Um Ano (quase) Normal escrita por Bighetto


Capítulo 5
E é isso o que acontece quando o prof falta.


Notas iniciais do capítulo

Isso era um desafio que propus à mim mesma. Eu comecei essa fic hoje, à meia noite, e falei que ia terminar e postar antes da meia noite do dia 22/12.
e eu consegui! esse foi o maior capitulo que eu escrevi em menos tempo - 10 pags em menos de 24 horas.
aproveitem!



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Atrás dela, do lado de fora da janela, um corvo pia, assustando todas. Olho os olhos do corvo.

Olhos.. Azuis?

~o~o~o~

Sabe.. Eu sempre gostei de corvos. Não sei por que, mas eles não são nada ligados à coisas do mal, bruxaria, etc. Eu acho eles elegantes, diga-se por passagem.

O legal é que parece que tem um corvo me seguindo por Mystic Falls. (Ó as ironia) I mean, qualé corvo? Eu estou cheirando mal por acaso?

Ahn, anyway. Estou mais preocupada com a escola com que corvos.

Aliás, eu estou mais preocupada com minha mãe.

E com meus livros.


Flashback on

Domingo à noite.

Saímos da casa de Elena (que graças a Deus deu uma acalmada e tivemos uma “festa do pijama” até que boa – festa sem um pouco de bebida não dá, né? É fim de semana, hoje pode) e, quando chegamos em casa, antes de entrar, eu ouço minha mãe gritar com alguém.

Congelo, e paro Amanda com minha mãe, colocando um dedo nos lábios dela em seguida para fazer com que ela não fala. Ela assente com a cabeça e eu dou uns passos para chegar mais perto e conseguir escutar melhor.

–... E eu já disse! É bom você nem vir! É o melhor!

Sinto lágrimas nos meus olhos, mas recuso a deixá-las caírem.

Da última vez que ela gritava desse jeito – e desse tom – Era com o meu pai. Faz mais ou menos 10 anos que eu não via mais ele. Nem lembrava dele direito, só lembrava das brigas e gritos que vinha da sala enquanto eu fingia que dormia.

Mas calma. Tinha outra pessoa que ela nunca simpatizara – e nunca me deixara por perto mais do que um dia.

– Não! (suspiro) por favor. Elas vão chegar a qualquer.......

Abro a porta com um barulho forte, e Amanda atrás de mim, entrando só por que queria ir para o quarto. Ela já sabia no que resultava quando eu estava brava ou confusa e minha mãe irritada: Uma briga nada amistosa.

– Mãe, quem era no telefone?

– Quem? Eu não estava falando no telefone – fala ela colocando o celular no bolso de trás da calça.

– Mãe. – recomeço, dando um passo à frente. Amanda estava assistindo das escadas; podia sentir a presença dela. Olho de relance para ela, eu queria que ela assistisse para não acontecer nada muito ruim. Ela acenou a cabeça. – Quem. Era. No. Celular?

Vejo um desconforto crescer na minha mãe. Se for quem eu estou pensando, eu juro que não sei por que ela não me deixa falar com ela direito.

Olho para a mesa, tinha um “presente”: um livro com aparência de muito velho jazia sobre a mesa, com um bilhetinho. Eu só conseguia ler um nome: o meu.

– Mãe.. O que é isso? – aponto para o livro.

– Nada Julia. Vou jogar isso no lixo.

– Não ouse.

Ela para no meio do ato dela e olha para mim. Respiro com força.

– Era ela. Né? – rio sem humor – só ela para me dar isso.

Ando até a mesinha e pego o livro. Ia começar a folhear quando minha mãe pega e o joga no lixo.

– MÃE! NÃO É PORQUE VOCE NAO SE DÁ BEM COM SUA MÃE QUE EU NAO POSSA FALAR COM ELA!

– ELA QUER VIR NOS VISITAR, JULIA! VOCE SABE COMO ELA É!

– NÃO, MÃE, NÃO SEI. VOCÊ NUNCA DEIXOU EU PASSAR MAIS DO QUE MEIO DIA COM ELA!

Minha mãe suspirou, e eu também.

– Mãe, deixe sua mãe vir nos visitar. Vamos ver como ela se comporta!

– Julia, ela tem problemas!

Me dou por vencido. Esse sempre era o argumento final da minha mãe.

– Eu vou dormir. Amanha a gente fala melhor sobre isso.

Subo as escadas, com Amanda na minha frente. Entramos no quarto, e tinha um embrulho na minha cama. Olho para minha amiga com cara de dúvida, que retribui com o mesmo tom. Vou até ela, e abro-o.

O mesmo livro. O que mamãe jogara no lixo. Intacto. Na minha cama. E com um bilhete:

“Para você, querida. Tenho a leve impressão que você vai descobrir em poucos . Só tenha um pouco de cuidado com suas amizades.

Comece a ler. Acho bom você ir se acostumando – afinal, somos diferentes.

Com amor,

Vovó”

Flashback off

–JULIA CARALHO ACORDA LESADA SENAO VOCE VAI SE ATRASAR E DAI VOCE NAO VAI VER O DAMON E –

– PUTAQUEPARIU BOM DIA PARA VOCE TAMBÉM

– Só com o nome do Damon você acorda, né idiota?

– Ahn, vai tomar banho Amanda jentof. Que horas são? Já são 7h?

– Não, são 5h da manha. Eu não estava conseguindo dormir e dai te acordei. Não sabia que o Sol também apareceu as 5 da manhã? LÓGICO QUE SÃO 7H, LESA! SÃO 7H30! ENTAO FAÇA O FAVOR E QUEBRE O RECORDE DE CONSEGUIR SE ARRUMAR EM 15 MINUTOS QUE 7H45 A GENTE SAI DE CASA!

E foi assim que minha semana começou.

Mas eu não posso fazer nada! Eu quase não dormi essa noite. Sonhos nada amigáveis começaram a aparecer na minha cabeça – e quase todos relacionado com aquele livro maldito.

Mas nem tive tempo de pensar nisso. Comecei a me arrumar freneticamente e sai de casa com minha amiga as 7h47 com uma torrada na boca.

Ah, só para vocês saberem, eu ainda estava com uma echarpe no pescoço. Mas eu troquei e tudo mais, ok? Só para vocês não pensarem que eu sou nojenta. (:

Bom. Chegamos na escola, e a nossa primeira aula era com o prof. Saltzman, de história, mas deu 8h15 e ele não chegava. Então veio o diretor da escola falando que ele não poderia vir hoje e como isso não estava previsto a gente tinha o período livre. Com isso todo mundo saiu da sala e foi para fora da escola. Me juntei à Elena, Stefan e Bonnie.

– Estranho, né? O que será que aconteceu com o prof. Saltzman?

Eles se entreolharam. Parecendo que eles estão escondendo algo de mim: sim ou claro?

– Vocês querem me falar o que vocês escondendo ou ainda estão pensando que eu sou ingênua a esse ponto?

Silencio, cortado pelo suspiro de Stefan.

Ouço como se fosse alguém me chamando. Olho entre Bonnie e Stefan e vejo Damon, encostado em uma parede. Ele faz um sinal com a cabeça e depois entra na escola. Suspiro.

– Depois a gente se fala, ok?

E nem deixando eles responderem, eu fui em direção ao Damon. Senti que ao menos uma pessoa do trio se virou para mim, mas eu nem liguei. Entrei na escola, e vi ele encostado nos armários, com os braços cruzados em frente ao peito. Suspirei alto, e coloquei um sorrisinho quando fui falar com ele.

Cheguei a 3 passos dele e ele me olhou, e sorriu largo. Sem ironia. Parei na hora, e arqueei uma sobrancelha. Aí vem coisa.

– Bom dia, Ju! Dormiu bem? – perguntou ele, passando uma das mãos dele no contorno do meu rosto. Fechei os olhos por segundos, seguindo o toque dele no meu rosto. Por mais acolhedor que isso seja, isso não é o Damon. O que está acontecendo?

– Damon..? – pergunto, abrindo os olhos. O sorriso estava lá, mas os olhos contradiziam. Eles falavam para eu entrar no jogo. Sorri de lado, aceitando. Ele olhou para o lado, e eu vi umas sombras no corredor.

Stefan. Elena.

Enfureci, e me entreguei ao jogo.

Afinal, sempre fui muito boa no departamento de mentiras.

– Dormi mais ou menos.. Não consegui focar em muita coisa.. – nessa parte pelo menos eu não estava mentindo, e acho que ele captou isso também. –Mas nada de mais. Você falou que tinha algo para mim sexta a tarde... Não vai me mostrar?

Ele me olhou meio confuso, e eu o repreendi olhando “não era para entrar no jogo?” Ele entendeu e sorriu maroto.

– Lógico! Está aqui na sala. Entra comigo? É um presentinho, nada de mais..

Ele abre a porta da sala, como um cavalheiro e eu entro. Ele entra atrás de mim, e fecha a porta. Ele se vira pra mim e sorri marotamente.

– Boa de mentiras, hein dona Julia? – fala ele, chegando perto de mim. Dou de ombros.

– É um dom – sorrio de lado, mas depois fico séria – agora fala sério, que teatro foi esse?

– Pergunte para o meu irmão que estava nos espionando!

– E Elena. Vi duas sombras lá. As garotas acham que não é bom eu ficar com você.

– É que eu quero falar um segredo para você...

– Adoro segredos – sorrio – fale

– É que.. – ele faz um suspense chato – eu sou... – olha nos meus olhos teatralmente – um corvo.

– Quê?

– Sabe? Corvos? Os pretos? Eu sou um deles.

Rio.

– E eu sou uma águia – falo, rindo ainda. Paro, penso melhor e falo – não, eu acho que me pareço mais com uma cobra.

– Você não parece uma cobra!

– Para a Elena e para a Caroline, quem parece uma cobra por aqui é você.

– Elas não sabem de nada da minha vida. Posso te dizer uma coisa? De outras garotas que eu fiquei, você é a mais divertida – ele se aproxima – e a que beija melhor também.

– Fala sério Damon, esse teatro para cima de mim não – me afasto – mas agora me responde uma coisa: e essa echarpe?

– Aah, verdade, vamos ver como isso está – ele se aproxima da echarpe, mas eu não o detenho. Não sei porquê. Damon tira a echarpe, e passa a mão no meu pescoço, onde estava dolorido. Ainda está um pouquinho, mas nada demais. – Hum.. perfeito – ele abre um meio sorriso. Eu acho que o Damon nunca vai abrir um sorriso inteiro (e verdadeiro). Tomara, né – Só me preocupei com você depois de.. bom.. – ele olha para o pulso dele – você ficou bem fraca. Fiquei preocupado.

Eu preciso comentar que eu não estava entendendo coisa nenhuma?

– Do que você está falando exatamente? – pergunto, tentando me encaixar no tal monólogo.

– Ah – ele parece se lembrar de algo e alguma coisa se apaga nos olhos dele – eu esqueço. Eu gostaria de poder falar tudo para você, mas acho que não é hora. Ainda não.

– Não é mesmo – ouço a voz do Stefan.

Calma, STEFAN?

Me viro abruptamente para a porta, e encontro Stefan parado, com a porta aberta com uma mão, a Elena atrás e a Caroline do lado. Senti o meu sangue ferver. Eles não tinham o direito de ficar ouvindo a minha conversa com o Damon.

– Stefan? – pergunta Damon com um toque de ironia – é muito feio escutar conversas atrás da porta. Ainda mais de casais.

Congelo.

– Casais? Insinuando que somos um casal, Damon Salvatore?

– Se quiser – ele sorri de lado e eu me seguro para não sorrir mais do que tudo nessa vida. Sorrio de lado também.

– Posso pensar? – faço bico, brincando com a gola da camisa dele.

– Tem a eternidade para isso.

– Damon, chega – ouço a voz de alerta do Stefan, e eu me lembro que os três estavam escutando isso. Meu sangue volta a ferver.

– Damon – falo mais baixo, entre os dentes – me segura, por que eu não estou muito afim de tentar socar a cara do seu irmão.

Sinto o corpo de Damon segurando mais forte o meu. Fecho os punhos.

Vocês realmente podem achar que eu estou exagerando, mas eles não tinham o direito de ouvir nossa conversa! Se ponha no meu lugar.

– Julia, pensa melhor – ouço Caroline falar – é o Damon. Você não quer ficar com ele.

– Por que não? – dou um passo para frente – você pode até conhecer ele, mas você não me conhece. Eu estou ciente das minhas escolhas.

Os três olham para Damon. Ele levanta os braços em rendição.

– O que foi? Eu não falei para ela falar nada, eu nem sabia que ela ia falar isso!

– Ah, mas fez outra coisa muito pior – fala Elena, olhando para o meu pescoço. (? Tipo, você não tinha outro lugar para olhar?)

– Eu não estava bem. Por que será, Elena? Consegue me dar um palpite? Uma opinião, talvez?

Stefan e Caroline olham para Elena, e eu olho para Damon. Do que eles estão falando? Quero dizer, a parte de Damon e Elena eu já entendi – não sou lesada. Mas o resto.. Aliás, ele estava irritado.

– Damon.. – falei baixinho – sai daqui, vai. Você está irritado.

Ele ia falar algo extremamente irônico, mas ele olhou nos meus olhos e algo fez com que ele parasse. Supliquei com o olhar. Ele suspirou pesado.

– O sinal da próxima aula vai bater, e eu acho bom vocês irem para a aula. – ele fala.

– ... agora é o break, Damon. Nós temos mais 20 minutos sem fazer nada. – fala Elena.

– Olha, querem saber? Eu não sei vocês. Eu vou encontrar a Amanda. – falei, irritada. Olho para Damon e dou um sorrisinho fraco, e estava indo embora quando eu ouço a voz do mesmo:

– Julia, calma. Você falou que você não dormiu bem hoje, e parecia verdade. O que houve?

– Ah, nada de mais..

Ele me repreende com o olhar.

– Ah, é um livro. Só isso Damon. Agora posso ir?

Volto a andar mas ele me pega pelo braço.

– Que livro, Julia?

– Nada, Damon – me solto dele – com licença – passo entre os três.

Ouço Stefan falar “Damon, o que você está pensando em fazer?”

Saio da escola, e vejo as outras séries junto com a nossa. Lógico, era break, Julia. Fui à procura de Amanda, e quando eu a encontro, eu paro no mesmo lugar onde estava.

Ela estava sentada em um banquinho, e do seu lado estava Jeremy. Ela olhava para os pés, que estavam balançando, e de vez em quando soltava um sorrisinho. Jeremy estava com os braços cruzados no peito, sentado no estilo “largado”. Era ele que falava, ela escutava e de vez em quando fazia um comentário. Eles estavam cada vez mais juntinho....

– Bonito casal, não? – fala Damon.

– AAH caralho Damon que susto!

– Desculpe.

– Da onde você apareceu, criatura??

– Vim lá da sala. Aqui está com tanto barulho que você não me ouviu chegar.

– Tudo bem, tanto faz. Deixe eu ver a Amanda.

Voltei minha atenção neles, e eles iam se beijar quando parece que o celular dele toca. Amanda se afasta uns centímetros e Jeremy, irritado, atende o celular. Acho que era com Elena.

– Interessante – ouço Damon do meu lado

– O que?

– Elena está preocupada com você.

– Que? Como você sabe?

– Leitura labial da conversa de Jeremy.

– Eles estão meio longe para conversa labial, Damon.

– Eu sou muito bom nessas coisas.

– Damon, não vem com conversa fiada para cima de mim não.

– Ah, mas como você é chata.

E nisso ele me pega pela cintura e me beija.

Uau.

Na boa, eu preciso falar como foi? Foi.... uau.

Mas maldita seja a necessidade de ar.

Ele se afastou lentamente, e eu recuei um pouquinho. Ele olhou para mim receoso, e fez que ia falar algo, mas não falou.

– Ta tudo bem? – falo, passando a mão no rosto dele. Ele ainda me olha preocupado.

– Chama a Amanda e me encontra na sala onde a gente estava ok?

– Alguma coisa errada?

Mas ele não falou. Só saiu andando, e pegou o celular, ligando para alguém. Foquei meu olhar para Amanda, de novo. Jeremy terminou de falar no celular (ele falou por tanto tempo assim? Caramba) sentou do lado de Amanda, falou algo rápido, e... Os dois ficaram se olhando por uns segundos, até que ela chega perto dele e... OMG, eu estou vendo a Amanda beijar o Jeremy? E ele correspondendo? OMG OMG OMG.

Ok, estou agindo que nem uma frenética retardada. Mas, sabe, minha amiga, indo beijar o cara que ela gosta, dá orgulho, sabe! Minha menina está crescendo *-*

Eles param de se beijar, e ficam uns segundos se encarando. Ele fala algo, ele dá um selinho nela e sai em direção à porta da escola.

Espera um pouquinho:

Damon indo para a sala + Damon no celular + Jeremy no celular + Jeremy indo para a escola + Stefan, Elena e Caroline que eu não vi saindo da escola = aí tem coisa.

Amanda encontra o meu olhar, e eu começo a andar até ela. Ela estava com um sorriso gigante no rosto – e seus lábios estavam vermelhos.

– Ai meu deus, Julia, você não tem noção eu–

– Nem precisa gastar sua saliva. Eu vi vocês dois se beijando – eu pisco e ela para, me olhando confusa e depois solta uma risada, misturando alegria e nervosismo. Quando ela para de rir, ela me encara e seu rosto vira para uma cara maliciosa.

– Pelo visto, não fui eu a única que beijei alguém – ela me da um empurrãozinho. – andando rápido suas relações com Damon, hein?

Aí eu lembro que os meus lábios também deveriam estar vermelhos. Cubro-os com a mão instantaneamente, e Amanda ri.

– Não precisa cobri-los. Ah, mas uma coisa: Jeremy pediu para eu te encontrar e depois entrar na escola.. O que será?

– Vou te contar uma coisa: aconteceu uma coisa bem estranha hoje.

Então eu a contei uma versão de meio minuto sobre o que aconteceu. Incrível como as meninas conseguem simplificar tudo, não?

– Só que depois que eu citei o tal livro, Damon ficou estranho, e depois do beijo – sorrio boba e ela ri – ele ficou mais preocupado.

Ela me olha, receosa. Rebato com o mesmo olhar de insegurança.

– Bom, vamos ver o que eles querem? – falo, dando o braço para ela

– Vamos nessa.

Ela pega meu braço, e nós andamos em direção à escola. Entramos, e eu chequei no meu celular. Faltam 5 minutos até que o sinal bata e a gente vá para nossa próxima aula. Os corredores não tinham muita gente, mas não estava deserto. Hmm... o numero da sala era 17.

– Qual é a sala 17? – pergunto para minha amiga.

Ela me leva até a sala, sem falar nada. Acho que está feliz demais para processar alguma coisa.

Abro a porta da sala, e me deparo com Stefan, em pé; Elena, sentada em uma mesa; Bonnie, sentada do lado de Elena; Caroline, apoiada na lousa; Jeremy, apoiado em um armário; e Damon, sentado na mesa do professor. A sala tinha um ar de preocupação.

– Está tudo bem? – Amanda pergunta, olhando para Jeremy.

Ninguém responde. Elena olha no relógio, suspira e olha para Damon. Ele rola os olhos.

– Nós precisamos de vocês duas depois da escola na nossa casa – ele aponta para ele e Stefan – amanha não vai ter aula, por causa da celebração anual dos fundadores. Então não tem desculpa, as duas vão para casa assim que der 16h - meia hora para vocês arrumarem e darem uma desculpa para sua mãe – ele aponta para mim – ok? Vocês vão voltar bem tarde para a casa de vocês. Pronto, acabou o assunto.

Eu ia protestar mas o sinal bateu, e a minha aula era na sala do andar de cima. Suspirei e saí, com Amanda atrás de mim.


~o~

Chegamos em casa. 15h20. Ótimo. 10 minutos para falar alguma coisa para convencer a minha mãe que eu e Amanda não vamos jantar em casa, e que vamos para a casa de 2 irmãos.

– Não, não, e não, Julia! Você não vai ficar fora até tarde!

– Mãe, eles não deram opção! É uma coisa que eu preciso ir, e vai ter mais pessoas!

– Quem são esses irmãos, posso saber?

– Damon e Stefan Salvatore.

Ela ficou pálida.

– Salvatore? Ah, meu...Julia. Não chegue perto deles.

– Tarde demais, mãe. Eu estou ficando com Damon.

Ela ficou mais pálida ainda.

– Ju, querida, você não pode ficar com eles. Escuta o que eu estou dizendo.

– Posso saber por que não?

Me viro, e tem Damon parado na minha sala.

– Damon! Por que você entrou assim? – perguntou Amanda.

Como você entrou? – minha mãe pergunta

– Como eu estou namorando a sua filha – ele chega do meu lado – ela me deixou entrar.

A gente tava namorando? Olhei para Amanda. Ela me olhou safada. Olhei para ela com tipo “agora-não.”

– Entao, senhora... – Damon estava do lado da minha mãe, e olhava para mim – qual o nome da sua mãe, mesmo?

– Simone – disse

–.. senhora Simone – ele continuou, e os dois ficaram se olhando – você vai deixar que sua filha e a amiga dela venha com a gente. Você sabe que somos pessoas boas e que não vamos deixar ninguém machucar elas, então você tem confiança e vai deixar ela ir com a gente, sem se preocupar.

Eles quebraram o olhar, e minha mãe, meio pálida ainda, se dirigiu a mim:

– Vocês podem ir, queridas. Eu confio neles.

– O que? Mas... – comecei.

– Ótimo – Damon me cortou e me pegou pelo braço – vamos.

Peguei a mão da Amanda, e fomos puxadas pelo Damon até fora. Ele abriu a porta de trás de um carro – suponho que é do Stefan, já que eu sabia qual era o carro do Damon – e nós entramos.

– Damon, o que está acontecendo? – pergunto, meio assustada

– Acho que é hora de vocês terem noção do que vocês estão entrando no meio. Isso é só para manter vocês seguras.

– Ou não, né Damon – ouço Stefan, e Damon para o carro. – Vai que..

– Cala a boca, Stefan – Stefan entra no carro e Damon arranca. – vocês vão ver. Quando descobrirem que ela não é o que vocês estão pensando...

– A gente vai ver, Damon.

Começamos a avistar a casa dos Salvatore. Casa não, mansão! Caramba, que GIGANTE.

Só que eu.. começou uma dor de cabeça agora.

Sabe aquela dorzinha irritante que parece que tem pessoas sussurrando na sua cabeça? Então. Pressiono uma têmpora.

– Tudo bem, Ju? – pergunta Amanda, do meu lado

– Só uma dorzinha de cabeça meio chata.. Nada de mais.

Damon olha para mim. Sorrio fraco.

Ele para o carro na frente da mansão, e a gente sai do carro.

Argh. A minha dor de cabeça.. Está aumentando. Parece que tem um monte de gente falando dentro da minha cabeça, criando um barulho insuportável. Apoio uma mão no carro, enquanto pressiono minha têmpora mais forte. Vejo que Elena e Bonnie estão nos esperando na porta da mansão deles.

Damon anda até mim, preocupado. Me recomponho, começando a andar em direção à porta. Mas a cada passo que eu ando.... a minha dor de cabeça piora.

Fico a uns 5 passos da porta, quando falo:

– Não consigo. Minha cabeça. – ponho a mão nos meus ouvidos, como se aquilo fosse parar as vozes e a dor da minha cabeça.

– Vamos Ju, é importante – fala Bonnie, do meu lado.

– ok...

Recomeço a andar.

4 passos. Minha cabeça está doendo muito.

2 passos. Parece que minha cabeça vai explodir.

Quando dou o meu primeiro passo para dentro da casa dos Salvatore..

– aaargh minha cabeeçaa – falo, colocando as minhas mãos nos meus ouvidos.

– Ju, calma, se apóia em mim – fala Amanda.

– não, eu consigo. Eu consigo. ­– respiro fundo, me endireito, e dou mais dois passos.

Não dá. Não dá. Não dá.

Caio de joelhos no chão, com minhas mãos nas têmporas. Gemo de dor.

– Calma. – ouço Damon do meu lado, se abaixando, para me pegar.

Grito. A dor está sufocante. Parece que tem vozes ecoando na minha cabeça, falando coisas sem sentido.

– O que está acontecendo? – ouço a voz da Caroline.

Sinto as mãos de Damon nas minhas costas, me levantando, para me carregar.

Então eu apaguei.

Eu sei o que eles são.



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Notas finais do capítulo

Gostaram? O que acharam? Comentem! :3
Beijos sabor Damon :9
Bom final do mundo, meus amores!



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