New Morning escrita por marcusabreu


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Algo aleatório que eu escrevi meio que por acidete para uma outra fic, mas não deu muito certo.....



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Uma nova camada de neve se abatera sobre a cidade cobrindo-a de um branco renovado e frio. O gelo derretia-se conforme, pouco a pouco, a noite escura cedia, ao fraco sol matinal, lugar em mais um dia turbulento e agitado. Ao longo das ruas, pedestres e mais pedestres se amontoavam aos carros e aos caminhões em um burburinho frenético e constante que as janelas falhavam em manter afastado. Dentro do pequeno apartamento bagunçado e sujo dormiam, agasalhados sob lençóis grossos e cobertores quentes, dois viajantes da vida, dois sobreviventes do tempo; encolhidos e afastados enquanto aguardavam pela hora de despertar seus corpos cansados.

Houve um tempo, há muito tempo, em que manhãs assim eram feitas para as mentes preguiçosas e para os corpos velhos de pessoas ricas, mas hoje, mais cedo do que gostaria, o Way mais novo fora despertado por um chamar insólito de sua consciência, um grito gutural e primitivo do fundo de sua mente, Mikey Way fora acordado por um sonho. Não um sonho qualquer, fora um sonho estranho. Contudo, ainda assim não apenas outro como pisar em tomates saltitantes e pervertidos, voadores e rosas; era mais. Ele pensou sobre isso por alguns segundos, sentado na cama, descamisado e sonolento enquanto coçava a cabeça despenteada e suja, e alongava os braços acima dos ombros, não!, era bem mais. Foi então, como que por um estralo que, Mikey James Way percebeu o que havia de tão estranho em seu sonho: Não era um sonho, era uma lembrança. Mas seria realmente Verdadeira?

Recordava-se vagamente dela, como uma viagem louca demais causada por caretice de menos, ainda assim, mesmo que o ácido que conseguira fosse realmente tão bom como disseram, pensou Mikey percebendo-se também sem calças, algo tão absolutamente bizarro não poderia ter sido produzido por uma cabeça como a sua. Entretanto, se não havia sido um sonho, e não era uma falsa memória, como chegou vagamente a acreditar. Seu coração bateu forte por alguns instantes até imaginar mais um motivo para ter sido acordado em tal manhã. Aquela não era sua memória, não! Absolutamente! Agora tudo estava claro, ela estava lá, obviamente ou não teria se lembrado dela e nisso qualquer um pode pensar, Não! Havia uma boa explicação para isso: era uma memória implantada. Mas por que?

A televisão hora essa! Absolutamente, ele havia visto algo assim na televisão e, louco como estava, ela simplesmente pulou em sua mente como um coelho levado e cheio de libido, dançando e pulando entre seus lobos temporais, utilizando seu singulado como escorregador, e agora nesse momento dormia suavemente sob seus tálamos, atrás de suas amídalas, em seu hipocampo. Isso sim era uma explicação e tanto, refletiu ainda sentado na cama, agora, descobrindo-se nu. Não nu, NU; pelado e só.

Ainda assim, mesmo essa teoria era uma farsa, e logo descobriu isso, tão logo olhou para o chão do quarto, perto da cama e ao lado do armário, ao ver uma garrafa de Bud tombada e vazia próxima a uma grande possa molhada no tapete. Sim, ele estava na América. Não na França, América! E isso significava apenas uma coisa, censura. Mesmo para o pornô eles tinham censura. Mexicana transando com cavalos? OK! Gêmeas siamesas tailandesas masturbando um cadáver. Manda ver! Lésbicas norueguesas coprofílicas? Para isso inventaram internet, mas aquilo não! Não na terra do tio Sam. Ponto final. Era sim real e pensando bem, nada que não tivesse feito antes.

Fuck! Ele pensou, agora sim, parabéns Mikey, agora você ferrou com tudo de vez, agora sim meteu os pés pelas mãos e não tem ninguém para culpar! Se achava um grande garoto, não é mesmo! Claro, o cara bonzinho, o que fora usado pelo malvado e cruel causador de seu sofrimento. Mas que iria culpar agora se não ele mesmo. Porra! PORRA! Isso mesmo, agora corre para o banheiro a vomita como uma menina, pensou de si, mas não. Mikey não chegou a vomitar, pois em algum lugar entre a cama, passando pelas garrafas vazias e pelas roupas suadas, e o banheiro imundo ele realmente percebeu o que sentia, ara algo entranho, algo que realmente o pegou de surpresa como um soco no estomago. Na verdade, verdadeiramente e de forma verídica, não sentia realmente. Ele sentia nada!

Isso sim era o mais estranho. A final agora sabia que aquilo que o acordara era realmente real, que acontecera e que não havia sido uma memória implantada em seu subconsciente, afinal estava na terra onde o amor era proibido e punido. Não era ácido, pois, agora recordava-se, não havia consumido ácido. Era realmente real e cem por cento confiável e mesmo assim não sentia nada. Nem um pouco de remorso, nem um pouco de culpa, arrependimento, dor? Nada! Mas como Isso se especaria. Deitou-se, de barriga pra cima e genitália tombada, sobre o chão frio e azulejado do banheiro sentindo as reentrâncias do rejunte em sua pele e pensou. Pensou por um tempo que lhe pareceu muito e exaustivo. Mas não estava realmente pensando como queria fazer sua mente racional e cínica acreditar. Estava aproveitando o memento.

Agora sim, não estava pronto para assumir para si mesmo e para o resto do mundo, mas deitado sobre o chão frio e gorduroso, Mikey Way, filho de Donna e Donald, nascido e criado e Newark aproveitou o que seria uma das melhores sensações do mundo depois de Coca-cola e poupanças: Não sentir absolutamente nada e ter a certeza de não estar chapado. Quer dizer, sua cabeça doía e algo dentro dele o incomodava, mas nada disso realmente importava, porque estava feliz!

Não feliz do jeito Papai Noel transando na Disney, ainda assim um feliz acabei de arrumar a cozinha, um alegre brisa de verão em fim de tarde de sábado, esse tipo de feliz, quando se acorda de manhã e se descobre que é dia de neve e que a escola está fechada. Mikey descobriu sobre aquele piso que sua escola estava fechada e que ainda haveria muita neve.

Foi no dia anterior que tudo aquilo começara. Há mais ou menos vinte e quatro horas atrás quando acordara em uma manhã muito parecida com aquela. É sim, pequeno Michael, você não é tão santo como dizem...

 


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Notas finais do capítulo

Reviews please... Nem que seja um simples XD!!!