Lá estava ele, o menino de cabelos cacheados e olhos verdes mexendo em seu drink com o canudo enquanto estava sentado em uma cadeira na beira da piscina. Ele iria beber o drink, mas algo pousou no braço de sua cadeira, lhe prendendo a atenção.

            Era uma borboleta azul, daquelas raras de se ver, ela tinha movimentos delicados com asas. Ao ver aquilo, um sorriso surgiu no rosto do menino que imediatamente botou a taça do seu drink na pequena mesa que tinha ao seu lado e foi tocar a borboleta que saiu voando.

            Por impulso, Harry se levantou da cadeira e foi seguindo-a a passos rápidos. Não sabia o porquê daquilo, não sabia para onde estava indo. Só sabia que sentia necessidade de segui-la.

            A borboleta se distanciava cada vez mais para o longe e para o alto. Então Harry passou a correr mais rápido e a olhar o céu nublado de Londres que só deixava um fio de luz solar passar por entre as nuvens, na tentativa de não perde-la de vista.

            Do nada, ele tropeçou em uma pedra e saiu rolando, até que bateu em uma árvore e ficou estatelado no chão. Seus cabelos cacheados estavam caídos sobre os seus olhos, impossibilitando-o de enxergar.

            Ele se levantou e retirou os fios do cabelo do rosto, ficando boquiaberto ao ver onde ele havia chegado. Ele estava em frente ao carvalho deles, o carvalho onde estava entalhado a frase “Harry and Alice Forever” dentro de um coração.

            Ao se aproximar do carvalho, sentiu os olhos se encherem de lágrimas, mas não cedeu á elas. Ao tocar a entalhação, as lembranças vieram a mente como um jato de dor.

            Já se fazia um ano e quatro meses que ela se fora. Por sua culpa, ela havia ido para todo o sempre, havia acabado consigo mesma. Ao se lembrar dessas coisas, ele encostou as costas na árvore e se deixou escorregar até o chão e ceder ás lágrimas que agora tomaram a sua face.

Flashback On

            A jovem menina de cabelos loiros ondulados e a pele alva como a neve, estava na cozinha preparando o jantar. O cheiro da comida se espalhava por todo o local, deixando-o com um belo aroma. Se fazia três semanas que ele havia saído em turnê com a sua bandae a deixara.

            Aquele dia era mais do que especial, eles completavam um ano de namoro e ele havia prometido que estaria lá à noite para poderem passar aquele momento juntos.

            Depois de preparar o jantar, ele montou uma bela mesa de jantar, toda enfeitada com flores do campo e algumas velas vermelhas por sua extensão e  foi se arrumar.

            Um tempo depois ela volta a sentar-se à mesa, com um lindo vestido vermelho que lhe caia bem sobre sua pele branca e o cabelo em um trança lateral.

            Ela esperou o menino de cabelos cacheados por trinta minutos... Uma hora... Uma hora e meia... Por fim ela acabou cansando de esperar e acabou dormindo em cima da mesa.

(...)

            O sol entrava pela janela e a fez acordar com a claridade. Ela abriu os olhos de vagar e suspirou ao ver tudo oque havia arrumado para nada, simplesmente nada. Já estava cansada disso e tinha tomado uma decisão, por mais que o amasse. Ela não aguentava mais sofrer, passar o seu tempo sozinha naquela casa.

            Ela subiu as escadas, foi calmamente até o quarto e pegou uma mala em cima do armário. Era uma mala pesada, que a quase derrubou. Botando-a em cima da cama, começou a dobrar as suas roupas e as botar dentro da mala. A mala estava quase pronta, quando sentiu lhe abraçarem por trás e lhe beijarem o pescoço. Ela levou um susto e olhou para trás.

- Ah... É você... –disse se afastando dele e voltando a botar as roupas na mala.

- Que foi, amor? –o menino diz fitando-a com aqueles olhos verdes- Pra que essas malas?

- Harry... –disse olhando pra ele e suspirando- Eu vou voltar pra Paris.

- OQUE? COMO ASSIM? VOCÊ NÃO PODE! –ele disse gritando.

- Claro que poço, lá eu não fico sozinha ao menos. Já cansei de viver nessa casa sozinha, enquanto você fica perambulando pelo mundo com os seus amigos. –disse tentando conter a sua voz.

- Mas esse é o meu trabalho, e você sabe disso.

- Tanto como sei que eu deixei o meu trabalho lá em Paris pra vir pra cá ficar com você, com VOCÊ e não largada nesse apartamento.

- Você não pode ir, eu te amo! Você poderia ir com a gente na turnê –o menino falou já com os olhos cheios de lágrimas.

- Harry, a decisão já está tomada.

- VOCÊ NÃO VAI! –ele disse indo e desarrumando a mala dela-

- ÓTIMO, EU POSSO REFAZER ELAS!

- MAS VOCÊ NÃO VAI DO MESMO JEITO, EU NÃO VOU DEIXAR! –ele disse correndo para a sala e pegando as chaves da casa- NÃO VAI! VOU COMPRAR U LANCHE PRA A GENTE E JÁ VOLTO -então ele saiu de casa e trancou a porta com ela lá dentro, impossibilitando-a de sair.

            Ela se pôs a chorar no chão da sala e depois de alguns minutos, subiu correndo pro quarto.

(...)

            Já havia comprado tudo que ela gostava de comer, biscoitos amanteigados, cupcakes, café da Starbucks e umas flores.

            Ele abriu a porta de casa e viu tudo muito quieto.

- Alice? –ele chamou por ela e não obteve resposta- ALICE? AMOR? –chamou de novo e continuou sem obter respostas. Então foi correndo para o quarto e nada dela também.

            Então ouviu gotículas de água pingando e caminhou até o banheiro. Viu água pelo chão do corredor e quando chegou perto da cortina do chuveiro. Ele a afastou e arregalou os olhos para o que viu. Sua menina loira, deita na banheira, totalmente submersa e sem vida.

- NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOO –ele gritava entrando na banheira e a segurando contra o seu peito que agora já estava molhado por causa da água. Ele se pôs a chorar e ficar ali em lágrimas. Sabendo que nunca mais a teria.   

Flashback Off

- Harry? HARRY? CADÊ TU CRIATURA? –ouviu uma voz conhecida o chamar, lhe tirando de devaneios de lembranças. Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar e mesmo tentando não conseguia parar. – HARRY! –finalmente o menino que o chamava o viu e veio correndo em sua direção e vendo o estado do amigo, se sentou ao seu lado e começou a fazer carinho em seus cabelos. –Está tudo bem, Harry...

- Louis, a culpa dela ter ido é toda minha. –disse em meios aos soluços do choro.- Eu não deveria ter prendido ela na casa. –disse finalmente entendendo. O amor é como uma borboleta, você não deve prender a pessoa amada. Deve deixar com que ela faça as suas escolhas. Amar é ver a pessoa feliz acima de tudo, mesmo que não seja ao seu lado.  

- Ei.. Calma, chorar não vai fazer o passado mudar –continuou fazendo cafuné nele e cantando baixinho uma cantiga de ninar. Fazendo-o cair no sono.

End.

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