The Perfect Ball escrita por Rocky


Capítulo 18
Know what?


Notas iniciais do capítulo

Então, demorei de novo :((( mas foi por um bom motivo, juro!

Quinta foi meu aniversário e eu passei as duas últimas semanas preparando pelo menos uma baladinha, né babies aushaushaus brincadeira. Enfim, não deu tempo de fazer nada e estou escrevendo esse capítulo correndo, qualquer errinho me avisem que conserto.
Beijooo!



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Observei o mar quebrando lá na frente. Tínhamos andado até a ponta da varanda, onde eu tinha certeza de que meu pai não nos escutaria. Ainda não sabia sua opinião sobre Jason ou se ele bancaria o pai super protetor e quebraria a cara do garoto. O céu com nuvens parecia contribuir para deixar o clima mais pesado. Eu podia sentir o corpo de Jason se retesar ao chegar perto de mim e não sabia se isso era bom ou ruim. Sentei em uma rede de pano pendurada no teto e ele se sentou na grade, de frente para mim. A luz da lua iluminava seu rosto deixando-o parecido com um deus grego.

– Olha... – ele disse, mas eu logo o interrompi.

– Deixa eu falar primeiro. Por favor. – respirei fundo e encarei o chão, mas podia sentir seu olhar preso a mim. Nunca tinha sido medrosa, mas ultimamente não estava em meu estado normal. Não tinha certeza se conseguiria falar tudo o que queria. Eu só precisava de alguns segundos de coragem. – Me desculpa. Por tudo. Eu sempre consigo arrumar alguma confusão, até quando não estou tentando. Você não teria que passar por isso se não fosse por minha causa. Eu nunca deveria ter vindo para cá.

– Nem ouse dizer isso. Eu que sou um completo idiota, Piper. A culpa disso tudo é minha! Se eu não tivesse ido atrás de você...

– Claro que não! Jason, você está sempre dando um jeito de cuidar de mim, desde o dia daquele show, apesar de tudo o que eu te fiz. Mas parece que tudo o que faço acaba do jeito errado. Eu já devia estar acostumada com isso. – uma lágrima escorreu pela minha bochecha. Jason a secou com o dedo, e mesmo com esse pequeno contato minha pele toda se arrepiou. Ele chegou mais perto e se sentou ao meu lado na rede.

– Por que está dizendo isso?

– É sempre assim, Jay. Eu tento, tento, tento, mas de alguma maneira consigo estragar as coisas. Foi assim com o vôlei e está sendo assim agora. Antes que eu consiga piorar ainda mais a situação, é melhor não chegar mais perto de você. Já fiz merda demais desde que cheguei aqui. Consegui atrapalhar até mesmo a vida dos seus amigos.

– Olha, não sei pelo que você passou ou está passando, mas não vou deixar que isso me afaste de você. – ele levantou meu rosto delicadamente com a mão. – Não somos assim, Piper.

– Como pode dizer isso? Você está com a Reyna e não é justo com ela. Não quero que ela fique com raiva de mim, mais do que já está.

– Eu não ligo. Não é justo também eu estar com alguém com quem não sou completamente sincero. Deixe eu tentar pelo menos consertar as coisas. Me dê uma chance.

– O que você tem na cabeça, Jason? Olhe para ela. É muito mais bonita do que eu, muito mais importante para você. Não faça isso. – falei entre soluços, mas ele abriu um sorriso.

– Piper, me escuta. Eu sempre fiz a mesma coisa, nunca tinha saído da minha zona de conforto. Aquele velho romance de ensino médio, as mesmas amizades, o mesmo de tudo. Meu relacionamento com a Reyna era mais por conveniência do que por qualquer outro motivo. – notei que ele disse “era” no passado. – Então você chegou e mexeu comigo mais do que tudo. Até quando estava podre de bêbada, conseguiu ser a garota mais bonita que já vi. Você acha que eu não gostei daquilo? Acha que eu não gostei de quando me beijou, mesmo que eu tenha tentado dizer para mim mesmo que não? Foi um dos melhores momentos da minha vida. Eu sei que alguma coisa não está certa, e quero te ajudar. Você não é desse jeito, Piper. Não precisa inventar uma farsa para preencher um vazio, você é muito mais do que isso. Cada uma daquelas pessoas, meus amigos, tem um motivo para fazer o que fazem. Suas vidas são tudo menos perfeitas e eles já desistiram. Mas você não. Vejo em seus olhos que não quer desistir também, Pipes. E isso fez eu me apaixonar por você mais uma vez.

Olhei para ele sem entender. Suas palavras não faziam sentido algum.

– Como assim mais uma vez?

Ele deu uma gargalhada.

– Sabia que você não ia lembrar. Não nos vimos pela primeira vez esse ano, Piper. Isso aconteceu muitos anos atrás. Quando tínhamos 8 anos, na verdade.

– Você tá maluco?

– Creio que não. Meu pai trabalhou junto com a sua mãe antes daquilo acontecer por um tempão. – ele se referia à morte da minha mãe. - Eles eram amigos e sempre nos levavam para brincar juntos, e é assim que me lembro de você. Sempre sorrindo, feliz, com os olhos brilhando. Não o tipo de pessoa que vira noites e noites bêbada e drogada. Sei que não posso falar muita coisa, mas não quero deixar que continue assim.

– Você está falando sério? Por que não me disse nada disso antes? – respirei fundo e fiz toda a força do mundo para não começar a chorar de novo. Eu só queria me enfiar em seus braços e esquecer de todo o resto, mas isso não era a coisa certa. Eu precisava ser forte e aceitar o que merecia. - Bem, não importa. As pessoas mudam, Jason. Não sou mais aquela criancinha feliz e inocente e sei que você também não é. Pode até que ser que haja um resquício delas em nós, mas isso passou há um bom tempo. Não faço essas coisas para preencher um vazio ou algo do tipo, como você disse. Faço porque gosto e é assim que quero levar a minha vida, e se você não pode aceitar isso, me desculpe. De verdade. Eu só estou cheia de tudo, relaxa e não precisa se envolver. Olha, pode pegar um dos carros do meu pai e ir para casa, ou dormir ali na sala se quiser, mas por favor não me venha com lição de moral como se você fosse perfeito e não fizesse nada disso!

Levantei e saí andando a passos largos dali. Meu corpo todo tremia. Ou estava fazendo a maior burrice da minha vida ou contornando a situação do melhor jeito possível. Ouvi Jason se levantando atrás de mim, mas não ousei me virar. Já tinha sido difícil o bastante sem ter que encará-lo nos olhos.

– Piper, é isso o que realmente quer? Do fundo do coração?

Não respondi, apenas continuei andando e entrei em casa, já subindo as escadas.

– Me responde, porra! – ele disse com a voz dura. Cheguei até meu quarto e fingi estar procurando alguma coisa. – Para de ser covarde, Piper! Vem até aqui e me diz! Se repetir isso olhando nos meus olhos eu vou embora agora e nunca mais vai me ver. É só você pedir.

Sabia que ele estava perto de mim e podia ouvir sua respiração forte. Ele realmente não iria embora dali.

– Sim, é isso o que quero! Sai de perto de mim, Grace!

– Falei para se virar! Acha que sou idiota?!

Virei e me senti com seis anos novamente. Ele me encarava com os braços cruzados na frente do peito, fazendo com que minha respiração viesse fraca. Seus olhos transpareciam tanta raiva e fragilidade, isso era o bastante para me deixar amedrontada. Seus lábios estavam fechados em uma carranca, mas sua cicatriz não me deixava tirar os olhos de lá por muito tempo.

– Já falei tudo o que eu tinha para falar. Tenho certeza de que entendeu perfeitamente bem! – falei com a voz embargada.

– Mas quero ouvir de novo! – ele gritou. Nesse ponto, eu já não me importava com o que meu pai iria fazer. Aparentemente eles se conheciam mais do que eu sequer imaginava. Como sempre, todo mundo escondia as coisas de mim.

– Não posso fazer isso... – minha voz falhou e eu soube naquele segundo que tudo tinha sido em vão. Todo o meu esforço para não chorar, tudo tinha acabado. Jason Grace estava me beijando de novo.

Ele me empurrou na cama, me fazendo cair com força. Em seguida, deitou por cima de mim e voltou a me beijar ferozmente.

– Nunca mais faça isso. Me ouviu? Não sei que tipo de merda você estava pensando quando achou que mentir para mim ia me fazer mudar de ideia.

– Me deixa fazer a coisa certa, por favor. – sussurrei, sabendo que as lágrimas já vinham com tudo.

– Coisa certa para quem, Piper? Para a Reyna, para mim, para você? Por favor, para com isso e seja pelo menos um pouco egoísta uma vez na vida.

Ele enxugou meu rosto com os dedos delicadamente. Me concentrei em não pensar em nada e apenas aproveitar, finalmente. Fiquei feliz por estar sóbria para sentir o cheiro de Jason, sua pele, tudo o que exalava dele.

Suas mãos foram para a minha barriga, subindo minha blusa até conseguir arrancá-la. Eu não tinha percebido quando ele tinha tirado a sua própria, mas estava extremamente satisfeita por ter feito isso e me permitir apreciar aquela visão maravilhosa. Meus dedos agarravam seus cabelos em uma necessidade urgente, recíproca. Meu coração batia mais forte e eu podia sentir o dele também.

Então um barulho no corredor me fez empurrar Jason para o chão e me esconder debaixo das cobertas.

– Piper, tá acordada?! – gritou meu pai.


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Notas finais do capítulo

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