- Ei Jadey. – Ouvi a voz da Cat assim que a atendi. Meus olhos se arregalaram e eu corri para dentro do meu quarto, tranquei a porta logo em seguida.

- O que você quer, Cat? – Gritei, por mais que sussurrava. Eu não poderia correr mais riscos. Jonas estava em casa junto com Chris. Estava vivendo uma vida inacreditavelmente louca.

Ela riu calorosamente, como se tudo fosse perfeito para ela. Neste momento senti inveja de sua vida incrível. Balancei minha cabeça em negação ao que eu estava pensando.  – Eu queria combinar um dia para sairmos, tomarmos sorvetes e conversamos sobre as novidades!Eu adooooro sorvete.

Não. Novidades, não... Eu não suportaria mentir para Cat de novo, desde que comecei a pensar sobre as minhas chances de dizer a ela sobre Liz. – Ah, não Cat... Eu ando muito ocupada e- Fui interrompida.

- Amor...? – Jonas bateu na porta. Sorri nervosamente e forcei a voz, orando para que Cat não tivesse ouvido.

- Um momento!

Ele pareceu entender e ouvi passos indo até o fim do corredor. Suspirei de alívio.

- Amor? – Cat perguntou. – Quem é? Seu cachorro? OPS! Espere... Cachorros não falam... – A ruiva riu.

Engoli a seco, ignorando a falta de mentalidade mínima dela. A última coisa que eu queria fazer era tornar as coisas piores do que já estavam, e eu acho que com um namorado ou não, realmente não faria  diferença.

- Não, Cat. – Suspirei enquanto segurava com força o meu celular. Ele provavelmente explodiria em mil pedaços, apenas com a pressão da minha hesitação. – É o Jonas, meu atual namorado.

- NAMORADO? – Ela gritou, a interrompi antes que as coisas ficassem piores.

- É namorado. Mas você sabe, eu não ficaria muito tempo solteira... Ele está me ajudando a ficar famosa aqui, já que eu perdi meu último ano em Hollywood Arts. – Outra desculpa estúpida, parabéns Jade! – Tudo bem Cat, eu vou voltar para o Beck, como já disse, é uma questão de tempo.

Menti.

Novamente.

Ouvi um suspiro triste pelo outro lado da linha, e tive certeza de que as coisas não poderiam melhorar. – Tudo bem, - Ela fez uma pausa. – você prometeu que voltaria... Não é mesmo? E você nunca quebrou uma promessa!

Sorri timidamente. Óbvio que já havia quebrado centenas, mas a Cat... Era uma pessoa diferente. Diferente a ponto de aceitar ser minha melhor amiga. – É claro que já, Cat.

Ela riu alegremente, como uma criança ao ganhar doces. Ignorou minha resposta anterior. - Preciso te contar o que o Rob está fazendo! Ele está cuidando dos meus unicórnios enquanto está na faculdade, até eu voltar para Los Angeles!

Ri enquanto revirava os olhos, o máximo que poderia fazer era concordar. Senti tantas saudades dela...  – Hm. – Suspirei. Continuamos a conversar por uns três minutos, nos despedimos logo depois.

Eu não queria que as coisas tomassem esse rumo, e por mais que fosse uma decisão que eu não poderia prever: por um lado queria voltar para o Beck, por outro não queria magoar a Jonas ou Chris, eles foram as únicas pessoas que me ajudaram. Eu certamente não faria isso, por mais que fosse cruel de minha natureza.

Eu era mãe agora e tinha que colocar a felicidade da minha pequena Liz em primeiro lugar. Mesmo, no passado nunca ter me imaginado fazendo isso algum dia...

E visivelmente, a felicidade dela agora estava apenas com Jonas.

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POV Beck.

Finalmente consegui escapar do set, era o segundo dia e eu estava louco para voltar ao parque e ver se aquela mulher passaria novamente, com aquela garotinha. Minha mini-Jade. Talvez eu até criasse coragem para falar com elas... Talvez.

Sai da cafeteria, com meu copo de café preto com dois açucares em mãos. Sentei-me no mesmo banco de ontem, conferi o horário e voltei minha atenção as pessoas que passeavam. Meus olhos vagando por cada uma até encontrar aquelas duas.

Eu não sabia o porquê de estar tão ansioso para ver aquela garotinha, simplesmente sentia alguma ligação ou algo do gênero. Estranho. Acho que estou delirando por tomar o café que eles vendem aqui.

Finalmente elas apareceram. A morena com sua mecha loira e botas de combate e a mini-Jade, só que agora estava usando um vestido roxo com detalhes em preto. Mais parecida ainda com a minha Jade.

Sorri com aquele aperto no coração, e as observei novamente entrarem naquela creche. Talvez amanhã eu passe aqui de novo.

Mas minha mente me dizia para fazer outra coisa.

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POV Chris.

Ao deixar Liz na creche, especialmente a pedido da Jade, já que Jonas não estava em condições. Qual era o problema dele? Nesses últimos meses estava tão distante e agora, nunca aparece em casa e está sempre nervoso. Jade me diz que só pode ser um problema com uma das vadias dele. E eu ainda não acredito, não consigo imaginar, que o doce em pessoa do Jonas está traindo a Jade com prostitutas...

Continuei fazendo meu caminho pelas ruas e entre as lojas, senti alguém me seguindo, mas que estupidez : A rua estava cheia de pessoas. Revirei os olhos  por minha idiotice e continuei olhando para as vitrines na medida em que caminhava.

Alguém puxou minha blusa. Gritei assustada e olhei ao redor, me deparei com uma mulher de meia idade com um sorriso sem graça no rosto.

- Oi... – Ela meio que gaguejou, eu acho. – É... Christina Shaw, não é?

Assenti, ainda com o coração pulsando forte. Por mais que ela não parecesse má.

- Eu sou sua fã e louca por seus quadros. – A mulher sorriu, eu sorri o dobro. Era apenas uma fã. – Queria lhe pedir um autografo, se não fosse incomodo.

Sorri mais ainda e assinei em uma folha que ela havia me dado.

- Qual o seu nome? – Perguntei, ela me respondeu alegremente : Heidy. Coloquei uma mensagem para ela ao lado da minha assinatura.

- Nossa! Obrigado, você nem acredita o quanto eu adoro você. O jeito em que suas pinturas são perfeitamente uma cópia da realidade, e do mundo da fantasia ao mesmo tempo... – Ela continuou divagando. Eu apenas assentia, era incrível ter alguém que gostasse do meu trabalho.

Quando me despedi dela, andei mais alguns metros a diante. Obviamente sorrindo igual a uma bocó por ter acabado de dar um autografo. Senti novamente alguém me puxando pela blusa, antes de gritar levei em mente que poderia ser outro fã. Mas milagres não acontecem duas vezes por dia.

- Oi? – Um moreno alto com cabelo perfeito sorriu de lado, eu quase cai no chão de tão lindo que ele é.

- O-Oi... – Diz que é um fã! Diz! Diz! Epa espera! Eu sou noiva agora, não posso estar com esses pensamentos indecentes. Respirei enquanto me recompunha.

- É que eu vi você dando um autografo a uma mulher... E pode parecer desnecessário, mais eu vim falar com você. É que eu sou um ator e- O interrompi.

- Ator? Sério? – Eu não o conhecia. Ele tinha cara de canadense, eu não vejo filmes do Canadá, nada pessoal.

Ele assentiu. – De L.A. Então, você é...?

Sorri amigavelmente. – Artista. Eu pinto e vendo quadros há três anos. – Pensei em me apresentar, levantei minha mão. – Christina Shaw.

Ele sorriu de volta e me cumprimentou. O nome dele era Beck. Beck Oliver... Eu já ouvi esse nome em algum lugar, mas fiquei hipnotizada com aquele sorriso. Que sorriso lindo é esse? – Eu gostaria de saber... Como que você consegue andar assim na rua sem ser atropelada por fãs a cada segundo...

Eu ri. – Bom, em primeiro lugar eu não sou você, né? – Me referi a beleza que ele tinha, rimos. – Mas eu acho que hoje em dia poucas pessoas se interessam por pintores e- Ele me interrompeu.

- É verdade, mas eu adoro quadros. Ficaria contente em ver uns seus. – Eu pude sentir os brilhinhos se formando em meus olhos.

- Pode ser, olha. Vai ter uma convenção de pintura sábado que vem... Se quiser vim... – Ele sorriu de volta. Dei um convite para ele, nos despedimos brevemente e eu voltei a fazer o meu caminho.

Eu tinha certeza que já ouvi uma vez esse nome: Beck Oliver. Tão familiar...

Poderia ser na tevê, pois bem, ele é famoso.

Suspirei e continuei andando, além dele ser muito lindo também.