E O Avatar Resurge escrita por Nati
Notas iniciais do capítulo
Pode ser que esteja curto, mas acho que foi o capitulo com mais detalhes .-.
Meu desespero aumentou quando vi Ming caída na porta do quarto, ela não estava sangrando, quer dizer, não tinha marcas de furos ou cortes, só a cabeça estava machucada, deve ter sido jogada ou algo do tipo porque ela estava desmaiada.
Ajoelhei-me perto dela e me certifiquei que estava respirando. Olhei para dentro do quarto e vi homens revirando o quarto, Lee e Meigh não estavam ali. Quando me viram na porta os homens sorriram e me seguiram. Corri para fora do palácio, não sabia se estava procurando ajuda ou procurando um lugar para lutar. Parei de correr quando cheguei á área de treino.
-Não tem para onde correr Avatar. – o homem da esquerda falou.
-Por que querem me matar? – deixei a minha expressão dura. – Vocês não podem matar o Avatar, ele ressurge!
-Mas quem disse que queremos te matar? – o magro da direita sorriu.
-E o que querem? – continuei firme.
-Você vai nos ajudar a dominar o mundo, vai se tornar nossa representante. – ele continuou com o sorriso sarcástico.
-Há! Que coisa engraçada! Vamos para a próxima piada. – ri de mentira.
-Não estou brincando. Caso não quiser temos uma surpresinha aqui pra você. – o cara maior estalou os dedos e capangas apareceram segurando Masami, Meigh, Lee e Ming com os braços para trás, a boca amordaçada, os pés acorrentados e cada um com uma lamina no pescoço.
Fiquei tão furiosa que minhas mãos se incendiaram, mas quando fui dar o golpe os capangas apertaram as facas nos pescoços dos meus amigos.
-Não, não Avatar. Se tentar derrubar um, pode salvar ele, mas os outros morrem na hora. – ele fez o sinal de uma lâmina cortando o próprio pescoço.
-Por que querem que eu ajude vocês?! – tentei manter as lágrimas dentro dos olhos, mas não estava conseguindo.
O grandão chegou mais perto de mim e secou minhas lágrimas.
-Por que você é o Avatar, todos vão te ouvir. – ele tentou dar um sorriso bondoso, mas pareceu mais uma careta.
-Eu não vou ajudar vocês! – segurei a mão dele e torci até sentir a minha mãe esquentar de novo.
-A EU ACHO QUE VAI! – o cara magro fez um sinal com a cabeça e o homem que segurava Massami.
O homem subiu a faca e cortou a bochecha de Masami fazendo-o sangrar. Os olhos de Masami não estavam amedrontados e sim furiosos, se tirassem ele dali com certeza ele iria matar todos.
-NÃO! – gritei. – Eu... – suspirei. – Eu ajudo vocês, se não fizerem nada com eles.
-Isso é muito bom. – o magrelo disse sorrindo. – Agora levem os amiguinhos dela para as celas, vamos começar nossos planos por aqui.
Fui levada a um quarto, deveria ser de alguém importante do palácio. Lembrei do rei e da corte, onde eles deveriam tê-los prendido.
Tentei pensar em um plano pra escapar daquilo, mas não vinha nada. Masami estava ferido, as meninas estavam presas e eu de mãos atadas. Mas que coisa mais ridícula era essa?! Por mais que eu gostasse dos meus amigos, amasse Massami de mais eu tinha um compromisso com o mundo, acho que o melhor a fazer é fingir apoiar e mais pra frente pensar em algo.
Durante a noite, depois do jantar pedi se podia ver meus amigos, pedi se poderia conversar com Masami antes de ir. Na verdade eu já tinha algo em mente.
-Vá logo! E sem demora! – um guarda me jogou pra dentro da cela de Masami.
Corri e o abracei, ele estava com pernas e braços presos sem poder se mover.
-Eu estou aqui, eu vou te ajudar, vou tirar você daqui. – comecei a chorar.
-Shii. – ele me olhou tranqüilo. – Você vai dar um jeito, sei disso. Agora eu só preciso que você fique aqui comigo um pouco. – ele sorriu com dor pelo corte no rosto.
-Eu vou curar isso ai. – sequei minhas lágrimas. – Pode me dar um pouco d’água? – perguntei para o guarda.
-É claro que não! – ele riu. – Pra você dobrar?
-Eu quero curá-lo. – cheguei perto da grade com os olhos em fúria. Segurei a gola da camisa dele e o encarei de perto. – Me trás a água agora, eu quem vai dobrar ela sou eu, e vou dobrar o seu sangue! – gritei.
Ele me olhou com medo e se retirou.
Voltei para perto de Masami e tentei derreter as correntes.
-Você sabe mesmo dobrar sangue? – ele me olhou assustado.
-Não, mas sei assustar as pessoas. – sorri.
-Isso é verdade. – ele sorriu também.
Consegui romper uma corrente e passei rápido para a da mão direita. Estava confiante, crente de que aquilo daria certo até que ouvi passos. Parei de dobrar o fogo e fiz minha melhor cara de “brava” e fui até as grades. O guarda apareceu com uma bacia pequena de água.
-Está bom? – ele me perguntou hesitante.
-Está ótimo. – ele abriu a porta da cela e eu tomei a bacia de sua mão. – Obrigada.
Me ajoelhei perto de Masami e dobrei a água no rosto dele.
-O que vai fazer? – ele cochichou.
-Quieto, mas tudo o que eu disser apenas confirme, e vai ter que inventar uma história bem convincente para o que eu vou falar. – tirei a água do rosto dele.
Guardei um pouco dela no meu cantil que eu mantinha escondido a baixo da blusa e fui até o guarda.
-Preciso que me faça mais um favor. – pedi.
-O que quer? – ele perguntou desconfiado.
-Tem algum pano? Ou você poderia se virar de costas? – pedi educadamente.
-Pra que? – ele continuou olhando desconfiado.
-É que Masami se machucou em um ponto bem delicado... E acho que você não gostaria de ver ele nu não é mesmo? – sorri.
-E você vai ver? – ele arqueou as sobrancelhas.
-Eu vou curar, e tem outra, ele é meu namorado. – tentei não rir.
-Se você diz, mas por favor não dobre meu sangue, ouvi dizer que dói muito. – ele se encolheu.
-Pode crer, dói demais. – estreitei os olhos.
O guarda se afastou e ficou de costas.
Fui até Masami e recomecei a derreter a corrente.
-Que história foi essa? – ele sussurrou.
-Fica quieto e dá um grito, de dor! – franzi a testa.
Masami me olhou divertido e depois sorriu.
-AHHH! ISSO AINDA TÁ DOENDO! – ele se controlava pra não rir.
-FICA QUIETO! NÃO TEM COMO EU ME CONCENTRAR COM VOCÊ GRITANDO! – gritei de volta.
Abafamos o riso um pouco e a outra corrente se partiu.
-Já terminou? – o guarda perguntou.
-Não! – respondi.
-CARAMBA ACHEI QUE ISSO NÃO DOÍA! AI! – Masami deu mais um grito.
-NÃO DOERIA SE FICASSE MENOS TENSO!
Continuamos o nosso teatrinho por alguns minutos e eu derreti as correntes. Mandei Masami ficar parado na mesma posição até eu fazer o guarda abrir a cela.
-Eu já terminei. Acho que vou sair agora. – o chamei.
-Tem certeza de que não precisa de mais nada? – ele veio até a cela.
-Tenho sim, só quero sair. Tenho que falar com o estúpido do seu chefe. – fiz cara de nojo.
-Tudo bem. – o guarda abriu a cela. – Pode sair.
Sai e fiquei de frente com ele. Dei uma joelhada nos locais delicados e quando ele caiu lhe chutei a barriga.
-Por que?! – ele se contorcia de dor.
-Por que você está do lado errado! – respondi.
Masami correu pra perto de mim, jogou o guarda na cela com a boca amordaçada e as mãos e pés presos.
-Nunca acredite que o bem vai se juntar ao mal. Isso é tolice! – tranquei a cela e derreti a chave.
Corri com Masami até a cela das meninas, mas ali a guarda estava em peso, mais ou menos uns cinco. Não sei direito, tenho por mim que eles tinham medo do olhar que Lee fazia quando estava a ponto de estourar, literalmente e fazer o calor de uma super-nova.
-O que faremos? – sussurrei.
-Acho melhor sairmos daqui, voltamos amanhã na troca de turnos, podemos nos disfarçar. – explicou Masami.
-Tudo bem. Corra e se esconda. Nos encontramos amanhã ás oito, não se atrase! – o adverti e beijei a bochecha dele.
-Não quero um beijo assim. – ele sorriu e me beijou na boca.
Tentei empurrá-lo, mas ele era mais forte. Depois do beijo ele me olhou brincalhão.
-Vai logo! Eu vou avisar as meninas. – o empurrei e ele saiu por uma das janelas.
Respirei fundo e fui até os guardas.
-Abram a cela. – mantive minha voz confiante.
Os guardas me olharam se divertindo.
-Quem é você? Não vamos abrir cela nenhuma! – o Guarda 1 ralhou.
-Eu exijo que abram esta cela, ou eu conto para os seus chefinhos que desobedeceram as ordens do Avatar. – cheguei mais perto.
Eles me olharam desconfiados e abriram a cela.
-Muito obrigada! – esbarrei no Guarda 2 e entrei na cela olhando por cima do ombro.
As meninas quando me viram abriram um sorriso que me deixou triste por dentro.
-Nikki! – Ming exclamou.
-Oi garotas, eu vim ver se estão bem, por que acho que se quiserem viver vão ter que ficar mais um pouco aqui. – pisquei e elas entenderam. – Mas venho lhes ver todos os dias.
-Nikki, tente se cuidar e faça o que achar melhor. – disse Meigh.
Cheguei mais perto delas e sussurrei:
-Fiquem prontas, amanhã vamos vir te buscar.
-“Vamos”? – Lee juntou as sobrancelhas. – Quem mais?
-Soltei Masami, ele está escondido e vai me ajudar. – sorri.
-Confiamos em você então. – Meigh sorriu.
Fiquei de pé e bati a poeira dos joelhos.
-Até amanhã meninas. Desculpa. – tentei deixar a voz triste.
-Até... – Ming era a rainha do drama, até com uma simples palavra parecia que estava despejando um livro triste.
Passei pelos guardas e segui até o saguão de reuniões do palácio. Amanhã seria o fim disso.
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