Talvez Jade estivesse realmente pirando... Beck foi pro Canadá e convidou Tori pra ir junto com ele. O coração de Jade estava quebrado em milhares de pedacinhos, tão pequeninos que mal seria possível juntá-los de novo. A mente dela ia de um lado para o outro, tentando saber o que os dois fariam lá, sozinhos...  Jade prometeu que não se importaria mais com Beck, mas ela não conseguiu. Tudo que ela vê, ela se lembra de Beck. Tudo o que ela toca, ela sente Beck a abraçando. Tudo o que ela cheira, ela lembra de como o cheiro de Beck era irresistível. Devia ser por isso que Beck sempre estava rodeado de meninas, em qualquer lugar que fosse... Até mesmo em um asilo. Jade adorava ver a cara de irritação das pretendentes dele, quando ela chegava e enlaçavas seus dedos nos dele. Era realmente ilário... Mas agora, todos esses momentos bons que eles passaram juntos, não passam de meras lembranças, pelas quais Jade reza todos os dias para que voltem a ser realidade.

Faz pouco mais de dois meses que Beck não abriu a porta na casa da Tori. Jade realmente se espantou com a atitude do garoto. Sempre que ela o mandava fazer algo, pronto... Ele ia lá, e fazia. Mas daquela vez foi diferente... Jade fez como o prometido: Contou até dez. Quando ela chegou ao dez, percebeu que Beck não tinha a intenção de abrir a porta, então ela foi embora. Foi embora da vida dele... Foi embora pra nunca mais voltar.

Era pra Jade estar indo com Beck para o Canadá... Era pra Jade estar indo comemorar o aniversário de dezenove anos da irmã dele. É uma sorte que Lexie nunca gostou de Tori... Ficaria muito mais fácil para Beck e Tori namorarem, se a família de Beck aprovasse. Isso faz Jade pensar....  A família de Beck nunca gostou realmente dela. Eles apenas a aturavam, porque não queriam que seu amado e doce filho, Beck, ficasse chateado. Será que Jade era boa pra ele? Será que Jade era boa o suficiente pra fazê-lo feliz? Essas perguntas não foram respondidas.

Então Jade resolveu ir dirigindo até o aeroporto. Com sorte ela ainda poderia achá-los em meia as centenas de pessoas que passam pelo o aeroporto todos os dias. Ela tinha que achá-los, ela tinha que dizer para Beck  o quanto ela o ama antes que fosse tarde demais. Antes que Beck decida que Jade não é o melhor pra ele, antes que Beck decida ficar com Tori. À velocidade que Jade está, ela poderia facilmente sofrer um acidente. E por ironia do destino, um animal atravessa a rua, fazendo Jade frear bruscamente. A velocidade alta com a freada impulsiva só podia resultar em uma coisa: O carro em que Jade estava capotou... Mas não foi uma simples capotada. O carro deve ter capotado por duas ou três vezes antes de  atravessar a margem de segurança da estrada e cair em um barranco. Jade nem ao menos resistiu. Deixou que a escuridão a levasse pra longe.

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Depois de se irritar com o barulho que algum aparelho fazia, Jade abriu os olhos. Ela estava em um lugar fresco e branco. Seu corpo estava cheio de bandagens e esparadrapos... Ela olhou para o lado. Um garoto de cabelos pretos até os ombros segurava sua mão. Ele estava encostado na parede e seus olhos estavam inchados e vermelhos. Jade queria chamar sua atenção, mas por mais que tentasse, ela não conseguia se mover nem um centímetro que fosse. Ele estava olhando fixamente para a parede oposta. De repente, Beck passa os olhos por Jade e percebe que seus olhos estão abertos e o miram com certo brilho. Nesse momento Jade percebeu que não importaria onde e como ela estivesse... Ela estava com Beck. E isso se tornaria seu porto seguro.