O resto do dia passou com um clima de tensão por toda mansão. Tsuna não tinha contado a ninguém sobre a conversa que tivera com sua mãe, mas é claro que os guardiões suspeitavam de que algo estava errado.

Quando chegou o jantar, todos os guardiões já estavam de volta. Foi um jantar bem silencioso, pois todos tinham percebido o clima pesado que predominava na mansão. Quando acabou, Tsuna foi para seu escritório, abriu a gaveta e pegou o responsável por seu jantar silencioso. Enquanto analisava a carta, ficava se perguntando quem a escrevera, a caligrafia era rebuscada e com ar de muito antiga e ele infelizmente não conhecia ninguém com tal caligrafia. Alguns minutos depois bateram na porta, seu guardião da névoa entrou com uma cara um tanto séria:

- Estão todos preocupados, o espadachim da chuva disse que tudo começou por causa de uma carta.

- Sim, é a mais pura verdade. - disse o décimo Vongola mostrando a carta.

- E o que esta escrito nela? – Mukuro estava começando a ficar apreensivo.

Desde que tinha se tornado chefe oficial, Tsuna tinha ficado mais poderoso, tão poderoso que até mesmo Mukuro tinha certo receio quando ia falar com ele.

- Algo que pode mudar tudo. – falou Tsuna calmamente – Quero que você encontre uma pessoa para mim.

- E quem seria?

- Doutor Pietro, ele é cirurgião até onde eu saiba.

- Nunca ouvi falar dele. Sabe de onde ele é?

- Tudo que sei é que é italiano e morou alguns anos no Japão.

- Bom, se é italiano será super fácil encontrá-lo, porém Sawada Tsunayoshi porque você quer que eu encontre um cirurgião, esta tudo bem? - Era estranho ver Mukuro se preocupar com alguém, mas mesmo assim era reconfortante.

- Esta tudo bem, eu só preciso que ele me responda algumas perguntas.

- kufufu, parece que esse tal doutor esta encrencado. Pode deixar daqui alguns dias ele estará aqui.

- Obrigado Mukuro. Você pode começar amanhã de manhã, descanse por essa noite.

- Esta bem, boa noite.

- Boa noite.

Quando Mukuro saiu, Tsuna continuou a olhar para a carta. Ele estava com uma vontade enorme de saber como era sua irmã, sendo que nem sua mãe sabia como era, e ao mesmo tempo queria acabar com quem a tivesse tirado de sua família.

Na manhã seguinte, Mukuro saiu bem cedo, e pediu para que Chrome fosse com ele, o que Tsuna não se importou nem um pouco. Por ser segunda, Lambo estava na escola, Gokugera estava em seu quarto trabalhando, Yamamoto e Sasagawa estavam treinando no jardim, enquanto Hibari estava na cidade.

Tsuna estava em seu escritório analisando a papelada que sempre tinha, quando seu telefone tocou. Ao atender, a voz de seu melhor amigo encheu o ouvido de Tsuna.

- A quanto tempo Tsuna.

- Digo o mesmo, Enma. Como estão as coisas por ai?

- Tranquilas – comenta o Décimo Shimon – porém o mesmo não posso dizer de você. Soube que recebeu uma carta que o deixou preocupado.

- Parece que as noticias estão correndo bem mais rápido do que eu esperava.

- Foi Gokudera-kun que me contou, ele disse que estava preocupado com você, e que ontem no jantar as coisas estavam bem mais serias que de costume, depois me pediu para falar com você, pra ver se você falava algo. – o tom de preocupação na voz de Enma era evidente. Tsuna sabia que não podei esconder nada de seu melhor amigo, então decidiu contar.

- A verdade é que recebi uma carta com algo importante escrito. Dizia que minha irmã não esta morta. No começo eu estava achando que era mentira, mas minha mãe disse que era para eu ter uma irmã, só que ela morreu no parto.

- Que horror Tsuna, e você acha que o que a carta diz é verdade?

- Pedi para minha mãe me dizer o nome do médico que fez o parto e depois pedi para Mukuro encontrar ele. Se for verdade ou não, esse tal Pietro poderá me responder.

- Você não parece muito feliz – realmente esconder algo de seu melhor amigo era quase impossível.

- Não é que eu não queira conhece-la, só acho um erro fatal separar uma criança de sua família.

- Concordo com você. E o que vai fazer se tudo isso for verdade?

- Não sei, mas o que me preocupa é quem escreveu a carta. Não parece a caligrafia de um médico. – Tsuna se pegou olhando a carta mais uma vez, a caligrafia realmente lhe chamava atenção.

- Tenho certeza de que irá descobrir em breve.

- Obrigado Enma. Não comente isso com ninguém, está bem?

- Claro que não. Boa sorte com sua busca e me mantenha informado, está bem? Até logo.

- Até. - depois de desligar o telefone, Tsuna foi até a janela e olhou para o céu. Sua hiper intuição estava dizendo que aquilo seria mais perigoso do que ele podia imaginar.