No silêncio, estava pensando na vida, quando a dor resolveu aparecer novamente. Fiquei pensando porque tinha que ser assim, essa dor nunca me abandonava. Doía, doía demais mesmo. Olhei ao meu redor e vi algumas lâminas e alguns remédios tarja preta. Pensei na maneira que seria menos dolorida, então optei pela pilha de remédios. Fui até a cozinha, pequei um copo com água, voltei para meu quarto e sentei-me na cama, fui tomando pilula por pilula. Meu corpo não estava aceitando, mas tentava ignorar as ânsias. Achei melhor me deitar na cama, talvez se eu dormisse seria melhor. Fechada meus olhos e a única imagem que vinha em minha mente era a sua, seu sorriso. Sentia tudo girar, depois não me recordo mais de nada. So me lembro de acordar com o barulho dos aparelhos do hospital. Logo mais recebi alta, e estava decidida a acabar de vez com a minha vida. Não queria que meus pais sofressem, mas de qualquer jeito eles iriam sentir a dor de me perder. Escrevi uma carta a eles, explicando o motivo pelo qual eu estava tomando essa atitude, sei que eles nunca iram aceitar isso, mas vai ser melhor pra mim, eu não tenho mais forças para lutar. Fui novamente ao meu quarto e peguei minha caixinha de navalhas, fui me cortando, aquela dor era boa, me deixava aliviada, comecei pelas minhas coxas, logo vim para meus braços. Cheguei perto ao meu pulso e tudo me veio a cabeça, via meu corpo sangrando e não conseguia para de pensar como meus pais iriam se vivar sem mim, qual seria a reação deles logo apos chegar de viagem e ver a filha deles la, em seu quarto ja sem vida, mas por outro lado, seria tão bom, eu não iria mais sofrer, deixaria em paz quem eu tanto amo para seguir sua vida. Não pensei mais em nada, e fui cortando meus pulsos cada vez mais fundo. Já estava quase sem sentido, não tinha mais o controle do meu corpo, e tudo começou a escurecer.