E No Final Eu Sou Cobra Com Pele De Leão escrita por Era uma vez


Capítulo 18
Capítulo 18




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Pov Jace

Ela tinha aparecido. Ela estava sorrindo para mim. Ela iria me perdoar.

Tomará.

Ouvi o tal Liam segurar o riso por um motivo que eu não entendi. Mas que também não me importava. Ela estava ali. E mesmo que eu estivesse com um pé atrás por ela parecer ter me perdoado tão rápido.

Quando cheguei a ela nem dei tempo dela falar nada. Só coloquei um feitiço silenciador a nossa volta.

- Me desculpe anjo, eu juro que eu não queria, mas eu pensei que era melhor para você, para a sua proteção.

- Eu te desculpo. – ela falou se aproximando de mim.

Levantei a mão para acariciar o rosto dela.

- Sério? – perguntei um pouco incrédulo por ela ter me desculpado tão rapidamente.

- Claro... – Abri um sorriso do jeito que eu não sorria a cinco anos, desde que a deixei. O sorriso dela. – que não.

Do nada uma dor forte me subiu, e o Junior foi atingido. Cai de joelhos no meio do salão, ela se abaixou e disse em uma voz que me lembrava uma cobra.

- Isso é para se lembrar de que o passado está morto. Não tem por que ficar comentado. Passar bem. – ela abaixou a voz ainda mais – Morgenstern.

Meu anjo se levantou, tirou o feitiço e ignorou os olhares até chegar na mesa da Sonserina, onde o irmão dela, o Malfoy, a Parkinson e quase todos da mesa das cobras começaram a rir.

Vi o gêmeo do meu anjo formar as palavras sem emitir som.

Terceiro aviso.

Quando consegui me levantar, caminhei de cabeça erguida até a mesa da Grifinória e me joguei no banco.

- Quem de vocês falou? – perguntei com raiva, quem havia estragado todas as minhas chances.

- Falou o que? - perguntou um dos gêmeos Weasley. Fred, acho.

- Ele nos contou o porquê da Mi não gostar dele. – Disse Gina.

- O que?! – Gritaram os gêmeos.

Por que eles ficaram tão nervosos?

- É. – disse Angelina.

- Burrice na nossa opinião. – disse Kátia – Brigar com o Jace por tão pouco.

- Mas se você quiser pode ficar com a gente. – falou Angelina.

Acho que eu ouvi Jorge e Fred sussurrarem “vadias”.

- Assim como a Hermione disse para você fazer. – Comentou Kátia.

O que?! Eu sei que ela me odeia, por mais que me doa admitir isso, mas dizer para eu ficar com outras, já eu aparentemente não era bom o suficiente bom para ela. Parecia que ela tinha enfiado a faca e agora a estava torcendo.

- Ela disse isso? – perguntei com a raiva aparecendo na minha voz, afinal eu posso ser completamente apaixonado por ela, mas tenho o meu orgulho.

- Sim, depois de dizer que se nós o achávamos tão perfeito assim era para nos ficarmos com você. – falou a ruiva.

- Nesse caso... – olhei para o meu lado onde Gina estava sentada, - Acho melhor fazermos o que ela disse.

O beijo foi quase pornográfico, a mais nova dos Weasley beijava muito bem, mas não era os lábios dela que eu queria sentir. Mesmo eu estando com raiva me senti culpado. Porém agora eu não ia voltar atrás.

Depois eu olhei para a mesa da Sonserina onde uma cena que quase me mandou para Askaban estava acontecendo.

O meu anjo estava se agarrando com um sonserino moreno. E se o meu beijo era quase pornográfico o dela entrava na categoria. As pernas estavam uma de cada lado do corpo do futuro defunto fazendo com que ela ficasse sentado no colo dele, as mãos dele passeavam pelas costas dela parando mais do que o meu aceitável na bunda dela, enquanto isso as unhas dela iam arranhando o peito e as costas dele ou se perdiam entre os fios negros, muito diferentes dos meus.

Quando a pornografia ao ar livre acabou, ouvi algumas exclamações do tipo:

O Nott se deu bem hein?

Bem que eu queria estar no lugar dele.

Então o futuro defunto tem nome?

Em primeiro lugar na minha lista de...

De repente a porta se abre, de novo, de rompante e a pessoa que entrou começa a bater palmas.

A garota que estava na porta tinha cabelo vermelho tingido e usava um óculos de sol escuro, uma jaqueta estilo aviador, um short desfiado e um coturno, tudo preto.

- Sabe, quando eu pensei em vir visitar a minha melhor amiga por achar que ela estaria sofrendo sem a minha presença eu nunca iria imaginar encontrar ela se agarrando com alguém na frente de todo mundo.

- E quem seria você, senhorita...? – perguntou o professor Dumbleodore.

- Black. Ela se chama Anika Black. – disse o meu anjo. Ainda no colo do desgraçado, que agora a abraçava por trás.

- Você é parente de Sirius Black? – perguntou/gritou Harry.

- Pensei que isso estivesse obvio pela parte que eu me chamo Black. – ela respondeu, arqueando uma sobrancelha.

- Sim, sim, me lembro, a senhorita pediu transferência de Beauxbatons por motivos familiares.

- Não. – ela falou – Pedi transferência por motivos pessoais. Ou seja que não devem comentados em público. – A voz dela me lembrava um ice berg, ou o tom que a Mi usou comigo no trem.

Pov Anika

- Precisamos falar com você, An. – disse Liam enquanto os meus gêmeos do mal se levantavam.

Os gêmeos eram lindos, e mesmo sendo praticamente iguais as belezas deles eram diferentes. A Mi, mesmo que o nome dela significasse “aquela que oculta”, passava um ar de inocência e bondade que ela obviamente não tinha. Os longos cabelos ébano davam um jeito tanto de infantilidade quanto de sensualidade. Os olhos grafites, iguais aos do pai quando humano, eram basicamente a única diferença entre os dois, a não ser pelo sexo, a minha gêmea do mal, sabia fingir tão bem as emoções e as fazia de um modo que chegassem aos olhos, parecendo reais até mesmo para quem a conhecia bem, o seu real temperamento era muito parecido com o do pai, mesmo sendo mulher e tirando raras exceções como eu e Liam ninguém nunca a via, e quem a via, nunca mais era o mesmo depois, isso se sobrevivia. Essas entre outras eram as qualidade que a tornavam perfeita para ser uma espiã e herdeira das trevas.

Se com a Mi você se abria e confiava rapidamente, Liam te cativava e fazia com que você quisesse descobrir todos os segredos que se escondiam nos olhos azuis esverdeados e no sorriso de canto, o garoto conseguia cativar multidões e fazer com que cada um concordar com o que quer que ele diga. Ele era a melhor opção para conseguir aliados e herdeiro das trevas.

- Sabe como é... relembrar os velhos tempos. – disse Mi.

Sabe eu acredito que ela queira mesmo relembrar os velhos tempos, mas não agora pois na voz dela esta escrito claramente, para quem soubesse ler:

O que o meu pai quer para te mandar aqui?

            - Não tem um lugar... Mais discreto? – perguntei.

            - Ah. Claro. Desculpe a nossa falta de hospitalidade. – disse Liam, o jeito que ele falava era muito estranho para algumas pessoas da nossa facha de idade, mas nós somos a Elite e a Elite sempre foi treinada para ser a melhor. - Siga-nos.

            Assim que saímos do alcance auditivo dos outros alunos comentei

            - Vocês sabem onde anda Viktor? O Krum desapareceu de uns anos para cá nem fala mais com os amigos.

            - Falei com ele ano passado. Fomos ao baile juntos. Não que ele soubesse que era eu. Sabe como é. Coisas do trabalho. As pessoas me chamavam de Hermione Granger. Ele até comentou que conhecia uma Hermione ou Hermi-o-ni-ni como ele fala.

            Hermione Granger.

            Aquela que oculta algo Grande.

            Comecei a rir. Sem sombra de duvida uma ótima escolha de nome.

            - Grande criatividade. Hermione Granger. Aquela que oculta algo grande. Hermione Riddle. Aquela que oculta o enigma. Sinceramente Emmy que originalidade hein?

            Ela muito maduramente só me mostrou a língua.

            Chegamos num banheiro que tinha um fantasma gemendo. Murta pelo que eu não me engano. Meu pai me contou algumas coisas sobre Hogwarts. Já que minha mãe está em Askaban. Mas eu sei que Milord logo vai tira-la de lá.

            Os gêmeos pararam em frente a uma pia, que eu sabia que dava para a Câmara Secreta e falaram a língua das cobras.

            Mesmo depois de todo esse tempo eu ainda me arrepiava. Era muito bizarro.

            A câmara estava quase vazia, tirando pelo esqueleto de um basilisco gigante e por um filhote da mesma espécie, mas que no momento parecia estar dormindo.

            Liam disse algo para o basilisco, que eu acho que se chama Salazar. Criativo.

            Mas ele nunca foi o criativo do quarteto fantástico, como nos chamávamos. Eu, Liam, Emmy e Viktor. A Elite, entre a elite. Os mais seletos dos seletos.  

            Emmy fez três poltronas aparecerem e se jogou em uma já pegando uma garrafa de fire whisky sem nem se importar em nos oferecer. Mas foi um outro gesto dela que despertou a minha preocupação.

            Ela colocou os pés na poltrona e abraçou os joelhos.

            Emmy. A veela mais preocupada com a postura que eu já ouvi falar. Desde que eu a conheço ela vive nós corrigindo a respeito disso.

            Prestei mais atenção nela. Os olhos vermelhos, como se ela estivesse se segurando para não chorar. Desfocados, como se uma cena estivesse se repassando sem parar dentro da cabeça dela. Os ombros curvados como se o peso do mundo estivesse em cima deles.

            - Emmy, você está bem? – perguntei com verdadeira preocupação.

            Foi assim desde sempre. Nós nos importamos com os nossos, por que ninguém mais vai se importar.

            Ela somente deu de ombros sem falar nem uma palavra. Parecia que ela nem estava ouvindo.

            Escutei L. suspirar do meu lado. Quando eu olhei para ele percebi que ele também estava preocupado, que essa não era a primeira vez que isso acontecia.

            - Em. – Ele chamou. - Cobrinha do mal. Olha pra mim.

            Ela nem se moveu. Parecia achar que estávamos falando com outra pessoa.

            Nós fomos para frente dela. A olhamos nos olhos. E eu quase recuei quando vi o que tinha lá dentro. Parecia que a Mi tinha entrado mais para dentro de si mesma ou simplesmente abandonado o corpo, deixando-o como uma casaca vazia.

            - O que houve com ela? – sussurrei para Liam. Não parecia certo falar em voz alta. – Ela parecia bem a um segundo atrás.

            - Hermione nunca se permitiria mostrar se fraca na frente de todos. – Ele falou tirando uma mecha de cabelo da frente do rosto dela. – Maldito! Vou matá-lo.

            Ele se levantou de supetão, com o rosto deixando claro o ódio que ele estava sentindo e caminhou em direção a porta.

            - Ele quem Liam?

            Ele me ignorou. Corri até ele e o segurei pelo punho.

            L. finalmente me olhou. Mas seus olhos estavam que nem os do pai. Vermelhos de raiva. Quase pareciam queimar.

            - Ele quem L.? Pare de agir com essa impulsividade típica de um grifinório. – com esse critica ele voltou a olhar para Emmy. O rosto relaxou um pouco, mas a preocupação ainda estava ali.

            Quando ele voltou a me olhar os olhos tinham voltado ao lindo tom verde azulado.

            - Você já ouviu falar de Jace Morgenstern? – Ele me perguntou, mas falou com mais desprezo do que eu achei ser possível o nome.

            Morgenstern... O que eu sei sobre os Morgenstern?

            Eles nunca decidiram em que lado ficar. Um da família ia para o lado de Milord e o outro lado ia para o lado “do bem”.

            Mas o que eu sei especificamente sobre Jace Morgenstern. O herdeiro da família. Viveu um tempo como trouxa...

            - An hoje tu não acredita no que aconteceu. Sabe o Jace? O garoto que eu conheci aqui no bairro dos trouxas imundos, o herdeiro dos Morgenstern. Não que ele saiba que eu sei disso. Ele tocou piano para mim. Piano! E me deixou ficar desenhando ele.

            A memória me veio a tona. A voz infantil de Em soando nos meus ouvidos claramente. Ela tinha uns nove anos, e soava quase como uma criança normal.

            Os anos que ela passou com ele... Emmy sempre parecia tão feliz, tirando o fato de estar no mundo trouxa. E depois...

            Ele foi embora. No ano que ela foi para Hogwarts.

            - Sim, é claro que sim. Emmy não parava de falar sobre ele, até que ele foi embora. A partir daí se você falasse esse nome era capaz de receber um Crucio pior do que o da minha mãe.

            - Ele voltou. Está no salão comunal. – Merda – E ele que fez a cobrinha ficar assim.

            Então aquele garoto com quem ela estava ficando. Claro. Em não é exibicionista nos relacionamentos. Não sou burra a ponto de perguntar para Liam agora o que ele fez para deixá-la nesse estado.

            - Agora eu posso matá-lo? – ele perguntou.

            Qual era a missão que Milord me mandou completar?

            Ah sim

            - Espera. Entre em contato com Milord. Acho que ele não ira ficar satisfeito se o deixar fora da brincadeira.

            Eu sabia que os gêmeos tinham um jeito diferente de se comunicar com o pai deles. E que onde eles estivessem ele poderia aparecer. Mesmo dentro de Hogwarts.

             - Tudo bem. Mas com uma ordem dele eu o mato.

            Liam puxou o cordão que ele usava e olhou para o pingente em forma de cobra.

            - A Salazar. O maior dos quatro. E que todos os seus descendentes, com todas as suas capacidades hereditários, e que unidos permaneçam. Para mostrar o verdadeiro poder da cobra.

            Um vórtice verde apareceu no chão e onde antes só tinha um chão de pedra estava um homem muito parecido com Liam, porém mais velho e já com alguns cabelos grisalhos, sem contar os olhos vermelhos. Que surpreendentemente parecia preocupado.


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