Nii-san escrita por Gabriella Usagi
Madara havia voltado das suas intermináveis sessões com os velhos do Conselho de Konoha, aconteciam a cada seis meses e durava o dia todo, ele nunca contava para ninguém sobre o que acontecia lá, nem mesmo para Itachi. Sua cabeça doía e ele sempre voltava exausto, não falava com ninguém apenas subia para o quarto e por lá ficava até a manhã do dia seguinte.
– Posso entrar? – perguntou Itachi ao abrir uma fresta na porta.
– Vai embora nii-san, por favor... – respondeu Madara com a voz cansada. Ele estava deitado de barriga para baixo na cama e com o rosto enfiado no travesseiro.
Normalmente ele nunca recusava a presença do mais velho, estranhando esse comportamento, Itachi entrou mesmo sem a aprovação, sentou-se na cama e tocou levemente a cabeça do mais novo.
– Quer conversar?
– Vai embora... – dessa vez a voz normalmente alegre deu lugar a um tom choroso e triste. - ... por favor...
Itachi ficou ali em silêncio, por um longo tempo, seu rosto não demonstrava, mas estava angustiado e com receio. Sentou-se melhor, encostado na guarda da cama e puxou a cabeça do irmão para o colo.
– Seja lá o que for, ou que merda você fez... eu juro que irei ficar do seu lado.
– ... arigatou, nii-san... – respondeu Madara se ajeitando melhor no colo do irmão. – Amanhã, a gente pode ir treinar, juntos?
O mais velho ficou surpreso pela pergunta, Madara não gostava de treinar com ele, justamente por improvisar demais e desagradar o irmão mais velho, há muito tempo haviam desistido de treinar juntos.
– Sim, podemos.- respondeu Itachi. Naquele momento a única coisa que podia pensar era em agradar o irmão.
A noite trouxe uma tempestade e parecia que nunca mais iria terminar. Itachi ficou com Madara até que este adormecesse, sem mencionar uma palavra, apenas com a mão sobre a cabeça do menor em sinal de apoio e carinho. Assim que o irmão dormiu Itachi levantou-se e seguiu para seu próprio quarto ainda pensando sobre qual procedimento tomaria com relação ao ocorrido.
Ao puxar a coberta para deitar, notou aquela pequena criatura encolhida e agarrada ao seu travesseiro, morrendo de medo dos trovões.
– Sasuke... – disse baixinho.
O pequeno olhou para o irmão ainda com os olhos em lágrimas, não havia como negar auxílio àquele bebê gorducho e de bochecha rosada.
– Vai mais pra lá eu também quero deitar, você pode ficar aqui... só por hoje tá bom? – Itachi disse com a voz mais branda.
Sasuke abriu um sorriso enorme e, assim que o irmão deitou, tratou de segurar firme em sua blusa para ter certeza de que ele não o levaria embora assim que o sono chegasse.
O sol não havia nem aparecido no horizonte quando Mikoto abriu a porta do quarto de seu filho mais velho em busca de Sasuke, era sempre para lá que ele e Madara iam quando estavam chateados ou com medo de alguma coisa, ela sentia certa inveja de Itachi, porque mesmo sendo a mãe era o nome dele que Sasuke havia aprendido e repetia incessantemente.
– Vem Sasuke... – disse em voz baixa para não acordar Itachi.
O Bebê, ao sentir a mãe retirando-o da cama, fechou o rosto numa expressão emburrada e começou um choro alto e irritante, provavelmente acordando a casa toda.
– TAAAAACHIIIIIII, BUÁÁÁ – berrava o bebê.
– Okaasan... deixa ele aqui – resmungou Itachi ainda com raiva de ser acordado daquela forma.
– Não, ele tem de aprender que você não pode estar com ele todas as horas do dia.
Enquanto Mikoto falava Sasuke estendia os bracinhos para o irmão e derramava lágrimas de birra, além de chacoalhar as pernas para se livrar do colo da mãe.
– Okaasan, ele vai acordar a cidade inteira... – resmungou novamente Itachi, mas Mikoto estava firme em sua decisão, segurou melhor o bebê e saiu do quarto tentando conversar com a pequena sirene em prantos. Sentado na cama, o Uchiha ainda podia ouvi-lo perdendo o fôlego de tanto chorar no andar de baixo, onde ficava a cozinha.
– Nii-san, vamos? – disse Marada entrando, seu rosto parecia mais alegre. – Toph-san já está lá embaixo nos esperando.
– Ela... também vai? – perguntou o mais velho
– Claro, quando descobrir o que ela pode fazer, você vai ficar ainda mais apaixonado. – Madara deu-lhe uma piscadela com segundas intensões.
Itachi resolveu ignorar aquele comentário notando que a tristeza da noite anterior só contribuiu para Madara acordar com mais energia e vontade de provoca-lo.
Ao passar pela porta, e pelo irmão mais novo, Itachi deu-lhe um cutucão na testa:
– Anda logo, baka... – resmungou ainda com sono e com o choro de Sasuke ecoando na sua cabeça
–Au! Nii-san... isso é irritante! – respondeu Madara à provocação.
– Tanto quanto você, Maa-chan... tanto quanto você... – disse Itachi descendo as escadas.
Madara abriu seu sorriso largo habitual, adorava quando o irmão o chamava de “Maa-chan” – o que era muito raro - pegou a mochila do chão e desceu assoviando sua música favorita.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!