[Frank]

Ah, começo do ano... Eu amo essa época, e vocês sabem porque? Alunos novos! Carne nova para eu e minha querida "gangue" zoarmos. Não tem coisa melhor que isso. Além de ver minha namorada/melhor amiga todos os dias, e poder me encontrar nos corredores com ela para... Bem, vocês sabem, certo? Que Bob não me escute, mas Gabriella Bryar era linda, maravilhosa e obviamente, muito gostosa. Não tinha nada a ver com o irmão: tinha olhos castanhos esverdeados, o cabelo quase ruivo com pontas bem pretas, a pele branca... E sem deixar de comentar o estilo dela, que, pelo amor de Deus. Se não usava skinys (na maior parte das vezes, rasgadas), usava saia e meia arrastão, com coturnos ou all star. Suas milhares de camisas de banda e suas jaquetas e coletes. Falando na minha Gabs, olha ela ali.

– E ai gata? Você é tão gostosa... Pena que eu já tenho uma namorada. - Fiz biquinho o que fez ela rir.

– Mas ela nem está aqui, poxa. - Ela projetou os lábios pra frente, fazendo um pequeno bico nos lábios desenhados, enquanto suas mãos enroscavam em meus cabelos, e ela se aproximava devagar, fazendo daquilo, para quem via, uma dança muito, muito sensual. Podia dizer que estávamos dançando tango, até.

– Sim, mas... O irmão da minha namorada está aqui, então não rola. - eu disse em um tom brando e ela gargalhou, pondo a cabeça pra trás, dando uma gargalhada gostosa, e ficando corada nas bochechas. E eu nem pude comentar, mas cara... A minha namorada estava bem gostosa. Muito gostosa. Até demais. Ela estava usando uma regata preta e branca, listrada em linhas horizontais por baixo, e por cima, uma blusa de ombro caído do Nirvana, com uma skinny jeans rasgada e um all star preto surrado de cano médio por cima.

– Como se Bob Bryar fosse amendrontador. - ela revirou os olhos e eu mordi sua bochecha.

– Seu irmão me ama, caso contrário, eu estaria morto.

– Não, meu irmão me ama. Por isso ele aceita que você está comigo. - piscou e me roubou um selinho. Okay, ela estava certa, porque essa era a verdade.

– Nossa, então eu sou um agregado sem querer? - perguntei em falsa indignação, o que a fez rir.

– Use seus lábios para fazer algo que preste, Iero. - Ela resmungou com os lábios colados aos meus e eu ri baixo e ronronei depois.

– Sim, madame. Fui faminto em seus lábios, iniciando um beijo lento, porém quente. Muito, muito quente. Eu a puxava pra perto, tentando fundir nossos corpos em um só. Sentia minha animação crescendo e e tentava trazê-la pra mais perto ainda, até que...

– ARRUMEM UM QUARTO, OW! - Ray e Bob gritaram ao mesmo tempo e Gabs se assustou, dando um pulo pra trás e corando depois.

– Filhos da puta... - ela sussurrou enquanto eu ria, e pegava sua bolsa.

[Gabriella]

Era só eu no palco. Só eu e as luzes, e na plateia, somente um garoto. Ele me observava, aqueles olhos enormes, verdes e expressivos. As mãos, longas e brancas, passseando sobre os cabelos negros e sedosos. Ele sorria. Um sorriso angelical e infantil, que me encantou. "Um anjo?" Não... Um garoto. Somente um garoto. Nossos olhares fixos, minha respiração descompassada, e ele ofegante. "Estaríamos fazendo... amor com os olhos?" Se isso fosse possível, sim, nós estávamos. Eu não errava nota alguma, e nem olhava para o braço da guitarra. Ao finalizar a música, ele se aproximou perigosamente do palco, e eu me abaixei, soltando um suspiro pesado em sua direção. Ele corou, e deu-me um sorriso. Umideceu os lábios, mordeu o inferior. Eram tão vermelhos e desenhados! Quando foi pegar fôlego para me dizer seu nome... eu acordei com meu relógio despertando.

Summertime invadiu meus ouvidos, e eu respondi a isso com um resmungo. Poxa, eu queria dormir mais! Mas tinha que acordar Bob e essas coisas, etc. Encarei meu reflexo no espelho e fiz uma careta. Argh, odeio segundas-feiras. Peguei a minha roupa e me arrestei para o banheiro. Liguei meu iPod e tocava Amsterdam da banda Anberlin. Liguei o chuveiro e entrei de cabeça, deixando que a água quente me purificasse. Mas.. toda a vez que eu fechava os olhos, eu via aqueles olhos verdes, piscando, relusindo pra mim. Suplicando atenção, me prendendo ali naquelas íris, me fazendo perder uma batida no lado esquerdo do peito.

Quem seria o dono desses dois globos verdes e enormes? Balancei a cabeça e abri meus olhos, e eu vi seu rosto em minha frente. Dei um pequeno pulo pra trás, me assustando. "Wow, estou ficando louca MESMO".

Depois do banho tomado, e já trocada e maquiada, fui ver se Bob já tinha acordado, e como previa, sim, já. Estava no banho, pelo que pude ouvir. Ele berrava uma música qualquer, o que me fez rir ao passar pelo corredor. Esse meu irmão..

Deve estar tocando "air" bateria, expalhando sabão e espuma por todos os cantos.

[Bob]

Levantei com a voz da Gabs. Ela estava falando sozinha? Meu Deus, minha irmã está louca? Nah, deve ser a música, e eu que estou imaginando coisas.

– ARGH SAI DA MINHA CABEÇA! - Ouvi-a berrar.

– GABS? - Chamei e ouvi silêncio. Pausa para a pequena corar.

– B-bob? Acordado já? - Ela disse com a voz um pouco trêmula.

– Sim! Eu já desço aí! - Eu disse. Meu Deus. A minha irmã pirou de vez. Coloquei a primeira roupa que vi largada; uma camiseta preta e uma calça. Enfiei meus ténis e saí rumo a cozinha.

– Bom dia, maninha.

– BOM DIA! Fiz panquecas! - Ela sorriu amarelo apontando para o prato a frente, com uma paqueca coberta de Nutella.

– Eu te amo, Gabriella Marie Bryar! - Eu exaltei e dei a volta na mesa para lhe dar um beijo estalado.

– Até agora tava pensando que eu era louca. - Ela riu. - Eu tive um sonho estranho... Hm. Mas não importa. - Ela balançou a cabeça e tomou um gole do café de sua caneca.

– É? Hm, deve ser um aviso, que nem aquela vez com Ray, que você sonhou como eu ia conhecer ele. - Ri ao lembrar, mas Gabriella ficou branca.

– Eu tinha me esquecido disso, Bob! Oh meu Deus. - Ela murmurrou.

– Porque? Gabs... - Perguntei e ela me cortou.

– Logo saberá. Hm, está boa? - Se referiu às panquecas.

– Claro. - Respondi. Ai, Gabriella. Ai, ai.

[Frank]

Depois de todo aquele escândalo, fomos em direção a nossa terceira aula do dia; Sociolgia, com a professora Miranda. Todos ignoraram a presença dela, até que um garoto alto e meio moreno, com pele bem branca e de óculos, entrou na sala, corando depois que todos olharam pra ele. Gabs me olhou sugestivamente, e eu soltei um risinho baixo. Vamos poder nos divertir.

– Diga seu nome a turma, rapaz. - Disse Miranda com um sorriso de lado no rosto com rugas.

– Meu nome é Michael James Way, e eu vim de New York. P-podem me chamar d-de Mikey. - Ele travou um pouco e ficou bem mais vermelho. Alicia e Lindsay suspiraram do outro lado da sala. Imagino que já estavam sonhando com o garoto novo. Argh, essas meninas não param. Gabs revirou os olhos na direção delas, e pegou na minha mão, em um gesto que poderia ser traduzido desse modo: "vadias, o Frank é meu" e isso foi mais para Nestor, que uma vez, deu em cima de mim na frente de Gabs, que fingiu não ligar na hora, mas comeu meu toco depois.

– Escolhemos a nossa primeira vítima, pelo que vejo.

– E acho que vai ser a única. - Ela bufou. - O time de futebol caiu matando em cima dos nerds novos hoje. Seriam legais pra ficar do nosso lado, mas os brutamontes já os amedrontaram. - revirou os olhos e eu ri.

– Terão novos no meio do ano, você sabe.

– É eu sei. Dei-lhe um sorriso e me inclinei pra beijá-la, e quando o fiz, recebi um pigarro de Miranda. Rimos baixo e eu me virei pra minha mesa, pegando um pedaço de papel e escrevendo: "Minha casa hoje a tarde?" e deixei sobre a mesa dela. Ela deu um resmungo, e pude ouvir seu lápis escrevendo uma grande frase, que por conta de minha anciedade, pareceu um livro de mais de quinhentas páginas.

"Vou ajudar Elena com os desenhos hoje a tarde. Não posso ): Se matarmos aula, quem sabe :3"

Gargalhei e lhe dei um joinha sobre o ombro, tentando prestar atenção nas regras que Miranda falava todo ano enquanto tentava afastar a imagem de Gabriella dançando pra mim só de espartilho... Ui.