Lá... E De Volta Outra Vez... escrita por VanBlack


Capítulo 1
Capítulo 1 capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oiii leitores queridos!
Essa é a continuação de November Rain.
Espero que curtam a leitura.
Leiam sem moderação.
E não esqueçam de ler a notinha no final...



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- Maldita magia, maldita vida, maldita eu! Droga! – Praguejei amaldiçoando essa merda de vida que se transformou a minha nos últimos anos. Realmente não tem sido fácil para ninguém, mas especialmente pra mim era pior...

Desmanchar um noivado, um namoro de quase uma vida e perder a melhor amiga que alguém poderia querer, não foi exatamente uma coisa boa. Tudo bem que já havia passado algum tempo, mas o pior de tudo era presenciar a felicidade dos dois em minha frente. A forma como se tratavam mesmo se conhecendo há pouco tempo, era de uma cumplicidade que devo confessar, nunca compartilhada entre nós, quando ainda éramos noivos.

Não é fácil admitir isso, mas eles realmente são perfeitos juntos, a forma como se olham, como se tocam, é visível à intensidade do sentimento que os une, ou seria magia? Não sei bem ao certo, mas não importa mais...

Vivi muito tempo amargurada, alimentando uma mágoa tão grande e intensa que às vezes me sufocava, me tirava o ar e a sensatez, e por vezes fui desagradável com as pessoas, as tratando mal e com indiferença.

Mas presenciar toda aquela melaçao de casal apaixonado, era demais para mim. Eu tentei superar, juro que tentei, mas cada vez que me virava... Lá estava os pombinhos, se beijando, se abraçando, se olhando com amor, era nauseante toda aquela situação, pelo ao menos para mim.

Por isso me isolei, quase não saia de casa, e quando o fazia, era sempre pra bem longe, porque não era fácil presenciar o homem que ainda amava nos braços de outra, ainda mais esta sendo a minha prima/ex-melhor amiga.

Depois de um tempo decidi pelo ao menos voltar a freqüentar a noite, as baladas, festas e afins... Tentei por algum tempo, mas não estava dando muito certo. Eu adorava sair, principalmente para dançar, mas depois de tudo aquilo, eu não conseguia ficar em um ambiente cheio de gente feliz, casais apaixonados, ou de pessoas se pegando, era tortura demais...

E quando algum cara se aproximava eu simplesmente o ignorava, ou ficava o comparando ao Sam, o que era ridículo, pois ninguém conseguia sequer chegar aos seus pés.

Teve ate uma vez em uma balada em Seattle, que bebi alem da conta e tentei ficar com um carinha ate que bonitinho, mas não rolou. Antes de beijá-lo eu tive a infeliz idéia de perguntar seu nome, e qual não foi minha surpresa ao saber que seu nome era Samuel, só podia ser macumba!

Sair praticamente correndo daquele lugar, deixando o carinha no vácuo. Só parei de fugir quando cheguei ao meu refugio, na prainha depois de First Beach que quase não tinha faixa de areia e era rodeada por pedras altas. Quase ninguém sabia daquele lugar, ou pelo ao menos não sabiam como chegar ali. Então eu meio que “peguei” ele pra mim.

Ali eu me sentia quase em paz, era onde eu podia extravasar todas as minhas dores e frustrações. Já passei noites em claro naquele lugar sentada na areia pensando, lembrando, desejando que algo de bom acontecesse em minha vida...

Como nenhuma das minhas tentativas de “diversão” foram positivas, então voltei para minha clausura, não que eu gostasse de ficar sozinha, mas meu humor não estava dos melhores, e muitos dos meus amigos não agüentavam mais meu “azedume”, como diziam.

Por muitas noites me entreguei a dor e ao desespero, chorando baixinho em meu quarto, mas eu sabia que minha família me ouvia, pois no outro dia eu notava seus olhares de pena para mim. Aquilo sim era, com toda certeza, a pior parte de tudo.

**********

O tempo passou e a dor se tornou em amargura, raiva e infelicidade.

E para completar minha quota de sofrimento e devastação sentimental e afetiva, meu pai teve um infarto e veio a falecer em poucas horas. Aquilo realmente acabou comigo! E o restante de paciência e bom senso, foram para o espaço quando o médico veio ao nosso encontro nos informando a pior das noticias, a mim, minha mãe e ao meu irmão caçula o Seth.

Meu pai havia morrido! Enfarte fulminante, não houve chance para ele, mesmo o chefe de polícia Charlie Swan, que era seu amigo, lhe prestando os primeiros socorros. Não houve escapatória, ele não resistiu. 

No instante em que a noticia tomou forma em minha mente, tudo o que consegui fazer foi balançar minha cabeça em negação, pois alem de pai ele era meu porto seguro, quem sempre esteve ao meu lado em todos os momentos, principalmente quando Sam me deixou para ficar com Emily.

Ele buscava formas de me animar, de me ver sorrir, dizia que eu ficava mais bonita e que tudo se iluminava em minha volta. Sempre me sentia especial quando me dizia isso, mesmo meu coração sangrando muito por uma decepção amorosa tão traumatizante. Nesses momentos eu me sentia querida e amada de uma forma única.

Claro que tinha algumas pessoas que se aproximavam de mim para me consolar, mas nenhuma realmente era verdadeira como o meu pai fazia, alias como a minha família toda fazia. Minha mãe sempre foi uma boa amiga, confiava muito nela e ainda confio, mas não era tão intenso como era minha relação com meu pai, não sei explicar era algo mágico, sei lá...

O Seth é mais novo que eu, um pirralho ainda, tudo bem que ele sempre foi mais sensato e calmo, mas não tinha experiência de vida e muito menos amorosa, nunca ele havia sentido algo remotamente parecido com o que eu passei, ao me ver sem o amor que acreditava ser para a vida toda.

Depois do choque de saber que o meu pai não estaria mais ao meu lado como antes e que não poderia mais o ter tão próximo e sentir seus carinhos, nem ouvir sua voz me embalar sempre que a dor era um empecilho ao sono. Ou quando os pesadelos eram muito intensos e sempre acordava aos soluços e ele estava lá por mim, me ninando com sua voz rouca pela idade, cantando suas cantilenas quileutes.

Não mais sentiria seus carinhos e seu conforto dizendo que tudo ficaria bem, que eu era forte e superaria essa dor e seria muito feliz e para sempre. Constatar isso era massacrante, pois a dor da rejeição e traição era ainda muito recente. Então não conseguia sentir nada mais que ódio, raiva, rancor e desprezo por todos a minha volta.

Não conseguia ver, sentir, pensar ou dizer palavras bonitas a ninguém, nem mesmo para minha mãe ou para meu irmão, que estavam sofrendo tanto quanto eu naquele momento.

E isso me fazia mal, pois eu queria consolá-los, abraça-los e dizer que tudo iria ficar bem, como meu pai fazia conosco, comigo, quando estávamos tristes por algum motivo. Mas eu não conseguia sequer me aproximar de ninguém, me sentia tão impotente, tão insignificante.

Sempre travava, algo me refreava, não conseguia pronunciar palavra alguma, e aquilo foi ficando pior a cada dia, a dor sufocando em meu peito, se misturando a tudo que passei pelo termino do noivado com o Sam.

E tudo se agravava quando percebia aqueles olhares direcionados a mim.

As pessoas olhavam para o Seth e minha mãe com olhares compadecidos de sua dor, mas me lançavam olhares de pena, pelo ao menos, as que sabiam do fim do meu relacionamento com o Sam, ou melhor, de como fui trocada pela minha ate então prima e melhor amiga.

Aquilo realmente me enfurecia, me deixava a beira da insanidade, juro que por muitas vezes fora preciso minha mãe ou o pirralho do meu irmão, me arrastar de perto das fofoqueiras da reserva para que eu não cometesse uma chacina em larga escala.

Simplesmente me subia uma fúria vinda não sei de onde, acho que das profundezas do meu ser mais irracional. Sabe aquele lado animal que todo ser humano tem dentro de si? Pois bem, esse lado estava se evidenciando de forma brutal e tomando proporções gigantescas em minha alma.

Por dias eu fiquei arredia, não deixava ninguém se aproximar de mim, nem mesmo minha mãe ou o Seth. Também notei que meu irmão estava introspectivo, o que não era do seu feitio, pois ele sempre foi à personificação da alegria e bom humor, mas depois do que aconteceu com nosso pai, ele alem de triste, estava mal humorado e com uma boca suja, que ganhava ate de mim. E isso é um feito e tanto, pois eu sempre fui assim e meu vocabulário é um tanto extenso demais, se é que me entendem, mas o Seth não.

**********

Depois da morte do meu pai, eu realmente ganhei o posto de pessoa mais ignorante, azeda, amargurada, triste, e infeliz de toda La Push. Não que eu realmente me importasse, mas eu sabia que isso estava fazendo minha mãe sofrer ainda mais, só que era inevitável ser ou agir assim. Era muita dor, muitos sentimentos ruins misturados dentro de mim que eu não sabia, como não senti-los.

E tudo se agravou ainda mais, quando uns moleques de fora da reserva resolveram zuar com meu irmão na praia. Era um raro dia de sol, então muitas pessoas aproveitavam para se divertir. Mas aqueles idiotas tinham vindo com certeza em busca de confusão. Estava na cara que queriam brigar.

Mas não com meu irmãozinho! Tudo bem que o Seth tinha crescido um pouco nos últimos tempos, e nem parecia mais aquele pirralho que vivia me atormentando a paciência, correndo atrás de mim para soltar pipa com ele, ou jogar bola. No entanto eu não deixaria aqueles cretinos sequer encostarem um dedo sujo em um fio de cabelo do meu maninho, não mesmo!

Putz que o Seth nunca me ouça chama-lo assim, seria o inferno! Ele detesta esse tipo de coisa, como ele diz mesmo? Ah sim esse mela, mela de irmãos!

Enfim, quando vi a confusão se armando, já fui logo ficando ao seu lado, era um grupo pequeno, tenho certeza que nós dois daríamos conta. Já estava ate gostando, pois assim quem sabe eu poderia extravasar um pouco de toda tensão em que estava vivendo.

Mas um dos cretinos tinha que falar merda né? Tocar no nome de mãe e pai em uma briga, é golpe baixo! E se for do meu pai então, nem se fala, é ate crime!

Tudo se tingiu de vermelho em minha frente, meu corpo tremia e suava em proporções homéricas. Minha respiração era pesada e forte, o ar entrava em meus pulmões com muita dificuldade, e saia em grandes bufadas. Juro que cheguei a pensar que tinha um búfalo bem ali do meu lado! Mas ao virar meu rosto, para me certificar, dei de cara com o Seth no mesmo estado que eu, aquilo era tão estranho! De repente senti uma dor aguda por todo meu corpo, e minha temperatura subir ainda mais do que já havia subido nos últimos dias.

Outra pontada de dor e uma estranha descarga elétrica percorreu minha coluna vertebral, arrepiando os pêlos do meu corpo e estralando os ossos do mesmo. Agora eu fiquei mais que preocupada. O que estava acontecendo comigo, quer dizer, conosco, visto que Seth estava da mesma forma que eu?

Os idiotas agora nos olhavam assustados e se afastavam aos poucos dando passos para trás, levantando as mãos e falando alguma coisa, mas como meu corpo tomou vida própria, eu não conseguia sequer prestar atenção na minha própria respiração, quanto mais nas abobrinhas que aqueles imbecis diziam.

Fechei meus olhos tentando controlar minha respiração, e me acalmar, mas estava realmente difícil. E ficou bem pior quando os abri e me deparei com a figura do Sam se aproximando. Mais uma vez uma pontada de dor me atingiu, mas essa foi mais forte e me fez cair ajoelhada na areia gritando.

Pensei que fosse morrer, pois a intensidade da dor só piorava. Percebi que Sam não estava sozinho, mas não consegui distinguir quem era que havia chegado ali com ele, pois meus sentidos estavam muito bagunçados, ora eu escutava nitidamente, ora eram apenas zunidos, estava ficando louca só pode!

Foi então que senti braços fortes e quentes me pegarem no colo e senti-me sendo levada para dentro da floresta, mas não sabia dizer quem estava me carregando, pois as lagrimas borravam minha visão impedindo que o reconhecesse, apenas senti um cheiro de canela e almíscar, era muito bom. Tentei protestar para que me colocassem de volta no chão, mas tudo o que consegui foi escutar meus gritos, pois assim que abri minha boca para falar alguma coisa, saiam apenas isso e gemidos dolorosos!

Deus o que esta acontecendo? Será que estava morrendo? Não da pra acreditar que ate minha morte será assim tão dolorosa! Poxa pensei que fosse morrer dormindo e sem dor, visto o tanto que sofri e ainda sofro em vida!

Percebi que onde paramos era um pouco mais escuro, deveríamos estar dentro da floresta. Mas porque aqui? Porque não nos levaram para o posto de saúde ou o hospital? Não entendia nada do que estava acontecendo, sabia apenas que a qualquer momento encontraria meu pai...

Colocaram-me deitada no chão e assim pude ver alguns pares de pés ao meu redor, deveria ter muitas pessoas ali. Mas isso não era importante no momento, e sim que finalmente teria um pouco de paz, nessa droga que tinha se tornado a minha vida...

Um grito escapou da minha garganta rasgando-a de dentro para fora e foi acompanhado por outro, reconheci a voz do Seth. Deus não, ele não poderia estar passando por isso também, é desumano demais.

Estiquei meu corpo só um pouco e virei meu pescoço para o lado direito, tentando acha-lo e foi então que o vi também deitado, só que na posição fetal chorando e gemendo de dor. Aquilo me assustou ainda mais, Seth é apenas um menino, não poderia sofrer tanto assim, ele não merecia passar por tudo isso.

Minha dor não era nada comparada com a dor e medo que eu via nos olhos do meu irmão. Estiquei meu braço em sua direção, tentando alcança-lo, mas sem êxito. Lagrimas caiam em abundancia por nossos olhos, ficamos assim conectados pelo o olhar por alguns segundos.

Mas cedo demais nossa conecçao foi quebrada por espasmos que sacudiam nossos corpos e com um grito que mais parecia um urro, senti meu corpo se rasgando e explodindo...

**********

Depois de algum tempo de confusão, lamentação, revolta, raiva, adrenalina e liberdade. Me vi como a fera que verdadeiramente sou. Uma loba protetora quileute. O monstro que estava dentro de mim saiu louco e furioso, tudo o que queria era acabar com toda dor que estava alojada dentro de mim, e que aqueles olhares só faziam aumentar mais e mais o vazio e a solidão que me consumiam dia após dia.

Algumas vezes, depois desses ataques de fúria, me sentia culpada e envergonhada, principalmente se esses acessos fossem direcionados a minha família, ou ao que restou dela, ou a pessoas como Charlie Swan ou Billy Black que eram os melhores amigos de meu pai.

Mas na maioria das vezes nem me importava se o que tinha dito tinha ferido os sentimentos de alguém, pois a dor que carregava dentro de mim era muito grande e eu não estava conseguindo lhe dar com isso, acho que ninguém, pelo ao menos a principio, sabe lidar com tantos sentimentos dolorosos e negativos dentro de si.

Eu sofria calada, quer dizer eu não tinha com quem desabafar, pois meu pai que era meu porto seguro havia morrido, meu amado namorado me trocado por outra, que ironicamente era a minha melhor amiga a quem confidenciava todos os meus segredos, mesmo morando tão distantes, pois ela era de uma outra reserva, mas eu sempre arrumava um jeito de visitá-la, e também nos falávamos muito por telefone.

Enfim, estava definitivamente sozinha...

**********

Então, depois de meses sentindo pena de mim mesma, amargando minha solidão, mesmo rodeada de pessoas, eis que me aparece... Ele. Com seu jeito irritantemente debochado e alegre, mesmo não vivendo um momento muito feliz em sua vida, ele sempre estava sorrindo.

Mas eu podia ver em seus olhos a dor da rejeição, e sentir às vezes também, pois com nossas mentes compartilhadas durante a transformação, tínhamos esse “privilégio”.

Confesso que de todos os garotos do bando, ele era o único que nunca pensou algo ofensivo a meu respeito, era completamente indiferente a mim. Nem mesmo quando eu fazia questão de soltar minhas tiradas ásperas e alfinetar o quanto podia cada um deles, principalmente se esse individuo fosse o meu querido ex-noivo e agora alfa.

A principio não me importava com toda a indiferença que ele demonstrava sentir por mim, mas com o tempo aquilo de alguma forma foi me incomodando.

E presenciar a forma como aquela adoradora de sanguessuga o tratava, não estava me ajudando a desvendar o porquê de me importar tanto com ele e seus sentimentos masoquistas. Sim, pois gostar daquela lá era sinônimo de burrice crônica. Mas mesmo assim eu estranhamente me importava... E muito.

Fiquei intrigada com essa súbita preocupação com o bem estar dele e comecei a pegar leve em meus pensamentos quando fazíamos ronda juntos. O que passou a ser constante, pois ninguém queria ficar próximo de mim por muito tempo, pois sempre pensava ou falava algo que não lhes agradava ou até mesmo os magoavam.

Também não queriam compartilhar de toda dor e rejeição que ele sentia quando a branquela escolhia ficar com o namoradinho vampiro dela. Repulsivo. Como alguém em sã consciência trocaria o aconchego de braços fortes e quentes por algo duro, gelado e morto? Juro que nunca vou entender a cabeça daquela garota maluca!

Foi com esses pensamentos que comecei a analisar meus reais sentimentos em relação a ele, Jacob Black...

Nunca em minha vida me imaginei com outro homem que não fosse o Sam. Talvez esse tenha sido meu grande erro, pois sem perceber eu criei uma espécie de dependência e com o término do nosso relacionamento, uma obsessão.

Um estalo se deu em minha mente clareando meus pensamentos e me fazendo enxergar com clareza o que estava óbvio e eu não queria ver. Eu era como a Bella, amando algo impossível, uma ilusão criada e alimentada por minha mente e meu coração, pois o Sam de hoje, o lobo e alfa, não é e não voltaria a ser o meu Sam de quase oito anos atrás, de quando estávamos juntos e felizes.

Uma onda de compreensão e alívio se misturavam com dor e saudade, em meu interior. Finalmente eu entendia o que realmente sentia por Sam nesse momento. Mas não explicava em nada o que agora eu sinto cada vez mais forte pelo garoto Black.

Ok não adianta bancar a idiota agora, pois eu sei muito bem que tipo de sentimento estou, involuntariamente, sentindo pelo babaca do Black! Tudo bem que ele não é exatamente um babaca, mas é um idiota, otário, imbecil que a songa monga da Bella usa e abusa pisando em seus sentimentos, e ele sempre volta pra ela como um cachorrinho que é! Argh!

Eu realmente não sei o que esses caras vêem de tão especial naquela branquela. A garota é tão sem sal, sem graça, sem atrativos pelo ao menos aos meus olhos avaliativos. Vamos ser sinceros, sou muito mais EU!

Acho que o que realmente atrai a esses otários, é o fato dela parecer frágil o tempo todo e inspirar cuidados e proteção. Só pode ser isso, porque ela é tão comum, com sua pele pálida em excesso, desajeitada, sem senso de moda e estilo, aquele cabelinho estranho que não é nem castanho, nem vermelho, é algo como, com o perdão da palavra, cor de “bufa xoxa”! Sem falar aquele olhar estrábico. Serio será que ninguém notou como ela é ridícula? 

Respira Leah não se deixa levar pelo ciúme! Ciúme o caramba, eu tenho é nojo daquela pata sonsa que se faz de coitadinha para atingir seus objetivos.

Ela pensa que me engana, dizendo que não consegue se afastar do Jake porque o ama, mesmo não sendo o suficiente para fazê-la desistir do sanguessuga, e por isso fica se esfregando naquele idiota.

Mas é só o parasita estalar os dedos que ela volta toda se querendo para aquele frio e larga Jacob aos cacos, destruído por mais uma vez ter sido usado por ela. Será que ele não vê o quanto está sendo patético e masoquista medingando o amor daquela lá?

Não agüentava mais vê-lo sofrer daquele jeito e depois de pensar bastante, e ensaiar várias formas de abordar o assunto com ele, decidi ser franca e direta, como sempre fui.

Procurei-o e comecei a dizer tudo o que sentia de uma forma a não assusta-lo, ele podia ser maior que eu em tamanho, mas ainda era um garoto, um menino. E não queria de forma alguma amedontra-lo, pelo contrario, queria que ele abrisse seu coração para novas possibilidades, que começasse a enxergar as pessoas ao seu lado com outros olhos.

Em outras palavras, que ele tirasse a venda e olhasse diretamente para MIM! Que estava naquele momento me expondo a ele, deixando claro que ele também tinha outras opções. Que no caso era EU!

Mas ele é tão teimoso quanto masoquista, e preferiu continuar nutrindo aquela paixão doentia pela candidata a sanguessuga...  

**********

Foram meses de sofrimento para ele e para todo o bando, conseqüentemente para mim também, quando a vaca lambedora de parasita, se casou com aquele sanguessuga engomadinho. Todos nós ficamos indignados, ainda mais, com a atitude maluca da garota de se entregar ao frio ainda humana. Não disse que ela era demente?

Mas o que mais me machucou foi sentir e ver todo o sofrimento do Jacob, cheguei a pensar que ele nunca superaria a dor e acabaria cometendo uma loucura contra sua vida. Mas ele se provou ser um verdadeiro guerreiro, mesmo sofrendo como um cão que foi escorraçado de seu lar. Ele decidiu lutar, decidiu não se entregar mais a dor.

Mas a vida da gente nem sempre colabora com nossos planos, e ele ainda teve que passar por momentos dolorosos e grotescos assim como Seth e eu presenciando de perto, diria que de camarote, a gravidez e o parto de filhote de sanguessuga, que aquela insossa da Bella insistia em ter. Louca, necrofita, demente, é pouco para aquela la!

Até agora não entendo como é possível um sanguessuga procriar, mesmo que a mãe seja uma humana. Eles não estão mortos? Não há lógica nessa situação. Mas quem disse que só de lógica vive o ser humano, pois sim?

E foi aí que aconteceu o inacreditável: Imprinting!

Jacob Black, alfa de direito sangüíneo, herdeiro legítimo de Ephraim Black e descendente direto de Taha Aki, sofreu aquela magia estúpida pelo monstrinho sugador de sangue e assassino da própria mãe!

Não acreditei quando soube e vi, como ele olhava para aquela coisinha monstruosa em seus braços, estava completamente encantado, embevecido de amor por aquele ser. Era ate patética a forma como um homenzarrão daquele se portava como um filhotinho nas mãos daquele filhote de parasita mal feito.

Nunca senti tanto ódio de alguém como senti por aquele monstro naquele momento. Nem mesmo pelo Sam ou pela Emily, ate mesmo Bella perdeu seu posto dentro da minha lista negra. A lista para quem eu direcionava meus sentimentos mais obscuros.

Com toda certeza Reneesme Carlie Cullen é a pessoa, ou melhor, dizendo MONSTRO que mais odeio, não só por ser o objeto de imprinting do cara que eu gostava, mas por subjugar ridiculamente o meu alfa a ter uma companheira mestiça que nem mesmo sabemos se poderá lhe dar herdeiros de seu sangue guerreiro.

Nem mesmo uma possível batalha com os vampiros estrangeiros me fazia esquecer a sensação de mais uma vez ser rejeitada, e olha que desta vez eu nem mesmo o tive realmente. Quer dizer eu me declarei, um pouco hesitante é verdade, mas ele realmente nunca me olhou com olhos interessados de desejo não é?

Apenas amigos, companheiros de bando, irmãos...

**********

Isso de gostar de alguém que te vê apenas como irmã, era o fim! Machucou-me por um tempo, não como foi com Sam, mas doeu.

Mas todo esse sofrimento, essa nova rejeição, me mostrou que eu poderia sim superar toda dor de ter sido abandonada praticamente no altar pelo meu noivo, e finalmente reconstruir minha vida.

Claro que nada será como antes, mesmo porque eu não sou como antes. Mudei e foram mudanças forçadas, mas necessárias para meu crescimento, minha evolução digamos assim.

Hoje ainda estou solteira, mas muito mais feliz do que antes, não tenho infernizado a vida de ninguém, por enquanto. Também não tenho ferido ninguém com palavras propositalmente como antes. Penso melhor, reflito antes de julgar tão ferrenhamente os erros dos outros, pois tenho consciência que os meus erros não são menores ou insignificantes que os de todos eles.

Sei que minha dor é minha e não posso sair por ai espalhando-a e destilando meu “veneno” a torto e a direito. Pois para toda ação existe uma reação, e meu destino pertence somente a mim. Agora também sei que o que faço da minha vida, inevitavelmente, afeta a todos que me cerca, mesmo não querendo, acontece.

Então minhas escolhas têm de ser pensadas e avaliadas com cuidado. Mas claro que sendo Leah Clearwater, uma coisa aqui e outra ali sempre escapa ao meu controle, não posso evitar, sabe?

Mas hoje finalmente, eu sei quão bom e libertador é viver sem cultivar mágoas e ressentimentos, envenenando a alma e impossibilitando de enxergar as coisas boas que a vida tem a oferecer...

Isso eu percebi depois de uma longa e franca conversa com Sam e Emily. Não foi fácil, havia muita magoa ainda, então foi bem dolorosa, mas libertadora. Devíamos isso um ao outro. Coloquei tudo pra fora, falei a eles como me senti traída e enganada pelas pessoas que mais confiava no mundo. Eles também disseram que não foi fácil, principalmente por verem o quanto eu sofria.

Mas eles tinham um ao outro, agora eu não... Pois tinha perdido muito mais que um noivo e uma prima. Eu tinha perdido um porto seguro que o Sam sempre havia sido pra mim. E uma irmã, pois era assim que me sentia em relação a Emily.

Depois de desabafar e escutar tudo o que eles tinham a me dizer, eu os perdoei e eles também me perdoaram por minhas ações, muitas vezes impensadas e principalmente, por todas as vezes que havia jogado na cara deles minha infelicidade e amargura.

Sei que nada será como antes entre a gente, na verdade eu espero muito que não seja, pois todos nós não somos mais os mesmos. Mudamos e de uma forma tão intensa que chega a ser desconcertante. Mas sei que acima de qualquer coisa somos quileutes, um povo unido e que aprende com seus erros.

Hoje eu consigo enxergar um futuro para mim sem dor, amargura, tristeza, azedume, ou qualquer sentimento negativo em demasia, pois eu finalmente consegui superar o rompimento com o Sam e a Emily. Não digo que seremos todos amiguinhos, mas a convivência com certeza melhorou e muito...

Também não fico remoendo minha paixão pelo Black, não que eu tenha esquecido, pois o cara consegue ficar cada dia mais gostoso. Mas tento não pensar nele nesses termos quando temos ronda juntos, o que acaba não dando muito certo quando o flagro nu em algumas transformações. Ai, ai ate parece que eu odeio né?

Não me conformei nem um pouco de ele ser o cão domestico dos Cullen, mas se os espíritos guerreiros escolheram assim, o que eu posso fazer?

Mas já deixei bem avisado, que se por algum acaso do destino ou sei la o que, a monstrinha der uma brechinha e o Black quiser... Pode ter a certeza que eu o pegarei para mim...

Fim...


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Notas finais do capítulo

Gostaram meus lindos? Espero muito que sim...
Eu tenho pensado seriamente em fazer uma continuação para essa one.
Seria uma shot fic com uns dez capítulos no máximo...
Mas ainda não me decidi. E também queria saber a opinião de vocês...
E ai, eu faço a continuação?
E sobre o nosso caramelinho?
O que vocês acham, será que devo deixá-lo com a Cullen?
Ou nossa Diva Máster Clearwater, deve roubá-lo para si?
Ou ela merece alguém menos complicado, como o nosso lobinho Embry Call?
Ou seria melhor um desconhecido lindo, delicioso, gostoso, aparecer e arrebata-la por completo com um maravilhoso imprinting?
Deixem suas opiniões e claro, muitos comentários e recomendações...
Beijinhux!