Help, I Am Alive escrita por Livis, Julia A R da Cunha


Capítulo 2
O1 - "Desesperança"


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi escrito por mim, Julia. Espero que gostem.



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E então havia começado. Todas as câmeras da Capital e seus jornalistas estavam focados em nós e na mulher que estava no palco, prestes a escolher os nomes. Todos estavam em completo silêncio, mas era fácil saber o que pensavam: esperando do fundo de suas mentes não serem escolhidos.

Respirei fundo, tentando me acalmar, pois a visão de minha namorada aterrorizada não havia sido das mais pacíficas, e isso também estava difícil com o garoto ao meu lado tremendo tanto que parecia estar se balançando.

"Não pode ser ela", pensei. "Por favor, que não seja ela". A mulher chegou até a bola de vidro com os nomes das meninas e colocou sua mão lá dentro lentamente, mexendo e mexendo nos papéis, tentando causar suspense e ansiedade em todos, até que enfim, seus dedos pararam em uma tira de papel que foi retirada rapidamente. Meus olhos foram na direção das meninas, para vê-la completamente pálida, suando e tremendo, respirando pela boca para tentar pegar mais oxigênio.

A mulher andou até o microfone e lentamente foi desdobrando o papel. Todos inspiraram fundo e não ousaram soltar o ar durante todo o tempo em que ela ficou calada, passando os olhos entre o papel e a multidão.

— Kylie Romanoff!

Olhei em direção às meninas assim como várias pessoas, tentando localizar quem era Kylie. E então do meio da multidão uma garota saiu. Era pequena, a pele de uma cor morena clara, cabelos longos e negros que caíam sobre suas costas, e se eu via direito, os olhos eram escuros, mas na luz revelaram-se verdes profundos. A pobre menina deveria ter somente uns quatorze anos.

— Aí está você! Venha, venha! — dizia a mulher de modo empolgado. Kylie foi andando até o palco com Pacificadores ao seu lado que apenas a abandonaram quando estava de pé atrás da mulher. — Agora a próxima garota.

Ela caminhou novamente até os nomes e repetiu o mesmo processo. Ela girou e girou a mão lá dentro até pegar um papel. E nesse momento, meu coração parou e meu corpo enrijeceu. "Não pode ser ela, não pode ser ela, não pode".

— Maysilee Donner! — e felizmente, não era ela.

Olhei novamente para as meninas, dessa vez focando na minha namorada que agora parecia um tanto mais calma, mas ainda estava tensa. E tinha o porque, afinal, os meninos ainda não haviam sido escolhidos.

Do meio delas, pude ver uma garota loura tensa, começando a ir em direção ao palco, enquanto outra, provavelmente sua irmã pois eram bem parecidas, chorava de modo doloroso. Ela foi andando de modo lento, duro, hesitante, até que enfim parasse ao lado de Kylie no palco. A mulher da Capital sorriu olhando para as duas novas presas que haviam conseguido e foi ao microfone:

— Agora vamos escolher nossos tributos masculinos!

Ela foi até os nomes, mexeu, mexeu, mexeu, e retirou um. Voltou ao microfone, respirou fundo, e:

— Samuel Greenlaw!

Procurei pelo garoto entre todos e arregalei levemente os olhos quando o vi. Ele devia ter dezoito anos, pois era realmente grande, forte, e seu rosto parecia até mesmo mais velho do que dezoito. Os cabelos negros possuíam um corte militar que o fazia parecer ainda pior e mais forte do que poderia ser, e os olhos cinzentos pareciam fuzilar os habitantes do Distrito 12.

Olhei para o lado, para as meninas, e a localizei murmurando: "Espero que não seja você". Não sabia bem o que responder para ela, portanto apenas me virei e voltei a encarar o palco, enquanto a mulher já voltava para o microfone, bem mais rápida do que das outras vezes.

— E nosso último tributo do Distrito 12 é... — ela desdobrou o papel, leu calmamente, e disse com força e entusiasmo: — Haymitch Abernathy!

O mundo parou.

Todos de repente estavam olhando para mim, e pude ouvir o grito dela de tristeza, indignação, desesperança.

Engoli em seco, tentando forçar meus pés a andarem em direção ao palco, mas estes de repente parecia ser mais pesados do que blocos de chumbo. Tentei deixar minha expressão o mais indiferente possível, pois não queria parecer fraco, mas também não queria parecer um daqueles que se acha o tal. Para isso, eu precisava ignorar o choro dela e seguir em frente.

Parei ao lado dos outros tributos, entre Samuel e Kylie, sendo que esta tremia discretamente, tentando esconder isso colocando as mãos para trás das costas.

— E esses são os tributos do Distrito 12 para o segundo Massacre Quartenário, e que a sorte esteja sempre ao seu lado!

E então, fomos arrastados para dentro do Edifício da Justiça.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.



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