Pov. Harry Potter

Acordei no meio dos destroços da explosão. Meu corpo estava dolorido e não conseguia me mexer, pois havia uma porta de armário em cima de mim.

Arrestei a porta e senti que podia respirar melhor. Sentei-me e olhei ao redor, não avistei ninguém, o que me fez ir a procura em meio aos destroços.

Andei pelo lugar onde antes era uma casa. Estava tudo destruído, apenas uma parede acabou ficando em pé. Eu podia ser o único sobrevivente daquela explosão, ainda não sabia o que podia tê-la causado, mas tentaria descobrir mais tarde, pois agora devia continuar minha procura.

Era complicado se equilibrar em meio aos entulhos que ficaram no chão, mas finalmente avistei algo. Era um corpo, irreconhecível, devido os longos e lisos cabelos ruivos.

-Gina – gritei, mas sabia que nada adiantaria. Ela estava desacordada e não me ouviria.

Corri ao seu encontro, esperando que não estivesse morta. Olhei mais de perto e percebi que ainda estava respirando, foi nesse instante que um grande alívio percorreu meu corpo.

-Gina – chamei novamente e logo em seguida percebi que, aos poucos, ela estava abrindo os olhos.

-Harry? – perguntou. – Onde estou?

-Houve uma explosão. Vi que você foi lançada longe no momento em que tudo aconteceu, deve ter batido com a cabeça e por esse motivo não se lembrar de nada – expliquei da melhor maneira possível. Tive de falar devagar, pois ela ainda estava recobrando os sentidos.

-Não me lembro de muita coisa – disse ela. – Acho que é melhor dizer aos outros que estou bem, devem estar preocupados. Onde estão eles?

-Somos apenas nós dois – eu disse. – Ainda não os vi depois do que aconteceu, só espero que estejam bem.

Gina ficou horrorizada com a situação, eu sabia que, no fundo, ela pensava que a pior que coisa que fizemos foi fugir de casa, mas naquele momento ninguém sabia o que poderia acontecer e não tinha mais como voltar atrás, teremos que encarar a situação sem temer o pior das coisas, assim como quando fugimos.

A ajudei a se levantar. Suas vestes estavam sujas, assim como a minha, devido à poeira dos destroços. Gina estava chorando, o que me fez abraça-la, pois se era difícil para mim para ela era mais ainda, porque muitos se tratavam de sua família. Ficamos abraçados por um tempo, em seguida nos separamos.

Ainda havia uma grande parte da casa para procurar pelos outros, o que me fazia ter esperança em poder encontrá-los.

Em poucos metros de onde me encontrei com Gina, caído no chão assim como ela, estavam mais duas pessoas. Uma delas era possível distinguir, Rony, meu melhor amigo desde o primeiro dia em Hogwarts. Parte de suas roupas estava rasgada e seu cabelo chamuscado nas pontas. A outra pessoa podia ser Fred ou Jorge, impossível distinguir qual deles era o que estava caído no chão naquelas condições.

Eu e Gina nos aproximamos para podermos chamá-los, na esperança de estarem bem. Por sorte, assim como ela, estavam respirando, mas com certa dificuldade, pois havia uma grande mesa sobre eles, estavam parcialmente soterrados.

-Temos que tirar isso de cima deles – eu disse e Gina imediatamente concordou com o que eu disse.

A mesa não parecia ser muito pesada, mas com toda certeza seria impossível movê-la sozinho. Contei com a ajuda de Gina para arrastá-la para longe dos que permaneciam caídos e inconscientes. Foi fácil de fazer e demorou menos do que eu esperava.

Só nos restava Rony e depois podermos terminar nossa busca sobre os destroços da antiga casa.

-Acordem – chamei junto com Gina, Dissemos tão alto que nem mesmo precisou repetir para eles ouvirem. Lentamente, ele foi abrindo os olhos e retomando a consciência e a mesma expressão de Gina surgiu em seus rostos.

-Onde estamos? – perguntou Rony. Eu sabia que eles não conseguiriam se recordar, não somente pela forte pancada que talvez levaram na cabeça, mas também pelo fato da casa estar completamente diferente.

Explicamos para os dois o que havia acontecido e, no meio da conversa, foi possível descobrir que era Jorge quem estava conosco, mas não iria ter feito muita diferença, Fred e Jorge poderiam ajudar igualmente no que precisávamos.

-Fred e Hermione não estão aqui – disse Jorge no momento que sugeri retomar a busca. – Eles aparataram Hermione já estava desacordada quando Fred a ajudou.

Aquilo fazia com que várias perguntas viessem em minha mente, as quais eu sabia que nenhum de nós conseguiria responder. De qualquer maneira eu teria que encontrá-los, podiam estar em qualquer lugar do mundo, não tínhamos nenhum sinal de onde poderiam estar.

-Temos que encontrá-los de alguma forma – disse Rony. Ele estava temendo o pior e eu não fazia ideia se bolar um plano era a melhor coisa a se fazer nesse momento, nos tempos em que estamos hoje, com a queda do Ministério, nunca se sabe o que pode encontrar quando quer somente fazer um passeio ou coisa do tipo.

Eles poderiam estar em qualquer parte, mas eu tinha uma ideia e sabia que teríamos que tentar encontrá-los no local onde estavam. Era a nossa única tentativa, só me restava saber a localização do local em que eu estava pensando.

-Onde fica aquela ilha em que vocês deram ideia para aparatarmos para lá? – perguntei. Certamente Fred iria para lá.

-Não muito longe daqui – disse Gina. – É nossa única chance e se vocês não forem para a colina eu vou sozinha, temos que encontrá-los.

Agimos de imediato, demos as mãos, formando um círculo em meio aos entulhos, no minuto seguinte percebi que havia uma densa floresta ao nosso redor. Estávamos no alto e a nossa frente estava algo que eu não pensava encontrar na primeira tentativa. Fred e Hermione, eles tinham um largo sorriso no rosto, eu estava feliz por encontrá-los, finalmente conseguimos. Tudo tinha dado certo, conseguimos.

Aquela foi a melhor coisa que aconteceu naquele dia. Quando acordei no meio dos destroços pensei que nunca mais veria nenhum de meus amigos, mas a força de vontade de todos nós conseguiu fazer com que nos uníssemos, em toda a jornada, a minha esperança não acabou, pois sei que com os meus amigos sempre vou conseguir fazer coisas que parecem ser impossíveis.