Chegamos no apartamento de Carol; era uma gracinha, bem arrumadinho, bem decorado. Mas a minha vontade era chegar logo no meu. Então fomos ao meu; quando saímos do elevador nos deparamos com uma senhora com cara de simpática, que parecia estar me esperando, mal cheguei e ela já se aproximou toda feliz.

– Hello my babies! Sou Mrs. Folwk, mas podem me chamar de Marie; eu sou sua tutora Beatriz! Seus pais me contrataram para dar uma “olhadinha” em você de vez em quando, mas prometo não pegar no seu pé. - disse a senhora

Ela era rápida e direta, eu deveria saber que meus pais contratariam alguém para ficar comigo, não era comum para eles a ideia de eu ficar sozinha em Londres.

– Bom, vejo que você já arrumou uma amiga, isso tornará meu trabalho mais fácil My Little. Percebo que você é uma garota tranquila Beatriz, acho que não vou precisar ficar correndo atrás de você o tempo todo. - disse Marie

My Little? Eu?! Tenho 1,70 de altura! E ela deve ter uns 1,55 cm. E eu sou pequena?! Gostei da Marie, tão delicada, e gentil. Vamos nos dar bem.

– Obrigada pela recepção calorosa Mrs. Folwk, acho que vamos nos dar muito bem. – eu disse

– Claro que vamos, e… qual é o seu nome minha lindinha? –perguntou ela a Carol

– Meu nome é Carolinne, mas pode me chamar de Carol. A senhora é um doce de pessoa. - disse Carol

– Que belo nome. Ah! Eu estou enrrolando, vocês devem estar loucas para entrar. – disse a senhora

Ela me deu a chave, ao abrir a porta, me deparei com um apartamento muito bonitinho, não tão diferente de Carol, mais ainda faltavam pequenos detalhes para ficar a minha cara, mas nada que eu não resolvesse rapidamente.

– A senhora é daqui de Londres? – perguntou Carol

– Sim minha querida, eu nasci aqui em Londres, mas quando me casei fui morar em Portugal, e fiquei por lá durante 30 anos, por isso tenho um bom português; quando meu marido faleceu, voltei para cá. – respondeu Mrs. Folwk

– Entendo…– Carol

– Bom, vou deixar você se acostumar com o apartamento, qualquer coisa me chame Ariana. – Marie

– Pode deixar, não se preocupe comigo, prometo não dar trabalho. – Eu disse

– Eu também tenho que ir, meu apê me espera. Ah! Bora sair pra conhecer a cidade amanhã? – Carol me perguntou

– Beleza, fechou as 8:00 então? Melhor começar cedo pra aproveitar melhor o dia – eu disse

– Já é! Não esquece de passar lá em casa ehm… – Carol

– Ha ha ha ha, prometo que não esqueço! J– eu disse

Ela se foi, afinal deveria estar louca para aproveitar seu próprio espaço, como eu também estava. Comecei a revirar as coisas; joguei o sofá para a direita, para esquerda, mais para frente e no fim das coisas acabei deixando onde estava mesmo; fiz a mesma bagunça com a cama e a mesa da cozinha mas foi em vão. Por fim coloquei uns enfeites que tinha comprado no Rio, para lembrar do meu Brasil; fiz tudo isso ao ultimo volume do CD dos meus Lindinhos (1D), o que deve ter assustado um pouco os vizinhos, mas eu não me importava. Liguei para minha mãe para dizer que cheguei bem, e com esperanças de que ela falasse pouco, o que foi inútil, pois ela falou por 2 horas seguidas, e chorou, riu, contou fofocas, chorou mais e finalmente desligou. Quando acabei tudo, já estava tarde e confesso que estava exausta desse dia tão corrido; outro dia estava pro vir e eu tinha que aproveitar ao máximo possível meu 2º dia como Londrina.

Acordei bem em cima da hora marcada, estava atrasada, mas ainda sim fiz corpo mole; demorei a pouco pra levantar; escovei os dentes, vesti um short e uma regata típica “ I Love London”, arrumei o cabelo, fui para a cozinha, olhei para ela, e me bateu um desanimo de preparar até um cereal, resolvi que iria pedir um expresso no caminho. Passei na casa de Carol, que já estava fula da vida comigo pela demora, dei-lhe um abraço e ela me perdoou; então partimos ao nosso dia divertido.

Visitamos poucos pontos, não sabíamos direito onde ir, mas arriscamos; fiquei tão encantada com tudo que até esqueci de tomar meu café da manhã. Quando vimos já se passava das 13:00 , e não tínhamos nem almoçado, resolvemos para em um Bar restaurante típico londrino e pedir algo. Sentamos em uma mesa e começamos a conversar enquanto nosso pedido não chegava.

– Caraca! Eu tô amando ficar aqui em Londres, tudo aqui é tão perfeito! – comentou Carol

– Eu também tô adorando tudo, mas tô um pouquinho nervosa pelo 1º dia de aula amanhã. – Eu disse

– Isso eu também tô, mas eu tenho você e você tem a mim, e isso já é um alívio. – Carol foi fofa

– Own… sabe, te conheço a tão pouco tempo, mas já te adoro minha lindinha…– Completei

– Sabe que eu sinto o mesmo?! My little, hehe J - Exclamou Carol

Boba essa menina, mas eu gostava tanto dela, mesmo conhecendo-a a pouco tempo. E ficamos ali, dividindo afinidades; nosso pedido chegou; comemos, e conversamos mais, conhecendo assim uma a outra melhor. Mas derrepente fomos interrompidas por uma gritaria muito grande em um café ao lado. Eram garotas muito histéricas falando muito depressa e todas ao mesmo tempo, não dava para entender uma palavra se quer, por mais evoluído que meu inglês fosse. Nessa hora meus pensamentos e os de Carol foram os mesmos.

– Você acha que são os… não, não pode ser, será que são os…– Concluiu Carol, começando a ficar histérica também

– Será?!!! Seria muita sorte a nossa… Vamo ver isso direito – Conclui

Rapidamente pagamos a conta e corremos o mais depressa possível na direção do escândalo. Escutamos alguém falando alguma coisa como “One Direction”, ficamos malucas nessa hora, ficamos meio a multidão de garotas eufóricas. Pensei: “Não pode ser! Eu vim sem esperanças de encontra-los e por acaso eles estão no mesmo lugar que eu?! Será isso o destino?”. Meu coração disparou, parecia que ia saltar pela boca e senti que Carol também teve a mesma reação que eu. Nós tínhamos que nos aproximar a qualquer custo! Eram nossos Boys, era A oportunidade. Entramos no meio de todas aquelas garotas, levamos pisoes, cotoveladas, empurrões e muito mais, mas tudo isso compensava apenas um olhar neles.

Quando finalmente conseguimos chegar a frente, e achamos que iriamos encontrar nossos príncipes; quebramos a cara feio! Não eram nenhum dos meninos, era um jogador da NBA, nem tão famoso assim, mas algumas daquelas meninas continuavam a fazer escândalo, enquanto outras foram saindo de fininho como nós, com caras e mais caras de decepção. Vida de fã é triste mesmo. Mal sabia que tudo o que sonhei estava prestes a virar realidade.