_POSITIVO!!

Ela caiu sentada na cama após abrir o envelope amarelo e ver o que estava escrito ali com letras garrafais.

Susto foi o que ela levou logo de inicio, mas depois de se recuperar da surpresa que foi aquela noticia um sorriso brotou em seu rosto lindo e delicado assim como também as lagrimas de alegria. Há algumas semanas vinha sentido uns enjoos, tonturas e cansaço demasiado. Seu ciclo estava atrasado e ela se pegou achando que fosse isso, mas não tinha certeza já que ela costuma atrasar mesmo. Resolveu fazer o exame mais pelos sintomas que vinha apresentando e agora estava ali bem diante de seus olhos a confirmação com todas as letras ela estava gravida. Seu coração batia rápido de tanta felicidade ao ler e reler aquele papel diversas vezes. Se pegou imaginando  como seria essa criança, um garotinho de olhos azuis, cabelos castanhos como o dela e com o sorriso tímido de Grissom ou talvez uma linda garotinha com essas mesma características e tão teimosa quanto ela. Só de imaginar tudo isso seus olhos brilharam de tal forma que era capaz de iluminar o mais escuro dos lugares.  Ficou pensando na cara que seu marido faria quando soubesse da novidade com certeza levaria um susto como ela, porem depois tinha certeza que adoraria tanto quanto ela. Sem conseguir conter a ansiedade Sara ligou pra Grissom a fim de saber se ele demoraria muito pra vir pra casa, não contaria nada ainda deixaria ele chegar em casa pra lhe dar a grande noticia.

Grissom estava em sua sala lendo um artigo forense enquanto a reunião com todos os supervisores de turnos marcada por Ecklei não começava. O supervisor lia concentrado quando escutou seu celular tocar, olhou no visor, ao ver que era sua adorável esposa sorriu e atendeu a chamada todo contente.

_Oi querida! – diz todo bobo

_Oi meu amor!

Era impressão dele ou ela estava com uma voz bem alegre? Não quis perguntar a ela.

_Está ocupado?

_Pra você nunca!

 Ela sorriu do outro lado da linha e ele gostou daquele som.

_Aconteceu alguma coisa aí em casa?

_Não. Eu liguei pra saber se ainda vai demorar muito pra vir pra casa.

_ Saudades? – brincou

_Também – ambos sorriram dessa vez- Mas é que tenho uma novidade pra te contar só que não pode  ser por telefone.

_E não pode me adiantar nada a respeito dessa novidade? – ele  não fazia ideia do que se tratava.

_Não, nada.

_Isso é injusto vai me deixar curioso mesmo?

_Vou, agora me diga se vai demorar pra sair daí?

Vendo que ela não diria mais nada a cerca da novidade ele resolveu responder sua pergunta.

_Não sei querida. A reunião já era pra ter começado só que Ecklei precisou sair rápido com o Xerife pra resolverem um problema e ate agora ele ainda não voltou. Eu e os outros supervisores estamos aqui esperando a chegada dele pra saber o que o Conrad quer conosco.

_Hum... Então só me resta esperar não é?

_Sim

Judy bateu na porta da sala de Grissom pra avisa-lo da chegada de Ecklei. Dado o aviso   ela saiu deixando o supervisor continuar sua conversa com Sara.

_Querida tenho que desligar vieram me avisar que ele enfim chegou.

_Então tá vou tentar te esperar acordada. Beijos!

Sara já ia desligar quando escutou Grissom chamar seu nome.

_Sara!

_Oi querido

_Eu te amo! – do outro lado da linha ela sorriu com aquela declaração

_Eu também te amo, muito!

_Nunca esqueça ... Eu sempre estarei do seu lado.

Ela estranha essas ultimas palavras dele.

_Grissom aconteceu alguma coisa?

_Não por quê?

_Porque me disse isso?

_Senti vontade querida queria apenas te lembrar do que te disse no nosso casamento só isso. Agora preciso desligar estão me chamando. Beijo ate mais tarde.

_Ate!

Assim que desligou o telefone ela sentiu um aperto no peito inexplicável. Em seguida um vento frio arrepiou sua pele, olhou pra janela e ela estava fechada. De onde então veio aquele vento? Aquelas ultimas palavras dele Nunca esqueça... Eu sempre estarei do seu lado lhe incomodavam de alguma forma, lhe davam uma sensação esquisita. Balançou a cabeça  e resolveu não pensar naquilo estava feliz demais e não deixaria sensação estranha nenhuma estragar sua felicidade. Foi em direção ao banheiro pra tomar um banho relaxante, assim que acabou enxugou-se, depois vestiu sua camisola e deitou-se na cama pra ver Tv enquanto Grissom não chegava. As horas passaram e Sara acabou adormecendo.

......

Sara foi acordada pelo toque de seu celular, olhou para o lado esquerdo da cama e não viu Grissom. Estranho! Encarou o elogio e viu que já eram quase uma da manha e  aquele horário já era pra reunião ter terminado a muito tempo. Deixou pra pensar onde seu marido estava pra depois e foi atender o celular.

_Alô! – sentou-se na cama e ligou o abajur.

_Alô, me desculpe está ligando a essa hora, mas eu falo com Sara Sidle? – perguntou uma mulher de voz suave e delicada

_Sim por quê?

_Senhora Sidle encontramos seu numero nos pertences de Gilbert Grissom. Poderia me dizer o que é dele?

_Sou esposa dele. O que houve com o Grissom? – perguntou assustada

_Seu marido sofreu um acidente de carro e há algumas horas atrás deu entrada aqui no Desert Palms. A senhora precisa vir pra cá para o hospital porque o medico quer falar sobre o estado de saúde do Senhor Grissom com alguém da família dele.

Sara estava em choque com que o ouviu. Como a perita ficou muda e não disse nada a mulher que lhe deu a noticia do acidente perguntou:

_A senhora está na linha?

_Sim... Eu... Já estou indo ate aí. – disse aérea

Em menos de vinte minutos ela chegava ao estacionamento daquele hospital com o coração desesperado, as mãos frias feito gelo e as pernas bambas. Enquanto se encaminhava para dentro daquele lugar rezava silenciosamente pra que nada de grave tivesse acontecido com ele, quando chegou a decepção Catherine já estava lá. Assim que desligou a ligação do hospital Sara ligou pra amiga contando o que houve e pediu pra que ela lhe encontrasse lá no hospital e como Cath morava bem perto do local chegou primeiro que Sara.

_ Cath! – foi em direção à amiga abraçando-a

_Sara...

_Me diz que ele está bem Catherine, por favor! – desfez o abraço

_ Eu não sei. Ninguém quis me dizer nada. Já pedi a recepcionista pra que chamasse o medico pra nos dar noticias do Gil.

Instantes depois o medico chegou pra falar com elas.

_Olá sou o Doutor Richard. – estendeu a mão cumprimentando Sara e Cath

_Como está meu marido doutor? – apressou-se em perguntar

Se era uma coisa que detestava em sua profissão era essa parte em que tinha que dar noticias nada agradáveis aos parentes de seu pacientes. Respirou fundo e de forma lenta ele começou    a falar.

_Senhora

_ Sara só me chame de Sara. – o interrompeu impaciente

_Ok Sara. Quando seu marido chegou aqui estava desacordado e com um grande corte na testa. Estancamos o ferimento e depois o levamos pra saber se ele não havia sofrido algum dano interno. Os resultados mostraram que ele estava com uma grava hemorragia na cabeça, como não podíamos perder tempo então o levamos imediatamente pra fazer uma cirurgia de emergência na tentativa de estancar a hemorragia. Só que... Enquanto estávamos na cirurgia ele teve uma parada cardíaca e perdeu os sentidos. – Cath e Sara começaram a chorar – Eu e minha equipe fizemos tudo o que podíamos pra trazê-lo de volta, mas infelizmente não foi possível. Seu marido veio a óbito, sinto muito Sara!

_Não!!

 Aquela palavra dita em tom alto e desesperado foi abafada pela mão que ela levou a boca no mesmo instante em que o medico acabou de falar. Aquilo só podia ser um pesadelo horrendo o que estava acontecendo com ela. Se tivessem pego uma arma e atirado direto em seu coração não teriam feito tanto estrago   quanto as ultimas palavras proferidas pelo medico. Sem conseguir dizer mais nada Sara sentiu suas pernas perderem a força, sua vista ficou escura e ela acabou desmaiando. Se não fosse o medico a amparando ela teria caído no chão.

.....

 Aos poucos ela foi abrindo os olhos, percebeu que estava em um quarto com sua amiga Catherine ao seu lado segurando firme em sua mão. Os olhos vermelhos de Cath e lembrança horrível daquelas palavras do doutor Richard que vieram a sua cabeça lembrando-a do que tinha acontecido lhe trouxeram aquela cruel realidade de que seu amor não estava amis vivo.

_Como se sente?

_Eu quero vê-lo Catherine. – disse sentando-se na cama que estava e ignorando por completo a pergunta da amiga

_Depois Sara

_Não eu quero agora... Ele não podia ter feito isso comigo Cath!

Ela começou a chorar feito uma criança. Catherine estava tão desolada quanto sua amiga, mas tentava se manter firme pra dar apoio a Sara naquele momento tão doloroso.

_Sara se acalma você não pode ficar nervosa esse jeito.

 Através de uns exames que tinham feito em Sara enquanto ela estava desmaiada. Cath descobriu sobre a gravidez da amiga e naquele momento ficou preocupada que aquele estado nervoso dela não fizesse bem ao bebe.

_Eu acabei de perder meu marido e você e pedi pra eu – diz rispidamente

A loira ficou sem saber o que dizer.

_Ele se foi e me deixou sozinha aqui... Meu Deus por quê? Logo agora que descubro que estou gravida e que íamos ser uma família completa acontece isso. Eu não tive nem chance de dizer pra ele sobre o bebe. O que vai ser de mim Cath? Como vou criar essa criança sozinha? – dizia aos prantos.

_Você não está sozinha Sara, tem a nós seus amigos. Todos estamos do seu lado e vamos te ajudar com essa criança no que for preciso.

_Ele tinha que ter lutado pra viver e não me deixado aqui. – murmurou de cabeça baixa

_Ele com certeza deve ter lutado, mas não deu. Só que antes de ir ele te deixou um presente lindo Sara, um filho. Você vai ter sempre uma parte do Gil com você.

_Preferia mil vezes ter o Grissom vivo aqui comigo do que ter uma criança com parte do DNA dele.

_Não diga isso. É do seu filho que está falando.

Sara deu um suspiro longo estava sufocada. Queria fugir dali, ir pra onde pudesse esquecer que tudo aquilo estivesse acontecendo.

_Eu não sei se vou conseguir viver sem o Grissom do meu lado. – olhou desolada para Catherine

_Vai ser difícil, mas você tem que conseguir Sara por esse bebê – pôs uma mão na barriga ainda lisa da amiga – Essa criança vai precisar de você.

_Eu quero ver meu marido! – disse firme enxugando suas lagrimas

.....

Assim que adentrou o quarto onde o corpo de seu marido se encontrava e o viu inerte e sem vida a realidade lhe bateu em cheio e ela quis morrer ali mesmo. Por mais duro que fosse comprovou que era verdade seu marido estava morto e daqui pra frente ela não teria mais aqueles belos olhos azuis lhe fitando ao desperta de manha, nem veria aquele sorriso de garoto tímido que só ele tinha. Não escutaria mais sua voz rouca lhe dizendo lindas palavras de amor ao pé do ouvido enquanto se amavam com paixão e nem teria mais as noites de amor onde ambos se entregavam de corpo e alma um ao outro, tudo isso agora não passaria de doces lembranças pra ela. Lentamente Sara chegou perto da cama onde ele estava e olhando fixo para aquele  rosto que tanto amava começou a falar.

_Você disse que sempre estaria do meu lado só que agora não está mais. Por que Grissom? Por que isso tinha que acontecer conosco?

Respostas, Sara as queria só que quem lhe daria. Como fazer uma pessoa entender que seu  amor, aquele que é sua vida partiu e você tem que aprender a lidar com isso? Que a partir de agora seria só você sem ele, sem sua metade. Como explicar isso? Se é que se pode. Aí então lhe pergunto você já se imaginou vivendo sem seu coração? Impossível, ninguém vive sem ele.

E como o coração de Sara era Grissom agora ela teria que aprender a viver sem o seu, pois seu amado não estava mais ali consigo, agora só existiam as lembranças dele.

Sara sentou-se perto dele e se pôs a acariciar seu rosto frio.

_Queria tanto que abrisse os olhos, olhasse pra mim e me mostrasse que isso não está acontecendo, que você está vivo e que tudo isso não passa de um sonho ruim – ela faz uma pausa pra depois continuar – Minha vida não vai ser mais a mesma sem você Gil... Eu... Não sei o que fazer, estou perdida. Agora que nossa felicidade seria completa com a vinda desse bebê você partiu e me deixou aqui... – ela começa a chorar copiosamente

Da porta Catherine assistia Sara chorar tanto que chegava a balançar os ombros. Pedia aos céus pra que sua amiga tivesse forças pra se recuperar desse baque pra que pudesse cuidar dessa criança que viria. A loira sabia que não seria fácil pra nenhum dele sem Grissom por perto, aquela era uma perda irreparável. Só que teriam que ser fortes pra ajudar Sara a superar essa perda. Foi com dor no coração e lagrimas nos olhos que Cath viu Sara pedir quase com desespero que Grissom voltasse pra ela.

_Gil... Amor... Não faz isso comigo – abraça o corpo dele – Eu preciso de você. Não vou suportar a sua ausência – acariciou o rosto dele e depois beijou delicadamente seus lábios gélidos – Volta pra mim querido... Não me deixa sozinha, por favor!... Eu te amo tanto Gil, volta pra mim meu amor... – dizia com lagrimas nos olhos

Era tarde demais Grissom não tinha mais como voltar. A vida de Sara que era um lindo sonho ao lado de seu grande amor acabou aquele era o fim.

Era tudo tão perfeito quando eu estava com você

A chuva, o sol, o vento, o mar e a natureza abençoar

Mas de repente o sonho acabou

Você se foi e eu fiquei sozinha aqui

No nosso mundo sem chuva e sem sol

Só me restou meu pranto que não para de cair