Love Is Always Good escrita por thisistherealryanross


Capítulo 3
She comes to me when I dream.


Notas iniciais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=EWQcEFDTt-s



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She comes to me when I dream


Ela vem a mim quando eu sonho


I'm tired of counting sheep to see her


Estou cansado de contar carneirinhos para vê-la


I sleep because I need her


Eu durmo porque eu preciso dela


And everybody knows it but you, but you


E todo mundo sabe menos você, menos você


Everybody knows it but you


Todo mundo sabe isso menos você



The Young Veins – Everyone But You

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– Já podem guardar o material – o professor de ciências disse.


Guardamos os livros e cadernos nas mochilas e aguardamos o sinal.


– O que a diretor queria? – Jon perguntou, interessado.

– Ah, falar comigo sobre o que aconteceu. E ainda teve coragem de perguntar se alguma vez a família do Spencer me agrediu. Me deu vontade de mandar ela a ir para puta que pariu.

– Bateu

– Finalmente

– Vamos, então.

– Podem ir na frente, eu vou bater um papo rápido com os caras.

– Está bem. Tchau, Ryro.

– Tchau, Walker.

– Oi

– Oi. Você fez alguma coisa?

– Como assim?

– Você foi para a diretoria.

– Oh, é. Não, eu não fiz nada, era só a diretora bancando a mãe.

– Hm. Hey, nós quatro podíamos ir tomar um suco um dia desses, não?

– Claro – Ian concordou.

– O que vocês acham de ir hoje mesmo? Não tem tarefa, nem trabalho e nem prova.

– Claro.

– Pode ser.

– E você, Dan, está livre?

– Sim.

– Ótimo, então nos encontramos na praça.

– Qual praça?

– A única pelos lados que a gente mora – Dallon riu.

– Ah, claro. Eu estou um pouco desligado hoje – Dan disse.

– É, eu também – completei. – Primeiro dia de aula, é sempre assim comigo.

– Ei, Ryan, o que são essas marcas vermelhas no seu rosto?

– Não são nada.

– Alguma coisa tem que ser. Não precisa ter medo de falar.

– Ok, bem... são as marcas de quando meu pai me batia. Tenho elas pelo corpo todo, na verdade.

– Desde quando?

– Desde sempre. Meu pai era alcoólatra e me batia desde a minha infância. Ele estava se tratando nos últimos meses, mas como eu já disse, ele morreu.

– Sinto muito.

– Não, está tudo bem. Bom, eu preciso ir, não posso chegar atrasado, senão a mãe do Spencer vai pensar que eu me matei ou algo do tipo. Tchau.

– Tchau, Ryan.

– Até à tarde. Ah, é, às quinze horas!

– Está bem, tchau!


Saí da sala e segui o caminho para casa, sozinho.


– Bú!

– Ian?

– Minha casa é nessa direção também , mas um pouco longe, por isso eu combino com os meus pais de eles virem me buscar, mas um pouco mais longe da escola.

– Legal.


Fomos conversando sobre várias coisas, até eu chegar em casa e ter que me despedir de Ian.


– Tchau, Ian

– Tchau, Ry. Posso te chamar de Ry? – Ian sorriu.

– Só se eu puder te chamar de cachinhos – Sorri.

– Combinado – Ian riu. – Até mais

– Até.


Abri a porta e encontrei todos sentados à mesa.


– Ryan! Graças a Deus você está bem! – Spencer correu e me abraçou.

– Estou.

– Eu pensei que nunca mais e veria!

– O quê? – Ri. – Calma, Spencer, não aconteceu nada.

– Venham, meninos, sentem, vamos almoçar. Ryan, nós ficamos preocupados

– Me desculpe, senhora Smith, eu estava combinando de tomar um suco com uns amigos hoje.

– Você já está tão íntimo deles assim? – Spencer interrompeu

– Não exatamente. Nós vamos nos conhecer melhor hoje

– Oh...

– Como foi o primeiro dia de aula?

– Legal

– Chato.

– Ryan... eu sei que está sendo difícil assimilar tudo isso, mas...

– Por favor, senhora Smith, não comece com isso. Já me encheram de perguntas e “sinto muito” hoje. Como se as pessoas se importassem.


A mãe de Spencer se calou. Ele sabia que eu não queria falar sobre isso. Almoçamos em silêncio.


– Você deixou mais da metade da sua comida no prato

– Eu não estou com fome

– Mas você tem que comer.

– Eu já estou cheio

– Eu estou avisando, Ryan. Você não come nem bebe o dia inteiro, e quando o faz, é uma migalha de pão.

– Eu sempre fiz isso. Eu comer ou não, não tem nada a ver com a morte dos meus pais.

– Não importa. Você quer desmaiar? Ficar doente? Porque eu acho que sim.

– A única coisa que eu quero é que as pessoas parem de fingir que se importam! – gritei.


Subi as escadas correndo, entrei no meu quarto, bati a porta e tranquei-a.


– Abra a porta! Agora!

– Não!

– Abra logo!

– Eu não vou abrir!

– George Ryan Ross III, eu estou ordenando que você abra essa porta!


Calei-me e comecei a chorar feito uma criança, sentado no chão, e adormeci algum tempo depois. Quando acordei, já era noite. Peguei uma mochila e nela coloquei algumas roupas. Joguei a mochila pela janela, em silêncio. Peguei um papel no qual eu havia anotado os endereços de Ian, Dallon e Dan. Em seguida, me atirei pela janela.


Era um pouco alto, por isso, torci meu tornozelo quando caí no chão. Peguei o papel e vi o endereço de Dan escrito nas primeiras linhas.


Após algum tempo caminhando, cheguei na frente de uma casa. Era bastante bonita, com um gramado e algumas árvores na frente. Bati na porta, após conferir se era mesmo aquele endereço.


– Tem lugar pra mais um? – perguntei, mostrando a mochila.

– Ryan?

– É. Será que eu posso passar a noite aqui?

– Claro. Hã... entra


Dan colocou a mão sobre meu ombro, puxando-me com calma para dentro de sua casa. Parou ao meu lado e olhou para seus pais, que estavam sentados à mesa, nos encarando. Provavelmente os três estavam jantando quando eu bati na porta.


– Mãe, pai, esse aqui é o Ryan. Tudo bem se ele dormir aqui hoje?

– Sim, tudo bem. Sente-se conosco. Dan, traga um prato para ele.

– Eu não estou com fome, obrigado.

– Mas você vai adorar a comida – Dan interrompeu. – Pode se sentar, eu já volto com o prato.


Não achei que os pais de Dan iriam me deixar ficar tão facilmente.


Sentei-me na cadeira e logo após, Dan chegou, segurando um prato, um garfo e uma faca.


– Então, Ryan, conte-me mais sobre você. Quais são os nomes dos seus pais, se eles são legais...


Dan me olhou rapidamente, como um sinal para saber se eu estava confortável para falar sobre aquilo.


– Acho que não é uma boa hora para falar sobre isso – Dan disse

– Por que não? Estamos todos aqui.

– O Ryan não se sente à vontade falando da família

– Oh, claro. Me desculpe

– Imagine...

– Gostou da comida?

– Sim

– Eu sabia que você ia gostar


Durante a janta, conversamos sobre várias coisas. A mãe de Dan me contou sobre algumas viagens em família que eles fizeram, e também alguns micos que passaram nas mesmas. A família de Dan era muito simpática.


– Bem, agora vão dormir – disse a mãe de Dan -, já está tarde e vocês têm aula amanhã.

– Está bem.

– Boa noite.

– Igualmente.


Dan e eu nos levantamos e fomos para o quarto dele.


– Eu vou pegar um colchão – Dan disse. – Ali é o banheiro, você pode escovar seus dentes, tomar banho... o que você precisar.

– Obrigado pela explicação, mas eu sei o que se faz em um banheiro – ri.

– Disponha.


Peguei minha mochila com toalha e roupas e fui até o banheiro, tomar um banho. Após terminar, saí do banheiro, já vestido, e encontrei Dan sentado em sua cama, apoiado na cabeceira e lendo um livro. Ele estava com uma camiseta e uma cueca, mas para ser sincero, eu não ligava. Nem ele.


– Pronto?

– Sim.

– Legal. Eu coloquei um travesseiro aí, vê se você fica confortável. Eu posso pegar outro se você não gostar desse.

– Não, esse está bom.

– Ok. Quando estiver pronto, pode avisar que eu apago as luzes

– Estou pronto.

– Ok.

Dan desligou a luz do abajur, e assim, a escuridão tomou conta do quarto.


– Por que não foi na praça? – Dan perguntou. – Tentamos te ligar mas você não atendeu. Ficamos preocupados.

– Eu dormi a tarde toda e acho que meu celular ficou na sala.

– Tudo bem, marcamos para outro dia. Ryan, o que aconteceu na sua casa?

– Nada de importante.

– Tem certeza?

– Tenho

– Então ta bom. Boa noite

– Boa noite.


No dia seguinte, acordamos com o despertador. Dan resmungou e desligou-o, acendendo a luz em seguida.


– Pode ir primeiro – disse ele, se referindo ao banheiro.


Fui até o banheiro e me vesti, e em seguida, Dan fez o mesmo. Depois, fomos até a cozinha para tomarmos café.


– Como passaram a noite? – a mãe de Dan perguntou.

– Bem.

– Bem.

– Você não vai comer?

– Estou sem fome.

– Então pode ir para o meu quarto, se você quiser – Dan disse.

– Ok, eu vou lá.


Fui até o quarto de Dan e peguei minhas coisas para colocá-las na mochila. Fiquei observando o quarto dele: uma estante cheia de livros – muito bons, por sinal – e um lugar que ele guardava todos os seus CD’s. Dan tinha um ótimo gosto para músicas.


Ouvi a porta se abrindo e me virei para ela. O louro havia entrado no quarto.


– Vamos?


Fomos até o carro, onde a mãe e o pai de Dan já estavam.


– Tudo bem? – Dan perguntou-me, ao notar que eu olhava fixamente para a janela.

– Tudo.


Na verdade, não estava. Eu havia sonhado com a minha mãe. Estava tudo claro na minha mente. Eu havia escutado um barulho de um tiro. Corri para a cozinha para ver o que estava acontecendo, e encontrei ela, caída no chão, com um furo na cabeça, sangrando, e uma arma ao lado.


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Notas finais do capítulo

Obrigada.



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