Harry Potter e o Retorno dos Herdeiros escrita por Mateus Henrique


Capítulo 30
Capítulo 30 - A alma oculta




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 Agora, a cerca de cem metros de distância, dois homens estavam em uma sala fechada e escura. Um era completamente invisível pela escuridão. No outro, um brilho dourado o destacava pelo negrume da sala, pois usava um longo medalhão dourado, uma luva na mão direita, e segurava com a mesma mão uma longa espada, ambos emanavam um brilho cor de ouro. Seus cabelos eram grisalhos e compridos até os ombros. Usava um simples robe escocês, uma longa capa roxa e segurava com a mão esquerda sua varinha.
 -Serviço completo, senhor - disse o homem da escuridão.
 -Você tirou todas as pessoas do castelo?
 -Meus aurores estão fazendo isso neste exato momento.
 -Excelente.
  Rey Colapogge esgueirou-se na cadeira em que sentava, a contemplar a noite afora. Estudava, com muito cuidado, a espada recém obtida.
 -O que você sentiria, caro ''Ministro''... Se, finalmente, depois de esperar tantos anos, conseguisse, enfim, realizar sua cobiça?
 -O que eu sentiria...? - O homem parecia perturbado. Um trovão explodiu na noite, iluminando seu rosto sem feições. - Certamente, eu me sentiria... feliz, senhor.
 Colapogge se levantou tão abruptamente que o ministro caiu de costas no chão.
 -Felicidade! - berrou ele, parecendo alucinado. - É mais do que felicidade, meu bom homem. É a realização. A satisfação de saber que é o maior bruxo que já viveu, que já entrou por este castelo. Mas, é claro, Ministro. Não é à toa que fui eu quem criou as minhas Horcruxes. Estou seguro à vida até... - Ele hesitou por um segundo. - Até o momento em que eu decidir partir.
 O ministro pareceu confuso.
 -O senhor decidir...? Mas... Isso certamente não acontecerá, senhor, não é mesmo...?
  -Certamente que não acontecerá. Somente um tolo se arriscaria a largar sua vida... Viver é o único modo de garantir uma boa vida, meu caro. Daquele que não vive, não se poderás dizer o mesmo.

 -Não consigo entender, senhor.
 Colapogge ficou em silêncio, não respondendo a pergunta de seu seguidor.
 -E o filho do selvagem? Onde estás o herdeiro de Gryffindor? Fez tudo o que eu mandei, ministro?
 -Certamente - respondeu ele. - Potter, neste momento, já deve ter descoberto sobre o furto da espada, senhor.
 Colapogge riu forçadamente.
 -Muito bom... Você têm sido um grande aliado. Mas admito que foi tão fácil... Viver por tanto tempo em Hogwarts, escondido pela máscara de diretor... Quem é que desconfiaria de um diretor, caro ministro? Eu mal dei pistas de minha identidade, obviamente. No pouco tempo em que permaneci no castelo, ou voava com outros como eu, ou me tracava no gabinete do diretor.
 -E Dumbledore? Não desconfiou de nada?
 Colapogge riu novamente.
  -Aquele velho babão? É claro que desconfiou. Mas eu raramente falava com ele. Me recusava. Por sorte, quando começou suas suspeitas, o herdeiro de Gryffindor parou de aparecer... Eu precisava de tempo para conseguir a espada. E agora, a tenho... - Seus olhos analisaram a espada toda, novamente.
 -O que você fará com os tesouros, senhor? - perguntou o ministro. - Objetos tão poderosos... Qual será o seu pedido?
 O olhar de Colapogge novamente vagou pela escuridão afora. Após o que pareceram vários minutos, respondeu:
  -Me lembro tão bem... Como se tivesse lido aquelas páginas milagrosas hoje. - ele falava mais para si mesmo do que para o ministro. - Fui convocado para a mais nobre missão. Usei minha sabedoria para criar a arte mais maligna... Criei as Horcruxes, e através dela vivi por todos esses anos... Não é à toa que sou herdeiro de Ravenclaw. Uma pena... Mais alguns céculos, e eu poderia tê-la conhecido... Uma parente próxima, fundadora da casa em que sempre amei e confiei.

 -Alguns não saberiam o que fazer - disse o ministro. - Geralmente, não é fácil lidar com tanto poder. Aliás, qual é a fórmula para se criar Horcruxes, senhor?
 Colapogge riu gostosamente. O ministro se encolheu.
  -Acha mesmo que eu vou te contar? Acha que poderás viver eternamente, seu rato imundo? Engana-te. Somente os mais poderosos sobreviverão à guerra que está por vir. Os fracos serão exterminados. A última geração viva dos criadores de Hogwarts finalmente irá morrer. Finalmente irei provar qual é a casa mais poderosa de Hogwarts.
 -É claro, senhor - disse o ministro timidamente - A casa Corvinal sempre será a mais poderosa.
  -Lufa-Lufa, a casa dos fracos. Não possuem características; A própria Helga fora, no passado, uma doida varrida e sem rumo. Já de Slytherin não pode-se dizer o mesmo. Mas o ódio restrito e personalidade escassa dos alunos que ele escolhera colocara os mesmos em constante situação de risco. Às vezes, a sabedoria é melhor do que a inteligência. E apesar de soar parecido, são coisas muito diferentes.
 "A sabedoria é a arte de aplicar seus conhecimentos e multiplicá-los de forma que o sábio sempre saiba mais do que antes. Saber utilizar a cabeça. Administrar a vida e, em casos raros como o meu, saber como estendê-la ao sempre.
 "Já a inteligência, não menos importante do que a sabedoria, é ter um grande conhecimento e resolver situações mais práticas. Mas, sem sabedoria, a inteligência jamais será posta em prática".
 -Entendo, senhor. - disse o ministro. - E o que têm a dizer da casa da Grifinória?
  -A Grifinória, caro ministro, és uma casa que gera problemas, não só para si, mas como para os outros. Os Grifinórios agem por impulso e geralmente acreditam somente no Destino, e são incapazes de manipulá-lo.

 Colapogge descansou a espada de Merlim no banco da poltrona.
 -Quais outras informações você têm para mim?
 O ministro pareceu confuso.
 -Sobre os herdeiros, seu bruxo medíocre. O que têm a me dizer?
  -Ahn... bem... - disse o ministro pausadamente. - O Herdeiro de Slytherin causou o horror em todo o mundo bruxo. E então, o herdeiro de Gryffindor, sim, o próprio, derrotou-o em duelo cara a cara no ano passado.
 -Interessante... continue, ministro.
 -Bem... Acho que, no mais, é só isso que eu tenho a lhe informar, senhor.
 Colapogge riu.
 -Apenas isso? E sobre Helga? O que tem a me dizer sobre seu herdeiro?
  -Infelizmente, nada. Não surgiu nenhuma pista sobre o paradeiro de qualquer de seus herdeiros... Mas deixe-me fazer uma pergunta, senhor. E se, por acaso, existirem mais de um herdeiro vivo? Digamos que alguém em quem corre o sangue de Helga, por exemplo, tenha dado vida a um filho e ambos estejam vivos. Qual será considerado o herdeiro a ser invocado para a batalha?
 -Isso não acontecerá - respondeu simplesmente.
 -Como sabe? - disse o ministro sem pensar, franzindo as sombrancelhas.
  -Como sei? Não é óbvio? Tive uma fonte de informações, caro ministro, que absolutamente ninguém depois de mim teve contato. Ninguém.
 -Fonte de informações? Você quer dizer algum objeto mágico, ou o quê?
  -Um livro. Um livro me deu todas essas informações. Escondi-o como se fosse uma parte de mim. Não preciso relê-lo, afinal, com a inteligência avançada e grande memória que possuo, tenho em mente cada palavra que fora escrita no Livro do Destino.

 O ministro se fez de descrente.
 -Livro do Destino...? Hm... Novamente não entendo, senhor.
  -Ora, mas é tão simples, caro ministro. A maior de todas as obras. O livro do destino fora criado por seres extraordinários, podendo ser chamado de anjos, arcanjos ou qualquer coisa assim. Mais popularmente conhecidos como os Deuses. Acho que você já deve ter ouvido falar de Zeus, Hera, Baphomet, e de muitos outros Deuses da mitologia antiga, não é mesmo? Esse livro é um presente deles. Um livro vindo dos céus. Sem ele, eu jamais teria feito o que eu fiz. Sem aquele livro, eu jamais teria criado Horcruxes, afinal, como saberia do meu destino? Como saberia que teria de estar vivo para cumprir as vontades dos líderes espirituais do universo? Neste livro, toda a história de Hogwarts é videnciada. Ora, se eles não sabem, quem é que saberás?
 O ministro estava pasmo com a declaração. Colapogge se levantou mais uma vez e brandiu a varinha.
  -Sabe, você, senhor ministro, foi uma arma muito, mas muito importante a mim. Me ajudou a investigar sobre os outros herdeiros. Me ajudou a comandar Hogwarts, interferindo entre os Conselheiros para que eu permanecesse como diretor. - Os lábios do herdeiro de Ravenclaw se crisparam enquanto falava. - Mas você falhou imundamente. Você me faltou com a sabedoria que eu tanto esperava de você. Você não foi fundo o suficiente para me informar quem é, afinal, o descendente de Hufflepuff.
 Instantaneamente, o ministro empalideceu e, automaticamente, recuou dois passos para trás. Colapogge ergueu a varinha enquanto o ministro caia estatelado, de costas, no chão.
 -E sabe o que Rey Colapogge faz com quem os decepciona?
 -Não... P-Por favor, N-Nã... Não...
 -Ele os mata. - e, definitivamente, havia um tom de riso enquanto ele falava.
 Esticou a varinha...
-Avada Kedavra!
 Houve um clarão de luz verde e o corpo no chão parou de implorar pela vida.

 -Harry! – gritou Rony desabalado, correndo de encontro ao amigo com Hermione às suas costas. – Estávamos te procurando... O que é qu...
 -A espada sumiu – disse ele simplesmente. Seus rostos se afundaram.
 -Então isso... isso quer dizer que Colapogge já têm a espada? – perguntou Hermione.
 Harry bufou pelo nariz.
 -Provavelmente.
 BUM.
 -O que foi isso? – indagou Rony olhando para os lados. Harry o imitou, os olhos procurando a fonte do ruído.
 BUM.
 Desta vez, o baque foi mais audível. Harry pode ver que vinha da porta de entrada para o Salão Principal.
 BUM.
 Agora o som estava insuportavelmente alto.
 -Temos que ir verificar! – disse Harry. – Varinhas em punho!
  Os dois obedeceram, e ao som de baques cada vez maiores seguiram em direção do majestoso portão de carvalho e abriram-no com um chute.
  No momento em que a visão do Salão penetrou em seus olhos, a parede oposta desabou; os tijolos que formavam a parede despencaram sobre a mesa dos professores – por sorte, vazia. – Os poucos alunos que ali estavam, já assustados por causa dos baques, recuaram para trás de modo que quase atropelaram Harry e os outros ao correrem.
 -Ah, não – disse Hermione.
  Harry teve tempo apenas de tirar toda a poeira dos óculos. Pelo buraco formado na parede do Salão, cerca de dez dementadores entravam seguidos por uma tribo de homens maltrapilhos que carregavam consigo suas varinhas.
 -Patronos! – Foi tudo o que Harry conseguiu dizer. – Vamos lá! Patronos!
  -Expecto Patronum! – exclamou Rony, e o imenso cão avançou de encontro aos inimigos que se dispersaram entre si, mas logo o cão desapareceu. A lontra não veio, mas o cervo prateado cavalgou em direção aos dementadores que logo se dispersarão e desapareceram.
 Mas era absolutamente inútil.

 À medida de que a primeira dezena de dementadores fugiu, a segunda dezena aparecera mais negra e mais espessa do que a primeira, e investiram juntos contra os três garotos.
  E então, neste instante, o professor Flitwick aparecera, e lançou seu Patrono imediatamente para a briga. Logo, entraram também os professores Slughorn, Sprout e o Professor Malvett.
 -Professor Malvett! – gritou Harry. – Precisamos de ajuda!
 -Expecto Patronum! – urrou o professor, e o tigre prateado cavalgou até os dementadores, juntando-se aos patronos de Harry e Flitwick. Rony mais uma vez conseguiu conjurar seu patrono. Hermione, porém... Nada ainda conseguira.
 E então o caos reinou: O buraco na parede se escancarou ainda mais, e os vultos negros que entravam se multiplicavam com velocidade assustadora, Sprout saiu correndo dizendo que chamaria por socorro, Flitwick produzia feitiços de proteção em volta do castelo, e o professor Malvett fora proteger a entrada do castelo contra os invasores.
 -Hermione! – disse Harry. – Precisa conseguir! Precisa produzir patronos!
 -Estou tentando, estou tentando! – as lágrimas corriam sobre sua face. Sua pele nunca fora tão branca quando estava agora.
 -Mas por quê...? – por que ela não conseguia? Será que era...
 -Hermione, você está com o Livro do Destino com você?
 -Es... Estou – disse ela.
  Harry suspirou, estendendo a mão. O professor Malvett voltara à batalha, unindo-se a Rony e Slughorn, que lançava vários feitiços com extrema velocidade.
 -Preciso do livro, Hermione.
 Ela o olhou, incrédula.
 -Por que você precisa do Livro numa hora dessas?
 -Você sabe o que está escondido aí, não sabe?
  E então a cor que jazia nos olhos na amiga sumiu. Ela caiu sentada, desabando de costas sobre o piso do salão. Sua pele estava branca como a neve. A Horcrux começava a usar suas defesas...

 -Hermione, acorde! Todos vão morrer se o livro não for destruído!
 Lentamente, ela se levantou, porém seus olhos ainda estavam fechados.
 -Não posso te dar o livro, Harry.
 Ela abaixou a cabeça, e Harry ficou perplexo.
-Não pode? Hermione, me dê esse livro agora...! - e ele deu dois passos à frente. Neste instante, Gina Weasley entrou no Salão para ajudar.
  Finalmente, Harry entendeu que precisava ser rápido. Não se arriscaria a perdê-la... A perder a Rony, Hermione, e até a si mesmo...
 -Se afaste.
 Hermione pestanejou. Suas pálpebras estavam baixas. Seu cabelo, sem vida, e a pele branca como ossos, seca, os ombros baixos.
 -Hermione... O que há...? - disse Harry, nervoso.
 -Se afaste, Harry.
 Harry não se moveu.
 -Precisa me entregar o livro do Destino, Hermione.
  Finalmente ela abriu os olhos. Com um sobressalto, Harry viu que seus olhos tinham assumido um tom dourado-avermelhado, as pupilas dilatadas.
 -Harry, deixe o livro como está.
 -Hermione! Eu preciso deste livro agora...
  Um feitiço passou raspando por eles, trazendo Harry de volta à realidade. A luta agora era mortal. Uma maldição verde explodiu no teto, quase o desmoronando...
 Então Sprout entrou no Salão, seguida por Hagrid, segurando um bastão, e a professora de duelos, que se juntaram à luta.
 -Rápido, Hermione, me entregue o livro.
 -Não posso. Vá embora.
 Harry deu alguns passos em direção dela.
 -Preciso destruir o livro...
  Mas a força do punho que segurou seu braço foi surpreendente; Uma mão grande, cavernosa e asperamente branca cravou as unhas em sua pele. Harry sentiu uma dor dilacerante queimando-lhe o braço.

 -ME SOLTE - gritou ele. - O que há com você? Relaxo!
 Os dedos se soltaram, e Hermione caiu no chão, de costas, estatelada.
 Harry apontou a varinha para ela.
 -Estupefaça!
 E então ela desmaiou.
  Os combatentes de Hogwarts estavam começando a perder a luta contra os seguidores de Colapogge. Slughorn jazia inconsciente próximo à entrada feita pelos inimigos, no oposto do salão. Os dementadores avançavam lentamente.
 Harry se jogou de joelhos no chão, abriu a bolsa de Hermione e tirou de lá o livro do destino.
 Harry, com o livro estendido na mão, caminhou em direção ao centro do rebuliço. Mal podia ver.
 -HARRY! - gritou Gina próxima a ele. Vários dementadores a cercavam - Me ajude aqui!
 -Expecto Patronum! - disse em voz alta, e os dementadores que a cercavam fugiram. Mas ainda havia mais deles...
 -Gina... - disse Harry calmamente, enquanto passava os dedos em seus cabelos, os olhos em seus olhos. - Precisa sair daqui.
  -Não posso, Harry! - em seus olhos haviam grossas e sinceras lágrimas. - Esses homens... São os que me levaram a Azkaban. Não posso ficar aqui sem fazer nada!
 Harry suspirou.
 -Não sei se você se lembra ainda, mas... Há alguns meses eu prometi a você que me vingaria deles.
 -Eu me lembro - disse Gina instantaneamente.
 Harry sorriu.
 -E pretendo cumprir essa promessa. Há muita coisa em jogo, você sabe de tudo. Vá.
 -Mas Harry...
  Harry a beijou nos lábios. Harry sentiu, talvez pela última vez em sua vida, a chama da paixão por Gina crescer em seu interior e fazer suas entranhas vibrarem. Não iria perder aquilo sem lutar, não mesmo. Então Harry se afastou dela.
 -Vá.
 Em seu belo rosto, havia uma lágrima. No coração de Harry, uma dor que passava dos limites da dor física.
 E então Gina se foi.

 


 Sobressaltado, Harry viu que os dementadores se aproximavam da Hermione estuporada.
 -Por Merlim! - exclamou Harry e apontou a varinha. - Esqueci da Hermione. Expecto Patronum!
  E novamente os dementadores se dispersaram.
 -Enervate!
 Após alguns segundos Hermione recobrou a consciência. Harry se virou de frente novamente.
 -Agora – sussurrou Harry para si mesmo.
  O livro em sua mão vibrava fortemente; os dedos de Harry se soltavam levemente das bordas do livro encardido. Um dementador se aproximava, e Rony apontou a varinha, pronto para conjurar o Patrono.
 -Rony, não! – gritou Harry. – Deixe-o comigo.
 -Mas Harry, o quê você está fazendo?
  Harry estremeceu. O frio que os vários dementadores do Salão produziam afetou-o como se ele tivesse caído num rio de água fria. E então, ele percebeu como era idiota aquilo que estava fazendo... A desesperança tomou conta de cada centímetro de seu corpo. Harry tentou manter a consciência enquanto sua mãe gritava em sua cabeça. O dementador estava a menos de um metro de distância dele. Harry, com o livro estendido em sua frente, lutou para não deixa-lo escapar.
 -Estou pronto – murmurou. – Me ataque agora!
  E neste instante, ele sabia que receberia o fatal beijo do dementador. Hermione e Rony gritaram. As pessoas em volta continuavam a batalhar e, neste instante, o único dementador que havia no salão era aquele.
 E então, num movimento repentino e rápido, Harry protegeu o rosto – Protegeu o rosto com o Livro do Destino.

 Harry sentiu algo afastar suas mãos. Uma espécie de sucção gélida e áspera, que fez imediatamente seus braços se arrepiarem. Seu cabelo foi puxado com tanta força para frente que alguns fios se arrebentaram. Seus óculos escaparam de seu rosto. E depois a situação se amenizou.
 A Horcrux estava ali, jogada no meio do chão. O dementador que acabara de tentar aplicar o beijo em Harry saia, satisfeito. A batalha explodia cada centímetro do Salão, a ampulheta da pontuação das casas desabara completamente, a mesa dos professores fora completamente arrebentada. Com uma melhor olhada, Harry viu que várias pessoas se afastavam dali, indo embora, fugindo de algo – a poeira estava alta demais, era impossível distinguir do que elas fugiam.
 E então um clarão verde momentaneamente revelou parte do que as assustara. Um vulto alto, que desprendia de si uma aura roxa. Sem dúvidas, uma pessoa.
 Um novo clarão verde mostrou desta vez parte de seu rosto: suas feições eram masculinas. Seus olhos esbranquiçados e seus cabelos grisalhos e sem vida, compridos até os ombros. Mas ainda irreconhecível...



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