Era um sábado ensolarado.  Harry Potter andava descontraído com sua Firebolt na mão, tomado pela alegria. 
A atitude de Hermione lhe dera forças para lutar por ela. Ele sabia que ela não iria ceder facilmente, mas com certeza, iria tentar. 
Tinha um ótimo plano na mente. Tudo iria dar certo. Tinha que dar certo. 
Ele passara noites em claro com o estômago borbulhando de ansiedade e nervosismo, planejando o momento, e não podia estar mais feliz. Bom, dentro de algumas horas ele estaria novamente com a menina que ele mais amou na vida. Não poderia ficar melhor. 
Mas ele não podia ser tão otimista, e se levasse um fora? O tombo seria maior. Mas ele não tinha medo de cair. 
Continuou andando. A única coisa que lhe dava forças para dar mais um passo era a lembrança do beijo de Hermione Granger. 
Quem diria… Harry Potter, o menino que sobreviveu, ex namorado de Gina Weasley, saindo com Hermione Granger, a nascida trouxa, ex namorada de Rony Weasley, melhor amigo de Harry e irmão de Gina. O mundo gira, ô se gira. 
Chegara à casa dos Granger. Sabia que os pais de Hermione não estariam ali, pois andara vigiando a casa e ouviu que eles viajariam na sexta à tarde. Queria fazer uma surpresa, não iria bater na porta. Iria ousar, ser atrevido e mal educado, mas valeria à pena. 
-Alohomora. – Sussurrou, e a porta se abriu magicamente. 
Entrara na sala devagar, e encostara a vassoura na parede ao lado da porta, fechando-a silenciosamente com um aceno de varinha. Seus passos ecoavam pela sala, então ele tomou cuidado para andar o mais devagar possível. 
Hermione não estava no andar de baixo. Harry subiu as escadas. 
Ao chegar ao andar de cima, ouviu o som de pena arranhando pergaminho. Deixou escapar um sorriso. 
Silenciosamente, tirou um papel amarelado do bolso, colocando-o no parapeito da janela. Entrou no quarto de Hermione, e a viu sentada, de costas para ele, na escrivaninha, escrevendo. 
Se aproximou devagar, sem fazer o mínimo barulho, se abaixou e sussurrou em seu ouvido:
-Será que minha pequena pode conversar comigo um minuto?
Hermione pulou, tão assustada que Harry teve que recuar, ameaçado pela varinha da garota. Ao perceber que era Harry, Hermione baixou a varinha e corou. 
-Pra você. – Harry disse, conjurando flores da varinha dele. Hermione reprimiu um sorriso, e controlou a vontade de se jogar nos braços dele.
-Harry, acho que me precipitei. – Começou ela. 
-Não parecia. – Retrucou o garoto, sorrindo. 
-Mas é sim, acho que você não sente por mim o mesmo que eu sinto por você, e… 
-Ah, não mesmo! – Respondeu Harry. 
-Está vendo? – Hermione ficou emburrada. – Ainda admite. Por quê então veio aqui?
-Ah, eu tinha que te procurar… Depois de tudo que você disse… – Ele falou, se aproximando dela. 
-Ah é? Ah é? Eu… Desconsidere o que eu disse! – Ela gaguejou, corando ainda mais. 
-Não dá, já tá falado! 
-Não, não mesmo eu n… HARRY JAMES POTTER! – Ela berrou, interrompendo a fala, pois o garoto colocara as mãos na cintura dela, a impedindo de colocar os braços em outro lugar se não no pescoço dele. 
-Que foi? – Ele disse, erguendo as sobrancelhas, com ar de falsa inocência. 
-Você vem aqui todo fofo, e quando eu vou conversar você admite que não me ama e ainda faz isso! 
-Eu não disse que não te amo! – Disse ele, indignado. – Eu disse que não sinto por você o mesmo que sente por mim… 
-Dá na mesma! 
-Não, não dá! Pois o que eu sinto por você é MUITO, MUITO maior do que o que você sente por mim, Mione… 
A garota corou, mas em vez de pedir desculpas, resolveu se fazer de difícil. 
-Se você acha que vai me conquistar com esses discursinhos decorados, está muit… 
Ela não pôde completar a frase, pois Harry a empurrara contra a parede e a beijara delicadamente, tentando colocar ali tudo que estava sentindo por tê-la de volta. Ao interromper o beijo, o garoto disse:
-Você fica linda quando está nervosinha. 
-Não me convenci. – Disse Hermione, com um tom de voz como se desafiasse, mas sorrindo. – Prove que me ama. 
-Bom, eu faria qualquer coisa pra te salvar de um perigo. 
-Tipo… 
-Tipo isso. 
O garoto andou em direção à janela, puxando Hermione pela mão. Olhou para baixo, e viu que ali estava a piscina. 
Subiu no parapeito da janela, e levantou Hermione também. A garota franziu o cenho. 
-O que você está faz… AAAAAAAAAAAAAAAAAH!
Harry pulara. Era realmente muito alto, e puxara Hermione junto. Os gritos da garota não o incomodavam, o vento no rosto por causa da queda somado ao fato de que estava abraçado com Hermione, causava uma sensação incrível. Pouco antes de caírem na piscina, de roupa e tudo, Harry calou Hermione com um beijo de tirar o fôlego. 
Mergulharam, ainda se beijando, e voltaram a superfície, então, Harry parou de beijá-la. 
-Satisfeita?
Dessa vez, Hermione não conseguiu dizer não. Seu coração estava disparado, tanto pelo fato de estar com Harry, quanto pelo fato de que acabara de “cair” de uma altura incrível para dentro da piscina. 
-Mais que demais. 
Eles se beijaram, por vários minutos. 
Hermione interrompeu o beijo, mas manteve sua testa e seu nariz encostados nos de Harry
-Não é só isso, Mione. 
-O que mais tem? 
Harry apontou a varinha para cima e murmurou: “Accio convite”.
O pergaminho amarelado voou para sua mão, e ele o mostrou à garota. 
-É de Hogwarts. Vai ter um baile dos recém formandos, ou seja, um baile para as duas últimas turmas que se formaram em Hogwarts. A nossa turma, e a turma de Luna. É na semana que vem. Quer ir comigo? 
-Claro que quero! 
A alegria de Harry, se era possível, aumentou. 

Algumas horas depois, no pôr do sol, Harry se despedia de Hermione com vários beijos. Eles decidiram que era melhor Harry ficar no caldeirão furado até o casamento dos dois. 
Ambos estavam loucos para que agosto chegasse.