A Prova De Fogo escrita por Miss Swen


Capítulo 1
Questões importantes


Notas iniciais do capítulo

Baseada em spoilers do episódio 5x02 'Cloudy with a chance of murder'



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O sol nasce brilhando lá fora, eu olho para o lado e o vejo, sim, Castle dormia ao meu lado. Tranquilo e sereno.

Tudo parecia um sonho, nós estávamos juntos, eu havia voltado para a NYPD e aos poucos as coisas estavam voltando ao normal.

Eu estico meu braço e pego meu celular para ver as horas, então decido acordá-lo.

Castle... É hora de acordar... - disse carinhosamente enquanto beijava seu rosto e acariciava seus cabelos.

Após relutar um pouco, ele me responde.

–Mas já? Tem certeza? - pergunta semicerrando os olhos.

–Sim, eu tenho. Nós dormimos demais. - digo enquanto me ajeito na cama, sem deixar de olha-lo.

Ele se senta, ainda com preguiça.

–Que horas são? - pergunta após bocejar.

–Já passa das 09:00. Você lembra que nós combinamos de não perder a hora por mais que fosse irresistível ficar na cama? - sorri.

–Sim, eu lembro. - disse ao se levantar, devagar.

Eu fiz o mesmo e andei em direção ao banheiro, precisava de um banho para despertar.

De repente ele surgiu atrás de mim, envolveu os braços na minha cintura e falou:

–Onde está o meu beijo de bom dia? - sua cabeça repousava sobre meu ombro e eu podia sentir sua respiração.

Eu sorri, ele era realmente encantador.

–Pensei que nunca fosse pedir.

Nos beijamos, tomamos banho juntos e nos arrumamos.

Pretendíamos tomar café e só depois ir para o trabalho, mas quando estávamos no meio da refeição, meu celular tocou. Era Esposito, olhei para Castle e ele entendeu.

–É, acho que o dever chegou mais cedo... - seu olhar estava baixo.

–Eu preciso atender. - expliquei.

–Eu sei, tudo bem. - ele me pareceu realmente sincero.

Apertei o botão.

–Beckett.

Ele ficou me olhando, analisando cada movimento e expressão que eu fazia.

–Uma vítima... Sim... Eu sei onde fica, aliás, quem não sabe? Tudo bem estou indo pra aí... Claro, pode deixar, eu aviso ele - Castle me olhou e entendeu que Esposito havia me pedido para avisá-lo.

Desliguei o telefone.

–Então, temos um caso? - parecia curioso.

–Sim, temos! - falei enquanto colocava o celular no bolso e me levantava da cadeira.

–Pode me dar detalhes?

–Mulher, 28 anos, encontrada morta no... - fiz uma pausa enquanto colocava os pratos na pia.

–Onde? - perguntou enquanto colocava o casaco.

–Em um hotel, o Glamour’s. Conhece? - disse ao pegar minha arma e distintivo.

–Claro! Quem não conhece? - falou ao abrir a porta, notando minha pressa.

Sorri levemente enquanto passava por ele.

Dirigi por cerca de meia hora, o trânsito estava horrível. Ao chegar em frente ao hotel, algo chamou minha atenção, e a de Castle também, mas ele comentou primeiro:

–Por quê tem tantos repórteres na porta do hotel? Nossa vítima era alguma celebridade? - indagou enquanto caminhava ao meu lado.

Ele estava certo, eram muitos repórteres, mas Esposito não tinha me dado detalhes sobre a tal mulher, então eu também estava confusa.

–Eu não sei, Esposito não entrou em detalhes.

Fomos chegando cada vez mais perto, passamos pelos repórteres que tentaram arrancar algumas informações, e quando percebi que Castle se sentiu tentado a dar entrevista, eu o puxei pelo braço.

–Eles não estão aqui por sua causa Castle! Vamos! - fui firme.

–Eu sei, mas uma coisa não impede a outra... - tentou me provocar.

Eu o ignorei e entrei no hotel, com ele logo atrás de mim.

Avistei Ryan e Esposito e fui até eles.

–Oi pessoal!

–Hey Beckett! - cumprimentou Ryan.

Esposito apenas assentiu com a cabeça.

–Bom dia! - Castle foi simpático.

–Bom dia. - responderam quase que ao mesmo tempo.

–Então, alguém pode me dizer o motivo daquele tumulto todo lá fora? - fiz sinal com a cabeça, indicando a entrada do hotel.

Ryan suspirou e me respondeu.

–Bom, é que a vítima... Digamos que ela trabalhava com a imprensa. - explicou.

Fiz menção de falar, mas Castle me interrompeu:

–Ela era repórter? - perguntou.

Eu o olhei, não gostei do modo como cortou minhas palavras, que na verdade, nem chegaram a sair.

–Não exatamente... - disse Esposito ao se aproximar – Ela era a garota do tempo.

Minha expressão foi de surpresa.

–E onde ela está?

–No quarto que ela alugou há dois dias atrás. Foi encontrada pela camareira hoje cedo. - informou.

–Bom, então vamos lá!

Andamos em direção ao elevador, subimos, o quarto ficava no 23º andar.

Ao chegarmos a cena não foi das melhores: a vítima estava na cama, deitada e com vários ferimentos ao longo do corpo.

–Como era o nome dela? - perguntei enquanto me aproximava.

–Grace Adams. Solteira e sem antecedentes criminais. - explicou Ryan.

Lanie estava ao lado do corpo, examinando. Cheguei mais perto e falei:

–Oi Lanie! - disse sem sorrir, pois a cena não despertava a vontade.

–Olá! - me olhou, mas logo voltou as atenções para a vítima.

Ela era mesmo muito bonita, usava uma camisola de seda rosa claro, que mal podia ser notada devido ao sangue que a cobria.

–Já consegue definir a causa da morte? - perguntei enquanto olhava melhor o lugar.

–Bom, só vou ter certeza depois que fizer a autópsia, mas com base nesses vários ferimentos que claramente foram causados por faca, eu aposto em hemorragia.

Fazia sentido, pois era quase impossível que alguém sobrevivesse depois de perder tanto sangue.

–Está bem, obrigada.

Me afastei para que ela terminasse seu trabalho e preparasse o corpo para ser levado para o necrotério.

E fui ao encontro de Ryan e Esposito.

–Antes de mais nada eu quero que vocês contatem a família dela... - fiz uma pequena pausa – Depois vejam os resultados das digitais na faca - apontei para o objeto que estava no chão, perto da cama – Quero que descubram o máximo possível, qualquer coisa que faça daquela mulher um alvo pra alguém que certamente estava com muita raiva.

Eles fizeram sinal afirmativo com a cabeça, entenderam que eu me referia aos múltiplos ferimentos que Grace tinha pelo corpo.

Então senti falta de algo, ou melhor, de alguém: Castle. Ele não estava lá, era estranho, pois eu me lembrava claramente dele andando logo atrás de mim enquanto nos dirigíamos ao quarto. Olhei mais uma vez à minha volta e perguntei:

–E o Castle? Ele não estava conosco até agora a pouco?

Eles pareciam nervosos, se entreolharam, porque mesmo sem saber do meu recém iniciado relacionamento com Castle, sempre suspeitaram que algo nos envolvia.

–Eu fiz uma pergunta! - estava impaciente.

–Ele está lá fora, no corredor. - respondeu Esposito, tenso.

Saíram, eu esperei um pouco e saí também. Foi então que eu o vi, mas ele não estava sozinho. Havia uma mulher com ele, alta, cabelos escuros e lisos na altura dos ombros, conforme fui me aproximando pude perceber que os olhos dela eram azuis. Mas o que mais chamou minha atenção foi o modo como eles conversavam, pareciam se conhecer a tempos.

–Hey Castle! Eu estava te procurando! - elevei o tom de voz, não queria disfarçar minha irritação.

–Oi, desculpe ter sumido, mas é que eu... - ele olhou para ela e depois para mim.

–Você o que? - mantive a voz elevada.

–Eu estava entrando no quarto logo depois de você e dos rapazes, mas então alguém me chamou... - disse isso colocando as mãos nas costas dela, fazendo com que se aproximasse de mim.

Meu coração acelerou, senti algo estranho, algo que já tinha sentido antes, mas não me lembrava do quanto me deixava nervosa.

–Essa é Kristina, ela é repórter! - exclamou retirando as mãos das costas dela.

–Você parou pra dar entrevista Castle? Eu não acredito nisso! - no momento eu não sabia, mas ia desejar que meu primeiro palpite estivesse certo.

–Oh, não, não. É que ela era conhecida da vítima, nós só estávamos conversando.

–Repórteres nunca querem ‘só conversar’ Castle! - afirmei.

Antes que ele pudesse me responder, ela falou:

–Então acho que sou uma exceção Det. Beckett! - sorriu ao pronunciar meu nome.

–E por quê eu deveria acreditar nisso? - questionei.

–Bom, porque como o Castle disse, eu conhecia a Grace, estou aqui como amiga, não como repórter.

Aquele maldito sorriso cínico que não saía dos lábios dela me irritavam cada vez mais.

–Ela quer ajudar no caso. - ele disse.

Eu respirei fundo.

–Então acho que não vai se importar em nos acompanhar e prestar depoimento não é mesmo?

–Faço isso com prazer, como já disse, quero ajudar.

Eu me recusava a acreditar, mas ela seria importante no caso.

O celular de Castle tocou e ele fez sinal de que precisava atender, se afastou e nos deixou a sós.

O silêncio permaneceu por alguns segundos, até ser quebrado por Kristina.

–Sabe... Grace não tinha ninguém aqui, os pais dela morreram em um acidente de carro há dois anos e ela não tinha nenhum outro parente...

Permaneci calada.

–Seja quem for que fez isso, merece pagar. Ela era uma ótima pessoa.

–É muito bonito da sua parte resolver ajudar. - quis ser amigável.

Ela deu alguns passos até ficar de frente pra mim.

–Bom, eu vou ser sincera... Ela não é o único motivo para que eu queira ajudar.

Me assustei com a franqueza, e sem saber que não gostaria da resposta, perguntei:

–E qual é o outro motivo?

Ela apontou sutilmente para Castle, que estava no fim do corredor falando ao telefone com alguém que eu presumi ser Alexis ou Martha.

Algo dentro de mim despertou, algo que dessa vez estava diferente.

Então ela disse:

–Quando eu cheguei e o vi, nossa, tão charmoso... - olhava pra ele enquanto falava – Sabe, eu sempre fui fã dele, mas agora acho que tenho a chance ser mais do que isso.

As emoções dentro de mim cada vez mais agitadas, com esforço para me controlar, eu falei:

–Ah, você acha? - tentei ser natural.

–Sim! - confirmou, confiante.

Aquilo me irritou, e ela percebeu.

–Ah não ser que... Ele esteja com alguém... - percebi que ela intensificou o olhar em mim ao sugerir isso – Você trabalha com ele, deve saber.

Eu precisava responder.

–Por quê você mesma não pergunta pra ele? - senti minha respiração se intensificar.

Ela se encostou na parede de frente para mim.

–Acho que não vou precisar, ele não me parece estar comprometido. - a confiança com que dizia isso despertou o pior em mim.

–Como você pode saber?

–Não é difícil. Já se divorciou duas vezes, tem um longo histórico de relacionamentos curtos e raramente se compromete de verdade. Não consigo ver nenhuma diferença no comportamento, pra mim isso significa que ele está como sempre esteve: livre e desimpedido.

Aquelas palavras trouxeram um gosto amargo à minha boca, mas antes que eu dissesse algo, ela continuou:

–Eu vou unir o útil ao agradável. Ajudo a resolver um crime, e de quebra ainda arrumo um namorado. E dos bons! - completou.

Fui atingida em cheio por essa última frase, tive medo, mas consegui manter a calma.

Castle finalmente voltou, estranhou o clima pesado que estava no ar, vindo de mim é claro, pois Kristina não fazia ideia do quanto eu estava com raiva.

Após alguns segundos ele falou:

–Kate, está tudo bem? - seu olhar encontrou o meu.

Me segurei, procurei as palavras certas.

–Claro! Vamos? - um sorriso falso que escondia o medo surgiu depois dessa frase.

Fomos caminhando em direção ao elevador, ele do meu lado, Kristina atrás de nós.

Enquanto íamos para a NYPD, diversas questões me assombraram.

“Ela representava algum risco?"

"Será que estava certa sobre Castle?"

"Será que ele conseguiria se adaptar e respeitar a palavra 'compromisso' que por tanto tempo esteve ausente em seu vocabulário?"

Ainda não tinha as respostas, mas de uma coisa eu tinha certeza: a presença daquela mulher ali só complicaria o que até pouco tempo parecia simples.


Continua...


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Notas finais do capítulo

Tive que usar bastante imaginação
Enjoy *-*
Reviews plis?? Críticas são sempre bem vindas :)



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