As Cronicas Da Terra Do Nunca escrita por GeAgatha


Capítulo 1
Capítulo 1 - O assalto -


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos a essa nova historia :)



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Enquanto o barco se movia no poluído rio Tâmisa eu podia ver um pedaço da minha vida indo embora, quando aquele barco ancorasse no caís e eu desse meu primeiro passo em Londres eu teria que me dirigir até aquela carroça de madeira podre com aqueles cavalos magros, depois ela me levaria até o interiro da Inglaterra aonde minha nova família me esperava em sua casa de campo, eu deveria ser a única órfã do Reino Unido que não queria ser adotada.

Eu sei, é confuso, mas eu sempre tive esse modo de agir por conta própria, eu nunca quis ter “donos” ou que alguém simplesmente mandasse em mim, sempre quando eu tinha a chance de fugir eu fugia, mas eles sempre acabavam me achando ou eu voltava pela fome, era difícil uma garota de 17 anos como eu achar algum trabalho pelas ruas da minha amada Escócia. Eu sempre esperei pelos meus aclamados 18 anos, a idade de ouro, eu poderia deixar o orfanato e começar a viver por conta própria, porem May Stevenson, a tutora do orfanato, usou até seus últimos recursos para me colocar em alguma casa aonde eu poderia se “educada”, como se isso fosse possível.

-Que cara é essa Brooks?

Eu me virei para traz, apenas uma pessoa me chamava de Brooks, e ele devia ser a única pessoa no mundo que realmente se importava comigo, e por mais que eu odiasse admitir, eu também me importava com ele.

- Você sabe muito bem porque eu estou assim Foster.

Foster se juntou a mim na borda do navio, ambos apreciamos a vista de Londres, ele estava apreciando, já eu estava enjoada com a ideia do meu possível futuro.

- Não consigo acreditar que você esteja chateada, de todos nós você foi à única que conseguiu ser adotada.

- Eu não vou ser adotada Foster, eu vou ser simplesmente aturada por algum casal infeliz.

- Como sabe que eles são infelizes?

- Bom, se eles nãos são logo serão.

Foster olhou dentro dos meus olhos, algo que ele só fazia quando estava realmente infeliz.

- Me prometa que não vai fazer nada fazer nada para te mandarem de volta.

- Foster eu não posso...

- Pode sim Brooke, você deve se comportar, e ter uma vida normal, se casar ter filhos e viver feliz em alguma casa aconchegante no campo onde estará segura.

- E se não for isso que eu quero fazer com a minha vida Foster?

- Então você fará por mim.

Eu não pude impedir as lagrimas em seus olhos, eu sempre gostava de me manter forte, fechei os olhos com força, mas mesmo assim não pude impedir uma única lagrima que escorreu pela minha bochecha.

- Vou sentir saudade de você Foster.

- Por quê? Achei que você nunca se apegasse a ninguém.

- Porque você se importa comigo Foster, e eu me importo com você também.

Foster ficou me encarando por um longo tempo, eu sempre notava o contraste que seus olhos azuis tinham em seus cabelos negros e sua pele pálida, ele se aproximou de mim e me abraçou e desta vez ninguém estava perto para nos separar, nem mesmo May.

- Vou senti saudades de você também Brooks.

- Eu prometo que me comporto – eu disse me lembrando de que daqui a cinco meses Foster faria 18 anos – se você prometer me procurar assim que sair.

- Não.

- Mas...

- Eu prometo que vou te ACHAR assim que eu sair.

- Podemos fugir.

- Agora não.

- Talvez depois.

- Vamos ver.

- Vai pensar no assunto pelo menos?

- Vou.

O barulho da caís me distraiu, eu me virei e vi o porto de Londres, era ali que eu deveria descer enquanto Foster partia para algum lugar desconhecido e me deixava com a esperança de velo novamente um dia.

- Adeus Brooks.

- Adeus Foster.

Eu queria dizer que o amava, mas não consegui, eu amava Foster, sem duvida, mas ele era como um irmão para mim, nós dois nos conhecemos desde sempre, eu não me lembro de qualquer momento em que eu não estivesse com ele ou pensando nele.

Então eu vi a multidão de criançinhas e adolescentes que o arrastaram para dentro da barco para a contagem, enquanto isso May Stevenson segurava meu ombro com força para que eu não fugisse.

- Pronta querida?

- Não, e não me chama de querida.

- Não faz diferença, vamos.

Ela me levou pelo caís, até a carroça, como o previsto, e lá colocou minha única mala bem ao meu lado, mais três crianças entraram na carruagem comigo, todas com destinos diferentes.

- Adeus, meu pequeno probleminha.

- Sabe May, eu sempre quis te dizer uma coisa, mas como a menores aqui acho que seria impróprio então, eu simplesmente te odeio Stevenson, adeus.

Nós fomos guiados pelas ruas laterais de Londres, sem entrar na cidade em si, em algumas horas já estávamos entrando no campo, em meio a florestas e trilhas esburacadas aonde nós quase caímos. Enquanto chegávamos perto da nossa primeira parada um movimento estranho na floresta, em alguns segundos a carroça já estava cercada e homens mascarados apontaram seus arcos para o cocheiro, uma das flechas passou raspando pelo braço do carroceiro fazendo com que ele perdesse a direção, um dos homens mascarados subiu na carroça e deu um soco no pé do seu ouvido o fazendo desmaiar, todos eles pararam a carruagem e apontaram seus arcos para nós, eu estava apavorada demais para me mexer, já as crianças tentaram correr, mas cada um dos homens segurou uma delas.

- Quem são você? – eu perguntei com a voz tremula.

O mais alto deles veio na minha direção e tirou a mascara, ele tinha cabelos ruivos.

- Acho que não é seguro para nenhum de nós que você saiba nossos nomes – ele disse com arrogância – somos apenas “aqueles que roubam dos ricos e dão aos pobres”.

Todos os outros riram com arrogância também. Eu aprendi uma coisa muito valiosa vivendo em orfanatos, que se combate arrogância com mais arrogância.

- Ótimo “Aquele que rouba dos ricos e da aos pobres” você poderia, por favor, nos soltar, somos apenas órfãos, não temos dinheiro nenhum, muito menos somos ricos, na verdade você que deveria nos dar dinheiro se essa é a lógica.

Seus comparsas riram, ele parecia bem serio agora.

- Para seu conhecimento garota atrevida nós vamos pedir um belo resgate por vocês.

- Boa sorte com isso, é capaz de pagarem para vocês me levarem.

- Então vamos poupa-los do incomodo – eu senti todos os pelos da minha nuca se arrepiarem com essa frase- Fisher leve as crianças para o esconderijo e mande a carta do resgate para Londres, os novos pais adotivos devem estar preocupados com eles.

O brutamonte que tinha derrubado o carroceiro começou a botar as crianças na carroça.

- Já esta aqui – ele disse apontando para mim – vamos leva-la, aposto que Gothel vai pagar bastante para ela.

Todos trocaram sorrisos maliciosos.

- Quem é Gothel? –eu quis saber.

- Você vai descobrir- disse ele agarrando meu braço – agora vamos, não temos tempo a perder.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado



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