Always At Your Side - Season 2 escrita por Ágatha Geum


Capítulo 5
Procura-se um emprego - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Posto mais ainda hoje...



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– Pode dizer o que precisa Damon. Não hesitarei em ajudar.

Damon buscou o olhar de Elena. Ela o fitou e meneou a cabeça positivamente, encorajando-o.

– Eu preciso de um emprego. Nem que seja para ser feito em um computador enquanto eu estiver no hospital.

Davis boquiabriu-se. Não conseguiu esconder a surpresa com relação ao que parecia ser o motivo central daquela reunião.

– Um emprego? Você tem certeza disso, Damon? - questionou Davis, preocupado. - Stefan me contou por alto sua situação. Vendo você agora, até parece melhor do que ele me conta. - Ele fez uma pausa colocando as ideias no lugar. - Trabalhar não seria uma carga maior para você? Não estou duvidando da sua capacidade, mas me preocupo com o tipo de estresse que você poderá adquirir voltando a trabalhar na mesma área que trabalhou para seu pai.

– Eu gosto da área administrativa e não me importo. Eu preciso de um dinheiro extra.

– Davis, Damon não está te contando tudo. - Elena apoiou as mãos sobre os joelhos. Sentiu seu corpo inteiro esquentar e estava pronta para desatar a falar se fosse preciso. - Não sei se o senhor sabe, mas os pais de Damon abriram mão de pagar o tratamento dele e eu tenho cobrindo o valor porque pedi dinheiro emprestado a um amigo meu. Precisamos pagar o valor de volta, por dignidade.

– E temos planos em morar juntos. - Damon completou. Sentiu a garganta ferver e os pulmões dificultarem a entrada de ar.

– Hmm...

Davis parou de falar quando a secretária bateu na porta e teve sua entrada concedida. Ele e Elena aguardaram até que Damon bebesse a água que lhe foi servida para retomarem a conversa.

– Eu não sei como perguntar isso... - Davis suspirou tentando assimilar a história do casal a sua frente. -... Como vocês estão conseguindo sobreviver a tanta pressão? Damon porque não me disse antes que seus pais fizeram essa sacanagem com você? - perguntou depois que a secretária havia saído da sala.

– Eles fizeram isso porque Damon escolheu ficar comigo - disse Elena, lembrando-se do comportamento de Elisabeth Salvatore quando Damon a apresentou como sua namorada. - E por mais que não tenha sido intencional, eu me sinto muito culpada.

Damon virou-se para Elena estupefato com a declaração.

– Você nunca me falou isso, Elena.

– Agora você sabe. - Elena procurou a mão dele e a segurou com força.

– Não quero que você se sinta culpada. Eu escolhi ficar com você e não me arrependo.

– Fico aliviada em saber disso.

Davis os observou calado. Notou que Elena parecia prestes a chorar e Damon prestes a ter um mal estar. Eles se sentiam pressionados, mas mantinham-se firmes para atingir o objetivo definido para aquele dia.

– Certo vocês precisam de ajuda. - Davis esgueirou-se um pouco para frente para encará-los melhor. - E eu irei ajudá-los, com uma condição.

Damon e Elena se entreolharam. Eles não precisaram dizer nada um ao outro, pois sabiam que se apoiavam mutuamente. Qualquer condição que Davis propusesse, eles enfrentariam.

– Qual condição? - perguntou Damon, apreensivo.

– Eu nunca fui muito bom com histórias de amor e fico vangloriado quando faço parte de uma. É bom bancar a fada madrinha - disse Davis não contendo um sorriso. Era o sorriso mais paterno que Damon recebera até aquele momento. Nem mesmo seu pai sorria daquela maneira para ele, nem ao menos quando era criança e tirava notas boas na escola. - O que eu quero pedir é muito simples e é algo que seus pais deveriam ter dito assim que vocês ficaram juntos.

– E o que é? - perguntou Elena afoita.

– Eu quero que você lute, Damon. Quero que você lute pela sua vida. Você tem uma garota maravilhosa ao seu lado e seria um desperdício deixá-la sozinha nesse mundo mesquinho. Eu não consigo aceitar que justo você tenha sido afetado por uma doença tão cruel. – Davis encarou Damon com firmeza. Queria que cada palavra entrasse na mente do rapaz de maneira que ele nunca esquecesse. - Se você ama essa mulher que está ao seu lado, você lutará por você e por ela. Não vou admitir serviço meia boca e você sabe disso. Você merece viver e fazer da Elena a mulher mais feliz do mundo.

Elena apertou ainda mais a mão de Damon e sentiu uma fina lágrima escorrer por seu rosto. Enxugou-a com as costas da mão e se recompôs. Sentia-se pequena e se dera conta do quanto era desesperador o relacionamento dela com Damon. Eles poderiam levar tudo na tranquilidade até o momento em que o céu escurecesse sobre suas cabeças. Ambos não estavam prontos para isso, mas prometeram que ficariam juntos. Para o que der e vier.

– E você, minha jovem, se você ama esse rapaz ao seu lado, você lutará ao lado dele. É para isso que o amor serve, para unir as pessoas e fazer com que elas atuem como uma só. - Davis virou-se na direção de Elena esboçando um sorriso. - E chore o quanto precisar. Não é vergonha desabafar o que sente.

A jovem meneou a cabeça positivamente e fungou o nariz. Não esperava que um discurso viesse da parte de Davis. Ela acreditou cegamente que aquela reunião não seria tão intensa. Elena chegou à conclusão de que tudo o que acontecia entre Damon e ela era algo tão forte que, qualquer um que mencionasse o quanto eles eram importantes um para o outro, desencadeava emoções que ela jamais havia sentido em toda sua vida.

– Isso é muito golpe baixo, tio - interviu Damon com a voz engrolada. - O discurso poderia ser feito em outra hora, não podia?

– Pelo visto, vocês não possuem nenhum velhote enchendo o saco ou dando conselhos. Eu adoro desempenhar esse papel. E adoro contradizer famílias que abandonam os filhos. Vejam o milagre que fiz com Stefan.

O casal soltou uma risada acompanhada pela de Davis.

– Vou direcionar um trabalho para que possa ser feito em casa por meio de qualquer computador. Pagarei-te o justo e prometo nenhuma dose de estresse - assegurou Davis para Damon. - Com relação ao projeto de vocês morarem juntos eu posso dar um jeito nisso. Vou brincar de ser papai Noel.

– Davis, o trabalho já é uma ótima ajuda. Estamos procurando um lugar barato e...

– Ela sempre tem que questionar? - perguntou Davis de maneira divertida, fazendo Damon rir e Elena ficar embaraçada mais uma vez.

– Ela sempre questiona, é a sua natureza.

Elena deu um empurrão amigável no namorado e não conseguiu esconder um sorriso.

– Ok! Vamos reformular a proposta. – Davis direcionou sua atenção para Elena. - Você trabalha certo?

– Sim, trabalho. Em um escritório pequeno perto da minha casa.

– Peça demissão. A partir de segunda, você trabalhará comigo.

– Davis, eu não tenho muita experiência no ramo.

– Minha sobrinha Andie te ajudará. Não se preocupe. - Ele pigarreou e continuou. - Vocês fazem faculdade?

– Eu parei a faculdade no meio do caminho. Elena conseguiu uma vaga na Oxford.

– Sério? - perguntou Davis surpreso.

– Sim. Era um sonho da minha tia e eu consegui. Ela bancará o valor da mensalidade, pois ela fez questão de economizar todo o dinheiro do mundo com essa finalidade.

– Ótimo! Para qual curso?

– Jornalismo.

– Ela ama escrever e futricar a vida alheia - disse Damon, rindo.

– Damon, tenha modos - pediu Elena, rindo também.

– Só estou dizendo a verdade, oras.

– Certo! – Davis movimentou-se mais uma vez na poltrona, entre risos. - Vocês dois irão trabalhar comigo e terão dinheiro suficiente para pagarem um aluguel de um apartamento digno. Pode ser assim?

– Não tenho do que reclamar - disse Damon, sorrindo. Sentia-se contagiante, como se nada pudesse acabar com seu bom humor.

– Perfeito! – Davis tamborilou os dedos na mesa e retomou o pensamento. - Tenho um apartamento próximo do metrô se vocês tiverem interesse em alugar. O prédio tem segurança e o imóvel é pequeno, ideal para duas pessoas. Vou lhes passar o endereço para vocês irem visitar.

Elena e Damon ficaram calados, observando Davis escrever. Eles não acreditavam que aquilo estava acontecendo.

– Aqui! Vocês podem ir amanhã. Deixarei avisado com Andie, pois ela fica com as chaves dos imóveis que estão no meu nome. Acho que vocês irão gostar.

– Obrigada! - Elena pegou o papel e o guardou com todo cuidado dentro da agenda que estava dentro da bolsa. - Iremos amanhã sem falta.

– Ótimo!

– Bom... Acho que já tomamos muito seu tempo, tio. Nós vamos embora. Eu ainda tenho uma consulta - lembrou Damon colocando-se de pé.

– Não se esqueçam do que eu pedi em troca – pediu Davis com sinceridade, olhando de um para outro. - Torço por vocês.

– Obrigada por nos ajudar - disse Elena, realmente agradecida. - Damon me falou muito bem de você e acredito que não tenho mais razões para ter medo da sua presença.

– Ah! Não mesmo! - disse Davis também ficando em pé. - Espero por você na segunda de manhã. Combinado?

– Sem sombra de dúvidas - confirmou Elena, se pondo de pé e indo ao encontro de Damon.

– E, Damon, vou encaminhar seu serviço pelo Stefan. Tudo bem assim?

– Se ele souber me explicar, não tem problema.

Os três gargalharam e caminharam em direção à porta. Impulsivo, Davis abraçou o casal e depois os acompanhou até o elevador. Despediram-se e logo Damon e Elena partiram novamente ao térreo.

– Vamos nos focar na doença agora, Dam - disse Elena quando as portas do elevador se fecharam. - Ficaremos bem e tudo dará certo.

– Eu sei que...

Damon não completou a frase, pois foi pego por uma crise compulsiva de tosse. Elena apoiou uma das mãos sobre seus ombros, aflita, pedindo várias vezes seguidas para que ele se acalmasse. As portas do elevador se abriram e a morena disparou apressada entre as pessoas para colocar o namorado em segurança, sem nem ao menos se lembrar de deixar os crachás na recepção.

– Aguente firme, Damon. Nós já estamos a caminho do hospital - pediu Elena, passando um braço pelo dele, arrastando-o rua a fora.

Ao chegarem no carro, Damon tirou a mão da boca e viu gotas de sangue na palma dela. Isso justificava a queimação na garganta e nos pulmões enquanto estava na sala de Davis. Recostou sua cabeça no banco e tentou controlar a respiração conforme Elena pedia.

– Tome! - Elena tirou um lenço da bolsa e cedeu ao namorado para colocar sobre os lábios. Ele não parava de tossir e a morena já estava a ponto de ter um ataque de nervos. - Respire fundo, Dam!

Ele sugou todo o ar que havia no ambiente e a tosse cedeu por alguns segundos.

– Isso sempre acontece. É uma droga! - resmungou Damon com a voz abafada por causa do lenço. Voltou a ser possuído pela crise de tosse e uma onda de frustração começou a tomar conta do seu corpo.

– Respira fundo! - pediu Elena mais uma vez sentindo-se inútil.

Damon podia sentir a mão de Elena sobre o seu braço, apertando-o como se ele fosse perder a consciência a qualquer momento. Resolveu seguir o conselho da namorada e respirou fundo. Os pulmões se contraíram e uma leve vertigem embaçou sua visão.

– Aguenta firme, Dam - Elena tirou as chaves do carro da bolsa. Ligou o motor e moveu a marcha. - Temos que cumprir um acordo. Não pense em esquecer-se disso, Damon Salvatore.

Ele tateou à procura da mão dela e a segurou com o resto de força que tinha. Os olhos castanhos dela estavam lacrimejando, mas ela sustentou a expressão firme. Ao sentir o toque do namorado, ela se concentrou em acalmar o corpo e o pensamento, mas a atitude era em vão.

– Ele... Elena... Dirija. - pediu Damon com a voz rouca.

Foram as únicas palavras que ele conseguiu dizer durante o percurso. Elena endireitou-se no banco e dirigiu como uma doida, buzinando e ultrapassando o farol vermelho. Ela seria multada, claro, mas a saúde de seu namorado era prioridade. A jovem agradeceu pelo trânsito estar mais tranquilo e ficou aliviada ao ver o estacionamento do hospital quase vinte minutos depois. Ela deixou o carro de qualquer jeito e se ocupou em ajudar Damon a entrar no local em segurança. Ao chegarem à recepção, ela não hesitou em pedir a presença de Tyler.

– Ele teve outro ataque de tosse. Eu pensei que isso não fosse acontecer mais - disse Elena assim que Tyler surgiu acompanhado pelo médico de Damon e algumas enfermeiras. - Isso é sinal de que há alguma coisa errada, não é?

Ninguém respondeu. Tyler e o médico de Damon guiaram Damon até uma maca e, com a ajuda das enfermeiras, o guiaram a um quarto próximo, naquele mesmo andar. Elena ia de um lado para o outro, questionando, mas ninguém parecia ouvi-la. Quando viu Damon se afastar dela, engoliu seco, pois tinha que ser forte por ele.

– Pode ser alguma reação a algum medicamento - explicou Tyler, minutos depois.

Elena ergueu a cabeça e o encarou.

– Ele vai ficar internado de novo, não vai? - perguntou ela, aflita. Faltava pouco para o Natal e, se Damon ficasse, todas as esperanças dele em receber boas notícias se esvaiam pelo ralo.

– Não se preocupe Elena. Damon geralmente tem crises de tosse, mas é resposta do corpo. Pode ser uma irritação - continuou Tyler, tentando acalmá-la.

– Tem certeza? Você não está mentindo para mim? - perguntou Elena cruzando os braços.

– Não, não estou - afirmou Tyler, olhando-a firmemente. - Eu jamais mentiria sobre isso.

Elena suspirou e caminhou em direção ao quarto onde Damon estava. Pela fresta da porta pode ver o namorado ser sedado. Agora, ele tinha parado de tossir e, aos poucos, caia em um sono que provavelmente seria profundo.

– Eu confio em você, Tyler - disse Elena, virando-se para o amigo. - Por isso, preciso te contar uma coisa. Uma coisa que só Josh e Bonnie sabem. Um segredo que está me matando por dentro.

Tyler virou o corpo na direção dela com as mãos seguras dentro do jaleco.

– O que foi?

– Estou grávida - disse Elena sem cerimônia, encarando-o sem pestanejar.

– Gráv... Grávida?

– Sim, grávida...

– Você contou ao Damon?

– Não, não contei. E acho que fiz a decisão certa. Pelo menos por enquanto. - Elena mordeu o lábio inferior como sempre fazia quanto estava contendo um ataque de nervos.

– Elena, não contar não é a decisão certa - discordou Tyler com o cenho enrugado. - Você precisa contar. Uma hora sua barriga vai crescer e você fará o quê? Jurar que sofre de obesidade?

Elena deu um riso nervoso. Tyler era seu melhor amigo e ele tinha razão. Ela adorava Josh, mas nada se comparava ao rapaz que estava à sua frente, que a encarava com a expressão chocada e branca, da mesma cor de seu jaleco.

– Eu quero contar no Natal, mas volto a me questionar se Damon ficará bem até lá.

– Elena, você não pode e nem deve pensar assim. O doutor é um dos melhores Oncologistas de NY. Ele tem um afeto muito grande por Damon e ele não o deixará escapar assim tão facilmente.

Ela deu outro suspiro, mas muito mais cansado. Estava vivendo mais um dia longo e cheio de reviravoltas.

– Eu tirei folga do trabalho para falar com o tio do Stefan, Davis. Ele vai nos ajudar com algumas coisas e nos ajudou a encontrar um apartamento. - Elena não sabia mais o que dizer, mas precisava se distrair diante da nova internação de Damon.

– Vocês vão morar juntos? - perguntou Tyler, surpreso.

– Essa é a ideia.

– Eu acho sensacional - apoiou Tyler, empolgado.

– Se Damon continuar aqui, você acha que consegue ir comigo ver o apartamento?

– Não sei Elena. Não tenho tido vida social, você sabe. Não sei como Caroline ainda não terminou comigo.

– Vocês ainda estão juntos?

– Você acha que namorar comigo é bagunça?

Tyler ficou satisfeito em conseguir fazer Elena sorrir. Prezava muito sua amizade com a garota que foi sua primeira amiga na escola, antes mesmo de conhecer Damon e Stefan.

– Uma pena então! - Elena alisou a testa nervosamente. - Bonnie está com raiva de mim. Acho que não poderei contar com ela.

– Nunca é tarde para fazer as pazes - aconselhou Tyler que emudeceu com a chegada do médico de Damon.

– Ele vai precisar passar a noite aqui - avisou o doutor com cautela. Não queria que Elena entrasse em desespero por uma situação que estava sobcontrole.

– Tudo bem! - respondeu Elena, já sabendo que isso aconteceria. - Doutor, você fará os exames gerais nele quando?

– Semana que vem. Antes do Natal - respondeu, prontamente. - Não fique tão tensa. Damon em se saído bem com o tratamento. Se ele estiver pronto para o transplante, só precisaremos de alguém compatível para aliviar esse pesadelo.

– Deus te ouça! - respondeu Elena, mecanicamente. Não era um exemplo de pessoa ligado a religiosidade, mas foi à única frase que conseguiu pensar para expressar seu pensamento positivo com relação ao estado de Damon.

– Doutor, acho que precisaremos de uma indicação sua - disse Tyler, atravessando a conversa e deixando Elena confusa. - Precisamos de uma boa médica em pré-natal. Elena está grávida.

Era estranho ouvir a palavra "grávida" da boca de outras pessoas. Só algumas delas sabiam do seu verdadeiro estado. Torná-lo oficial era sua próxima prioridade, pois não conseguiria sobreviver uma luta contra o tempo.

– Meus parabéns! - cumprimentou, abrindo um largo sorriso. - A doutora Kate terá o prazer em cuidar de você. Por que já não marca uma consulta? Tyler poderá tomar conta disso.

– Eu já marquei alguns exames para o final dessa semana. Acho que posso alterá-los para que ela possa me atender, não?

– Claro que sim! Vamos resolver isso já - concordou Tyler, prestativo.

– Obrigada pela sua atenção, doutor  - agradeceu Elena.

– Não precisa agradecer. Estou apenas desempenhando meu papel.

Elena sorriu e observou o médico se afastar. Antes que pudesse ir embora queria ver o namorado para acalmar o coração.

– Vou me despedir de Damon - avisou Elena a Tyler. - Você poderia marcar essa consulta para mim?

– Claro! - respondeu Tyler prontamente.

– Obrigada!

Tyler abraçou a amiga e não se surpreendeu com a maneira com que ela se encolhera em seus braços. Elena sabia que ele sempre estaria ali para ajudá-la, mas o que estava acontecendo na sua vida naquele momento, parecia incompreensível a qualquer ser humano. E Tyler era um dos poucos que compreendia o quanto ela estava machucada e do quanto precisava receber qualquer tipo de atenção.

Sem escolha, Tyler a deixou sozinha para que se despedisse de Damon. Ao entrar no quarto, ele já estava em um sono profundo e não se moveu quando ela o beijou nos lábios e sussurrou que o amava.

Ao deixar Damon, ela procurou o foco para voltar para casa. Elena caminhou lentamente até o estacionamento enumerando o que deveria fazer assim que chegasse a casa. Teria que ligar para o atual emprego e pedir demissão e, assim que estivesse em seu quarto, ligaria para o hospital para saber como o namorado estava. O que a apavorava era ter que fazer os exames da sua gravidez sob o olhar inquisidor de Tyler.

Ao entrar no carro, sentiu que iria chorar, mas não o fez. Ligou o rádio e cantarolou algumas músicas até chegar a casa. Seus tios ficaram chocados com seu retorno, mas já que estava oficialmente demitida por parte dela, nada mais justo do que ficar em casa e pensar no que aconteceria a seguir. Não deu nenhuma explicação de imediato e alegou que queria ficar sozinha.

Subiu as escadas e não se surpreendeu ao encontrar Meredith com o que parecia ser alguma assistente para o seu casório. Carregavam revistas de noivas e comentavam de sabores de bolo. Quando ela a avistou, calou-se de imediato. Elena sabia que a irmã temia que ela estragasse alguma coisa e não a culpou por pensar daquela forma. A festa de casamento de Meredith estava prevista para Fevereiro e, até lá, ela tinha muita coisa para organizar. Sentia-se mal por elas não terem uma boa relação. Ela poderia ser a assistente de Meredith e tinha certeza que se divertiria à beça.

A sensação de fazer parte de um casamento fez Elena lembrar-se de Bonnie. Ao olhar mais uma vez para a revista de noivas na mão da irmã, lembrou-se do casamento da amiga. Tinha receio em ligar para ela, devido ao seu comportamento ridículo. Bonnie e Jeremy subiriam ao altar na primeira semana de Janeiro e, com certeza, os ânimos dela estariam à flor da pele. E Elena não estava ao lado dela para acalmá-la.

As duas irmãs estavam paradas no meio do corredor, se fitando, caladas. Meredith ficou na defensiva quando Elena resolveu se aproximar, e perguntou:

– O que você está fazendo aqui?

– Quero conversar com a minha irmã. Será que isso é possível? - respondeu Elena fazendo-a arregalar os olhos.

Elena nunca fez questão de dividir seus segredos com ela e, intimamente, sabia que tinha parte da culpa por elas terem se afastado. Elas não dividiam mais nada, nem sequer um pacote de bolacha. Mal conseguiam ficar no mesmo espaço por muito tempo sem entrarem em uma discussão.

– Estou com Sarah resolvendo algumas coisas para o meu casamento - disse Meredith em um tom de desprezo. - É muito importante?

– Quando você terminar vá até meu quarto. Quero te contar todos os detalhes que explicarão o porquê estou agindo feito uma maluca.

Elena passou por Meredith e entrou no quarto. Só queria ficar na cama por alguns instantes sem ser incomodada. Se tudo desse certo, essa semana seria a última que ficaria em casa, e queria aproveitar ao máximo a companhia de seus pais e tentar fazer as pazes com a irmã mais velha.


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Notas finais do capítulo

No próximo capitulo... Damon descobre que vai ser pai e mas surpresinhas!