Na área mais remota do norte da França se encontra a mansão secreta do criminoso francês Leonard Pierce. Nessa noite escura, a mansão de Pierce estava realizando mais uma de suas reuniões anuais junto com uma dezena de criminosos iguais a ele.

Na sala de jantar a reunião acontecia, cada um se sentava em uma das dez cadeiras em volta da grande mesa, Pierce se sentava na ponta com dois subordinados em pé ao seu lado. A sala era completamente fechada, nem mesmo uma janela havia. Em volta da sala, havia dezenas de empregadas, precisamente 10 de cada lado, imóveis e paradas, parecendo até mesmo um dos móveis do cômodo.

Na reunião não se conversava nada construtivo, na maior parte eles só se exibiam contando suas grandes façanhas do ano. Em quanto conversavam, Pierce retirou do bolso interno do seu paletó um envelope branco fechado com um selo dourado e o olhou por um segundo, para ver se ele estava em segurança, e depois o guardou de volta:

- Messiê. – Diz um de seus subordinados ao se lado, se aproximando na orelha de Pierce. – O senhor não deveria mostrar esse envelope em publico.

- Não se preocupe. – Respondeu Pierce. – Todos esses homens aqui são de minha confiança, não há com o que se preocupar.

- Mas enquanto as empregadas, messiê?

- O que? Está falando da Ladies’s Brotherhood? Deixe de bobagens! Isso é só uma lenda idiota!

Já se passava da meia-noite e a reunião termina. Todos os homens vão para fora da mansão indo para suas carruagens. Quando todos se vão, Pierce vai indo até seu quarto acompanhado de duas empregadas, uma delas é Victória, a bela de cabelos loiros presos a um rabo de cavalos e de olhos avermelhados.

- Isso é tudo, mademoiselles. – Diz ele as duas empregadas enquanto estava parado na frente da porta de seu quarto com dois seguranças ao lado. – A não ser que queiram me dar algo a mais... – Ele olha Victória de cima a baixo com olhares atrevidos.

- Tenha uma boa noite, messiê. – Victória apenas ignora a cantada de Pierce e vai saindo pelo longo corredor junto com a outra empregada. Pierce desapontado, entra para seu quarto e tranca a porta. 

Enquanto isso...

Na grande cozinha na mansão de Pierce estavam reunidas a maioria das empregadas, terminando de arrumar bagunça de pratos e sujeiras causadas pela “reunião” de ladrões.

Lolita estava correndo com uma bandeja cheia de xícaras de porcelanas recém lavadas. A bandeja estava tremendo e as xícaras balançavam muito, parecendo que cairiam a qualquer momento, até que Lolita pisa num dos cadarços soltos de sua bota. Segundos antes de se espatifar no chão, Paola segura à bandeja para que as xícaras não quebrassem enquanto Lolita caía de cara no chão:

 - Aiai... – Murmurou Lolita choramingando com a cara no chão. – Você podia ter me segurado também.

- Desculpa – Responde Paola com seu sorriso simpático e gentil de sempre, levando as xícaras em segurança. – Mas só podia salvar um dos dois.

Lolita fica sentada ajoelhada no chão fazendo bico, brava com a reação de Paola.  Victória entra na cozinha, mas já não estava mais acompanhada da outra empregada, provavelmente já deveria ter ido após terminar seus afazeres. Ela vai até Paola que guardava no armário as xícaras pegas de Lolita minutos antes.

- E então? – Pergunta Paola disfarçando enquanto ainda guardava as xícaras.

- Ele está no segundo andar, no terceiro quarto a direita. – Responde Victória também disfarçando a conversa.

- Ótimo. Bom trabalho Victória.

Após de alguns minutos, algumas das outras empregadas terminaram de arrumar a cozinha e saíram, se despedindo das que ficavam. Segundos depois das outras saírem, uma das que ficava foi até a porta da cozinha e encostou a orelha para ver se escutava algo, ela dá um sinal positivo com a cabeça para as outras.

- Então Ladies... – Diz Paola olhando para todas. – Vamos começar.

Marietta vai até um baú que estava lá, coberto por um lençol branco. Ela retira o lençol do baú e o abre. Dele ela retira dois sabres de cavalaria, de laminas prateadas e cabo negros com detalhes dourados. Ao lado dela estava Lolita, que retira uma arma comprida enrolada num pano branco velho de dentro do baú, um rifle:

- Hihihi... Finalmente vou poder usar minha arma nova. – Disse Lolita entusiasmada.

- Você trouxe uma arma sem experiência pra um trabalho deste? – Perguntou Marietta que se alarmou um pouco, prendendo seus sabres ao lado esquerdo de seu corpo.

- Não tem problema não. – Respondeu Lolita confiante, sem nenhuma preocupação, como sempre.  – Ah, alguém tem que acordar a Pepita. – Ela disse apontando para a pequenina garota de cabelo rosa que estava deitada em um banco encostado na parede.

Pepita era realmente pequena, era mais velha que Lolita que tinha 14 anos, mas era muito menor que ela e se parecia muito com uma criança.

- Pepitinhaaaa... – Disse Collet cantarolando apertando de leve umas das bochechas de Pepita. – Levanta, temos trabalho a fazer...

Pepita abre os olhos devagar e se senta lentamente no banco.

- Taa... – Ela diz parecendo ainda mais sonolenta coçando o olho esquerdo.

- Todas prontas? – Pergunta Paola a todas, averiguando se todas elas estavam prontas. – Então vamos revisar: Nosso alvo é um objeto que está com o Leonard Pierce, esse objeto é um envelope que ele carrega com sigo o tempo todo. Nosso objetivo é apanhar esse envelope e entregar ao nosso cliente ainda nessa madrugada, entendido? – Todas no cômodo entenderam e confirmaram para Paola. – Todas se lembram de como é o plano também, estou correta? – Todas confirmam novamente.

- O plano?... – Diz Pepita com a mente lenta como sempre. As outras empregadas olham para ela esperando que ela se lembre do plano porque era um problemão explicar algum plano para Pepita de imediato. – Ah, lembrei... - Todas soltam um ar de alivio.

Victória estava num canto, olhando suas finas e brilhantes correntes prateadas que ela enrolou  em cada punho, como uma pulseira.

- Está pronta pra mais uma vez, Vic? – Perguntou Marietta, que era considerada a melhor amiga de Victória.

- Claro, e vê se toma cuidado. – Victória pede isso como reflexo, porque sabia que Marietta ficaria bem.

- Certo, você também.

Todas saem da cozinha rapidamente, mas silenciosamente. Paola, Collet e Marietta vão para o lado esquerdo enquanto todas as outras vão para o lado direito.

Paola, Collet e Marietta vão silenciosamente para um corredor escuro, onde a única fonte de luz era uma porta semi aberta. Elas param perto da porta. Dentro deste cômodo estavam os homens de Pierce que bebiam e conversavam alto, com certeza nunca perceberiam que as três estavam ali do lado de fora.

Paola faz um sinal com mão para as duas. Marietta e Collet vão em frente, enquanto Paola ia para outra direção.

As duas vão para o corredor onde ficava o quarto de Pierce, e se escondem do lado de uma parede para que os seguranças na porta não as vicem. Collet puxa a manga do seu braço direito e nele havia um dispositivo. Ela mirou o braço para um dos seguranças e logo em seguida sai um tipo de dardo do dispositivo que acerta ele, e depois faz o mesmo com o outro. Os dois caem inconscientes no chão.

As duas vão até a porta e a abrem cuidadosamente. Marietta entra no quarto que estava um pouco escuro, enquanto Collet esperava do lado de fora.

Marietta entra sem fazer nenhum mínimo barulho, ela sobe em cima da cama e fica sobre Pierce. Então ela retira um de seus sabres e o perfura, mas então ela sentiu algo errado. Ela retira o cobertor que estava por cima dele e vê que no lugar dele estava um boneco de pano de seu tamanho.

Nesse instante algumas portas secretas se abrem no quarto e delas saem vários homens armados que a cercaram. Ao ver a cena, Marietta solta um suspiro de desapontamento.

Do lado de fora, estava Collet de braços cruzados esperando despreocupada, só ouvindo o barulho de tiros e dos gritos de dor dos homens lá dentro. Segundos depois Marietta sai ilesa.

- Ele não está aqui. – Marietta diz desapontada soltando outro suspiro.

- Bem... Então vamos para o plano B. – Logo em seguida, Collet suga o ar em sua volta de logo solta um assobio agudo e fino. Todos da mansão ouviram aquele assobio, até mesmo os animais que estavam fora e longe da mansão, no meio da escura floresta, reagiram ao som. As Ladies que ouviram o assobio sabiam o que aquilo significa: Hora do Plano B.

Epilogo

Victória estava do lado de fora, perto do grande portão da entrada. Ela olhava em direção da mansão enquanto mexia nas finas correntes de seus braços, até que escuta o assobio de Collet:

- Hm... Parece que não deu certo. – Diz Victória a si mesma totalmente tranquila – Bem, parece que a que a fuga delas depende de mim...