You Got A Hold Of Me escrita por leanaticmont


Capítulo 38
Capítulo 038 - O fim dos segredos.




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Mamãe? - Rachel chamou em voz alta após fechar a porta, o sol já estava se pondo. E um clique se fez na sua mente, a morena levou a mão a boca.

Joey Parker. Ela havia se esquecido totalmente que o psicólogo ia espera-lá em casa após o colégio, o pessoal do coral havia demorado no orfanato e logo depois foram para uma sorveteria, ainda esticaram o passeio para uma praça próxima onde passaram boa parte da tarde.

Sua mãe foi até um ateliê no centro, já começam os preparativos para o casamento. - Joey apareceu saindo da sala, Rachel ruborizou um pouco.

Desculpe-me, doutor Parker. - disse a morena - Tive um...

Sua mãe me explicou tudo, eu acabei de voltar. - o homem sorriu e apontou para a sala - Podemos?

Aí não. - Rachel disse apertando o casaco sobre o corpo e apontou para o corredor ao lado da escada - Vamos para perto da piscina, vou me sentir mais confortável.

O homem concordou com a cabeça e abriu espaço para a garota passar, foi o que aconteceu. O caminho foi em inteiro silêncio. Rachel sentia-se atravessando um corredor da morte, ou algo parecido, tudo a puxava para um lado, eram as vozes do nervosismo lhe mostrando suas opções naquela situação.

Mentir. Falar a verdade. Correr. Gritar. Chorar.

Nada disso, ela queria e precisava ir até o fim. Ela pediu pelo psicólogo para o quanto antes pudessem falar, ela queria ir ao fim daquilo tudo.

Aconteceu algo que eu deva saber, Rachel? - o doutor perguntou calmamente após sentar-se em uma cadeira em frente a de Rachel, uma mesa redonda de vidro transparente os separavam.

A morena olhou para a piscina que estava próxima, a água cristalina, as cadeiras em volta, a brisa que tocava o seu rosto e que ao tocar os arbustos e árvores fazia um som baixo, calmo. Ela respirou fundo antes de encarar o psicólogo nos olhos.

Eu não consigo ir para a cama com a Quinn. - o homem fez menção de falar, mas rapidamente a morena continuou - E eu quero isso. Eu me sinto muito pronta e a amo demais. Só que eu não consigo não pensar no que me aconteceu, eu o vejo em todos os sentidos. Os toques, os movimentos. Eu o vejo.

Os olhos expressivos colocavam para fora toda a dor e a raiva que se misturavam no interior da morena. A garota pegou ar e o gomem se permitiu ficar calado, apenas ouvindo o relato.

O senhor está pronto para ouvir? - a morena perguntou com os olhos conectados ao do médico.

Você está pronta para falar? - o homem perguntou, Rachel acenou com a cabeça - Pode começar, Rachel. - incentivou.

Rachel suspirou cansada apenas pelo esforço emocional.

Eu havia voltado de um acampamento de verão da escola com uma intensa dor no estômago. Algo que preocupou meu pai e ele exigiu, por telefone, que minha mãe me levasse até um médico e ela o fez. Fui diagnosticada com uma infecção no estômago, tudo devido uma competição de quem comia mais hamburger de carne. Santana, minha melhor amiga na época e que foi comigo nesse acampamento, havia me inscrito sem que eu soubesse e tive que participar no final. E por isso me tornei vegetariana. - a garota lambeu os lábios, seus olhos em contato com os do psicólogo - Então, passei três dias no hospital, meu pai tinha vindo ficar comigo por dois dias, mas precisou voltar por conta do trabalho no escritório dele, e ele só foi quando tive alta. O médico recomendou que eu não fosse para a escola aquela semana e tudo bem, eu respeitaria aquilo, pois não queria mais vomitar em ninguém. Meu pai informou que voltaria para passar o fim de semana comigo e eu me animei, mas tive uma recaida.

Rachel fechou os olhos deixando algumas lágrimas escaparem, o doutor Parker se manteve firme e não disse uma palavra. A morena respirou fundo e voltou a fazer contato visual.

O novo namorado da minha mãe, mais novo que ela alguns anos, estava vindo a nossa casa todos os dias para ficar comigo. Minha mãe foi professora de um coral na cidade vizinha, foi assim que ela acabou conhecendo o senhor Schuester em meio a tudo isso e eles eram amigos. - Rachel tomou ar - O namorado da minha mãe era uma pessoa confiável e legal até então, havia conquistado o meu pai. Para o meu pai, se ele buscava algo novo, como se envolver com homens, minha também também podia buscar algo novo, como se envolver com homens mais novos. O problema é que sabiamos pouco dele, ele havia terminado a faculdade, UCLA, e estava tendo problemas com o seu diploma, isso o fazia ter que ir até a universidade várias vezes e passar alguns dias por lá. Mas ainda assim ele era um cara legal pra minha mãe. - a morena sorriu entre lágrimas, sem humor, tentava enxugar inutilmente algumas lágrimas de seu rosto - Então a sexta-feira chegou, tinha um grande jogo na tv e ele como sempre vinha para a nossa casa assistir os jogos na imensa tv, trouxe bebidas e prometeu a minha mãe que não me incomodaria em nada. Mas eu havia passado mal durante todo aquele dia, o que fez meu pai adiantar a viagem para aquela noite mesmo, e acabei vomitando sobre minhas roupas várias vezes, em uma dessas vezes acabei entrando no banheiro sem a blusa do pijama e ele estava lá, minha mãe me acompanhava, mas mesmo assim eu senti algo estranho no olhar dele pra mim, só que ele acabou sendo tão atencioso e cuidadoso em ajudar a cuidar de mim naquele momento que esqueci de comentar com a minha mãe. Eramos bastante cúmplices.

Rachel tampou a boca com as mãos e soluçou deixando o choro alcança-lá, o doutor Parker tirou os óculos para massagear o canto dos olhos. Ele havia notado que a garota não conseguia expressar-se bem quando alguém interrompia o que ela tinha para falar, devia deixa-lá colocar tudo para fora.

Minha mãe veio se despedir de mim antes de ir até o aeroporto, ela disse que não demoraria muito, meia hora no máximo e me disse que o namorado dela estava vendo tv e que ia trancar a porta do meu quarto para ninguém me perturbar. Foi o que ela fez e eu, por algum motivo estranho, não conseguia mais ficar tranquila. - Rachel desviou o olhar novamente para a piscina, na sua cabeça tudo era repassado detalhadamente - O desconforto no estômago seguia terrível, resolvi virar para a parede e assim fiquei de costas para a porta. O quarto estava escuro e na parede nada acontecia, mas quando uma pequena linha clara surgiu na parede comecei a me perguntar se minha imaginação não me pregava alguma peça, mas foi então que a pequena linha se transformou na sombra da silhueta de um homem apareceu nela que eu... - a morena soluçou e apertou os lábios, mantendo as lágrimas contidas em seus olhos, ela respirou fundo voltando a olhar para o psicólogo - Comecei a me perguntar se havia dormido, a garrafa de bebida nas mãos dele me aterrorizava e quando eu virei... ele... ele veio pra cima de mim e...

A morena levantou-se de sua cadeira indo em direção ao psicólogo, Joey afastou-se da cadeira para se por de pé e abraçou a garota. Rachel chorava compulsivamente, afundando o rosto no peito do homem, seus braços o rodearam com força e o doutor apenas abraçou-a para mostrar que tinha alguém ali.

Rachel... - o homem chamou após algum tempo, mas a garota apenas soluçou em resposta e um murmurou inaudível escapou dela - Veja, tente se acalmar, sim? Tranquilize-se e termine de colocar tudo para fora, isso vai te deixar mais aliviada, afinal não estou aqui para te julgar e sim ajudar. Ele conseguiu tocar em você? - o doutor perguntou de forma suave.

Rachel apenas confirmou com a cabeça após se afastar do homem, a garota abraçou o próprio corpo.
    Lembre-se da Quinn. - o homem disse suavemente - Lembre-se do quanto ela te acalma, lembro que já falamos disso. Quinn te acalma automaticamente, lembre-se que tem ela em sua vida.

A garota soluçou ao lembrar da loira, do sorriso, do olhar, da tarde mágica que passaram no orfanato. Aquilo ia lhe acalmando e as batidas do seu coração quase entravam em normalidade, porém ainda assim Rachel apertou os braços em volta do próprio corpo.

Agora pode me dizer como seguiu tudo? - pediu o doutor Parker.

A morena negou com a cabeça após voltar a ter contato visual com o homem. Estava voltando a se bloquear, a levantar muralhas em volta de si. Rachel estava sentindo-se invadida e por um homem, esse por sinal limpou a garganta.

Rachel, acalme-se. Tenha em mente que estou para te ajudar. - disse o doutor Parker tentando acalmar a garota - Tenho dois meninos, Rachel. Jeff e Elliot, lembra que já te mostrei uma foto deles? - Rachel concordou com a cabeça ainda mantendo o contato visual - Não se perca, não me trate como trata o senhor Schuester ou qualquer outro homem. Eu estou aqui para te ajudar... Rachel, não.

Era tarde, a garota apertou mais forte os braços em torno do próprio corpo e correu para dentro da casa. O doutor Parker respirou fundo, tentaria que contentar-se com aquilo por enquanto.

A garota havia passado tanto tempo repetindo para si própria que nada havia acontecido, ou que não tinha lhe atingido tanto, que agora era difícil encarar o ocorrido. Tinha passado tanto tempo fugindo, que agora era doloroso voltar aquele tempo. Onde as coisas haviam se dividido e ela havia mudado tanto.

A mudança que Santana havia comentado. Ela havia se tornado tão inacessível, os sonhos da Broadway e seguir os passos da mãe haviam se perdido em algum lugar do passado, onde ela tentava levantar da cama após passar uma noite inteira tendo pesadelos com aquela sombra na parede. Onde ela tentava se convencer que tudo havia sido um sonho, que sua mãe nunca havia lhe deixado só e a mágoa começar a crescer, lhe afastando da mãe. Então, criando uma barreira com todos e qualquer namorado de sua mãe, sempre se colocando desconfiada de todos eles, sendo que a mulher havia tido apenas mais um após o que lhe havia feito tanto mal e antes do senhor Schuester. Ela não conseguia mais confiar em nenhum deles, ela demonstrava toda sua repulsa com eles.

E tudo aquilo foi lhe incentivando, dia após dia, a conhecer o outro lado, a se interessar por garotas. Elas eram doces, não conseguiam fazer mal umas as outras, elas eram realmente mágicas. Nunca uma garota tentaria algo tão ruim com ela. Quinn jamais tentaria, ela nunca a faria mal.

Com o turbilhão de emoções e pensamentos rondando sua cabeça, Rachel dormiu em meio as lágrimas, a porta trancada, ignorando inclusive os pedidos de sua mãe para abrir a porta. Ela certamente estava apar do que podia saber e devia ter sido aconselhada pelo psicólogo a tentar conversar.

Ela não queria falar com ninguém naquele momento, tudo o que confortava sua mente era que no próximo dia, finalmente, estaria apresentando a todos sua namorada. Ela estaria feliz.

Somente mais um dia para alcançar a felicidade.

Ok, Santana, me explica direito. Como assim furaram o seu pneu? - Quinn perguntou pelo telefone.

Um filho da puta, um maldito trombadinha usou alguma porra afiada e furou meus quatro pneus novos. Eu vou matar o desgraçado, arrancar o coração dele fora e lamber um sorvete enquanto vejo aquela bola horrível e vermelha dar as últimas batidas. Entendeu, Fabray? - Santana disse furiosa e chutou o pneu do carro.

Você me deu medo. - Quinn murmurou.

É para dar medo Quinn, tenho duas caixas com bandeirinhas e bottons. Como levo toda essa quinquilharia agora? - urrou a latina chutando o pneu novamente.

Simples. Ligo pro Blaine e falo pra ele ir te pegar. - a loira disse antes de respirar fundo e passar as mãos no cabelo.

Quinn assim ele sai da sua rota, como vai te pegar sem que nos atrasemos? - Santana perguntou furiosa.

Santana não se preocupe comigo, vou ligar pra ele e mando te pegar. Pego o carro da Frannie e vou pro colégio, tranquila? - zombou a loira.

Certo, ok, mas lembre-se de não se atrasar. Estou a espera do gelnio, adeus Barbie. - resmungou a latina desligando o telefone.

Ela está furiosa. - Quinn falou consigo mesma antes de sentar-se na cama e apertar os números de Blaine no celular, a loira respirou fundo - Olá, Blaine.

Ei, Quinn, olhe já estou de saída, me atrapalhei um pouco no banho. - o garoto se desculpou.

Tudo bem Blaine, mas eu te ligo para desviar o caminho e ir até a Santana, ela está sem carro. - disse Quinn.

Como? O que houve? - o garoto perguntou confuso.

Parece que alguém furou os pneus do carro dela. - a loira deu de ombros.

Os quatro? - perguntou Blaine.

Exatamente. - Quinn respondeu.

Olha, eu estou indo então... - o barulho de alarme de carro denunciou o que o garoto fazia - Nos vemos na escola? - perguntou Blaine.

Se nada me acontecer no caminho, nos vemos lá. - Quinn brincou provocando a risada do amigo - Até logo, Blaine.

Até mais, Quinn. Te cuida. - o garoto se despediu e a ligação foi finalizada.

A loira jogou o celular para o lado e respirou fundo. Não havia acordado bem aquela manhã, estava nervosa, eleição estudantil, revelar seu namoro e ter que ver a reação de Rachel, pois se a namorada achava que tudo seguiria igual, ela devia se preparar para apoia-lá.

Com os nervos mais relaxados Quinn pediu o carro de Frannie e partiu para o colégio, ela esperava não demorar mais que os vinte minutos que sempre levava até o McKinley, mas uma caminhonete preta apareceu em seu caminho. De repente, a caminhonete tomou a outra pista, vindo em direção ao carro da loira. Milhares de suposições lhe atingiram até a garota virar o volante para o lado contrário, o carro derrapou só parando quando os pneus laterais bateram na calçada e assim o automóvel parou.

Os airbags foram ativados e Quinn podia sentir um líquido com cheiro de ferrugem escorrer pela sobrancelha, os dedos procuraram sua testa, mas o cheiro claro de sangue já lhe davam ideia de que havia se machucado. A loira abriu a porta do carro e pulou para fora dele. Seu corpo pesado, as mãos trêmulas e suando frio, a garota jogou-se sentada na calçada, mas então uma enorme sombra apareceu no chão e sobre ela.

Quinn ergueu a cabeça e jurou que ia desmaiar, mas por conta de ver Finn Hudson sobre ela do que pelo modo violento que havia virado a cabeça.

Devia prestar mais atenção no trânsito e não esperar até o último momento. - Finn sorriu com falsa doçura, uma camisa preta com a manga enrolada, calça jeans e aqueles óculos cobrindo os olhos.

O que? - Quinn perguntou ainda tonta, a garota lambeu os lábios e olhou para o outro lado da rua, mais duas quadras e estava no colégio, ela voltou a encarar Finn - Como se livrou da polícia?

Dinheiro. Brechas na lei. Falhas da coleta do depoimento. Advogados corruptos. Juízes corruptos. Sabe como é né, seu pai deve ter comentado alguma coisa com você de como ele fazia isso. - Finn sorriu ainda mais e Quinn se colocou de pé em um pulo.

Lava a sua boca pra falar do meu pai. - ameaçou a loira sentindo a tontura piorar, seus olhos se apertaram devido a dor na testa, ela puxou o casaco do corpo e tentou estancar o ferimento na testa com ele.

Seu pai era um juiz corrupto, Quinn. - Finn disse com irônia - Um pouco de dinheiro ao viciado do doutor Puckerman e ele cuspiu tudo o que sabia. Parabéns, seu pai fazia coisas horríveis.

O garoto sentiu ambas as mãos da garota em seu peito e empurra-ló.

Senão calar a sua boca, eu vou acabar com você. - urrou a loira.

Você e sua mãe descobriram isso não foi? Deixe-me adivinhar... - Finn afastou-se alguns passos para trás - O senhor Puckerman faliu e seu pai não pode fazer nada por ele, o vagabundo invadiu sua casa e contou algumas verdades sobre o seu pai. Por exemplo, que ele cobria vários ladrões, políticos e até pessoas poderosas que abusavam de crianças. - o garoto riu e Quinn gemeu ao sentir a cabeça latejar - Por isso não fala muito dele não é? Te dói ver que o herói caiu, não é isso mesmo?

Finn... cala a boca. - a loira ameaçou com a voz fraca.

Calma, deixe-me continuar. - repreendeu o garoto de forma dura - Então, sua mãe meio que saiu de casa e foi para um lugar longe, ficar na casa de parentes, seu pai te disse que iria busca-lá e que quando chegasse ele explicaria tudo. - Quinn deixou as lágrimas se mostrarem - Certamente eles brigavam no volante, não é Quinn? Agora eu me pergunto, será que eles discutiam e o seu pai perdeu o controle? Ou sua mãe só não aguentava mais um segundo vivendo com aquilo?

Um soco desajeitado acertou o peito do garoto, ele gemeu, mas riu e Quinn chorava compulsivamente.

Meu pai confiou no senhor Puckerman, meu pai o deu tudo para montar um escritório e o cara faliu por conta própria, pelo vicio e por ser fraco. Mas ainda está certo, meu pai foi um lixo. - Quinn gritou para Finn e algumas lágrimas escorriam em seu rosto - Não dá para confiar em alguém depois que ela joga tudo o que construíram no lixo, como se não tivessem levado tempo e problemas demais para chegar ali. Aquele homem não devia ter feito as coisas daquele modo.

Ainda não muda o fato que Quinn Fabray é filha de um juiz ladrão e de uma mãe louca, porque acabar com a própria vida é muita insanidade. - Finn zombou com a voz louca, ignorando o desabafo da garota, ele parecia uma maníaco.

A loira cuspiu no rosto de Finn e logo em seguida o garoto acertou um tapa no rosto da garota, ele gargalhou ao escutar o soluço da loira.

Fizeram da minha vida um inferno porque eu era alto demais e lento demais. - Finn deixou as lágrimas alcançarem seus olhos - Bullying, Quinn. Bullying. Você sabe o que é passar a sua infância sendo apontado como a criança estranha, pelo simples fato de ser gordo, usar óculos e ser alto demais? Sabe? - o garoto gritou - E Santana sempre esteve lá, junto com aquela vadia da Rachel atrás dela.

Eu sei Finn! - a garota gritou para o garoto, seus olhos duros - Eu sei muito bem o que é ser a garota ruiva, nariz estranho, gorda e que usa óculos! - ela completou aos gritos, o garoto alto engoliu saliva - Você acha que teve problemas? Sério, Finn? Metade da população americana sofreu com Bullying uma vez na vida, mesmo que por brincadeira dos amigos. Algumas se matam Finn, algumas não aguentam essa maldita pressão e se matam. - a garota disse limpando a testa e jogando o casaco vermelho em qualquer canto, ela respirou fundo e encarou o garoto que estava contorcido em dor - Você não precisa de uma prisão. Você precisa de um centro médico, porque você é louco. Você se perdeu no meio de tudo isso, entre a sede de vingança e o terrorismo que você passava, você perdeu o seu juízo.

É horrível não ter nada, nem quando você se esforça. - Finn murmurou para a garota.

Quinn sentiu um chute no estômago. E uma culpa surreal lhe atingia.

Você só me faz isso porque de um modo ou outro, eu estaria aqui. - a loira murmurou secando uma lágrima - De um modo ou outro, eu me apaixonaria pela Rachel e ela por mim. Não é? Apesar da humilhação, você se apaixonou por ela. E sabe por que? Porque você via a verdadeira Rachel, escondida atrás de toda a pressão social.

Ei, o que houve aqui? - um homem perguntou se aproximando dos jovens, Quinn virou o rosto e viu que já tinham muitas pessoas em sua volta.

Jovens. Adultos. Crianças. Todos observando atentamente, as crianças abraçadas as suas mães, os jovens dividios entre espanto e outros com revolta. O homem era loiro, uma barba por fazer e tinha uma calça social preta junto uma camisa social branca.

Garota, sente-se bem? - o homem se aproximou de Quinn - Sou médico, doutor Thomas, deixe-me ver isso... - o doutor tocou o corte da loira, ela gemeu, logo o homem virou-se para Finn - E você fique quieto, já liguei para a polícia.

Adeus, Quinn. - Finn disse para a loira que o encarou - Talvez um dia eu me arrependa, porque somos iguais. Mas como você disse, eu me perdi. - o moreno apertou o óculos no rosto e deu as costas ao doutor que gritava com ele - E corra para a escola, tenho uma última surpresa. - completou Finn antes de subir na caminhonete preta e sair dali.

Quinn entrou em um mundo paralelo e por isso permitiu que o doutor Thomas cuidasse do seu corte, mais vizinhos se aproximaram para oferecer ajuda a garota. Mas a loira estava desconectada de tudo, apenas quando lembraram da polícia e mencionaram a hora, Quinn se apressou em deixar o lugar com o seu carro, certamente todos ali falariam tudo o que houve e o seguro cobriria qualquer problema com o carro.

E corra para a escola, tenho uma última surpresa.

As lágrimas iam atrapalhando a visão de Quinn, mas em cada oportunidade enxugava os olhos com as mangas da blusa e só parou no estacionamento do McKinley. Ignorando suas coisas, a loira disparou para dentro da escola.

Ao empurrar as portas de entrada Quinn já podia notar que era grande, o corredor estava amontuado. Pouco a pouco todos iam a notando e abriam espaço para ela, a loira sentia-se estranhamente deslocada. Seja lá o que a esperasse, já começava a fazer mal. Ela cessou seus passos em um determinado ponto e todos abriam espaço para a garota.

No meio de todos aqueles alunos, Rachel estava com o rosto coberto por lágrimas, os braços apertando o próprio corpo, os olhos presos a algo no mural de informação do colégio. Onde geralmente a principal folha do jornal do colégio era presa.

Rachel virou o rosto e percebeu a loira ali, Quinn deixou os olhos se encherem de lágrimas e avançou até a garota.

Um som alto e chocante cortou o silêncio, também a tensão.

Tudo parecia tão doloroso.

O rosto de Quinn estava virado para o lado, a bochecha pálida ficando em um vermelho brilhante, Rachel respirava ofegante, segurando o pulso. Havia sido um tapa estrondoso que havia dado na loira.

Você não presta. Vocês não prestam. - murmurou Rachel em meio a tanta dor e começou a abrir espaço para sair dali, passando por entre os alunos direto para a saída.

Quinn andou até o mural e começou a ler linha por linha do que tinha ali.

"Rachel Berry derrotada pelo coração!

Para provarmos que Rachel Berry não está o suficientemente pronta para assumir o posto de presidente de turmas, nós, do grupo do jornal, resolvemos fazer uma aposta e provar isso. Quinn Fabray foi a eleita para infiltrar no coração da capitã das Cheerios, não levou muito tempo para termos a animadora rendida aos pés da notava.

Afinal, quem era a grande lésbica mesmo? Rachel pediu Quinn em namoro por duas, a primeira vez Quinn recusou, estrategicamente, fazendo com que a animadora corresse atrás dela. Na segunda, era a hora de aceitar e preparar tudo para o grande final. A festa a fantasia, lá tivemos a cereja do nosso bolo de creme.

Acompanhem nas fotos abaixo que tudo o que falamos é a mais pura verdade.

Créditos a Quinn Fabray."

Logo abaixo do texto haviam várias fotos das garotas aos beijos e por última, uma foto das duas fantasiadas e no quarto de Rachel.

A loira cobriu a boca e deixou as lágrimas continuarem a escorrer dos seus olhos, ela não se moveu nem ao sentir os fortes braços de Blaine lhe abraçarem e lhe tirarem dali.

Ela estava tão quebrada. Elas estavam quebradas.


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Notas finais do capítulo

Ia contar uma história engraçada de mim, minha mãe e meu cereal, mas deixa pra lá. E sim, eu mudei o nome do capítulo e sim, eu estou com medo de morrer agora.