Fazia três anos que ela se fora, mas sua foto nunca sai da mesa da sala. A casa ainda tinha o perfume dela. Draco nunca mais fora como antes. Nunca mais sorriu, não havia motivos para isso. Trabalhava em casa, já não gostava de sair mais. Com os recentes ataques, sabia que sua hora chegaria que pagaria por seus erros e aquilo era o que consolara. Ainda sim, aquilo, por mais horrível que parecesse, era a única coisa que fazia Draco sentir-se bem.

A porta foi arrebentada facilmente. Um vento gelado inundou a sala onde Draco se encontrava. Ele olhou para o homem parado na porta. Reconheceu-o de cara. Eles haviam chegado mais cedo do que esperava. O homem sorriu sombrio entrando porta adentro. Draco levantou-se e pegou a porta retrato onde estava a foto de Hermione. O abriu e tirando a foto, beijou-a e colocou no bolso do palito. Suspirou fundo e deu um passo pra frente.

—Últimas palavras, Malfoy? - O loiro balançou a cabeça negativamente. Tudo já havia sido dito. Naquela noite fria de maio, onde a lua brilhava forte no céu, um raio verde irradiou a casa e assim acabava a história de Draco Malfoy. Uma história mal escrita, cheia de erros e perdas, com apenas um arrependimento. Não ter falado a ela, o quando ele a amou.

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Passaram-se longos e solidários cinco anos desde que Draco se fora. Hermione não casou novamente. Apesar de tudo, ela amou Draco. Infelizmente, para ele, tudo aquilo não passara de um modo dele ser absolvido por seus crimes no passado. O quão burra ela fora? Realmente chegou a acreditar que Draco Malfoy nutria algum amor por ela? Sim, ela acreditou. A morena já não vivia em Londres mais, depois do incidente, mudou-se para uma pequena cidade no interior da França e passou a lecionar inglês para crianças carentes em uma ONG.

Sete meses atrás, logo que Hermione havia se mudado, sua campainha soou 4 vezes e logo parou. Ela parou de olhar TV e foi abrir a porta, mas não avistou ninguém. Já estava fechando, quando um choro de bebê a vez parar. No carpete de boas vindas, havia uma pequena criança enrolada num manto preto. Hermione a pegou no colo e olhou em volta a procura de alguém, mas nenhum sinal. A criança remexeu-se em seu colo inquieta e chorosa.

— Shii, tudo bem.. - Entrou e fechou a porta rápido. Foi em direção ao sofá e sentou-se colocando a criança em cima de suas pernas para poder olha-la melhor. Primeiro, Hermione foi invadida por uma onda da surpresa e depois saudade. O menino tinha cabelos loiros platinados, uma pele branquinha e olhos extremamente azuis. Por alguns momentos, ela pensou estar segundo Draco mais novo nos braços. - Você é igualzinho a ele.

Afagou com cuidado a bochecha do nenê que emitiu um barulho como resposta fazendo Hermione rir alto.

—Viu Draco... - Ela mostrou o bebê a grande fotografia em cima da lareira - Nosso pequeno Scorpion...

Ela sorriu boba fitando a criança. De repente, uma pequena brisa entra pela janela trazendo um cheiro familiar para Hermione. Fechou os olhos e inspirou fundo apertando a criança contra si. Era o cheiro dele. Uma sensação de paz e segurança se apossou dela e ela soube, naquele momento, como há muito tempo já suspeitava, que não importa onde Draco estivesse ele sempre estaria com ela.