Help, I Am Alive escrita por Livis, Julia A R da Cunha


Capítulo 4
O3 - "Raiva"


Notas iniciais do capítulo

Capítulo feito por mim, Julia, espero que gostem. Desculpem o tempo que sumimos. Eu estava viajando e a Livia estava meio sem ideias, mas aí estamos de volta o/



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Raiva. Era isso que eu sentia, completa e pura raiva, como um dos sentimentos mais profundos e primitivos que se podiam ter dentro de alguém. Eu não sabia o que haviam feito à Jean depois de que ela fora praticamente arrastada para fora da sala onde eu estava no Edifício da Justiça, e isso estava me deixando louco.

Já havíamos entrado no trem há quase dez minutos, perseguidos por câmeras e mais câmeras da Capital ao longo do percurso de carro até a estação, como se fossem insetos loucos pela luz chamativa. Tivemos que dar acenos para algumas, trocar olhares para enfim entrarmos na locomotiva e seguirmos o caminho para a Capital.

— Não demoramos mais do que dois dias no trem — dizia a mulher que havia chamado nossos nomes. — Ele é bem rápido. Mas mesmo assim, cada um tem o seu quarto aqui dentro para descansarem nesse breve tempo. Daqui a algumas horas vamos servir o jantar, enquanto isso, podem esperar lá dentro, tomarem um banho ou descansarem.

Todos nós continuamos calados, olhando em volta. Admito que o trem era luxuoso, mais do que qualquer coisa que eu havia tido a capacidade e oportunidade de presenciar na vida. Infelizmente minha família não era o que se pode chamar de rica, já que vivíamos na Costura do Distrito 12.

— Ah! Como sou boba. Meu nome é Alva, e vou instruir vocês na Capital, além de seu mentor, é claro.

Nosso mentor era Elfort Stewart, o único vitorioso do Distrito 12. Ele já estava com seus cinquenta anos de idade e somente o via quando era época de Jogos, sentado no palco junto com o prefeito e com alguém da Capital que chamava os nomes dos tributos. Elfort não era muito de falar demais, estando sempre calado, somente observando, prestando atenção em cada um que era chamado.

Nem prestei muita atenção em Elfort durante a Colheita, nem mesmo havia visto se ele estava lá. Também não o havia visto entrando no trem, mas sabia que ele estava lá dentro, em algum lugar. Ele era um observador, isso eu sabia, e esse pensamento me fez questionar se ele não estava em algum lugar tão próximo de nós que não víamos, nos observando, analisando cada movimento nosso.

— Vão para os seus quartos agora. Eu lhes mostro o caminho e indico o de cada um — disse Alva. — No jantar conversaremos melhor, nós e Elfort. Ele está em seus aposentos agora e não creio que gostaria de ser incomodado.

Não sei porque, mas aquilo soou levemente como uma ameaça para mim. Olhei para o lado rapidamente, encontrando os olhos da morena, Kylie, com o olhar que eu também tinha, e vi que ela estava pensando a mesma coisa que eu. Apesar disto ficamos calados e apenas seguimos Alva enquanto ela falava várias coisas ao mesmo tempo sobre a Capital, sobre como os Jogos Vorazes e o Massacre Quartenário eram espetaculares e várias outras coisas que eu nem me dei ao trabalho de ouvir.

Ao longo do trem fomos parando, deixando Kylie primeiro em seu quarto e seguindo para o próximo que seria o de Maysilee. Chegamos ao quarto dela e nos entreolhamos antes de ela entrar e fechar a porta. No caminho havíamos agora somente eu e Samuel junto com Alva que ainda falava.

— Vai tentar ganhar? — sussurrou ele.

— O que? — sussurrei de volta.

— Os Jogos. Os do 12 são sempre fracos, perdem rápido — ele respirou fundo. — Vou tentar vencer dessa vez, pelo menos ir um tanto longe no jogo. E você?

Respirei fundo pensando nas palavras dele e lembrando de meu irmão, da promessa que fiz para ele, de minha mãe, e do último abraço de Jean. Apesar disso, havia algo preocupante na voz dele. O que ele seria capaz de fazer tentando sobreviver?

— Sim.

— Legal — falou. Logo depois Alva parou de andar e indicou uma porta, sendo esta o quarto dele. Trocamos um último olhar e ele entrou no quarto dizendo: — Te vejo mais tarde.

Samuel fechou a porta e agora éramos só eu e Alva. Ela me olhou empolgada, como se tivesse tomado várias chícaras de café ou recebido cafeína pura nas veias.

— Seu quarto não é longe. Venha.

Continuamos andando por mais uns três minutos até chegarmos ao próximo aposento.

— É aqui que vai ficar, meu jovem — disse ela abrindo a porta. Assenti e fui entrando, mas ela me segurou pelo ombro. — Relaxe, só um pouco. Temos toda a viagem somente para isso antes de tudo começar. Tome um banho quente e descanse.

Pensei um pouco, analisando seu modo de falar e suas palavras e antes de eu dizer qualquer coisa, ela fechou a porta com calma, até demais para o modo em que estava antes. Respirei fundo. É, acho que pelo menos isso eu deveria considerar e não tardei a entrar no banheiro, retirar as roupas e enfiar-me embaixo do chuveiro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comentem



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