As Três Faces Da Pirâmide escrita por superieronic


Capítulo 2
Capítulo 2: With your head high, don't look back.




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*N/Gabs: Aqui, o narrador é observador, então vai narrar de ambas as perspectivas (no caso, a do Gerard, a do pai dele, a da mãe dele, a de Mikey e a de Elena. Quando não houver nenhum colchete ([]) no início do capítulo, é porque não tem um personagem narrando, certo? Vou calar meus dedos e vamos ao capítulo!*

Gerard chorava doído, deitado em sua cama; largado, regeitado. Seu jeito colocado de lado, de escanteio. Seu pai, bruto, idiota, e completamente sem escrúpulos ou qualquer delicadeza. Ele não tinha noção do quanto aquilo o machucava. Aquele jeito idiota de dizer que o filho estava sendo gay, e que não era coisa de HOMEM fazer desenhos e inventar estórias. É, Gerard sofria nas mãos de Donald, e ele não tinha culpa. O pai, queria um filho macho, e por isso, não dava liberdade aos filhos, por isso, antes de Gerard se mudar, ele queimara todos seus desenhos e roteiros para sua HQ. Escondera os materiais de desenhos do filho, e suas poesias no armário de seu escritório.

Gerard vira seus trabalhos sendo consumidos pelo fogo, sem poder fazer nada, a não ser chorar silenciosamente, enquanto o homem berrava palavrões ao filho, que não prestava atenção, ou pelo menos tentava não prestar.

– Filho... - Chamou Donna a porta, batendo duas vezes de leve. Ouvira o filho chorar a noite toda, e sabia que ele não tinha dormido a noite toda. - Vamos para Jersey? Suas malas já estão no carro, querido. - Ela disse e recebeu um 'aham' arrastado e resmungado, com a voz nasalada de Gerard. Way levantou da cama, enfiou seus chinelos e esfregou o rosto.

– Vida nova, ano novo... Escola nova - Sussurrou pra si mesmo e fez uma careta. Olhou-se no espelho e bagunçou os cabelos. Lavou o rosto e escovou os dentes. Dormira de calça jeans e camiseta branca, e por isso, não iria se trocar. Saiu do banheiro e foi ao quarto novamente, caçando uma meia na gaveta para colocar com o All Star surrado que o esperava. Assim que o fez, pegou a jaqueta de couro, fechou a porta atrás de si, e saiu rumo a cozinha, onde Donna estava.

– Mãe... Está pronta? - Disse o moreno na porta da cozinha. Olhou a mãe apoiada na pia, e ao que parecia, ela chorava. Donna era sensível demais quando o assunto era seus filhos Gerard e Mikey.

– Mãe, a senhora está chorando? - Disse Gerard se postando apressado ao lado da senhora loira, que derramava lágrimas silenciosas. A mulher sorriu tristemente e espantou duas lágrimas das bochechas com os dedos.

– Não é nada, Gerard querido. - Disse com a voz baixa e embargada pela tristeza de ver o filho sofrer por conta do marido.

– Como não é nada? Óh, mamãe... - Gerard disse abraçando a mãe, que retribuiu e escondeu a cabeça sem seu peito, desabando em lágrimas, fazendo com que Gerard chorasse em silêncio também. Ele sabia que estava sendo difícil para a Donna toda a discussão e a decisão da... separação. Sim, seus pais, o casal que ele considerava indestrutível, não ia existir mais. E Donna sofria com isso, porque sabia, que o marido ia expalhar para Deus e o mundo que a culpa foi dela, que não sabia segurar um homem.

– Gerard, eu acho que não vou conseguir...

– Claro que vai! A senhora é uma mulher forte, e sabe que vovó Elena vai estar sempre do seu lado, sim? - Disse tentando confortar a mãe que ainda estava em prantos. Ela assentiu com a cabeça e fungou. Gerard, por uns instantes, sentiu-se como um pai, um protetor. Não queria que nada acontecesse com a mãe dele, e queria protegê-la sempre. Donna respirou fundo e enxugou o rosto.

– Vamos, suas malas estão no carro, querido. - Disse dando um sorriso fraco. Gerard só acenou com a cabeça e deixou que a mãe fosse na frente. Verificou pela décima vez se tinha pego seus remédios, e deu um suspiro aliviado quando viu que tinha. Vestiu a jaqueta e saiu atrás da mãe, que o esperava na sala.

"Pronto para uma vida nova, certo? Um novo Gerard"

***

Gerard desabou de sono no banco de trás, enquanto sua mãe cantava em plenos pulmões In These Arms do Bon Jovi. Não pode ouvir a mãe berrando as notas mais agudas, e rir com isso. Estava cansado, por ter chorado a noite toda e não dormido nada. E sabia bem que quando chegasse até a casa de Elena, teria que ir até a escola, e teria que ajudá-la com alguns desenhos. O que era bom, porque não estava sob os olhos severos do pai, que iria podá-lo a qualquer manifestação artística.

– Filho... - Disse Donna, chacoalhando o garoto de leve, fazendo com que ele abrisse os olhos e revelassem seus olhos verdes. Estavam mais verdes que o normal, por ele ter chorado. Donna nunca tinha reparado como seu filho era lindo.

– Chegamos. - disse em voz baixa, batendo de leve na coxa dele, o que o fez rir.

Gerard se levantou devagar e franziu os olhos para a claridade. Um vento frio atingiu seu rosto, e ele olhou pro lado. Ouviu uma risada gostosa e tentou achar de onde vinha o som. Era uma garota. Pequena, cabelos castanhos. Tinha estilo. Estava ao lado de um garoto não tão grande, só um pouco maior que ela. Estavam de mãos dadas. Ela sorria pra algo que ele tinha acabado de dizer, e depois, ambos riram.

– Bonita... - Gerard sussurrou ao ver a garota virando a esquina.

– O que disse, Gerard? - Perguntou Donna ao ver a expressão abobada do filho.

– Érm.. A senhora está muito bonita, m-mãe. - Disse travando um pouco e corando depois.

Sua avó, Elena, vira a cena do neto contemplando Gabriella Bryar. Era a garota que a ajudava com os desenhos de sua venda de garagem, e também, tocava para ela quando a visitava, que era regular. Era uma menina boa e prestativa. Elena se moveu feito um gato, e se postou atrás do neto.

– Eu vi você olhando para Gabriella. - Ela sussurrou e deu uma gargalhada quando Gerard se virou para ela assustado e rubro.

– C-como assim, vovó? Eu não.. O nome dela é Gabriella? - Disse atrapalhado, o que fez Donna e Elena rirem juntas.

– Sim... Ela se chama Gabriella. E aquele garoto ao lado dela que passou, é Frank, seu namorado, digamos assim. Os dois são pessoas muito boas, e tem o irmão dela, e o amigo de ambos também; Bob Bryar e Ray Toro. Os Bryar vieram de Chicago, faz uns dois anos... Você irá conhecer Gabriella logo logo. Quem sabe, até hoje... - Elena sorriu de lado e se virou para Donna, que fechava o porta-malas. Gerard decidiu levar suas malas pra dentro, assim não ouvia o que sua avó e sua mãe falavam. Subiu pro quarto e largou as malas ao chão.

"Mas que coisa. Porque tão linda?" - Pensou ele enquanto entrava no banheiro e fechava a porta, se despindo para um banho antes de se aprontar para ajudar Elena com suas coisas.


[Gabriella]

Depois de algumas aulas, que passaram por mim e Frank feito um raio, finalmente, o intervalo nos deu sua benção, e eu pude suspirar aliviada, já que enquanto esses idiotas ficam na escola, eu vou pra casa do Frank.

– Vamos avisar seu irmão?

– Pra que? Bob não liga mais. Ainda mais no começo das aulas. Ele e Ray vão ficar é secando essas cocotas da escola. - Revirei os olhos e Frankie riu, enquanto passava seu braço por minha cintura, me puxando pra perto.

– Assim é bom. Olha só, o céu brilha, e minha namorada está linda.. vai ficar ainda mais na minha cama. - sussurrou em meu ouvido, me arrancando arrepios e me fazendo rir baixinho.

– Hm, que tentador...

– Eu sei que sou uma delícia. Eu gargalhei alto.

Chegamos no campo de futebol, onde o muro era mais baixo, e também, mais próximo da casa de Frank.

Iero jogou nossas bolsas primeiro, me pegou pela cintura. Eu me sentei no muro e esperei Frank fazer o mesmo. quando ele o fez, nós pulamos juntos. Quando pegamos nossas bolsas, ouvimos um berro de alguém de dentro da escola.

– FRANK ANTHONY IERO! GABRIELLA MARIE BRYAR, VOLTEM AQUI! - era Samantha, a inspetora mais chata de toda Belleville High School.

*n/Gabs: Coloque para tocar que fica mais emocionante HAHA http://www.youtube.com/watch?v=PhUJdLakxZY *

– CORRE QUE FODEU! - Eu berrei. Frank pegou na minha mão e saiu em disparada. Eu não consegui não rir. Frank gargalhava enquanto virávamos a esquina de sua casa.

– Isso foi, muito... Legal. - Eu disse ofegante enquanto me encostava na cerca da casa dos Iero.

– Pronta pra ficar mais ofegante que isso? - Perguntou-me Frank com um olhar safado. Dei uma risada e ele me pegou no colo.

– Estou considerando isso como um sim. - Sussurrou em meu ouvido enquanto me levava pra dentro. Ui, que manhã mais maravilhosa.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e até a próxima
Beijocas
Gabs
xx



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