mexia a cada patada que o “leopardo” dava na mesma.

“Kyaah! Você é minha”

Pulou sobre a mesma na intenção de fura-la, mas não conseguiria.

Sua caçada foi interrompida pelo barulho de algo caindo. O felino correu até a fonte do barulho e encontrou um copo de metal sobre o chão e dois adolescentes seminus sobre uma cama.

Gerard beijava o menor que suspirava timidamente, Milo apenas se matinha confuso, mas seus pensamentos tomaram um novo rumo ao ver seu dono lamber o peito do “amigo”.

“Minha mamãe me limpava assim, deve estar limpando-o”

– G-Gerard...

– O que foi Fran? – sussurrou antes de morder o pescoço do menor.

– O Milo...

– Quando terminarmos de brincar, você pode fazer o que quiser com ele.

– N-ão, ele está aqui.

– Hã?

Virou-se para porta vendo o gato que os observava pela fresta.

– Não, não Milo. Cena imprópria para gatinhos.

Fechou a porta deixando o felino abismado. Milo não entenderia, muito menos deveria entender o que estava acontecendo naquele quarto, muito menos que os sons que emitiam não era um simples miar, talvez pudessem ser ouvidos um ou outro ronronar, mas miar é exclusivo dos gatinhos.

Milo, você só precisa entender que todos querem ser gatinhos, pois são os únicos a ter o privilégio de dormir o dia todo, tomar muito, mas muito leite, brincar com novelos de lã e perseguir bolinhas de tênis atrás do sofá.

– Meow!



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Notas finais do capítulo

Ficou ruim, né? sauhsauhs