Always At Your Side - Season 2 escrita por Ágatha Geum


Capítulo 14
Uma boa e uma não tão má notícia


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...
Desculpem a demora viu... Tinha postado sabado mais quando vi o nyah tinha dado erro e não postou... Fique possessa de raiva e não deu para mim postar no mesmo dia e ontem fui para uma chácara e estou toda doida de tanto nadar e jogar volei num sol de 40 graus... Aiai... Mais bem consegui postar agora...
Não se preocupem não tem nada no capitulo que seja motivo de minha morte haha...
Obrigada pelos comentários e boa leitura...



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Minutos depois, Stefan e ela entravam na suposta confeitaria. O cheiro convidativo fez o estômago de Elena se agitar de fome. Antes mesmo que pudesse escolher o que comeria, cutucou Stefan pelo ombro, atraindo sua atenção.

– Tem umas garotas bonitas aqui. - ela sussurrou dando uma piscadela logo em seguida.

– E você acha que eu não percebi isso? - Stefan sorriu pomposo, dando uma olhada sedutora para uma morena que estava sentada perto da janela.

– Você é fora de sério.

Stefan estufou o peito, convencido.

– Meu Deus! Você vai virar uma baleia morando aqui - comentou Stefan, inclinando o corpo até a vitrine de doces para analisar se alguma coisa lhe interessava.

– Eu não tenho tendência a ficar uma baleia, Stefan - afirmou Elena, imitando a posição dele. - E mesmo que tivesse, não iria me proibir de comer esses doces que imploram que eu coma-os.

Stefan gargalhou.

– É melhor eu me controlar ou vão criar antipatia por você antes de conhecerem a família Salvatore. Não quero queimar o filme do lindo casal e do meu afilhado antes dele nascer - concluiu Stefan recebendo um olhar fulminante de Elena. - Nem me venha com essa cara, Lena. Você está destinada a ser uma Salvatore.

– Por enquanto, eu sou Gilbert.

– Não por muito tempo - resmungou ele mais para si, atraindo a atenção da morena mais uma vez.

– O que foi que você disse?

– Nada!

Elena endireitou o corpo, cheia de dúvidas com o comportamento de Stefan, passando a mão na barriga. Fazia horas que não comia nada, pois como de costume, expulsara o café da manhã e o almoço de dentro do seu corpo. Olhou ao redor e viu que tinha algumas mesas disponíveis, não estranhando o fraco movimento do lugar no dia de ano novo. Decididos sobre o que queriam pedir, os dois caminharam até o caixa e se depararam com uma garota que abriu um sorriso automático, mostrando uma felicidade falsa de quem fingia que amava o emprego.

– O que desejam?

Os olhos de Elena brilharam. Stefan começou a ficar receoso com a alegria saltitante da morena que ficou na ponta dos pés para olhar melhor a atendente.

– Eu quero dois pedaços de bolo de chocolate, dois brigadeiro, mais um mouse de morango e um café sem açúcar - pediu Elena mordendo o lábio inferior, deixando Stefan abismado.

– Você me pede quilos de doce e exige um café sem açúcar? - Stefan indagou abobalhado.

– Eu pedi café sem açúcar?

– Sim, você pediu.

– Ah! Melhor assim! Minha boca vai estar tão adocicada que nem vou sentir o gosto direito. - Elena deu duas palmadinhas no ombro de Stefan. - Vou procurar um lugar para sentarmos. Aqui, pegue meu pedido, por favor.

– Você é muito folgada!

– Não! Eu sou uma pessoa muito grávida. Não se esqueça disso!

Stefan riu e revirou os olhos ao ver Elena se afastar. Fazia muito tempo que não a via daquele jeito e isso realmente o deixou muito animado. Nunca conseguiu presenciar o lado amoroso e serelepe da morena e curtiu o que via.

Sua atenção logo foi atraída pela moça do caixa e, assim que recebeu o pedido, foi ao encontro de Elena. Estranhou a súbita agitação dela na cadeira, mas preferiu não comentar até que ela tomasse partido em desabafar.

– Você não vai acreditar em quem está aqui. - Elena puxou o mouse de morango e deu uma colherada generosa, ficando com os cantos da boca sujo como se fosse uma criança.

– Quando você me vem com essa, coisa boa é que não é. - Stefan bebericou o chá e fez uma expressão de dor ao queimar a língua. - Merda!

Elena deu mais uma colherada no mouse e começou a fazer ruídos estranhos de quem está realmente se deliciando com a comida.

– Você deveria ter queimado a língua depois que ouvisse o que tenho a dizer. - Elena ergueu as sobrancelhas ao mesmo tempo.

– Quem está aqui? - Stefan olhou para o lado, mas não reconheceu nenhum rosto.

– Seu desafeto número um. - Elena indicou um ponto com a cabeça, logo atrás de Stefan. - Katherine Pierce.

Stefan parou de respirar no mesmo instante que ouviu aquelas palavras. Elena deu uma risada histérica, gostando e muito da expressão dele.

– Como é? - Stefan largou a xícara e limpou os lábios com o guardanapo. - Você está querendo me matar do coração?

– Ela não me viu ainda porque está de costas para nós, mas é só eu gritar que ela vai vir até aqui me cumprimentar.

– Você não faria isso, Lena.

– Duvida?

Stefan não respondeu, pois sabia que Elena não estava de brincadeira. Bastava encarar aqueles olhos brilhando de maldade.

–Elena, por favor, se você chamá-la, ela vai fingir que não te conhece, pois sua companhia sou eu. - Stefan queria muito olhar para trás, mas não conseguiria fazer isso sem ser indiscreto.

– Kath é minha melhor amiga e eu preciso contar as novidades a ela, tolinho. - Elena sorriu de canto, voltando a comer seu mouse com gosto.

– O que diabos ela faz em NY, afinal? E por que não te avisou que estava de volta, já que são tão amigas?

Elena riu com dificuldade, pois estava ocupada mastigando sua guloseima.

– Vai ver ela voltou hoje, ontem, semana passada, sei lá. Se você pudesse vê-la, ficaria superfeliz em saber que ela está acompanhada do seu ex-cunhado.

Uma comichão tomou conta de Stefan, fazendo-o virar para ver Katherine e verificar se a morena não estava zoando com a sua cara. Do ângulo que estava, percebeu que a sua ex-esposa estava do jeito que ele lembrava: cabelos longos e negros com madeixas onduladas. Parecia que ela tinha engordado, mas chegou à conclusão que a visão deturpada era por culpa dos agasalhos que ela vestia.

– Tem certeza que não quer falar com ela? - Elena puxou o café e deu um pequeno gole. De fato, sentiu o líquido doce demais por causa do paladar dominado pelo açúcar.

– Tenho! - respondeu Stefan com firmeza.

– Bom... Isso não quer dizer que eu não queira. - Elena se ajeitou melhor na cadeira, colocando as mãos ao redor da boca. Stefan sabia muito bem o que ela ia fazer, mas nem se esforçou em impedir.

O nome de Katherine ecoou no local como se fosse um alerta, pois todos os clientes se viraram de encontro à voz abafada e alta. A morena girou o corpo imediatamente e, ao encontrar o rosto de Elena, sorriu e foi até ela.

– LENA! AH! QUE SAUDADES!

As duas se abraçaram fortemente e Stefan cronometrou o tempo em que elas se agarravam no meio do recinto. Pareceu uma eternidade.

– Você está linda! - afirmou Elena com um largo sorriso nos lábios.

– E você está gordinha Elena. Apesar de você aparentar magreza. - observou Katherine olhando para a amiga. Ela nem ao menos dera conta que Stefan estava ali, fingindo que não ligava para o que acontecia, atacando um dos bolos de Elena.

– Estive passando por uns problemas por isso perdi um pouco de peso. Mas meu apetite voltou, embora eu coloque toda a comida para fora, minutos depois - contou Elena fazendo uma careta.

– Pera aí! - Katherine meneou a cabeça mostrando sua confusão. - Lena, você está grávida ou doente?

– Eu estou grávida. Hoje, faz três meses e uma semana.

A amiga lhe envolveu em outro abraço aconchegante. Stefan não sabia até quando aguentaria assistir aquela cena.

– Quem é o pai? Josh Smith?

Elena congelou sentindo as bochechas ficarem vermelhas. Stefan não conseguiu se segurar e acabou se engasgando, chamando a atenção de Katherine que mudou seu comportamento da água para vinho.

– Você está grávida do Wesley? – perguntou Katherine abismada e com certo nojo.

– Não, Kath ela está grávida do Damon. O Salvatore lembra-se dele? - respondeu Stefan cheio de ironia.

Katherine levou a mão à boca, horrorizada. Ela ficava fora de NY e, de repente, sua melhor amiga se atraca com Damon Salvatore e fica grávida?

– O Salvatore, Lena? Como isso aconteceu? - perguntou Katherine muito abalada com a informação.

– Você precisa ir me visitar para que eu possa te contar tudo. Poderíamos fazer isso aqui, agora, mas estou praticamente de saída. - lamentou Elena com um meio sorriso. - Mas não se assuste Kath. Damon e eu estamos bem.

– Eu também estou ótimo, obrigado por perguntar. - Stefan entrou de supetão na conversa, lançando seu sorriso maroto para Katherine.

Elena segurou um riso enquanto Katherine e Stefan trocavam um olhar desafiador. Não tinha como não se divertir com aquela cena que a lembrava dos velhos tempos do colegial.

– Pessoal preciso ir me arrumar para encontrar o Damon. Stefan não vai precisar de carona, suponho, porque ele pode muito bem ir de metrô. - Elena lançou um olhar assassino na direção de Stefan, para que ele entendesse que deveria ficar ali. - Então, feliz ano novo, meus amores.

– Pode parando aí, mocinha. - Stefan interviu com uma mão erguida. - Você não vai me deixar aqui com essa assassina.

– Como se eu fosse dar muita atenção para você, né Stefan?

Ao notar que tinha dito o nome do rapaz, Katherine tampou a boca mais uma vez, envergonhada.

– Certos amores nunca morrem. - Stefan afirmou, dando mais uma colherada no bolo de Elena.

– Ei! Esse bolo é meu, Stefan - repreendeu fazendo um grande esforço para transmitir seriedade.

– Grande coisa!

Elena bufou enquanto ainda permanecia naquele fogo cruzado. Stefan e Katherine lembravam os dois adolescentes que se alfinetavam dia e noite, sem trégua. Só de pensar que passou boa parte da sua vida trocando péssimas palavras com Damon, agradeceu por ter deixado aquela fase para trás.

– Eu preciso ir embora, pois Damon vai me levar para algum lugar que não sei ainda - avisou Elena, mais uma vez. Katherine a olhava abismada ainda com a noticia. - E, por favor, conversem. Esse negócio de ficar se cutucando é muito colegial. Estamos próximo há um ano novinho em folha, que tal amadurecer um pouquinho?

Stefan e Katherine trocaram olhares cúmplices e desentendidos.

– Falou a garota superequilibrada que só porque está grávida acha que é uma superadulta - ironizou Stefan voltando a beber seu chá.

– Uau! E falou o garoto que tem medo da ex-mulher, temendo ser capado a qualquer instante ou, pior, descobrir que ainda a ama - retrucou Elena no mesmo tom que Stefan, cheia de classe. Riu internamente ao vê-lo se mover desconfortável na cadeira. - Se você não quiser que eu queime seu filme com seu melhor amigo, trate de se desculpar com a minha amiga. Deixa de ser um bunda mole!

Elena empinou o nariz, mas antes de sair, pegou o pedaço de bolo intocado e ajeitou a bolsa nos ombros.

– Lena, você realmente não está fazendo isso. Estou com Dylan. - Katherine estava desesperada. Não podia acreditar que a visita inocente ao irmão se tornou uma ponte para enfrentar seu ex-marido.

– Se quiser, ele pode passear comigo, mas não garanto que ele vá sobreviver. Por ser o seu irmão mais velho, ele vai querer me jogar pela janela do carro, claro - alertou Elena, calmamente.

– Elena e suas ideias geniais - comentou Stefan terminando de comer o pedaço de bolo que a morena deixara.

Katherine e Stefan não fizeram menção que estavam dispostos a conversar e Elena olhou de um para o outro, desacreditada.

– Mas que droga, o que custa vocês conversarem? - a indagou, emburrada.

Stefan e Katherine trocaram olhares novamente, mas nada disseram. Por um lado, Elena tinha razão. Os dois não conversaram durante o ano inteiro e deviam muitas desculpas um ao outro. Era doloroso para Katherine olhar para o homem que jurava que não amava mais, sentindo o peito arfar só de se ver mergulhada naqueles olhos verdes, que sempre gostou de apreciar.

– Okey! Nós iremos conversar. - se convenceu Katherine para espanto de Stefan. - Mas não espere nenhuma coisa positiva.

– Contanto que vocês conversem e se resolvam... Tudo bem que iria achar um máximo ver o Stefan sair daqui com um olho roxo - disse Elena, despreocupada, arrancando uma careta do rapaz. - Qualquer coisa me ligue Stefan. Se ainda der tempo, venho te buscar. Amigos são para essas coisas.

– Você não sabe o quanto é uma gracinha, Elena.

Elena se despediu de Katherine com mais um abraço que pareceu ter durado horas. Trocaram telefones e a morena ficou feliz em saber que a amiga ainda morava no mesmo endereço. Com uma expressão divertida, a jovem também se despediu de Stefan, recebendo aquele olhar atravessado que conhecia muito bem.

Sem demora, ela saiu da confeitaria se deliciando com o bolo de chocolate que Stefan não tocara. Lambuzava os dedos e a boca sem se importar com o que pensariam dela. Fazia muito tempo que não se sentia livre e queria apreciar cada momento daquele último dia do ano. Uma página da sua vida ficaria para trás, mas isso não queria dizer que ela seria esquecida. Elena sabia que tinha aprendido muitas coisas em poucos meses e que conseguiu amadurecer por meio delas. Desde que se envolvera com Damon, os dias eram cheio de novidades, espantando-a de maneiras distintas. Dando-lhe sensações que a impulsionaram ao limite. Sentia orgulho por ter resistido e aguentado ao lado do namorado.

Ao entrar no carro, limpou as mãos na calça. Pegou as chaves e ligou o motor, rumando para a casa dos tios, sem muita pressa. Agora que estava sozinha, podia apreciar as pessoas, as ruas, as estruturas dos prédios, algo que nunca deu a atenção devida. O lado maternal que florescia dentro dela, a deixava mais sensível, mais chorona. Ela morava em um lugar lindo e nada mais justo do que lhe dar um pouco de crédito e ver a sua beleza de um ângulo novo. Ao contornar uma esquina, viu um casal de gêmeos correndo, segurando balões. Os pais estavam abraçados atrás deles, atenciosos para que não caíssem no chão que, embora sem neve, continuava escorregadio. Ela se viu ao lado de Damon naquela cena e não controlou um suspiro.

Parando em um sinal vermelho, ela sorriu para uma delas. Era um garotinho e Elena lembrou-se das confissões de Damon sobre o bebê ser do sexo masculino. Menina ou menino, ela não se importava, aquela criança seria amada do mesmo jeito. Automaticamente, ela pousou a mão sobre a barriga e a acariciou. Ergueu o olhar para a rua e viu que o menininho não estava mais lá. A ausência dele não a impediu que sorrisse. Apesar do grande número de pesares, a felicidade a consumia por inteiro.

Voltando a dirigir, a morena consultou o relógio. O tempo parecia ter acelerado, pois os ponteiros já passavam das seis horas. Ela teria que correr para se arrumar, embora já tivesse em mente o que usaria. Ao estacionar na frente da casa dos pais, desejou e muito que Katherine e Stefan não tivessem se matado. Eles precisavam se entender. Por encargo de consciência, resolveu mandar uma mensagem para o rapaz, esperando que ele não a odiasse tanto por ter sido a única sensata daquele encontro por acaso.

Ao sair do carro, ela cruzou o jardim à procura da chave de casa dentro da bolsa. Colocou-a na fechadura e abriu a porta, não estranhando a falta de barulho. Esgueirou-se pela sala e viu seu tio na poltrona costumeira, tirando o que ele considerava ser o cochilo da tarde. Preferiu não incomodá-lo e subiu as escadas até seu quarto, sorrateiramente. Precisava tomar um banho e tirar aquela roupa toda suja de chocolate.

Antes que pudesse levar o plano em prática, parecia que a irmã a esperava, pois surgiu no meio do corredor, ansiosa. Ela estava coberta com uma toalha, com os cabelos muito molhados e segurava dois vestidos, um em cada mão.

– Pensei que fosse a titia - disse Meredith lançando um olhar perdido para a irmã. - Qual desses dois eu visto?

A morena encarou os dois vestidos nas mãos da irmã a e escondeu um riso. Os dois eram muito feios, denunciando como a irmã tinha certo mau gosto para roupas.

– Use o rosa - respondeu Elena, considerando a peça de roupa menos pior. - Combina mais com você.

– Ok! – Meredith olhou para o vestido rosa, convencida de que deveria usá-lo. - Cabelo preso ou solto?

– Solto! Gosto das suas madeixas loiras ao vento.

Meredith sorriu, sentindo-se mais segura.

– Estou apavorada com a ideia de passar a virada do ano com a família do Paul. Digamos que minha sogra não é muito adorável.

– Bem-vinda ao clube de sogras malditas e megeras. - Elena vibrou, divertida. - Mas acho que está para nascer alguém pior que Elisabeth Salvatore.

As duas compartilharam um riso e Elena notou que a irmã parecia mais relaxada.

– Você vai mesmo passar a virada com Damon?

– Vou sim, mas nem sei aonde. Ele está criando um suspense sobre isso. -Elena enrugou a testa. Ainda temia com a ideia que estava fixa na cabeça do namorado.

– Ok! Se não nos falarmos, feliz ano novo.

– Feliz ano novo, Mary!

As duas se abraçaram rapidamente por causa do corpo molhado de Meredith. Livre dos braços da irmã, a morena entrou no seu quarto e jogou a bolsa na cama. Foi até o guarda-roupa e tirou o que pretendia usar no encontro com Damon. Queria que estivesse um pouco mais quente para arriscar um vestido, mas ela era friorenta e sabia que voltaria para casa parecendo um cubo de gelo.

Ela passou um bom tempo no chuveiro, curtindo a água quente que batia nas suas costas. Lavou os cabelos morenos, cuidadosamente, e terminou sua higiene. Ao sair do banho, partiu para o quarto, enrolada em um roupão que sua tia se incumbira em dar a ela e sentou na cadeira em frente ao espelho da penteadeira. Elena deu uma boa olhada no seu reflexo e ficou contente em se ver um pouco corada. Não estava tão abatida e suas olheiras estavam suavizadas devido às boas noites de sono que estava tendo. Deveria aproveitar o máximo que podia para dormir, pois mais para frente pregar os olhos seria artigo de luxo.

Calmamente, ela abriu uma das gavetas e pegou a escova de cabelo. Passou pelos fios molhados, percebendo que ele passava de sua cintura. Gostou de vê-lo assim, mas notou que precisava de um corte para que ficasse mais bonito. Cuidadosamente, ela pousou a escova sobre a penteadeira e voltou-se para a segunda gaveta. Lá estavam seus estojos de maquiagem, alguns intocáveis. Era estranho voltar a cuidar de si depois de enfrentar tantos problemas que quase a fizeram enlouquecer. Resolveu seguir os conselhos da tia, que implorava para que ela voltasse a se arrumar como antes. Não era porque Elena seria mãe, que deveria andar descuidada, lembrou dando um riso baixo.

Arrumando os estojos sob a penteadeira para começar a se aprontar, Elena foi atraída pelo barulho abafado do celular que estava dentro da bolsa. Correu até ele e deu um pequeno pulo ao ver o nome de Damon no visor.

– Oi, meu amor!

A voz dele estava dócil o que a tranquilizou. Pelo visto, ele tinha passado a tarde inteira no hospital conversando com seu médico e sentiu uma ponta de alívio ao perceber que o namorado parecia bem humorado.

– Own! Como você é lindo!

Elena escutou a risada de Damon do outro lado da linha e sentiu saudades do namorado. Não via a hora de revê-lo.

– E pontual! - completou Damon ainda rindo. - Você está livre das garras do Stefan?

– Sim, estou - respondeu Elena se sentando na cama. Damon sabia que ela tinha saído com o melhor amigo dele, mas não imaginava onde foram. - Você acabou de interromper meu momento de beleza.

– Hmm... Então quer dizer que você estava se arrumando para me ver?

– Exatamente! Não posso sair bagunçada ao seu lado. Ainda tenho concorrência para enfrentar.

– Bobinha! - disse Damon, carinhosamente. - Tem como você abrir a porta para mim?

A morena se levantou no mesmo instante. Da sua janela reconheceu o carro de Damon com os faróis apagados. Notou que uma fina garoa começava a cair e praguejou baixo.

– Eu não estou decente para te receber, Dam - avisou Elena entre risos. - Nem Meredith.

– Quer dizer que cheguei ao antro das mulheres peladas? Gosto assim!

– Idiota! - exclamou a morena, brincalhona. - Espere aí, já estou descendo.

Elena desligou o celular e o largou na cama. Calçou as pantufas e desceu a escada ansiosa para rever Damon. Seu pai continuava imóvel na poltrona quando ela cruzou o corredor e abrira a porta. Deu um passo para trás, tomada pelo susto, ao dar de cara com um buquê de rosas vermelhas. Encabulada, ergueu o olhar e deu de cara com a expressão de bobo apaixonado do namorado.

– E eu trouxe chocolate - incrementou-o, estendendo a caixa para ela.

– Você é muito besta mesmo. - Elena pegou o buquê e a caixa de bombom. Esticou o corpo na direção de Damon e tocou seus lábios, beijando-o gentilmente. - Obrigada, são lindas!

– Eu ia comprar lírios, mas achei muito clichê.

– Dam, eu não aguento mais ganhar lírios - afirmou ela, deixando o namorado entrar na casa.

– Bom saber! - ele deu um beijo na bochecha dela. Olhou para os lados à procura de alguém da família Gilbert enquanto tirava o pesado casaco. - Cadê seus tios?

– Meu tio está na poltrona tirando um ronco e minha tia não sei dizer. Deve ter ido comprar alguma coisa para eles dois comerem mais tarde. - Elena pegou uma mão de Damon e começou a subir as escadas.

– Eles vão ficar sozinhos? - perguntou Damon passando um braço pelo ombro da namorada.

– Com a vizinhança - corrigiu Elena entrando no quarto e fechando a porta, assim que Damon entrara. Delicadamente, colocou o buquê e a caixa de bombom sobre a cama. - Minha tia adora confraternizações.

Damon sorriu e foi até ela. E deu outro beijo nos lábios, com um pouco mais de intensidade.

– O que eu faço com a minha namorada vestida só com esse roupão? - perguntou ele, com a voz baixa, segurando o cordão que amarrava a única veste de Elena.

– Você não vai mesmo tentar me despir na minha própria casa, certo?

– Eu lembro que já tivemos um breve amasso nessa cama. - Damon ergueu uma sobrancelha dando um sorriso travesso. - E seus tios estavam em casa.

– Dam, agora não.

Elena lhe deu um rápido selinho e voltou a se sentar de frente para o espelho. Sabia que se Damon investisse contra ela, cederia. Não podia se dar ao luxo de fazer amor com o namorado embaixo do nariz dos tios. Era brincar demais com a sorte.

– Tudo bem! Depois vamos para minha casa e resolvemos isso.

A morena viu o sorriso dele pelo espelho e retribuiu o gesto.

– Então, como foi à conversa com seu médico?

Damon se moveu de maneira a ficar mais perto da namorada.

– Hmm... Eu tenho uma notícia, mas não sei se você vai gostar muito.

Elena desistiu de vasculhar o porta joias à procura de um brinco decente. Ao olhar para o namorado pelo espelho, não conseguiu disfarçar a expressão de espanto e os olhos arregalados.

– O que ele disse? - perguntou ela com a voz trêmula.

Damon puxou uma mão de Elena e a acariciou calmamente.

– Dam, não faça suspense. Você sabe que eu não gosto quando faz isso. - Elena virou-se para ele, apreensiva.

– Eu estou pensando nas melhores palavras para te dizer isso.

A morena respirou fundo sentindo as costelas doerem.

– Olhe, eu te disse que era contra sua visita ao hospital. Hoje é um dia importante, Damon. Se você vai me dizer uma coisa ruim, não diga, por favor. Não quero remeter a véspera do ano novo atrelada para sempre ao que me contará.

– Você é muito dramática - Damon largou a mão dela entre risos. - Se for algo razoável, você vai querer ouvir?

– Se for um razoável positivo, não vejo problemas. - Elena deu de ombros, voltando a caçar um par de brincos.

– Lena, olhe para mim - pediu Damon com autoridade.

Ela suspirou e girou o corpo de volta para Damon. A morena percebeu o olhar intenso do namorado e sentiu os pulmões se contraindo, impedindo-a de respirar direito.

– Dr. Antony não queria abrir os resultados dos meus exames. Você sabe muito bem que isso estava me tirando o sono.

– E por que adiantar tudo assim? Nós temos um encontro, Damon. - Elena disse, aborrecida. - Pode soar egoísta para você, mas o doutor avisou que os resultados seriam confirmados no mês que vem. E se a notícia fosse ruim?

– Eu não iria te dizer. - Damon respondeu, simplesmente.

– Como se você fosse mestre em esconder as coisas de mim. - Elena tamborilou os dedos na penteadeira, impaciente.

– Lena, amanhã é mês que vem. - Damon retrucou na defensiva. - E eu não conseguiria esperar mais tempo.

Elena alisou a testa nervosamente. Ficar à beira dos nervos não adiantaria em muita coisa. Resolveu fixar seus pensamentos na voz agradável de Damon ao telefone, lhe dando a sensação de que tudo estava bem.

– Certo! Desculpe-me! - Elena segurou as duas mãos de Damon, se tranquilizando. - Quais foram os resultados?

Damon se esgueirou e ficou sentado na ponta da cama diminuindo o espaço entre ele e a namorada.

– A doença entrou em remissão.

Elena ficou em pé no mesmo instante, levando as duas mãos à boca.

– Não! Não! Ah! Meu Deus! - ela estava em pânico e seu corpo começou a ficar bambo. Damon ficou em pé para acudir a namorada que parecia ter levado um choque elétrico.

– Hey, é uma boa notícia. - Damon a segurou pelos ombros, sacudindo-a de leve. Elena parecia ter saído de órbita. - Hey, amor, fala comigo.

A garganta da morena se fechou dando-lhe a sensação que sufocaria a qualquer momento. Seus olhos começaram a queimar e ela logo percebeu que lágrimas nervosas estavam prestes a rolarem por seu rosto. Seu cérebro dera um estalido, fazendo-a se jogar nos braços de Damon, cobrindo seu rosto com beijos carinhosos enquanto controlava uma risada nervosa, que saia aos poucos dos seus lábios.

– Ah! Meu Deus! - as duas mãos dela seguravam o rosto do namorado que sorria. - Meu Deus!

– Se acalme! - pediu Damon acariciando a bochecha de Elena. Seu rosto inteiro tinha ficado vermelho.

– Eu estou eufórica, não sei como reagir. - ela voltou a abraçá-lo mais forte, sentindo o coração dele bater. - Oh! Dam! Como você pode fazer suspense sobre isso? Quer mesmo me matar? E como pode afirmar que é uma notícia razoável? Como você é besta, Dam.

Elena se afastou dele. Pela primeira vez, depois de muito tempo, Damon viu aqueles olhos que tanto amava brilharem com uma alegria que o contagiou por inteiro.

– A informação é razoável, Lena. - Damon disse, calmamente. - O que virá a seguir é muito mais complicado se comparado a quimo e a radio que vinha enfrentando.

– Como assim? - perguntou a morena desentendida. Parou no mesmo instante de se agitar, eufórica.

Damon puxou a namorada pondo-a para sentar ao seu lado. Colocou o cérebro para funcionar a fim de lembrar o que Antony tinha lhe dito sobre seu estado de remissão.

– Minha doença está controlada e meu caso para transplante de medula foi levada ao Comitê de Ética do hospital. Ele foi aprovado! - Damon respirou fundo tentando manter a ordem dos pensamentos. - Antony disse que os resultados estariam prontos em janeiro só para preparar tudo e me contar depois. Ele não queria conversar e apresentar fragmentos do meu atual estado de saúde. Lena, eu teria infartado se continuasse como um cego em um tiroteio sobre minha situação.

Elena sorriu. Um sorriso nervoso.

– Eu vou ter que me preparar para o transplante, mas só quando eu tiver um doador - ele continuou tendo toda a atenção da namorada. - E esse doador provavelmente é da minha família. Pelas probabilidades, os mais próximos são meu pai e minha mãe, mas a chance é mínima deles me salvarem. E eu não tenho um irmão, o que seria uma chance maior.

– Então, isso quer dizer que teremos que tocar a campainha dos seus pais? - perguntou Elena, desgostosa. Só de lembrar-se de Elisabeth e Stevan tinha vontade de vomitar.

– Antony me deu a opção dos bancos de medula óssea, mas pode demorar. E temos nossos amigos que podem fazer o teste de compatibilidade. Vai que Stefan é meu salvador.

Elena estalou os dedos não muito convencida.

– E, se demorar, o que acontece?

– Eu vou ter que continuar me tratando, Lena. Daquele mesmo jeito para manter a doença como está.

A morena ficou em pé e foi até a janela. A garoa tinha parado deixando um frio com direito a uma ventania de ranger os dentes. Com um pouco mais de força que o necessário, ela fechou o vidro e cerrou as cortinas, criando um estrondo que fez Damon dar um sobressalto.

– Vamos falar com seus pais - decidiu ela, virando-se para Damon. Ela se apoiou no batente da janela, cruzando os braços. - E pediremos para todos que conhecemos fazer o teste de compatibilidade.

– Lena...

– Damon, você precisa dos seus pais, mesmo contra a nossa vontade, e temos nossos verdadeiros amigos para nos dar uma força. Mas agora, Elisabeth e Stevan são prioridades. Fim!

– Podemos esperar Lena.

– Damon, já chega! - ela ergueu a mão em negação. - Você lutou até aqui e não vai empacar sua vida só porque seus pais não saíram da creche para cuidar de você. Eu falo com eles, sozinha, se quiser. Eles vão ter que fazer os exames e, se um deles for compatível, terão que doar. Ponto final!

O caso parecia mais do que decidido. Elena cruzou o quarto e pegou suas roupas. As vestiu com certa brutalidade, sem se importar com o olhar perdido de Damon. Em questão de segundos, ela voltou para a penteadeira e começou a se maquiar com cores leves. Não queria parecer uma gótica com a cara toda borrada, caso voltasse a chover.

Roupa Elena: (É a primeira)

– Eu te amo, sabia?

Elena abaixou o pincel do blush e olhou para o namorado.

– Eu te amo também. - ela respondeu amavelmente, dando um sorriso de canto. - Tudo vai dar certo, Dam.

– Eu adoro quando você se agarra a um pensamento positivo. Isso aumenta a minha fé.

– Por isso estamos juntos. Você sempre precisou de mim.

Ela esticou o corpo e deu um beijo na ponta do nariz do namorado.

– Não se arrume tanto, vou ficar com ciúmes.

– Eu já estou pronta se quer saber - avisou Elena colocando os brincos na orelha. - Estou bonitinha?

– Bonitinha é apelido. Você está linda. - ele suspirou ao olhá-la. - Vamos?

– Vamos! Estou louca para saber aonde você vai me levar - disse Elena voltando a ficar empolgada.

Ela o abraçou apertado sabendo que falar com os pais dele era a coisa certa a se fazer. O ano mal começaria e eles estariam mergulhados em uma nova batalha que aparentava ser muito mais intensa que a anterior. Elena deveria se preparar psicologicamente para conversar com Stevan e Elisabeth, pois sabia que perderia as estribeiras muito facilmente.

Desde o Natal, Elisabeth nunca mais ocupou seus pensamentos, se tornando uma memória descartada. Agora, a mulher emergiu da sua mente e Elena só conseguia vislumbrar o sorriso prepotente que a tirava do sério. Apertando os olhos, a imagem da mãe de Damon desvaneceu. Eles tinham vencido a primeira parte daquela luta e a morena faria de tudo para que eles continuassem a ter força o suficiente para enfrentar a próxima.

Essa foi a sua única promessa de ano novo.

Continua...



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Notas finais do capítulo

Caso a imagem da roupa de Elena não apareça é esse o link:
http://todaperfeita.com.br/wp-content/uploads/2012/07/dicas-de-moda-para-gr%C3%A1vidas-3.jpg
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Despedida de Bonnie e Jeremy se aproxima... Posto ainda hoje... E o próximo capitulo as Delena piram... Haha... Bom o Stefan deixou uma pista já... O próximo capitulo é enorme e depois dele os capítulos tendem a ser menores...