Ladies's Brotherhood escrita por Aria S


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olááá! Desculpem minha super extrema demora! T.T
Vocês devem estar me odiando agora, eu sei, eu também estou me odiando T.T
Não era para mim ter demorado tanto, mas é tanta coisa na minha cabeça, tantos outros projetos que eu acabo ficando atolada em pensamentos e não arrumou inspiração. Eu sempre sei o que vai acontecer nos proximos capitulos das minhas história, mas nunca sei como colocar em palavras e acabo não escrevendo, eu fico com uma raiva!!! >.
Me desculpem, sério. Devo ter perdido varios leitores, mas eu entendo, eu mereço T.T
Para aqueles que continuaram me esperando, aqui está mais um capitulo.
Aproveitem...



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Mais um dia amanheceu em uma manhã bela e ensolarada. A grama verde refletia as gotas de orvalho com o brilho do sol, os pássaros piavam e cantarolavam sobrevoando sobre os arredores da sede da Ladies’s Brotherhood, onde as jovens e belas Ladies faziam seus afazeres na mais pura normalidade de seus dias. Nesse clima de alegria e calmaria, a bela Victória não poderia estar diferente.

A jovem caminhava tranquilamente nos fundos da mansão, onde o sol se refletia mais forte, mas o calor que ele emanava não incomodava a garota, na verdade ela adorava aquele calor que batia sobre ela. Na tranquilidade de sua manhã, ela cantarolava junto com os pássaros que sobrevoavam uma melodia desconhecida, na qual ela tinha acabado de inventar.

Alguém parece feliz...- comentou uma voz conhecida, mas Victória não sabia da onde ela vinha, porem ao chegar a entrada do estábulo, no qual ela passava ao lado, viu Collet agachada atrás de uma pilha de fenos, onde só se podia ver a cabeça e o braço esticado da garota que acenava para Victória a ver.

– Oi Collet, o que está fazendo ai agachada? – Victória perguntou intrigada, já se aproximando da garota.

Ao chegar ao lado dela, bem ao lado da pilha de fenos, Victória descobriu o motivo: uma das cadelas de Collet, da raça husky siberiano de pelagem branca e marrom clara, havia dado a luz a meia dúzia de cachorrinhos, tão pequenos que podiam até mesmo serem confundidos com simples ratos.

– Que gracinhas... – expressou Victória com toda a afeição que conseguiu, se agachando ao lado de Collet para admirar a pequena ninhada que se abrigava nas pelagens da mãe. – Quando foi que nasceram?

– Ontem à noite. – respondeu Collet. – Quando percebi que minha pequena Dorothy iria ter os bebes eu tive que vir cuidar dela, não é mesmo pequenina? – ela vazia um caloroso carinho na cabeça da cadela chamada Dorothy. Chamar aquela cadela de “pequena” era uma grande ironia, pois ela era enorme, grande de mais para sua raça, podia até mesma ser confundida com um lobo.

– Está se sentido melhor, Vic? Você saiu correndo ontem a noite do nada, eu fiquei preocupada. – Collet perguntou do nada, ainda com seus olhos voltados para e Dorothy e seus filhotes.

– Sim, estou. Acho que eu só não me senti bem no meio daquela multidão, então sai para respirar um pouco. – ela respondeu também com seus olhos voltados para a cadela.

– Será que... Você encontrou “alguém” no meio do caminho. – insinuou Collet com um olhar travesso voltado para Victória.

– O-O que?! C-Como você... – Victória tentava falar sem jeito.

– Essa sua cara diz tudo. – Collet disse rindo da reação da garota.

– Que coisa... – constrangida e emburrada, com as maçãs do rosto completamente vermelhas, ela voltou seu olhar novamente para os filhotes.

Então ela reparou uma coisa, três dois filhotes eram iguais à mãe, de pelagem branca e marrom, outros dois tinham a pelagem branca e preta, mas apenas um era completamente branco.

– Aquele ali é o único diferente... – ela comentou.

Collet percebeu do que ela falava então pegou o pequeno albino e o colocou em seu colo, ele era tão pequeno que nem ocupava toda a palma de sua mão.

– É verdade... – ela concordou com a pequena criatura em seu colo. – Quer segurar? – ela perguntou estendendo o albino para Victória segurar.

– N-Não precisa, ele é muito frágil, tenho medo de machuca-lo. – ela hesitou no mesmo instante abanando a cabeça negativamente.

– Não seja boba, pegue ele logo. – Collet insistiu colocando cuidadosamente o filhote no colo de Victória sem sua permissão.

Victória tentou hesitar, mas não resistiu à tentação de fazer carinho no pequenino filhote, porém no mesmo instante que o tocou sua mãe soltou um ameaçador rugido, mostrando todos os caninos de sua boca.

– Não se preocupe Dorothy, ela não vai machuca-lo. – alertou Collet calmamente para a cadela, e no mesmo momento, Dorothy se aquietou, como se tivesse entendido completamente o que Collet havia dito, e voltou sua atenção para os outros filhotes.

– Você é incrível, sabia? – elogio Victória.

– Isso não é nada. – Collet negou gentilmente, enquanto tirava o filhote de Victória. Ela sabia que ele era muito novo e que não podia ficar muito tempo longe da mãe. – Quando o albino estiver maior eu deixo você escolher o nome.

– Sério? Obrigada. – Victória agradeceu, se levantando do chão do estábulo e passando a mão em seu vestido azul marinho para tirar os vestígios de palha dele. – Vou indo. Tenho afazeres para fazer.

– Tudo bem, então. Você... Vai se encontrar com ele hoje? – Collet perguntou com um olhar travesso novamente.

– N-N-Não sei do que você está falando! – negou Victória, saindo emburrada e com paços firmes sobre o chão do estábulo, saindo pelo mesmo lugar que entrou.

Ao passar pela saída e virar para a esquerda, Victória esbarra em alguém com tudo, fazendo-a até cair no chão. Não pode ver quem era pois seu rosto estava abaixado no momento.

– M-Me desculpe! – Victória pediu imediatamente ainda caída no chão, e quando ergueu seu rosto viu que era alguém que não esperava. – B-Brieta?

A misteriosa jovem albina, de olhos azuis celeste e cabelos prateados e ondulados, estava parada em sua frente, usando um casual vestido azul claríssimo, o que era estranho porque sempre se via Brieta vestida com suas vestes de Lady desde de a época que ela começou a fazer missões sozinha.

– Não, eu que peço desculpas. – pediu Brieta, parecendo nem um pouco preocupada com aquilo, estendendo a mão para Victória se levantar.

– Quando foi que você voltou? – perguntou Victória já de pé.

– Ontem à noite.

– Sei...

– Bem, se me der licença... – Brieta pediu educadamente e passou por Victória para seguir seu curso.

Victória seguiu Brieta com o olhar, a bela albina sempre a intrigava. Brieta e Pepita eram bem parecidas de certa forma, ambas eram inexpressivas e nunca sabia o que elas pensavam ou o que sentiam, mas ao contrario de Brieta, Pepita era mais adorável e inocente, até mesmo mostrando certos sorrisos de vez em quando. Brieta era mais fria e séria, pelo menos era o que sua expressão neutra sempre mostrava. Ninguém nunca havia a visto sorrir ou rir, nem mesmo sentir pena ou remorso de nada. A albina era um grande mistério para todas.


***


Enquanto o clima estava agradável e calmo aos arredores da mansão da sede, dentro dela, mais especificamente no escritório da Madame Marie, não estava tão tranquilo assim. Marie explicava para Madame Soulier o que havia sido discutido na reunião entre as Lideres das outras Irmandades. Marie estava sentada na mesa de eu escritório, onde as luzes do sol batiam nas janelas atrás dela, enquanto Soulier arrumava uma papelada em uma das estantes de madeira de carvalho que se encontravam no escritório.

– Entendo... Então foi esse motivo da urgência. – disse Soulier ao ouvir o termino da explicação, folheando algumas folhas que estavam em suas mãos. – E o que faremos a respeito?

– Por enquanto nada. – respondeu Marie enquanto escrevia alguma coisa em um papel estendido em sua mesa. – O que eu posso fazer a respeito é conversar com alguns dos meus contatos do alto escalão para adquirir informações, nada mais. Além disso... – ela largou a caneta que usava em cima da mesa e entrelaçou os dedos de baixo de sua cabeça para apoia-la. – Sinto que Rosalie está escondendo alguma coisa... – seu olhar desconfiado encarou o nada a sua frente, pensando no que a Madame Inglesa poderia ter escondido.

– Mudando de assunto, onde está Paola? Ela está atrasada. – perguntou Soulier tirando sua atenção da papelada que mexia e voltando seus olhos para Marie.

– Ah, pedi para ela tirar o dia de folga. Ela parecia cansada de ontem. – Marie respondeu pegando a caneta de volta, voltando a fazer o que estava fazendo antes.


***


Enquanto isso, Paola estava em seu aposento, sentada em frente a sua penteadeira, escovando seu cabelo em frente ao espelho.

Sua mente estava a mil e seus pensamentos estavam dispersos, estava tão distraída que nem percebia que já havia penteado a mesma mexa longa de seu cabelo varias vezes seguidas.

Não conseguia esquecer os atos de ontem a noite. A guerra entre as cincos grandes nações, a velha Madame lhe chamando de bastarda, e principalmente a aquela insana e psicopata Lady que quase a matou. Não sabia como ela havia feito o seu corpo se mexer se sozinho, nem como aquela garota sabia tanto sobre ela.

“Você pode agir como uma de nós, pensar como uma de nós, mas você nunca será uma de nós.”

Aquilo que a Lady alemã disse martelava a cabeça de Paola. Ela sempre soube que era diferente das outras, sabia que ela sempre foi cuidada com carinho pela mãe enquanto as outras haviam sido recolhidas na rua, abandonadas e ignoradas pela sociedade. Ela sabia que era diferente, sempre soube, mas agora aquilo a incomodava, muito.

Ela repousou a escova na penteadeira e ergueu o rosto, revelando o leve corte no pescoço. Ele não doía, mas fazia Paola da noite anterior, isso sim a incomodava.

Ela se levantou e decidiu sair do quarto, já que descansar não estava a fazendo esquecer as loucuras de ontem. Ao passar pela porta, se deparou com Marietta passando pelo corredor dos dormitórios.

– Bom dia Paola. Que raridade você demorar para levantar. – comentou Marietta.

– Pois é, estava muito cansada de ontem, tive muitas coisas pra fazer. – ela respondeu, tentando parecer mais animada possível.

– Ué, o que aconteceu com o seu pescoço? – perguntou Marietta intrigada, tentando se aproximar do corte para vê-lo melhor.

– Não foi nada, arranhei com minha própria unha. – ela mentiu, havia prometido a si mesma que não contaria a ninguém o que aconteceu com ela aquela noite.

– Sei... Bem, vou indo, tenho muitas coisas pra fazer hoje, até mais tarde. Cuidado para esse corte não infeccionar. – Marietta se despediu acenando, seguindo o caminho o oposto de Paola.

– Hm... Jurava que aquilo era um corte de uma lamina... – murmurou Marietta pensativa, quando já estava distante de Paola. – Bem, acho que me enganei.

Com Marietta indo, Paola seguiu seu curso a procura de algo para fazer, mesmo que sua mãe, a Madame, havia lhe dado o dia de folga. Ela percorreu o corredor vazio dos dormitórios pensando do que poderia fazer o resto do dia, quando de repente:

Então... Quanto será que irão descobrir o que aconteceu com você? – uma voz sombria e desconhecida sussurrou no ouvido de Paola.

Com o susto, ela se virou subitamente para trás a procura do dono da voz, mas não havia mais ninguém atrás dela no corredor, nem mesmo a sua frente. Aquilo a perturbou, pensou que seria efeitos do sono, por não ter dormindo direito essa noite, mas mesmo assim tentou sair o mais rápido possível daquele corredor.


***


Enquanto a manhã estava tranquila para uns e agitada para outros, a tarde chega, deixando o sol a pino sobre aquela cidade remota da frança.

A jovem Victória estava escorada no muro de uma ponte da cidade de Adoriabelle, a espera de alguém. Nervosa, ela mexia nas mexas de seu cabelo constantemente, ou arrumava os babados de seu vestido azul marinho ou de seu xale branco tricotado caído sobre os ombros.

Ela havia chegado mais cedo que o combinado, tinha o costume de sempre chegar mais cedo, não gostava de deixar os outros esperando, preferia que ela mesma tivesse que esperar.

– Nossa, você chegou cedo. – comentou um rapaz que se aproximou dela, era Christofer. Ele havia chegado cinco minutos antes do horário combinado, para que não fizesse a garota esperar, mas parece que foi em vão.

– É um costume meu chegar antes. – ela respondeu sorrindo.

– Mais uma coisa que aprendi sobre você. – ele sorriu. – Vamos indo? – ele pegou uma das mãos de Victória e beijo as costas da mão da garota, que apenas assentiu com a cabeça.

Victória entrelaçou o braço em volta do de Christofer, e assim começaram seu passeio. As ruas de Adoriabelle estavam agitadas, carroças passavam a todo minuto, pessoas passavam pelas ruas e os comércios estavam abertos recebendo clientes a todo o momento. Enquanto passeavam, os dois conversavam e perguntavam coisas comum um sobre o outro, como por exemplo, o que gostavam de fazer, quais eram suas comidas favoritas e muito mais.

– Então, da onde você é? – perguntou Christofer.

– Bem... Eu cresci em um orfanato para garotas, agora eu trabalho nele. – Victoria não queria mentir, mas nesse aspecto era necessário, e também não era totalmente mentira porque a Ladies’s Brotherhood era basicamente isso.

– Um orfanato para garotas? Não me lembro de nenhum aqui por perto. – ele estranhou, pois conhecia a cidade que cresceu como a palma de sua mão.

– Ah, ele é bem afastado da cidade. – ela explicou.

– Sério? Preciso vê-lo um dia.

– Acho que não será possível.

– Por que não? – ele estranhou novamente.

– Bem, lá é proibida a visita de homens. – ela avisou.

– Quer dizer que estamos saindo em segredo?

– Não conte pra ninguém, ok? – ela brincou colocando o dedo sobre a boca como um sinal de segredo.

– Bem, posso conviver com isso. – ele brincou também, dando uma leve risada.

– Christofer! Meu rapaz! – um homenzarrão, maior e mais velho que Christofer, encontrou o belo casal passando pela mesma rua que ele. – Aproveitando seu dia de folga, não é mesmo garoto? – o homem, desconhecido para Victória, falava animado dando vários tapinhas no ombro de Christofer.

– Isso mesmo, Edgar. – respondeu Christofer sem se incomodar com a empolgação do mais velho. – Ah, é mesmo. Victória, esse Edgar Blenche, o delegado da cidade. Edgar, essa é Victória de Langrage, minha acompanhante. – Christofer apresentou os dois uns aos outros com toda a educação que tinha.

– Prazer em conhecê-lo, messiê Blenche. – Victória cumprimentou educada e adorável, erguendo as pontas do vestido e inclinando seu corpo ligeiramente, mostrando a total educação e elegância que tinha.

– O prazer é todo meu. – cumprimentou Edgar de volta com um sorriso acolhedor no rosto. – Bem, vou deixar os dois continuarem o passeio de vocês. Vou aproveitar o meu dia de folga também, afinal daqui algumas semanas essa cidade vai ficar bem agitada.

– Agitada com o que? – estranhou Christofer.

– Não ficou sabendo? – Edgar estranhou também, mas então pensou porque Christofer não sabia. – É mesmo, recebi a noticia esta manhã, não teria como você saber. – ele concluiu. – Daqui a algumas semanas a cidade vai receber uma visita bem inesperada.

Christofer e Victória não sabia de quem Edgar estava falando, mas quando ele disse quem era a visita inesperada os dois ficaram incrivelmente surpreendidos.


***


Naquela mesma tarde, Paola se esgueirava dentro da floresta aos arredores da mansão da Irmandade, atendendo a um pedido da Madame Soulier. Mesmo que Marie houvesse lhe dado o dia de folga, Paola não gostava de não fazer nada, então Soulier pediu para que ela colhesse uma erva que crescia aos arredores da mansão, na qual ela usava para bens medicinais. Paola sabia como era a erva e também aonde ela crescia, então não demorou muito para encontra-la.

Ao meio de uma clareira, Paola estava ajoelhada ao lado de uma cesta enquanto colhia as ervas medicinais pedidas. A cesta já estava quase cheia, mas ela continuou colhendo para encher a cesta completamente.

No meio daquele silencio e solidão que a clareira estava, Paola não pode evitar os pensamentos que à perturbavam, principalmente aquele momento medonho que havia ocorrido no corredor dos dormitórios.

“O quê será que foi aquilo?... Seriam os efeitos da insônia?... Mas pareceu tão real... Droga! Já não bastavam os acontecimentos horríveis de ontem!”. Ela pensava enquanto colocava as ervas colhidas dentro do cesto.

Ainda sentada, ela levanta seu rosto, colocando uma mexa de seu cabelo atrás da orelha e depois passando um lenço em seu rosto suado. “Melhor eu voltar...” Ela sugeriu a si mesma.

Ao se levantar, ela escuta um estalo de um galho se quebrando vindo da direção oposta que ela iria. No começo ela ignora, achando que fosse apenas um animal indefeso, mas então o barulho se repete. Intrigada, ela coloca sua cesta de volta no chão, e caminha cautelosamente em direção ao barulho.

Ela afasta um arbusto de seu caminho e de sua vista e a sua frente ela não vê nada, literalmente nada. Não havia silhuetas de arvores e arbustos, nem sombras, nem reflexos da luz do sol passando entre as folhas das arvores, nada. Apenas o breu, uma imensidão negra. Atrás dela estava absolutamente normal, somente a partir daquele ponto atrás do arbusto que estava o breu.

De repente, um par de olhos feminino de cor violeta surgiu nas sombras, um violeta brilhante e cintilante. Antes mesmo que Paola pudesse reagir, sendo dando um passo para trás ou até mesmo gritasse, o breu a consumiu.


***


Perto daquele mesmo lugar, nos arredores da mansão, Pepita e Lolita caminhavam por uma estrada de terra, que era um dos caminhos secretos para se chegar à mansão. Lolita caminhava por cima de uma trilha de pedras nas margens da estrada, esticando seus braços para os lados para se equilibrar, enquanto Pepita caminhava normalmente na estrada.

– Só estou dizendo que se fizermos a noite será mais fácil. – dizia Lolita ainda caminhando por cima da trilha de pedras.

– Ainda acho uma péssima ideia. – discordou Pepita do tal assunto que elas falavam.

– Não é não! Pode dar certo!

– Você quer mesmo invadir a cozinha a noite e roubar os biscoitos secretos que a Madame Soulier faz para ela?

– Isso mesmo!

– É uma idiotice. – discordou Pepita novamente, por mais que ela amasse guloseimas. – Outra péssima ideia é você se equilibrar nessas pedras, você vai acabar caindo. – ela alertou porque as margens da estrada havia uma íngreme ladeira que descia até uma densa floresta.

– Não se preocupe, eu não vou cair... – no mesmo momento que disse, seu pé escorrega na pedra seguinte, fazendo cair e rolar ladeira a baixo.

Ela rolou metros da ladeira e aterrissou em uma superfície plana coberta por grama e folhas secas com a cara no chão.

– Lolita, tudo bem? – perguntou Pepita do topo da ladeira.

– Sim... – ela murmurou com a cara ainda fincada no chão. – Ai, ai... – ela resmungou se levantando lentamente enquanto esfregava a mão em sua cabeça.

Sentada de joelhos na grama, percebeu que seu vestido estava coberto de terra e seu cabelo cheio folhagens. Suspirou, mas não por isso, mas sim por pensar como ela podia ser tão desastrada.

De repente, um barulho de algo se aproximando chamou sua atenção, fazendo-a virar para a direção do som no mesmo instante.

No começo pensou que era apenas um animal, mas quem saiu das moitas e dos arbustos foi uma alta garota de cabelos prateados, estranhamente segurando uma garota de compridos cabelos castanhos em seu colo. Lolita percebeu que a albina era Brieta e quem ela carregava inconsciente era Paola.

Lolita arregalou os olhos no mesmo instante.


***


Enfrente da entrada principal da mansão, Collet jogava conversa fora com três Ladies que passavam por lá.

Alguém! Socorro! – ela ouviu muito baixo um pedido de ajuda de Lolita vindo dos portões.

Ela se virou para a direção dos portões e apertou os olhos para enxergar o que era. Então notou Brieta correndo em direção a mansão com Paola em seus braços, com Pepita e Lolita a acompanhando, correndo bem atrás dela.

Antes que pudesse correr até elas, as garotas já haviam chegado até a entrada da mansão.

– O que aconteceu?! – perguntou Collet muitíssimo preocupada.

– Eu não sei. – respondeu Brieta já entrando na mansão.

Ao entrar, Brieta colocou cuidadosamente o corpo de Paola sobre o chão, e antes que percebesse, dezenas de Ladies curiosas já estavam envolta do corpo.

Brieta e Pepita ficaram em pé atrás da muldidão, e Pepita olhava de canto para Brieta que estava ao seu lado. Embora não demonstrasse emoções, Pepita emanava uma certa desconfiança em seu olhar para Brieta.

– O que foi? – perguntou Brieta ao perceber o olhar dela.

– Nada. – ela voltou os olhos para a multidão

Percebendo a movimentação, Madame Marie apareceu. Quando viu o corpo da filha no chão se agachou ao lado no mesmo instante.

– Paola... – seus olhos se encheram de preocupação enquanto acariciava o rosto imóvel da filha.

– Seus sinais vitais estão fracos. – murmurou uma garota ao seu lado que segurava o pulso de Paola, verificando a pulsação.

– Soulier!! – berrou Marie em um grito estridente.

– Ora, ora! Mas qual é o problema?! – Soulier surgiu de um dos corredores estabanada, mas ao ver o corpo da garota ela entendeu a situação. – Levem-na para minha sala.

Marie carregou o corpo de Paola e foi acompanhada por mais duas Ladies que eram especializadas em tratamento médico. Ao chegarem, as duas abriram as portas do escritório de Soulier, dando passagem para Madame Marie.

A sala de Soulier era uma bagunça, havia pergaminhos e papeladas jogadas para todos os lados, nas paredes só havia estantes repletas de livros antigos e fracos com líquidos de variadas formas e cores, e também mais pergaminhos e papeladas os ocupavam. Na única parede que havia janelas estava uma mesa de escritório, o único lugar que parecia organizado daquela bagunça. Ao centro havia uma estranha mesa de mármore, com vários desenhos e escrituras entalhadas nela.

Marie deitou Paola naquela mesa e se afastou. As outras duas Ladies sabiam exatamente o que fazer, uma delas abriu o espartilho de Paola deixando sua barriga à mostra, enquanto a outra pegou um frasco com um liquido verde e despejou uma pequena gota dentro da boca de Paola.

Enquanto isso, Soulier estava em frente ao corpo com as mãos juntas em frente ao rosto sussurrando varias palavras de uma maneira que quase ninguém conseguia ouvir, como ela estivesse fazendo uma oração. Ao terminar, ela colocou as mãos uma sobre a outra próxima da barriga de Paola, e uma fraca luz verde surgia entre suas mãos e a barriga.

As duas Ladies esperaram ao lado de Marie, que estava escorada de braços cruzados em frente uma das portas.

– Parece que ela vai demorar, porque vocês não vão descansar um pouco? – ela pediu gentilmente, sem tirar os olhos de Paola e Soulier.

Por mais que ela não demonstrasse, as garotas perceberam como ela estava preocupada e aflita, e assentiram o pedido de Madame Marie.

Havia se passado mais de meia hora, e Soulier já estavam bem cansada, mas finalmente ela retirou as mãos sobre Paola, soltando um grande suspiro.

– Ela vai ficar bem. – anunciou Soulier, passando um lenço em seu rosto para tirar o suor. – Daqui a alguns minutos ela irá acordar. – ela foi até sua mesa e serviu a si mesma um copo d’água.

Marie se sentiu mais aliviada do que nunca e estranhamente deslizou suas costas na porta até o chão e ficou lá agachada, com o rosto entre as pernas.

– Estou tão cansada... – ela desabafou. Ela já havia passado por tantas coisas nos últimos dias que não aguentava mais, ela só queria ficar sossegada por algum tempo. Mas ela sabia que seu cargo não permitia isso, ela o escolheu e teria que aguentar até o fim.

Soulier queria conceder aquele descanso a ela, mas ao olhar a papelada em sua mesa lembrou-se de um assunto que não poderia deixar de lado agora.

– Por mais que eu queira te deixa em paz, há uma coisa que você precisa saber. – ela pegou um papel dobrado em sua mesa e jogou na sua frente de Marie.

Ainda agachada, ela pegou o papel do chão e o leu devidamente. Ao terminar, não havia acreditado no havia acabado de ler, estava inconformada, já estava atolada de coisas pra pensar e agora isso. Ela escorou sua cabeça na porta fechando os olhos, processando a informação.

– Minha semana não poderia ficar melhor. – ela suspirou.



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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Sim ou Não?
Aé, mês passado minha história fez um ano *---* Queria ter postado no dia que ela fez um ano mas não consegui, que raiva -.-
Mas enfim, espero que tenho gostado ^^
P.S.: Mal posso esperar pelos seus comentários Bianca ¬¬ kkkk