Outros Universos, Outras Realidades escrita por Cíntia


Capítulo 12
Apaixonado




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/258489/chapter/12

"Quando se está apaixonado, pula-se do Empire State gritando 'Gerônimo' até bater no chão."

Teoria da Conspiração

POV Peter

Eu havia passado o dia no Hotel. E isso até que foi bom. Não vira Anna. Somente Mark ficara para fazer minha proteção. Enquanto o resto do time fora à casa de Bell para implementar medidas de segurança para a festa que aconteceria a noite. Talvez estivesse sendo um pouco infantil, afinal, Anna não era obrigada a ceder as minhas investidas. Mas às vezes, aquilo parecia um jogo, uma brincadeira, de atrai e repele. Estava aborrecido com isso.

Certos momentos, ela parecia estar interessada, parecia me querer da mesma forma que eu a quero. Mas depois vinha reações não sei da onde. Era como se ficarmos juntos fosse algo vil, tremendamente errado. Mas nós éramos solteiros. E eu gostava dela de verdade, talvez estivesse apaixonado. Nunca havia conhecido uma mulher como ela. Bonita, inteligente, e forte na maioria dos momentos, mas em outros parecia tão frágil, que eu seria capaz de fazer qualquer coisa para protegê-la. A menos que ela... não sentisse o mesmo por mim. Mas de vez em quando, eu olhava em seus olhos e sabia que a afetava, ela parecia se importar comigo, ter ciúmes, dentre outras coisas. Anna realmente era bem complicada. Mas isso fazia parte de seu charme, era um dos aspectos me faziam gostar tanto dela.

Me lembrava do nosso último beijo e da discussão depois que culminou nesse impasse, nessa idéia de me manter afastado dela. Ela parecia ter retribuído. Por um tempo ela não demonstrou nenhum sinal contrário. Parecia estar imersa naquele momento, suas ações e seu corpo davam sinais disso. Mas depois me repeliu. E veio com aquela coisa de que eu era cliente. Mais uma vez! Seu corpo parecia dizer uma coisa e sua boca outra. Me dispensou novamente. Só que dessa vez, fora pior. Aquilo me ferira mais que do que as anteriores e não consegui levar numa boa.

Entretanto, iria à festa com ela. Não sei se desejava ou se amaldiçoava aquilo . De qualquer forma, não tinha como fugir. Já estava chegando a hora. Tomei um banho, e me arrumei. Há muito tempo, não vestia um Smoking, mas essa "comemoração" exigia isso. Ainda me olhei no espelho. Estava muito bem, parecia à vontade. Como uma roupa pode passar uma impressão tão falsa?

Fui até o corredor e vi Mark:

– Anna, já está pronta?- perguntei

– Ainda não. Você sabe como são as garotas com essas coisas, Peter. Lisa está com ela no quarto dela, ajudando-a se preparar.

– Bem, então esperarei aqui.

Eu já começava a achar que ela não viria, quando Anna apareceu. Ela estava deslumbrante. Usava um vestido longo preto sem alças (acho que chamam de tomara que caia), que era solto no corpo, um colar e soltara o cabelo (na maioria do tempo ela o matinha preso em um rabo de cavalo). Me lembrei de seu vestido vermelho quando a conheci. Agora, ela conseguira ficar mais bonita do que naquele dia. Eu não conseguia fazer nada além de admirá-la.

– Vamos, Peter. Peter? – quando dei por mim Anna me chamava

– Ahh... Vamos! – falei saindo do meu devaneio

O nosso caminho até a casa de Wiliam foi quase silencioso, falamos apenas o necessário. Mas quando ela não estava vendo, eu a olhava para admirá-la. Afinal, ela estava tão bela. Ao chegarmos à festa, apresentei Anna a algumas pessoas por educação. Mas me mantive distante dela. Bebi um pouco, experimentei coisas servidas pelo bufê. Falei com alguns cientistas, empresários, e claro com mulheres. Eu era um herdeiro rico, então muitas me davam atenção. A maioria devia pensar que um casamento comigo seria extremamente vantajoso. Sendo que umas foram até bem atrevidas. Mas na verdade, a única mulher que eu queria naquele momento não agia dessa forma. Ela me afastava.

Eu olhei para Anna. Ela me observava. Estava sozinha num canto do salão. E parecia deslocada, é claro, ela não conhecia ninguém além de mim e Bell. Os garçons passavam por ela, mas ela não aceitava nada. Estava a trabalho, e agia de forma profissional. Mas me parecia bem triste. E comecei a me sentir culpado por isso.

Pedi licença a garota que conversava, e cujo o papo não me interessava nem um pouco. Fui à varanda, precisava de ar. O que estava fazendo? Eu abandonei Anna naquele lugar, enquanto ia atrás de outras mulheres, e nem estava me divertindo com isso. Não era uma atitude nobre. Eu estava com raiva, era verdade. Mas merecia a morte só por deixá-la com aquela expressão triste no rosto. Estava prestes a ir atrás dela, quando ela apareceu na varanda:

– Peter ... Essa situação, a gente precisa conversar. – ela foi direta e tinha razão

– Concordo.

– Eu sei que o que aconteceu ontem, complicou as coisas. Me desculpe – ela mantinha o olhar triste

– Anna, você não tem que se desculpar, eu é que não estou agindo bem.

– Não está – ela sorriu, como era bonito o seu sorriso, como era bom vê-lo – De qualquer forma, não podemos continuar assim. Talvez se esquecêssemos ...– eu não podia esquecer nada

– Eu não consigo. Mas a gente pode tentar agir de uma forma mais normal, o que acha?

– Ótimo – mais uma vez ela sorria, eu podia ficar ali dizendo coisas que a agradassem, só para ver aquele sorriso

– Vamos para o salão? – eu sorri para ela

Nós voltamos. E conversamos animadamente. Começamos a olhar as pessoas em volta, e imaginar em que elas trabalhavam, e se resolvessem fazer um ataque, que armas usariam. Era uma brincadeira com algo sério, mas era engraçado e nos divertíamos com isso:

– Aquele ali usaria um canhão ultra-sônico, que nos deixaria todos surdos e tontos. E o que você acha daquele? –Anna ria , eu indiquei um homem careca e baixinho, que usava óculos com aros grossos

– Com esses óculos, ele podia ampliar a ação de um laser e botar fogo nas coisas e pessoas– eu ri, ela também , e percebi a aproximação de uma das moças que tinha conversado antes

– Só você para imaginar óculos como uma arma tão mortal.

– Qualquer coisa pode ser uma arma, Peter, mesmo que pareça inofensiva– disse Anna que não parecia incomodada com a moça que já estava bem próxima de nós, mas essa última começou a falar para mim quase como se Anna não existisse

– Peter, vamos dançar? Você me deve uma dança, não?

– Sinto, mas acho que Anna não gostará disso, não é? Eu vim com ela! – me virei para Anna, torcia que ela afirmasse isso para a garota (e que fosse verdade)

– Me importo mesmo. O Peter é meu ! – ela disse possessiva, tinha sido muito bom ouvir aquilo,mesmo que não fosse verdade.

A garota saiu e eu me virei para Anna:

– Obrigado.

– Por quê? Estamos em um "encontro" hoje, não? – ela falava brincando

– Sabe considerando esse fato. Talvez a gente devesse dançar...é isso que se esperaria nessa situação. A menos que você ache que irá ultrapassar o limite da nossa "farsa".

– Não ultrapassaria. Eu adoraria, Peter.

Nós fomos para pista de dança enquanto tocava uma música lenta, uma daquelas para casais apaixonados, e mais propícias para o fim de festa( apesar de que essa não estava próxima do final). Eu segurei Anna pela cintura e mantive o meu corpo próximo ao dela. Nossos rostos estavam a poucos centímetros um do outro, e era uma sensação muito boa, eu fazia muito esforço para não beijá-la, e comecei a falar enquanto nos movíamos devagar pela pista:

– Quer dizer que eu sou seu?

– Sim, todo meu. – ela tinha aquele lindo sorriso no rosto

Estávamos tão próximos, praticamente sentia a sua respiração, e via os seus lábios pulsando a minha frente quase que puxando os meus. Eu não ia conseguir resistir, e mesmo depois da última rejeição, aproximei mais ainda o meu rosto do dela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Outros Universos, Outras Realidades" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.