E O Avatar Resurge escrita por Nati


Capítulo 11
Capítulo 11 - Fuga


Notas iniciais do capítulo

Pode ser que esteja curto, mas acho que foi o capitulo com mais detalhes .-.



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  Meu desespero aumentou quando vi Ming caída na porta do quarto, ela não estava sangrando, quer dizer, não tinha marcas de furos ou cortes, só a cabeça estava machucada, deve ter sido jogada ou algo do tipo porque ela estava desmaiada.

  Ajoelhei-me perto dela e me certifiquei que estava respirando. Olhei para dentro do quarto e vi homens revirando o quarto, Lee e Meigh não estavam ali. Quando me viram na porta os homens sorriram e me seguiram. Corri para fora do palácio, não sabia se estava procurando ajuda ou procurando um lugar para lutar. Parei de correr quando cheguei á área de treino.

  -Não tem para onde correr Avatar. – o homem da esquerda falou.

  -Por que querem me matar? – deixei a minha expressão dura. – Vocês não podem matar o Avatar, ele ressurge!

  -Mas quem disse que queremos te matar? – o magro da direita sorriu.

  -E o que querem? – continuei firme.

  -Você vai nos ajudar a dominar o mundo, vai se tornar nossa representante. – ele continuou com o sorriso sarcástico.

  -Há! Que coisa engraçada! Vamos para a próxima piada. – ri de mentira.

  -Não estou brincando. Caso não quiser temos uma surpresinha aqui pra você. – o cara maior estalou os dedos e capangas apareceram segurando Masami, Meigh, Lee e Ming com os braços para trás, a boca amordaçada, os pés acorrentados e cada um com uma lamina no pescoço.

  Fiquei tão furiosa que minhas mãos se incendiaram, mas quando fui dar o golpe os capangas apertaram as facas nos pescoços dos meus amigos.

  -Não, não Avatar. Se tentar derrubar um, pode salvar ele, mas os outros morrem na hora. – ele fez o sinal de uma lâmina cortando o próprio pescoço.

  -Por que querem que eu ajude vocês?! – tentei manter as lágrimas dentro dos olhos, mas não estava conseguindo.

  O grandão chegou mais perto de mim e secou minhas lágrimas.

  -Por que você é o Avatar, todos vão te ouvir. – ele tentou dar um sorriso bondoso, mas pareceu mais uma careta.

  -Eu não vou ajudar vocês! – segurei a mão dele e torci até sentir a minha mãe esquentar de novo.

  -A EU ACHO QUE VAI! – o cara magro fez um sinal com a cabeça e o homem que segurava Massami.

  O homem subiu a faca e cortou a bochecha de Masami fazendo-o sangrar. Os olhos de Masami não estavam amedrontados e sim furiosos, se tirassem ele dali com certeza ele iria matar todos.

  -NÃO! – gritei. – Eu... – suspirei. – Eu ajudo vocês, se não fizerem nada com eles.

  -Isso é muito bom. – o magrelo disse sorrindo. – Agora levem os amiguinhos dela para as celas, vamos começar nossos planos por aqui.

  Fui levada a um quarto, deveria ser de alguém importante do palácio. Lembrei do rei e da corte, onde eles deveriam tê-los prendido.

  Tentei pensar em um plano pra escapar daquilo, mas não vinha nada. Masami estava ferido, as meninas estavam presas e eu de mãos atadas. Mas que coisa mais ridícula era essa?! Por mais que eu gostasse dos meus amigos, amasse Massami de mais eu tinha um compromisso com o mundo, acho que o melhor a fazer é fingir apoiar e mais pra frente pensar em algo.

  Durante a noite, depois do jantar pedi se podia ver meus amigos, pedi se poderia conversar com Masami antes de ir. Na verdade eu já tinha algo em mente.

  -Vá logo! E sem demora! – um guarda me jogou pra dentro da cela de Masami.

  Corri e o abracei, ele estava com pernas e braços presos sem poder se mover.

  -Eu estou aqui, eu vou te ajudar, vou tirar você daqui. – comecei a chorar.

  -Shii. – ele me olhou tranqüilo. – Você vai dar um jeito, sei disso. Agora eu só preciso que você fique aqui comigo um pouco. – ele sorriu com dor pelo corte no rosto.

  -Eu vou curar isso ai. – sequei minhas lágrimas. – Pode me dar um pouco d’água? – perguntei para o guarda.

  -É claro que não! – ele riu. – Pra você dobrar?

  -Eu quero curá-lo. – cheguei perto da grade com os olhos em fúria. Segurei a gola da camisa dele e o encarei de perto. – Me trás a água agora, eu quem vai dobrar ela sou eu, e vou dobrar o seu sangue! – gritei.

  Ele me olhou com medo e se retirou.

  Voltei para perto de Masami e tentei derreter as correntes.

  -Você sabe mesmo dobrar sangue? – ele me olhou assustado.

  -Não, mas sei assustar as pessoas. – sorri.

  -Isso é verdade. – ele sorriu também.

  Consegui romper uma corrente e passei rápido para a da mão direita. Estava confiante, crente de que aquilo daria certo até que ouvi passos. Parei de dobrar o fogo e fiz minha melhor cara de “brava” e fui até as grades. O guarda apareceu com uma bacia pequena de água.

  -Está bom? – ele me perguntou hesitante.

  -Está ótimo. – ele abriu a porta da cela e eu tomei a bacia de sua mão. – Obrigada.

  Me ajoelhei perto de Masami e dobrei a água no rosto dele.

  -O que vai fazer? – ele cochichou.

  -Quieto, mas tudo o que eu disser apenas confirme, e vai ter que inventar uma história bem convincente para o que eu vou falar. – tirei a água do rosto dele.

  Guardei um pouco dela no meu cantil que eu mantinha escondido a baixo da blusa e fui até o guarda.

  -Preciso que me faça mais um favor. – pedi.

  -O que quer? – ele perguntou desconfiado.

  -Tem algum pano? Ou você poderia se virar de costas? – pedi educadamente.

  -Pra que? – ele continuou olhando desconfiado.

  -É que Masami se machucou em um ponto bem delicado... E acho que você não gostaria de ver ele nu não é mesmo? – sorri.

  -E você vai ver? – ele arqueou as sobrancelhas.

  -Eu vou curar, e tem outra, ele é meu namorado. – tentei não rir.

  -Se você diz, mas por favor não dobre meu sangue, ouvi dizer que dói muito. – ele se encolheu.

  -Pode crer, dói demais. – estreitei os olhos.

  O guarda se afastou e ficou de costas.

  Fui até Masami e recomecei a derreter a corrente.

  -Que história foi essa? – ele sussurrou.

  -Fica quieto e dá um grito, de dor! – franzi a testa.

  Masami me olhou divertido e depois sorriu.

  -AHHH! ISSO AINDA TÁ DOENDO! – ele se controlava pra não rir.

  -FICA QUIETO! NÃO TEM COMO  EU ME CONCENTRAR COM VOCÊ GRITANDO! – gritei de volta.

  Abafamos o riso um pouco e a outra corrente se partiu.

  -Já terminou? – o guarda perguntou.

  -Não! – respondi.

  -CARAMBA ACHEI QUE ISSO NÃO DOÍA! AI! – Masami deu mais um grito.

  -NÃO DOERIA SE FICASSE MENOS TENSO!

  Continuamos o nosso teatrinho por alguns minutos e eu derreti as correntes. Mandei Masami ficar parado na mesma posição até eu fazer o guarda abrir a cela.

  -Eu já terminei. Acho que vou sair agora. – o chamei.

  -Tem certeza de que não precisa de mais nada? – ele veio até a cela.

  -Tenho sim, só quero sair. Tenho que falar com o estúpido do seu chefe. – fiz cara de nojo.

  -Tudo bem. – o guarda abriu a cela. – Pode sair.

  Sai e fiquei de frente com ele. Dei uma joelhada nos locais delicados e quando ele caiu lhe chutei a barriga.

  -Por que?! – ele se contorcia de dor.

  -Por que você está do lado errado! – respondi.

  Masami correu pra perto de mim, jogou o guarda na cela com a boca amordaçada e as mãos e pés presos.

  -Nunca acredite que o bem vai se juntar ao mal. Isso é tolice! – tranquei a cela e derreti a chave.

  Corri com Masami até a cela das meninas, mas ali a guarda estava em peso, mais ou menos uns cinco. Não sei direito, tenho por mim que eles tinham medo do olhar que Lee fazia quando estava a ponto de estourar, literalmente e fazer o calor de uma super-nova.

  -O que faremos? – sussurrei.

  -Acho melhor sairmos daqui, voltamos amanhã na troca de turnos, podemos nos disfarçar. – explicou Masami.

  -Tudo bem. Corra e se esconda. Nos encontramos amanhã ás oito, não se atrase! – o adverti e beijei a bochecha dele.

  -Não quero um beijo assim. – ele sorriu e me beijou na boca.

  Tentei empurrá-lo, mas ele era mais forte. Depois do beijo ele me olhou brincalhão.

  -Vai logo! Eu vou avisar as meninas. – o empurrei e ele saiu por uma das janelas.

  Respirei fundo e fui até os guardas.

  -Abram a cela. – mantive minha voz confiante.

  Os guardas me olharam se divertindo.

  -Quem é você? Não vamos abrir cela nenhuma! – o Guarda 1 ralhou.

  -Eu exijo que abram esta cela, ou eu conto para os seus chefinhos que desobedeceram as ordens do Avatar. – cheguei mais perto.

  Eles me olharam desconfiados e abriram a cela.

  -Muito obrigada! – esbarrei no Guarda 2 e entrei na cela olhando por cima do ombro.

  As meninas quando me viram abriram um sorriso que me deixou triste por dentro.

  -Nikki! – Ming exclamou.

  -Oi garotas, eu vim ver se estão bem, por que acho que se quiserem viver vão ter que ficar mais um pouco aqui. – pisquei e elas entenderam. – Mas venho lhes ver todos os dias.

  -Nikki, tente se cuidar e faça o que achar melhor. – disse Meigh.

  Cheguei mais perto delas e sussurrei:

  -Fiquem prontas, amanhã vamos vir te buscar.

  -“Vamos”? – Lee juntou as sobrancelhas. – Quem mais?

  -Soltei Masami, ele está escondido e vai me ajudar. – sorri.

  -Confiamos em você então. – Meigh sorriu.

  Fiquei de pé e bati a poeira dos joelhos.

  -Até amanhã meninas. Desculpa. – tentei deixar a voz triste.

  -Até... – Ming era a rainha do drama, até com uma simples palavra parecia que estava despejando um livro triste.

  Passei pelos guardas e segui até o saguão de reuniões do palácio. Amanhã seria o fim disso.


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