Hogwarts: Não É Só Uma História escrita por Luan


Capítulo 2
Hogwarts recebe visitas


Notas iniciais do capítulo

Olá * - *
Ahhh eu não sei o que por aqui D:
Ah, sim. Dedico o capítulo para Thalia, Cintia e Raquel. Essas três divas que "dizem" que gostam de ler minha fic, não sei se é verdade né! XD
A Raquel tem uma LINDA, MARAVILHOSA FIC. ELA ME HUMILHA MUITO E AINDA SE FAZ DIZENDO QUE EU SOU MELHOR QUE ELA, PFVR. ACORDA GAROTA!
Link da fic dela: https://fanfiction.com.br/historia/211714/Waiting_For_The_End/
Boa leitura e perdão pelos erros xP



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P.O.V Thomas Middlevale

O apito do trem soou por entre as cabines, anunciando que havíamos chegado ao Castelo. Uma movimentação excitada irrompeu pelos vagões. Nate não conseguia sossegar, era o mais animado de todos nós e parecia que era seu primeiro dia em Hogwarts.

Estávamos nos aprontando para sair, coletando nossos malões e pertences, quando Stacie chegou esbaforida e nervosa.

– Meu malão! Thomas, você pega, por favor? – ela apontou para o bagageiro, aonde encontrava-se um malão com as iniciais “S.C” na lateral, gravadas em uma coloração com tom dourado.

Assenti e fui realizar o pedido.

Nossa, aquilo pesava toneladas. Era bem pesado, mas não teria muito trabalho. Eu era forte.

Ao final da execução do serviço, eu já estava arfando igual um porco.

– O que carrega aqui, tijolo? – perguntei, estabilizando o malão no chão.

Ela se encaminhou até mim e agarrou o malão, sem nem ao menos agradecer!

– Aqui só tem o que eu preciso, até logo. Preciso pastorar os alunos do primeiro para os barcos – e assim ela se retirou ricocheteando as madeixas loiras nas costas.

Se Stacie não fosse uma das minhas melhores amigas, ela seria uma linda garota. Porém seu temperamento nada agradável, não ajudava muito.

Virei-me para Nate e observei que ele estava com os olhos perdidos nos contornos do corpo de Stacie.

– Ei cara, vamos – estalei os dedos em frente aos olhos do moreno.

– Ahn? – ele deixou escapar, abobado. Sua boca estava aberta e eu poderia jurar que ele estava babando.

Revirei os olhos para o alto e deixei escapar uma risadinha. Agarrei o meu malão que já estava postado no chão e sai caminhado em direção ao corredor do vagão.

Estava uma folia que só, todos se apertavam e se empurravam para ter uma visão mais ampla da plataforma. Contornei os alunos e sempre ao meu encalço Brandon, Nate e Logan.

Consegui uma brecha e então saltei do trem. A sensação de estar em casa foi instantânea. As memórias de meus primeiros dias aqui me atacaram com força. Hogwarts foi a melhor coisa da minha vida, apareceu quando a época mais obscura da minha infância veio à tona.

– Thomas? – a voz de Brandon invadiu meus ouvidos e isso foi o necessário para voltar ao mundo real novamente.

– Oi? – perguntei atônito.

– Vamos cara, temos que pegar uma carruagem vazia! – Logan informou e eu assenti com a cabeça, seguindo os passos dos garotos para um local especializando, aonde deixávamos nossos malões.

Depositei meu malão ao lado do dos garotos e então fomos em rumo às carruagens.

Seguimos por um pequeno caminho. Já era escuro, mas alguns archotes em chamas permitiam uma boa visibilidade do percurso.

Era uma noite excepcionalmente linda. As estrelas preenchiam a imensidão negra que era o céu. Não fazia frio e nem calor, era tudo muito ameno. A noite estava perfeita.

Atravessamos o portão que ladeava os Terrenos de Hogwarts. Era composto por um ferro negro, emitia um brilho especial aquela noite. Nas laterais encontravam-se, em dois pilares, dois javalis alados. Então encontramos as carruagens. Uma posta atrás da outra. Assim seguia-se uma fila.

Nada puxava as carruagens, ou nada que possamos ver. Já ouvi história a respeito de cavalos invisíveis, mas desconsidero essa hipótese, porém Nate e Melina apostariam suas vidas afirmando.

Dei impulso e entrei na carruagem, em seguida os garotos fizeram o mesmo. Não demorou muito e as rodas começaram a ranger e a carruagem farfalhar, balançando no caminho sinuoso que levava até o Castelo. Era uma das melhores sensações, balançar no embalo daquela pequena locomoção.

– Esse ano eu vou pegar a Melina – Nate quebrou o silêncio.

Todos nós olhamos um para o rosto do outro, depois encaramos Nate. Ninguém conseguiu segurar as rédeas e explodimos em risadas.

– Se for assim eu pego a Zoey – comentou Logan, tentando recompor-se do ataque de risos.

– Há há, é mais fácil beijar um lobisomem – brinquei. – Ela não é como as outras garotas, não é fácil.

Logan deixou escapar um suspiro e fitou a imensidão escura, perdendo-se nos conjuntos de constelações que traçavam o céu.

– Por isso que ela me encanta – disse o loirinho com seus olhos possuidores de um azul elétrico, que estavam sonhadores e brilhantes.

Esperei Brandon dizer algo sobre Destiny, mas nada saiu. Acho que ele realmente gosta dela, ao ponto de ser delicado e não comentar o assunto conosco.

Amor era outro assunto no qual eu sempre procurava me esquivar. Nunca fui bom com essas coisas, e nunca encontrei uma garota para usar minhas habilidades, que sinceramente são terríveis. A única vez que tive contato romântico com uma garota foi em uma aula de poções no quarto ano, em que minha mão, acidentalmente, encostou na mão de uma menina da Grifinória.

– Não vejo a hora dos jogos começarem – eram as primeiras palavras de Brandon no interior da carruagem. – Esse ano vamos ganhar a Copa das Casas, pode apostar.

Foi outro momento de risadas. Todos nós éramos os futuros capitães de nossos respectivos times de quadribol. Eu era apanhador, Brandon goleiro, Logan batedor e Nate artilheiro. Tínhamos o mesmo potencial com relação a isso, então não brigávamos para saber quem era o melhor. Bem, nem sempre.

– Vamos ganhar novamente – eu disse orgulhoso. – Dois anos seguidos, yeah!

No ano anterior eu havia conseguido levar o título com sucesso para a Corvinal.

– Sonserina vai pisar na cara de vocês esse ano – Logan me fuzilou com aqueles olhos que mais pareciam ser compostos de vidro.

– Vamos mudar de assunto, antes que eu humilhe vocês, dizendo quem realmente vai ganhar – Nate revirou os olhos falsamente, fingindo uma postura séria.

A carruagem deu um solavanco e começou a tremer freneticamente, conhecíamos muito bem aquele trecho de grama maltratado e esburacado.

– Chegamos – observei, já estávamos na frente das gigantescas portas.

Demorou um pouco até que todos nós saíssemos da carruagem, que sem passageiros, seguiu seu caminho sumindo de vista. Rumamos em direção do Castelo, outros estudantes agora se acumulavam e também seguiam para o interior de Hogwarts, mas quando estávamos quase chegando aos degraus de pedra, algo tirou nosso foco.

Primeiro foi a vez de criaturas gigantes passarem voando em cima de nossas cabeças. Eram cavalos alados, cavalos de aproximadamente dois metros e meio de altura. Tinham o pelo branco e eram alados, as criaturas mais elegantes que eu já vi. Voavam em sincronia perfeita e planavam com elegância e exibindo impetuosidade. Perfuravam o céu, com o vento acariciando seus flancos bem cuidados.

Depois foi a vez de uma carruagem azul cruzar o céu com velocidade. Só me dei conta agora que a carruagem era puxada pelos cavalos. A carruagem era gigantesca igualmente aos cavalos, era do tamanho de uma pequena casa. Passou muito próximo de nossas cabeças e pude notar que na porta encontravam-se duas varinhas cruzadas e três estrelas saindo de cada uma.

Nate vibrou ao meu lado e deixou escapar um suspiro de admiração. Olhei para trás e pude ver os outros alunos enlouquecendo de curiosidade e interesse. Não me importei muito e continuei em frente.

Galguei os degraus e me direcionei direto para o Salão Principal. De esguelha, pude observar o interior de Hogwarts, era uma coisa inexplicável, simplesmente magnífica.

Quando cheguei ao Salão com os meninos, nós nos separamos, cada um indo para sua devida mesa. Da minha visão a mesa da Corvinal era a primeira à esquerda e ao lado, na direita era a da Grifinória. Atrás da mesa da Corvinal estava a da Sonserina e ao lado desta ficava a mesa da Lufa-Lufa.

Naquela noite o Salão havia algo diferente, porém não consegui distinguir. O Salão era vasto, como todos os cantos de Hogwarts, este também era dono de tal beleza que enchia os olhos. O teto era enfeitiçado. Através das velas flutuantes, que estendiam-se por todo o Salão, era possível observar o céu lá fora. A lua era a principal distribuidora de luz sobre o âmbito.

No centro do Salão, um pouco à frente da mesa dos professores, estava um maciço banquinho de madeira, cujo havia só três pernas. Acima deste, um chapéu velho e surrado, seu aspecto era deplorável. Eu tinha certeza absoluta que ele estava presente quando Hogwarts foi fundada, era evidente sua aparência milenar com um rasgo demasiado grande na lateral.

A primeira coisa na qual eu reparei, após me sentar à mesa, foi o corpo docente. Se eu não houvesse já me acostumado com a natureza dos meus professores, eu acharia todos um bucado estranhos. Tem momentos que eu paro e penso que esse é o corpo docente mais estranho que Hogwarts já conheceu, mas também o melhor. Os alunos do primeiro ano sempre são envolvidos por grande surpresa e com o tempo acabam se adaptando.

A mesa da Corvinal estava pouco movimentada quando me sentei, mas agora nesse tempo de devaneio, já estava bem cheia. Stacie apareceu no portal de entrada do Salão, acompanhada de Destiny, Zoey e Melina. Como nós os meninos, ela separaram-se e Stacie foi a única que veio em minha direção, sentando-se ao meu lado.

– Como se comportaram os alunos do primeiro ano? – perguntei.

– É sempre a mesma coisa, eles perguntam tudo, exatamente tudo – Stacie transpassou as madeixas com os dedos. – Eles ficam pulando de emoção. Teve um que até caiu no Lago Negro. Destiny que tem paciência pra isso, já eu...

Uma imagem de Stacie enforcando uma criança passou pela minha cabeça. Ri disfarçadamente para evitar perguntas.

Nesse pequeno tempo o Salão já estava lotado. E em muito silêncio. Estava na hora da seleção de Casas.

A diretora McGonagall entrou no Salão conduzindo os novatos em uma fila. Os olhinhos dos pequenos brilhavam de felicidade e admiração. Alguns fitavam o teto enfeitiçado, tropeçando no próprio manto, outros olhavam para os alunos mais velhos, tendo ataques instantâneos de timidez.

Pude ver um miúdo garoto com as vestimentas completamente encharcadas. Stacie não mentiu.

A diretora encaminhou-se até o banquinho e agarrou o Chapéu Seletor. Com a mão livre ela puxou a varinha e com um aceno displicente desta, conjurou um pergaminho que planou diante de seus olhos.

– Amanda Duevalle – ditou a mulher e o Salão mergulhou em um silêncio perpétuo.

A garotinha Amanda saiu da fila e foi aos tropeços até o banco. Acuada, finalmente ela conseguiu sentar-se. A diretora deixou o Chapéu cair sobre sua cabeça. E então ele começou a recitar através da fenda que possuía acima da aba.

– Uma mente vasta, com desejo de conhecimento... – disse o Chapéu e a garota estremeceu. – O coração é corajoso... Então, você se encaixa é na Grifinória!

A mesa cuja as cores eram vermelho e dourado, estourou em aplausos e vivas. Primeiro vi Brandon e Destiny vibrando com a escolha, depois olhei para a garotinha e notei que ela sorria excitadamente.

Após a cerimônia era a vez de cantarmos o hino de Hogwarts. A Diretora girou mais uma vez a varinha e em seu floreio, notas prateadas foram conjuradas no alto do Salão, como uma grande TV trouxa.

Todos os presentes ficaram em pé, e postaram-se a cantar.

Hogwarts, Hogwarts, ó querida Hogwarts,
Venha nos ensinar
Quer sejamos velhos e calvos
Quer moços de pernas raladas,
Temos as cabeças precisadas
De ideias interessantes
Pois estão ocas e cheias de ar,
Moscas mortas e fios de cordão.
Nos ensine o que vale a pena
Faça lembrar o que já esquecemos
Faça o melhor, faremos o resto,
Estudaremos até o cérebro desmanchar.

Sentamos novamente. Acho que era o fim das cerimônias, eu já estava começando a definhar de fome, o jantar de Hogwarts fez muita falta nas férias.

– Boa noite a todos – agora a Diretora estava atrás de um pedestal dourado em forma de coruja com as asas abertas.

– Boa noite – soou o Salão em resposta.

– Primeiramente, gostaria dar as boas-vindas aos novos estudantes, e também para os veteranos – a mulher sorriu polidamente. – Para os alunos do primeiro ano um aviso: A Floresta Proibida, faz jus ao nome que carrega, então não se atrevam a frequentar tal âmbito que serão severamente punidos. E isso não é apenas para os novatos. Visite a Floresta e tenha uma morte bem dolorosa.

“Na sala do nosso zelador, o senhor Filch, está uma lista dos artigos proibidos. Visitem-na.”

“Gostaria de agradecer desde já, ao corpo docente que atendeu meus pedidos para lecionarem em nossa escola, mas vamos nos adiantar ao assunto principal porque minha barriga já está implorando por um porco assado.”

“Alguns anos atrás, quando o Professor Dumbledore ainda era vivo, que Deus o tenha. Aconteceu um evento muito importante em Hogwarts. E esse ano terá a honra de sediar novamente tal acontecimento.”

“Este ano, Hogwarts, foi a escola escolhida para dar lugar de acontecimento ao Torneio Tribruxo!”

O Salão explodiu mais uma vez em urros de felicidade e vibração. Mas posteriormente já calaram-se atentos as informações sobre o evento.

– Muito bem, muito bem. Agora vamos receber uma pessoa que esclarecerá mais o assunto – a Diretora se retirou e sentou-se em sua cadeira, tomando lugar na mesa dos professores.

Pude notar o desagrado em sua voz. A mulher não demonstrou felicidade alguma.

Outra mulher atarracada e baixinha assumiu o posto da Diretora.

– Boa noite, queridinhos. Hen hen – Dolores Umbridge cumprimentou os alunos, só que dessa vez ninguém respondeu.

Uma onda de murmúrios invadiu o local, alguns comentários eram providenciados ao exagero da cor rosa na vestimenta da mulher e outros simplesmente por sua aparência física.

Ela estava dos pés a cabeça revestida de um rosa que chegava a ser agressivo aos olhos. E possuía uma semelhança incrível com um sapo velho. Seus olhos eram saltados e a boca alongada.

– Meu nome é Dolores Umbridge e sou representante do Ministério da Magia – ela deixava as palavras escaparem, de modo como se conversasse com crianças, instruindo-as de como usar de modo certo o banheiro. - Vamos receber, primeiramente, os seus concorrentes. Depois vamos às informações. Hi hi hi.

Não deu tempo para nenhum de nós refletirmos sobre as palavras “concorrentes” porque nesse momento entrou no Salão um povo muito esquisito.

Na frente de todos os alunos, vinha um homem com uma armadura de batalha. Eu acharia a cena cômica e até iria rir, mas o silêncio era absoluto, que até a respiração poderia ser ouvida.

Atrás do homem eram os alunos, meninos e meninas, com as feições sérias e obscuras. Marchavam sem murmurar uma palavra, em sincronismo. Todos tinham os olhos vidrados em um foco aleatório à sua frente e não piscavam com frequência. Suas vestimentas negras eram o que mais chamavam a atenção dos alunos de Hogwarts. Alguns vestiam grossas e aveludadas capas. E outros casacos de pele.

– Sejam bem-vindos alunos da Delegação de Millenium – bradou Dolores caprichosamente, porém mais uma vez, foi ignorada. – Creio eu, que os alunos da Sonserina adorariam ceder um lugar em sua mesa e compartilhar experiências com os visitantes. Hen hen.

E era pura verdade. Os alunos da Soserina eram os únicos que estavam admirando o comportamento e a postura dos alunos da Millenium. Estavam com os olhos vidrados nos novos alunos e após os dizeres da mulher, colocaram-se ao trabalho de se afastarem e exibirem uma série de lugares aonde os visitantes pudessem se sentar.

O Diretor da nova escola virou-se para seus alunos e deu instruções rápidas que ninguém ouviu, apenas eles. Acredito que foram instruções, porque após as palavras do homem, seus alunos foram em direção à mesa da Sonserina e dissiparam-se tomando seus lugares. O homem também tomou um lugar, sentando-se em uma cadeira vazia ao lado da Diretora McGonagall.

– Agora, vamos receber a Academia de Magia Beauxbatons! – antes que Dolores terminasse suas palavras, todos nós já estávamos com os olhos fixos nas portas.

Uma mulher muito graciosa e elegante adentrou no recinto. Em sua direita e esquerda, uma garota e um garoto tomavam a dianteira de duas filas de sexos opostos. A menina que guiava a fila das garotas era simplesmente linda. A garota mais linda que eu já havia visto na vida. Seus cabelos negros, dançando em suas costas e as passadas de suas pernas, de modo em que ela deslizasse sobre o piso. Em questão, o garoto da fila dos meninos também era bonito, notei algo semelhante em ambos, no garoto e na menina. A cor de seus olhos era a mesma.

Suas roupas eram feitas de um tecido fino, seda. Imaginei no clima do lugar, deveria ser quente e propício para tais roupas. As meninas vestiam vestidinhos azuis, com chapéus que lembravam um botão de flor. Os garotos carregavam ternos também de seda. Todos na cor azul.

O perfume floral invadiu todo o Salão, era delicioso sentir aquilo penetrando minhas narinas, uma sensação ótima tomou conta do meu corpo. Sem duvidas, era francês.

A fina mulher, que era a diretora, desvencilhou-se dos alunos e foi em direção à mesa dos professores. Sentando-se em outra cadeira, que tinha lugar do outro lado da Diretora McGonagall.

Em questão, os alunos esperaram até que a mulher se sentisse confortável, e fizeram uma mesura elegante, que receberam um aceno como resposta. Tudo parecia ensaiado, pois os alunos vieram para a direção de nossa mesa, sem a gente saber de nada.

Stacie grudou o corpo ao lado do meu, mas não reclamei. Preferia mil vezes Stacie falando sobre roupas e seus cabelos, do que um daqueles mauricinhos cheios de gel fixador.

Não foi um garoto que sentou-se ao meu lado, mas sim a garota. Aquela que meus olhos perdiam-se a admirando. Reparei também que o garoto, aquele que guiava a fila dos meninos, sentou ao lado de Stacie. E esta logo acarretou uma conversa com o mesmo.

Invejei-a de tal coragem. Me sentia um idiota de estar muito nervoso agora, as meninas tinham esse poder de nos deixar pirados. Olhei ela nos olhos. Isso aconteceu por dois segundos, mas para mim foi uma eternidade. Quando a voz infantil de Dolores Umbridge voltou a falar, me senti aliviado para ter um pondo fixo para olhar.

– Bem vindos sejam todos vocês – ela sorriu. Seu semblante era idêntico a um gigantesco e albino sapo. – Esse ano, revogamos as regras do Torneio Tribruxo. Ainda serão três campeões, porém a mudança equivalem às provas e o limite de idade. Uma prova será acrescentada esse ano, esta como as outras, terá perigo de mortal. Em questão, o limite de idade também sofreu mudanças. Agora qualquer aluno com mais de dezesseis anos, poderá participar.

O Salão se tornou uma onda de sussurros. Em condições normais eu estaria sussurrando com Stacie ou Bernardo, que só agora notei no canto da mesa. Mas agora não eram condições normais. Só sabia de uma coisa, eu iria participar.

– Muito bem, muito bem. Hen hen hen – pigarreou a cara de sapo. – Argus, traga o Cálice, por favor.

O que era para ser o nosso zelador, saiu de trás da mesa dos professores, por uma porta que não consegui ter visão. O homem era malcriado e velho, suas roupas estavam em péssimos estados e a cara era uma imundície. Ele carregava nas mãos algo oculto por um pano.

Praguejando, ele descansou o que carregava em um pilar menor, aonde todos pudessem ver de que se tratava. E então, tirou o pano que cobria o objeto.

Era o que parecia: uma taça de madeira velha. Talhada de mal grado e com pressa, mas exalava uma aura mágica, um desejo de tocá-lo me invadiu por completo.

– Este é o Cálice de Fogo – mais uma vez foi silêncio perpétuo, com as palavras da mulher.

O fogo tomou conta do interior e das bordas do Cálice. Um fogo azul, um azul mais profundo que os olhos de Logan, uma cor exuberante, na qual provocava visões para quem fitasse suas chamas intensas e cheias de vigor.

– Ele escolherá os campeões do Torneio, lembrem-se; a magia que envolve tal objeto é profunda, não tente enganá-lo, as punições podem ser drásticas. Hen hen.

A Diretora McGonagall apareceu ao lado de Dolores e encarou-a. Acho que a mulher mais baixa havia se esquecido da hora de sair do pódio de ordem.

– O Cálice de Fogo, estará neste âmbito no qual agora vocês têm lugar. Quem quiser participar, deverá escrever em um pergaminho o nome e a escola – a Diretora girou a varinha e com leveza, o Cálice planou no ar, aconchegando-se ao centro do salão. – Aviso desde já, quando forem escolhidos, estarão completamente sozinhos. E só os realmente fortes conseguirão tal glória. O vencedor será dono de uma fortuna em dinheiro e a glória eterna sobre nosso mundo. Agora, aproveitem o jantar, porque essa falação toda me deixou varada de fome. Abelhinha, queijo mole e beijo de velha.

A mulher bateu palmas e a fartura foi instantânea. Acredito que os alunos do primeiro ano, essa hora, estariam surpresos com tanta comida deliciosa junta. Notei alguns pratos nos quais nunca vi, ocupando a mesa. Pensei na razão do acontecimento, eram os visitantes, claro.

Estendi o braço até uma terrina de um prato francês. Alguém também queria provar a especiaria e nossas mãos colidiram. Era ela, a garota!

Meu coração ribombou em meu peito, senti minhas pernas perderem a estabilidade. Ela não se importou muito e sorriu para mim.

Ah, mas que sorriso maravilhoso.

– Me desculpe – disse a francesinha com uma mesura. – Meu nome é Melany e o seu?

Melany, que nome maravilhosamente lindo.

– Middlevale Thomas – eu disse enrolado. – Thomas Middlevale, digo.

Droga cara! Você estragou tudo.

– Prazer Thomas, você tem um nome lindo – ela agarrou minha mão e balançou-a.

Senti minhas orelhas arderem em fogo. Não podia ver, mas sabia que nesse exato momento, meu rosto estava num tom vermelho pimenta.

– Prazer – eu disse, observando os traços gentis que eram delineados no rosto da garota.

O garoto que acompanhava Melany na liderança dos outros alunos, agora estava em pé ao nosso lado, esperando ser apresentado.

– Thomas, esse é meu irmão – Melany apontou o dedo indicador para o garoto. – Brentt Heatville.

Jantamos, conversei bastante com Melany e descobri que estou apaixonado. Eu sei que estou fazendo isso rápido de mais, só que acontece que eu nunca senti isso por ninguém. Fiquei em duvida se isso é realmente amor.

Antes que saíssemos do Salão Principal a Diretora instruiu para que não faltássemos no jantar do dia seguinte, aonde os horários de aulas seriam distribuídos e outros assuntos esclarecidos.

Já em meu Salão Comunal, pensei no jantar, na verdade, pensei a noite toda em Melany. Mas algo tomou minha atenção. O Torneio. Amanhã eu iria por meu nome no Cálice para ser o campeão de Hogwarts.



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