Goddess escrita por varricchiopie


Capítulo 1
País do Verão




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O sol forte me aquecia, batendo em meus ombros nus. Eu usava o vestido que Ela me dera, feito de flores e bento.

Eu andava descalça na grande clareira de relva alta, relva que era balançada pela brisa. Eu sentia o cheiro de flores do campo e lavanda. Ainda mais forte, havia o cheiro das maçãs, das quais eu via os pés delimitando a clareira, e elas, grandes, suculentas e vermelhas como o sangue.

As cores eram mais que vívidas e eu estava encantada. Não, o encanto não estava em mim. Estava em tudo. Eu respirava aquela magia. Era Ela, pura e simples.

Além do bosque, à sudoeste, o Tor erguia-se imponente. Não sabia como, mas eu simplesmente sabia que era o Tor. Sabia onde eu estava: na terra d’Ela, o País do Verão. Não sabia por quanto tempo ou o porquê, mas eu estava lá. E feliz. Eu amava aquele lugar.

As sombras entre as árvores agitavam-se, assim como a relva, mas não havia o que temer.

O Poder pulsava naquele lugar, vindo diretamente da terra, no ritmo que pulsava desde o início dos tempos. Pulsava pelo meu corpo e em cada batida do meu coração me conectava a cada ser vivo filho d’Ela que habitava nesse ou naquele mundo.

O sol começava a se pôs atrás do mar e era hora de recomeçar a andar.

Senti a terra macia ficar mais dura, tornando-se a areia grossa e escura da praia.

Andei até sentir a água em meus tornozelos e observei o sol terminar de se por, ignorando a queimação que seu brilho causava em meus olhos. Atrás de mim, eu sabia que a Lua começava a subir pelos céus.

Sob o teto de estrelas, eu esperava algo. Ou alguém. Eu estava nervosa, não sei o motivo.

Senti alguém pegar minha mão:

- Feche seus olhos – ordenou.

Eu o fiz.

Virou-me para si e me beijou. Abri os olhos.

Ele era forte e alto. Tive de olhar para cima para vê-lo, tentar olhar seu rosto, mas estava encoberto pelas sombras. Chamaram-me atenção seus chifres: uma grande galhada de gamo nascia das laterais de sua cabeça.

Pousei minhas mãos em seus ombros e nossas peles contrastavam: a dele, dourada e quente, enquanto a minha era pálida e fria.

Ele me abraçou; eu o temia, mas  não havia motivo para medo. Sem contar que ele sabia como eu me sentia e sussurrou em meu ouvido:

- Não há motivo. Confie em mim.

Confiei.

Me perdi dentro de seus olhos, que ardiam lindamente.

Ele pegou minha mão e guiou-me de volta aos bosques. Paramos na frente de duas árvores que tinham seus troncos entrelaçados. Dos galhos, diversas fitas das mais variadas cores pendiam.

Ele tirou duas fitas vermelhas do bolso da bermuda que usava, entregou-me uma e disse:

- As fitas vermelhas são usadas para pedidos de amor – e sorriu.

- O que eu poderia pedir?

- Que seu amor venha a você, talvez. – ele sugeriu, pesaroso.

- Você está aqui, não está? – eu ri.

Ele se virou para mim e disse, com os olhos brilhando:

- Eu ia pedir que você me amasse como eu te amo.

- Então não precisa desperdiçar seu desejo. – e o beijei.

E eu percebi que não estava na terra Dela. Era a minha. Eu era Ela. Ali, nos braços do Galhudo, antes meu filho, agora meu consorte, eu tinha certeza.

Deitamo-nos na relva e dormimos sob as estrelas.


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Notas finais do capítulo

É bem curtinha, né? haha Espero que tenham gostado! Comentem e leiam minhas outras fics!
Beijos.



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