Virei em algumas esquinas correndo muito, mal percebi o caminho, eu não poderia andar devagar, pois o carro estava quase sem gasolina e nós corriamos o risco de ficar ali no meio da rua, e isso seria um problema. Sara não olhou para ninguém, ela apenas ficou olhando para o vidro do carro, com uma lagrima no canto dos olhos. Any fez sinal para que eu falasse alguma coisa, embora nada do que eu dissesse adiantaria.

- Você está bem - eu disse olhando rapidamente para o banco de trás.

- Estou bem Nick, eu já estava preparada para esse momento, nós todos devemos estar - Sara respondeu com a voz agora muito calma, e talvez ela estivesse certa, nós teriamos que nos acostumar com a idéia de perder alguém ou de morrer, não tinha mais lugares seguros, a cada dia era um risco.

Olhei bem distante e localizei a casa de onde nós saimos, não era longe do  colégio, a gente dava muitas voltas com o carro, para que os zumbis se confundirem com o barulho e não nos encontrar. Olhei para os lados, não havia nenhum zumbi naquela rua, apenas destruição como em toda a cidade, mas estava muito silêncioso, o portão se abriu e nós entramos com o carro, em seguida fechei o portão sempre olhando para a rua.

Fui tomar um banho em um dos quartos que havia lá. Sara havia entrado em outro quarto, concerteza também iria tomar um banho, ela estava toda suja, e tinha sangue em sua blusa. Deixei Any na sala, ela iria pro banho depois que eu terminasse. Quando acabei o banho peguei algumas roupas que estavam ali em um grande guarda roupas, era enorme, elegante como todas as coisas daquela casa. Me troquei e fui ver onde Sara estava, percebi que a luz do abajur em um dos quartos estava acesa,  fui bem devagar até o quarto, que ficava bem ao lado do outro onde eu estava, e notei que Sara estava deitada, Seus cabelos brancos estavam espalhados no travesseiro, ela parecia estar dormindo, começei a voltar para trás devagar,  eu não queria acorda-la.

- Espere - escutei ela dizer baixinho, eu voltei ao quarto e ela estava com os olhos abertos, ela usava um pijama muito elegante, com certeza era da dona daquela casa.

- Eu sei como você deve estar se sentindo, mas eu estou aqui do seu lado ok - eu disse me sentando na ponta da cama que era enorme. 

Segurei a mão dela, ela tinha uma pele macia, seus olhos começaram a brilhar. Eu senti um perfume que me deixou paralizado por alguns instantes.

- Obrigado - ela disse com a voz tão suave, eu não consegui me conter.

Derrepente eu começei a me aproximar dela e cheguei bem perto de sua boca, era tão vermelha parecia que estava de batom, eu dei um beijo como nunca havia dado em ninguém, nem mesmo em Any, era uma coisa diferente, como se ela me atraisse, eu beijei mais e mais, não conseguia parar, e senti que ela me segurou e nós começamos a nos beijar loucamente. Ela começou a tirar minha blusa e eu deixei, a gente se enrrolou nos lençois e ficamos ali por alguns instantes, eu fiz amor com ela, foi uma coisa intensa e muito rapida, eu não pensei em nada, era como se quando eu estivesse com ela não me lembrava do que acontecia no mundo lá fora.

Depois ficamos ali, parados olhando para o teto, ela de um lado da cama e eu de outro lado, estavamos nus, e eu nem me importava, mesmo com o frio que estava fazendo. Any começou a me chamar, foi quando eu voltei a por os pés no mundo, e me levantei depressa, começei a me vestir, as minhas roupas estavam todas jogadas no chão. Quando acabei de me vestir, fui até o quarto, Any estava na cama ela me olhava com um olhar de reprovação.

- Onde você estava - ela resmungou

- Fui assistir um pouco - minha voz saiu tremula

- Eu Sai do banho e fiquei aqui te esperando e você fica assistindo? assistindo o que? não existe mais programas de televisão.

- Era um filme,  que eu achei por ali jogado.

Eu fiquei olhando para Any, ela estava deitada muito sonolenta, não sei o que eu falaria pra ela agora, eu não tinha o que falar, na verdade Any era só uma amiga, a gente nunca teve nada, foi só um beijo, só isso. Fiquei ali do lado da cama de Any até ela pegar no sono, depois quando ela dormiu eu fui até a sala e me sentei no sofá, eu fiquei imaginando um plano para ir até o sitio de minha avó, mas agora não tinha certeza, pois aquela casa onde estavamos me parecia bem segura, e se o sitio fosse perigoso, e se os mortos já tivessem chegado até lá. Eu fiquei me torturando com esses pensamentos.

Derrepente vi uma luz, como de um farol vindo em direção a casa, eu me aproximei da janela para ver melhor, e percebi que não era um farol de carro, mas sim um pequeno farol,  já era noite a escuridão tomou conta da rua, as luzes dos postes estavam falhando, eu fiquei na janela até que percebi uma pessoa com um farol nas mãos no meio da rua, me parecia ser uma pessoa normal, pois estava com medo, parecia estar fugindo de alguma coisa.

Corri até a porta da frente, e abri só um pouquinho, olhei para a pessoa que estava parada no meio da rua, olhando para todos os lados, como se estivesse procurando alguma coisa.

- Aqui - sussurrei - é seguro pde vir

A pessoa olhou e começou a correr em direção a porta, eu fiquei com medo, e se não fosse uma pessoa normal, mas e se fosse uma pessoa nbormal, apenas tentando sobreviver como nós, eu não poderia deixa-la ali para morrer.