All Apologies. escrita por Catarina_Rocks


Capítulo 5
Capítulo 4: Bem-vinda?


Notas iniciais do capítulo

Heeey amores!!!!
Segue mais um cap!!!
Enjoy!



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Quando a porta se abriu, por um segundo eu me esqueci do porquê estava tão apreensiva e desejando tanto que não fosse quem eu pensava que fosse.

“Oh de casa!” A voz estrondosa surgiu e eu não pude deixar de correr em direção á ela.


Capítulo 4: Bem-vinda?


Eram as covinhas.

As covinhas mais doces de toda a terra.

Eu não sei dizer quanta falta delas eu senti, mas assim que eu as vi, não pude me controlar.

Emmett sorria com suas covinhas e eu corri diretamente para aquele cara gigante, que antes podia ser conhecido como meu irmão magricela.

Em um segundo, eu já tinha deixado Masen desajeitadamente no chão e minhas pernas já circundavam a cintura do grandalhão. Eu pulei nele tão rápido que acho que ele não havia nem reparado que era eu. “Certo, porquê tem uma mulher me abraçando, Rose?” O ouvi perguntando enquanto afundava meu rosto em seu peito.

“Sou eu!” Gritei pra ele e então ele me afastou, olhando em meus olhos.

Eu podia ver as duas esferas de seus olhos se arregalarem em entendimento e a boca de meu irmão se abrindo em surpresa.

“Bells?! Minha Bee?! O que... Você... Bella!” Ela gritou me abraçando mais forte e me rodopiando pela sala.

“Emm! Eu não consigo respirar!” Eu gritei extasiada, enquanto os outros nos observavam com sorrisos no rosto.

“VOCÊ VEIO! VOCÊ VOLTOU!” Emmett gritou em meu ouvido e eu me senti mais culpada que nunca.

Minha relação com meu irmão sempre foi a mais próxima possível. Emmett era aquele em que eu mais podia confiar e aquele que sempre estaria ao meu lado, me protegendo e me amando. Quando nossa mãe morreu, prometemos cuidar de Charlie e sermos os melhores filhos possíveis, sempre prezando nossa amizade e respeito.

Mas então eu quebrei aquilo.

Eu me fiz reclusa e insensível quando nosso pai morreu e nós dois ficamos sozinhos no mundo.

No momento, eu me senti segura de que toda a família Cullen estaria com ele, principalmente Rosalie; mas eu sabia que tanto pra ele como pra mim, não havia nada como o ombro de seu irmão de sangue.

E foi com esse pensamento que eu comecei a chorar de novo, mas dessa vez com muito mais força.

“Eu nunca mais vou te deixar.” Sussurrei ao pé de seu ouvido, sentindo soluços fortes.

“Você nunca me deixou,” Ele me pôs no chão e me olhou nos olhos. “eu sempre soube que estaríamos juntos, não importa a distância.”

Sorri apologética e o abracei forte.

“Morri de saudades.” Disse novamente sussurrando, ele assentiu e me disse o mesmo.

“Olhe só pra você,” Emmett me olhou. “é uma mulher já. Você nunca pareceu tanto com a mamãe.”

E então eu chorei mais, porquê não havia jeito de rever meu irmão Emm, sem sentir que perdi uma das melhores coisas da minha vida por longos sete anos.

“De quem é aquela Mercedes na garagem?” Uma voz de veludo surgiu, e seguida dela a figura do homem mais bonito que eu já havia visto.

Eu não estava esperando aquilo.

Não mesmo.

Digo, eu esperava aquilo, mas não daquele jeito tão... de repente.

O homem olhando a todos na sala parou seus olhos em mim, primeiramente confuso, logo após em reconhecimento.

Meu coração crepitou uma batida, minha respiração se acelerou gradativamente e eu sabia que se não respirasse fundo e me acalmasse, minha asma atacaria com vigor.

Mas eu não podia evitar;

Como sempre, eu estava muito consciente da presença dele próxima a mim, eu estava sentindo minhas borboletas no estômago - como sempre acontecia quando eu via, pensava ou lembrava dele.

Quando nossos olhos se conectaram, o clima na sala de estar se alterou instantaneamente.

Ele estava mais... homem.

O formato de seu rosto parecia estar muito mais evidente agora, sua mandíbula era delineada e mais firme. Sua barba rala quase o tornava irreconhecível, se adicionado ao corte de cabelo curto e estranhamente arrumado. Seus olhos continuavam os mesmos; a mesma tonalidade verde infinita e bela, da qual eu poderia me perder por horas a fio.

Ele estava mais alto, mais atlético e mais perfeito.

E mais gostoso também – se eu podia me dar ao direito de pensar nisso.

Tão lindo.

Tão Edward.

Tão meu.

Durante minutos, eu apenas olhei pra ele, mas algo dentro de mim me impulsionou ao meu próximo passo.

Eu saí da frente de Emmett e segui em direção á ele. Eu pude ouvir os suspiros de espanto e surpresa da minha família, mas eu não dei à mínima.

Eu pude notar o olhar paralisado e indecifrável que ele lançava a mim, mas eu não dei a mínima para aquilo também.

Eu apenas fiz o que em todos esses anos, eu sentia vontade de fazer.

Eu apenas fiz o que por tanto tempo não pude fazer e chorava por isso.

Eu o abracei. Com tudo o que eu tinha.

Assim que meus braços circundaram sua cintura, eu me senti, finalmente, em casa.

Eu coloquei toda a minha força, todos os meus sentimentos naquele abraço tentando mostrar a ele como eu estava arrependida, como eu sentia sua falta mais que tudo no mundo. Eu estava levando de volta um milhão de memórias, lembrando de tudo o que passamos, quando o tempo era outro e eu ainda o tinha.

Dessa vez eu não estava chorando.

Eu apenas o trouxe muito próximo a mim e mesmo que ele ainda não estivesse devolvendo o abraço em uma posição imóvel, eu coloquei minha cabeça em seu peito e aspirei fundo.

Ele não tinha mais o cheiro de antes.

Antes ele usava uma colônia de bebês que Esme insistia em presenteá-lo sempre. Ele odiava, mas usava pois não queria magoar sua mãe e porque eu sempre dizia que amava aquele cheiro nele.

Agora ele cheirava a um perfume comum masculino que ainda sim não era o cheiro do meu Edward.

Eu queria ficar nos braços dele, lembrando de tudo entre nós e me sentido tão bem como nunca. Eu queria ficar ali, só sentindo o corpo dele próximo ao meu, mas eu sabia que aquele abraço valia de muito mais coisas e que provavelmente nem ele, nem a noiva dele estavam de acordo com o meu comportamento completamente inadequado.

Então eu me preparei para soltá-lo e sentir os questionamentos, a culpa e as consequências de tudo aquilo.

Mas foi aí quando ele me apertou forte contra ele.

Ele cheirou meu cabelo e eu sabia que ele estava cheirando meu tão banal shampoo de morangos, que eu usava desde pequena.

Eu ouvi seu coração batendo, eu senti cada músculo de seu corpo pressionado contra mim e eu queria como nunca beijá-lo.

Era um pensamento imbecil, logicamente.

Eu estava como antes, trancada em seus braços dando um dane-se para o mundo, me importando apenas conosco e como eu me sentia completa com ele ao meu lado.

Havia bem mais que sete anos perdidos naquele abraço, havia bem mais que um abraço de amigos que não se viam a um bom tempo. Nós estávamos matando as saudades de Bella e Edward.

A Bella e Edward melhores amigos.

A Bella e Edward irmãos.

A Bella e Edward namorados.

A Bella e Edward amantes.

Não sei quanto tempo ficamos abraçados, mas eu ouvi quando Seth pigarreou, duas, três vezes.

Relutante, eu o soltei, mas ainda sim não consegui dizer nada.

Nós apenas nos olhamos, dizendo tudo o que tinha a ser dito, porque nós nos entendíamos assim.

Sempre nos entendemos.

Os olhos dele estavam lacrimejando e eu não sabia se era por raiva, dor ou por saudades – mas parecia como a última vez em que eu havia o visto.

Naquela noite em que ele havia me pedido em casamento e eu tive que lhe dizer não, nós nos olhamos como hoje. Nós sentíamos que havia muitas coisas a serem ditas, mas preferimos nos manter em silêncio, tentando absorver o que estava acontecendo.

Foram incontáveis os minutos em que o silêncio queimava pelas paredes daquela casa e em que todos pareciam esperar um acontecimento épico ou bombástico.

Foi quando ele se recompôs endireitando sua postura e pigarreou, dizendo: “Bem vinda de volta.” No tom mais frio e estranho que eu já havia ouvido vir de seus lábios.

Houve um estalo em minha mente quando eu notei o olhar frio tomando conta de sua face.

Eu devia ter desconfiado, e estava óbvio que seu comportamento comparado ao de Alice, seria infinitamente pior.

Eu juntei cada pedacinho de coragem e falta de vergonha na cara dentro de mim, quando eu reconstruí a compostura e respirei fundo para tentar lhe responder.

“Obrigada.” Eu disse obtendo pouco sucesso ao tentar não soar abalada.

Ele me encarou profundamente, seus olhos me lançando algum tipo de hipnose que não conseguia me deixar pensar direito.

Foi quando a última pessoa que eu não tinha visto passou pela porta, me olhando com alivio e ao mesmo tempo preocupação.

Carlisle, provavelmente, notou o clima estranho no ar e rapidamente sorriu e seguiu em minha direção.

“A filha prodígio a casa torna!” Ele me abraçou com afeto e carinho. “Finalmente, Bella! Pensei que você não viria.”

“Por um longo tempo, eu também pensei.” Eu lhe respondi sorrindo.

Ele passou a me analisar, como sempre fazia e eu sabia que ele estava procurando alguma resposta e verificando se eu estava bem. Só pude lhe transmitir um olhar que dizia que depois eu conversaria com ele. Mas eu já imaginava que ele me repetiria tudo o que disse durante todos os anos passados.

“Senti sua falta, querida.” Ele me disse em tom carinhoso e eu assenti em compreensão.

Carlisle era, longe de dúvidas, a pessoa que eu mais confiava no mundo. Eu nunca senti com ninguém, além do meu pai e Edward, a segurança que eu sentia com ele.

Ele era meu pai. Meu pai de criação, meu pai de coração. Eu via nele sempre que ele conversava comigo, a ligação que eu via com Charlie. Não sei se pelo fato dos dois serem melhores amigos, ou se os dois apenas se pareciam muito, mas meu amor de filha era exatamente igual.

Interrompendo meu quinquagésimo início de choro naquele dia, Esme bateu palmas e seguiu até mim, me envolvendo pelos ombros.

“Agora que nossa família está completa, a Sue vai preparar um jantar delicioso pra comemorar o fato de que nossa Bella Bee voltou!”

Sorri amarelado.

“Não precisa, Même.”

Ela beijou minha bochecha estalado e sorriu como nunca. “Claro que precisa. Até fogos de artifício seriam pouco pra você, minha Bee.”

E eu pude apenas sorrir e acenar um sim. Porquê Esme era uma fodida por ter essa persuasão interior que te fazia pular de um prédio se ela pedisse sorrindo daquele jeito.

A mulher estava linda como o inferno. E quando eu digo linda, eu digo realmente que o Sol estava prestes a explodir através dela. Quero dizer, se eu soubesse que eu faria a melhor pessoa do mundo sorrir dessa forma apenas pela minha humilde presença – eu nunca mesmo teria ido embora.

“Ah, minha linda Bella Smella, não acredito que vou poder recuperar sete anos de zoação perdida!” Emmett se aproximou de mim, pousando seus braços pelos meus ombros, me guiando até o sofá da sala de estar.

Eu o puxei pela cintura e sorri beijando-o estalado na bochecha. “Você pode me zoar o quanto você quiser, Emm. Até disso eu senti falta, sabe.”

“Bella, quando a gente sente falta de algo, nós tentamos nos aproximar e não nos afastar.” Uma Alice-muito-gorda-mesmo-e-absolutamente-rabugenta, disse passando por nós e sentando-se na grande poltrona de Charlie, puxando um Jasper sorridente junto para o braço da mesma.

“E quando nós amamos algo, nós tratamos bem e não mal.” Rosalie se intrometeu dando o braço para Emmett e se sentando ao nosso lado no sofá de couro marrom. Alice fechou a cara e achou algo muito mais interessante em suas unhas do que na discussão que estava prestes a entrar com Rose e passou a ignorá-la.

Embaraçada pela maneira que Alice estava agindo comigo, olhei ao redor e percebi que Esme e Sue haviam partido para a cozinha, provavelmente providenciando o grande jantar de boas vindas. Nessie e Seth, que agora tinham sua atenção voltada unicamente para Masen, sentaram-se no chão da sala, brincando com meu filho que mais parecia perdido que qualquer outra coisa.

Eu sabia que ele se sentia como eu. Ele se sentia em casa, mas ao mesmo tempo como um turista bizarro. Não que eu estivesse desconfortável, mas eu sabia que havia um pequeno número de pessoas que não queriam que eu estivesse ali e isso me fazia mal.

O que me fez olhar para as duas únicas pessoas que permaneciam no Hall de entrada.

Eu vi ali um casal desconcertado. Izzy, falando sobre algo animadamente enquanto olhava para nós na sala e um Edward... perdido?

Sim, perdido.

Ele parecia petrificado ou em choque. Eu sabia que ele reagiria de alguma forma do tipo, porém eu não estava muito preparada para encarar o ridículo daquela situação. Nós estávamos agindo como dois estranhos; eu apenas não sabia o que dizer a ele, não sabia se eu deveria me aproximar ou se eu deveria permanecer distante.

Eu não podia acreditar que eu não conseguia nem ao menos matar as saudades de meu melhor amigo e que ele não dava a mínima caso eu tentasse me aproximar ou não.

Quer dizer, como nós acabamos daquele jeito?

Eu conhecia o Edward, realmente conhecia em todos os aspectos. E ele sabia quem era eu, conhecia todos os meus defeitos e tendências estranhas de merda. Ele sempre foi meu amigo. Cacete... nós éramos melhores amigos, porra! Então, porque era tão estranho vê-lo?

Eu sabia a resposta. E nela cabia apenas um culpado: eu.

Ele olhou para mim e eu rapidamente baixei meu olhar para as minhas mãos.

Não dava mesmo para olhar nos olhos frios dele mais uma vez.

Por um momento, sua expressão me lembrou a do sério Senhor Darcy em Orgulho e Preconceito; era fria e cheia de empáfia.

Eu sempre soube que ele era um ser orgulhoso, afinal, a natureza humana sempre teve uma certa inclinação especial para esse defeito. Mas, Edward era em especial alguém mais orgulhoso que a média, o que fazia sua antipatia comigo ser bem pior que a de Alice ou qualquer outro. Ele não conseguia perdoar, ainda mais se tivesse certeza de que ele estava certo na história. E eu apenas tinha certeza de que seu perdão seria uma das coisas mais difíceis que eu teria que conquistar na vida.

Dentre mil e um devaneios, ao fundo em minha mente notei Emm, Rose e Jazz, esperando alguma resposta minha, de algum assunto que eles haviam entrado, mas que eu não fazia a menor ideia do que se tratava.

“Você ainda está aqui com a gente, B?” Jazz perguntou arqueando a sobrancelha.

Olhei para eles um tanto desconcertada. Porra, eu devia esquecer as porcarias e me focar nos meus amigos. Afinal, era isso que eu tinha vindo fazer.

“Desculpa, gente. Eu só estava... pensando.” Mordi o lábio.

“Então, responde.” Rosalie sorriu animada. “Como foram esses anos viajando?” Ela disse simpática.

Mas eu conhecia a Rosalie. Eu sabia que ela estava apenas fazendo aquilo para que eu me sentisse bem. Eu via a falsa animação em falar do tempo em que eu os abandonei.

Então, o que eu pude fazer foi suspirar e olhar para meus três melhores amigos e meu irmão com pesar.

“Honestamente?” Eu arquei a sobrancelha e bufei. “Uma merda completa sem vocês.”

E nisso, Emmett me apertou em seus braços e sorriu confortadoramente. “Agora você está aqui com a gente e isso vai mudar.”

Eu sorri para eles e nós nos olhamos nostalgicamente. Eu os amava tanto. E estar com eles novamente, ali em Forks na nossa casa, era mágico. Então, nós apenas sorrimos entre nós, com exceção de Alice, e nos conciliamos no silêncio, todos os anos perdidos. Retomando os laços inquebráveis que nos unia.

“Bella,” Eu olhei por cima do ombro de Rosalie e vi Carlisle chamando minha atenção, encostado no portal da sala. Eu não havia notado-o ali até então, mas eu sabia que ele estava me observando desde que havia me visto. “desculpe atrapalhar, mas será que nós dois podemos conversar no meu escritório por uns minutos?”

Eu assenti e pedi licença aos meus amigos com a promessa de que voltaria logo e segui com ele, passando por Edward e Izzy. Eu abaixei minha cabeça não querendo olhar para eles, mas senti os olhares queimando por minhas costas.

Assim que chegamos ao bem decorado escritório de Carlisle que ficava logo após as escadas, ele fechou a porta atrás de mim trancando-a e me pedindo para sentar em frente a sua grande mesa de mogno enquanto ele se posicionava na cadeira atrás dela.

Ele me olhou analiticamente e eu soube que ali era momento que eu tanto ansiava.

“Então...” Ele começou calmamente, apoiando os cotovelos sobre a mesa. “você decidiu voltar.”

Suspirei e olhei para minhas mãos sobre meu colo. “Sim.”

Ele me olhou calmante entre fendas e então sorriu pesarosamente.

“E você finalmente resolveu me ouvir? Você voltou pra ficar?” Ele perguntou esperançosamente.

“Não, Carlisle.” Eu disse sentindo minha voz falhar. “Eu voltei pra... pedir desculpas.”

“Pedir desculpas?” Ele me olhou sem entender.

“Eu só...” Me exasperei. “Eu apenas não podia negar outra chance de revê-los, entende?” Ele me olhou com compaixão. “Eu não quero voltar, nem mesmo falar sobre o que me fez ir embora para começo de conversa. Eu só quero... pedir desculpas e poder dar a eles um adeus decente.”

Houve silêncio durante o tempo em que ele suspirou em rendição e encostou-se a cadeira.

“Eu realmente pensei que você tivesse tirado da sua cabeça essa ideia maluca.” Ele contemplou. “Você consegue ser pior que seus pais algum dia já foram no quesito teimosia.”

“Não é teimosia.” Fui categórica. “E eu realmente não quero entrar nessa discussão novamente. É isso que eu vou fazer, ok? Eu vou ficar duas semanas pro casamento e então vou voltar, só que dessa vez eu direi a todos eles um adeus decente.”

“E você acredita mesmo que eles irão aceitar isso tão bem?” Carlisle balançou a cabeça em negação. “Vai ser pior que a última vez, você não vê? Eles vão exigir respostas, Bells.”

“Mas eu não vou responder.” Retruquei. “Eles não precisam saber. E nós podemos nos falar por telefone ou e-mails dessa vez. Eu não pretendo me afastar completamente de novo. Essas duas semanas vão me fazer voltar a ter o amor de vocês.”

“Você nunca o perdeu.” Carlisle afirmou. “Mas e se acontecer de novo enquanto você estiver aqui?” E ele fez a pergunta de um milhão de dólares, aquela que rondou minha mente desde que o passado resolveu bater a minha porta. E se acontecesse de novo?

“Não vai acontecer.” Fingi descaso dando de ombros. “Não acontece há seis meses já.”

Ele me olhou indignado e eu soube que havia dito demais.

“Como é? Seis meses?” Ele perguntou incrédulo. “E quando você pretendia me contar? Eu achei que a última vez havia sido há um ano.”

“Me desculpe, ok?” Eu murmurei. “Eu não queria te preocupar mais. Você teve que ir até Chicago da última vez em que eu te contei e eu sabia que você faria de novo.”

“Da última vez em que você me contou? Então houve mais vezes, Bella?” Carlisle levantou os braços para o ar e havia grande frustração em sua expressão. “Você é minha afilhada, pelo amor de Deus, eu tinha que saber e iria quantas vezes fossem necessárias. Quando você pretendia me contar? Quando fosse tarde demais?”

“Eu só não queria ouvir o que você tem me dito há anos!” Estourei. “Eu te amo demais, Carlisle, pra te ver se envolvendo nisso.”

“Você me prometeu outra coisa quando foi embora.” Ele contestou. “Você disse que me manteria informado sobre tudo e mesmo assim tem me escondido coisas sobre você. Isso não pode acontecer de novo.”

Eu olhei nos olhos dele e vi preocupação da mais genuína e não pude fazer nada mais do que me desculpar e prometer que eu não faria novamente. Ele não precisava saber que eu estava mentindo.

Carlisle me analisou durante mais alguns segundos e então suspirou em rendição. “Você tem estado bem?” Ele me olhou com delicadeza.

Dei de ombros.

“Na medida do possível. Você sabe como isso é uma merda.”

“Não encontrei ninguém, Bella.” Ele disse pesaroso e eu sabia ao quê ele estava se referindo. “Emmett não serve e eu realmente não acho que alguém dessa casa sirva.”

Eu engoli em seco.

“É melhor assim,” Falei com a voz embargada e ele esperou minha conclusão. “Eu não suportaria que eles tivessem que se submeter a isso por minha causa. Mas em Chicago eu tenho esperado alguém.”

“Essa sua complacência e altruísmo excessivo um dia vão te fazer pagar.” Carlisle contemplou. “Você simplesmente não consegue ver que todos nós te amamos e queremos te apoiar em tudo.”

“Não é isso, padrinho.” Eu suspirei exasperada. “Eu me imagino no lugar de qualquer um de vocês se isso estivesse acontecendo e eu sei quanta dor eu sentiria. Eu não quero que quem eu mais amo sofra também.”

“E Edward?” Ele perguntou de repente e eu gelei.

Seu nome causava estranhas sensações em mim e imaginá-lo no meio de todo aquele rolo, fazia o meu coração crepitar. Ele era aquele em que eu mais sentia vontade de me abrir e ao mesmo tempo quem eu mais queria longe de tudo.

“O que tem ele?” Me fingi de indiferente.

“Ele está magoado.” Carlisle começou como se fosse óbvio. “Não foi á nós que você rejeitou. Não foi á nós que você prometeu amor eterno e no dia seguinte estava inventando de que talvez esse ‘para sempre’ apenas havia acabado.” Ele me olhou como se não estivesse querendo me julgar e acusar, mas eu senti o peso de suas palavras como espadas cortantes na minha alma. “Foi duro pra todos nós, Bella. Mas pro meu filho, foi como a morte. Você sabe como ele conheceu a Izzy?” Ele perguntou erguendo a sobrancelha.

“Não e gostaria de permanecer não sabendo.” Murmurei emburrada, cruzando os braços na altura do peito.

Carlisle ignorou meu pedido, no entanto.

“Ele a conheceu na terapia.” Com aquelas palavras, ele havia ganhado minha atenção e então o olhei surpresa. “Izzy era recepcionista do consultório em que ele frequentava depois que você... bem, depois que você foi embora. Ele ficou um ano aqui em Forks e nós quase o obrigamos a ir pra faculdade enfim, mas eu via sua depressão muito forte então o forçamos a fazer um tratamento. “ Ele olhou para longe, como se estivesse lembrando-se dos tempos nebulosos de seis anos atrás. Balancei minha cabeça em negação. “Foram tempos ruins, Bella. Ele tinha pesadelos todas as noites e gritava por você.”

“Pare...” Eu pedi em um sussurro.

“Não estou dizendo isso para que você se sinta mal,” Ele continuou. “mas acho que ele merece pelo menos uma explicação plausível. Vocês sempre foram como um só e você simplesmente pegou a sua parte e se foi sem explicações. Ele está com raiva e talvez...”

“Chega!” O interrompi subindo duas oitavas em meu tom de voz, estanhando a mim mesma. Eu apenas não queria ouvir como eu fui cruel e ridícula e como eu havia feito mal ao meu melhor Edward.

“Você não tem o direito de me dizer isso, Carlisle!” Eu funguei sentindo água pinicar meus olhos. “Ele estava mal? Bom, eu estava sozinha sentindo a morte dar boas vindas com a minha solidão. Eu não tinha ninguém Carlisle, ninguém. Eu pensei um milhão de vezes em cometer suicídio e acabar com toda a merda!” Carlisle me olhou espantado em meio minha explosão. “E eu sei que o deixei mal e eu me odeio todos os dias por isso, mas ele está noivo e feliz agora e mesmo que soe egoísta como o inferno, eu continuo na merda e ele não! Então, eu te digo: Pra evitar mais dor na vida dele, eu vou simplesmente esquecer que um dia fui qualquer coisa dele, porque se ele quer assim, assim será. E saber a verdade vai doer pra caralho, não só nele, mas em todos os outros.” Terminei praticamente sem voz, iniciando um choro eminente.

Meu pranto capcioso deve ter sido o suficiente para Carlisle, pois ele se levantou abruptamente e me levantou para cair em seus braços num abraço acolhedor. Eu botei pra fora o pouco excesso que estava me dilacerando por dentro; havia bem mais que uma taça cheia transbordando em mim, eu tinha uma enorme carga sobre meus ombros e eu estava muito cheia de carregar.

Uma batida na porta, no entanto, tirou-me de minha bolha de tristeza da mais patética.

“Pai...?” Edward disse de modo sério ao abrir a porta do escritório.

Em reflexo, olhei diretamente em seus olhos e vi seu lindo rosto se franzir em confusão e talvez certa piedade.

Ele me encarou por incontáveis segundos e eu pude apenas retribuir sentindo meus olhos se embaçarem pelas lágrimas insististes que escorriam por meu rosto livremente. O tempo provavelmente havia parado, pois havia algo entre nós nos ligando fortemente. Eu não podia desviar o olhar, e eu sabia que ele também não.

“O que foi, Edward?” Carlisle perguntou me abraçando mais forte.

Edward não respondeu.

Ele continuou focado em mim, tentando desvendar o motivo do meu choro e fazendo aquela coisa estranha de entortar o nariz quando se sentia mal por alguma coisa.

“Edward?” Carlisle chamou sua atenção novamente, fazendo com que nosso torpor se dissipasse.

Edward balançou a cabeça em confusão e respondeu, seus olhos ainda me queimando por dentro. “Mamãe está perguntando se vocês não vêm jantar.” Ele murmurou com a voz quebrada.

“Estamos indo... não é?” Ele me olhou questionando.

Acenei fungando. “Sim. Eu devo estar na TPM ou algo assim, um jantar deve melhorar essa... coisa de emoção á flor da pele.” Fingi uma risada, tentando deturpar meu colapso estranho emocional.

Claramente, nem Edward nem Carlisle acreditaram na minha tentativa de normalidade, mas ambos deram de ombros e seguiram para as minhas ‘boas-vindas’ evitando qualquer questionamento mais desconfortável – um por consideração á minha dor e o outro por pura indiferença a qualquer coisa que eu fazia.

O jantar se iniciou normalmente, se essa palavra se aplica á uma refeição repleta de uma inquisição francesa e alguns olhares desaprovadores.

Eu notei que muitos deles estavam um tanto desconcertados e incertos sobre o que fazer com a minha repentina presença, com exceção de Rosalie, Nessie e Emmett. Esme estava muito obviamente tentando me encaixar no meio da rotina estabelecida da família; ela falava animadamente sobre as possíveis coisas que deveríamos fazer agora que eu estava de volta e como o casamento seria lindo já que estávamos reunidos novamente. Seth, Jasper e Sue pareciam incrivelmente felizes por me terem lá, mas ao mesmo tempo agiam como se estivessem pisando em ovos ao tentarem evitar qualquer assunto constrangedor que envolvia minha fuga, tentando me encaixar em conversas que perdi durante sete anos de distância, sem que isso me deixasse confusa. Carlisle continuava me fitando com compreensão e eu sabia que nossa conversa no escritório estava dando voltas em sua mente assim como estava na minha. Alice e Edward, por sua vez, nem ao menos se esforçavam em esconder sua infelicidade comigo, enviando ondas de raiva e mágoa diretamente para mim, fazendo com que me sentisse a última das criaturas vivas.

E então havia a tal da Izzy que parecia ser a criatura mais doce que eu já havia conhecido além de Esme. Ela não tinha nada para conversar comigo obviamente, mas estava empenhada em me questionar sobre minha vida em Chicago, meus hobbies e meus gostos, fazendo aquilo demonstrando tanto interesse quanto qualquer um dos outros na mesa. Eu imediatamente me lembrei de Bree comparando a porra da minha vida como um filme da Julia Roberts e como Izzy me lembrava Cameron Diaz em O Casamento Do Meu Melhor Amigo; ela era linda, simpática e singularmente perfeita e como no filme, eu também sabia que o final dessa história seria favorável á ela e unicamente á ela.

Edward sorria sempre que ela o olhava e isso fazia com que eu me sentisse mais sozinha e enciumada. Eu não podia deixar de pensar em como eu não tinha mais chances de poder conseguir que ele me olhasse daquele jeito novamente. Eu só podia sentir perspectivas ruins e raivosas vindas de nosso relacionamento, e não havia esperanças de melhora a menos que eu desse um jeito de me desculpar da melhor forma possível.

“Cadê o lombo que você me prometeu Sue?” Alice perguntou certa altura da noite, quando o prato principal foi finalmente posto á mesa.

Ela estava particularmente um tanto mais nervosa á medida em que o tempo passava e eu a tinha de frente pra mim, sentindo seu humor mais latente. Eu estava seriamente com medo do olhar em sua expressão.

Percebi Sue ao meu lado pronta para responder sua pergunta, porém Esme se adiantou.

“Filha,” Ela sorriu do jeito que apenas ela poderia sorrir. “Acho que servir porco logo na primeira noite em que Bella está de volta é um grande desrespeito á ela e ao Masen.”

“Mas...” Alice começou encarando enojada o nhoque com molho de tomate em seu prato. “eu estou com muito desejo de comer carne. Qualquer carne.”

“Masen saberia mesmo se não fosse porco, All.” Eu sorri torto para ela, mas recebi um olhar furioso em troca. “Digo,” Fiquei desconcertada quando todos voltaram os olhares para mim. “eu não comeria nenhuma carne. Você sabe.”

“Você é vegetariana, Bella?” Izzy perguntou sorrindo, tentando ser simpática.

Eu respirei fundo e vi o modo desconfortável em que Edward se moveu ao lado de sua noiva na simples e remota possibilidade de nós duas nos falarmos.

“Bom,” Pigarreei. “sim.”

“Você não come carne alguma?” Ela arqueou a sobrancelha. “Nem carne branca?”

Balancei a cabeça desconfortável.

“Não vejo o porquê de vocês terem mudado o cardápio.” Alice pronunciou cruzando os braços sobre a enorme barriga. “Ninguém aqui é vegetariano além da Bella e eu tô grávida; os meus desejos devem ser realizados ou meu bebê pode nascer com cara de porco.”

“Não vai ficar muito diferente dos pais.” Seth soltou rindo, fazendo com que todos nós resfolegássemos uma risada.

“Eu já te contei que quando você veio pra cá, você parecia mais um cachorro peludo do que um bebê?” Alice retrucou ao garoto se inclinando na mesa.

“Allie!” Jazz chamou sua atenção. “Nós combinamos de nunca contar isso pra ele.” Ele disse com um sorriso dando um tapinha na cabeça de Seth.

“Posso ter nascido como um cachorro, mas cresci e virei um gato.” Seth disse flexionando o braço e beijando o mesmo.

“Nossa, garoto!” Nessie resmungou. “Você consegue se achar mais que o Emm.”

Emmett olhou para a pequena monstrinha com uma careta e Rose o beijou no rosto, como consolo.

“A Bella que disse que eu estava mó lindão.” Ele me olhou. “Não foi, Bella?”

“Você sempre foi um lindão, Seth.” Eu sorri pra ele.

“Viram?” Ele arqueou a sobrancelha, presunçoso.

“A pequena Smella nunca teve um bom gosto pra caras.” Emmett riu e eu sabia que ele não tinha se ligado no quão inapropriada aquela piada tinha sido, afinal, na minha lista constavam só dois caras: Edward e Jacob Black.

No momento em que Emmett disse aquilo, eu vi a cabeça de Edward estalando para cima, que até então estava bem mais entretida em olhar seu prato, e ele simplesmente se indignou. “Ei, se for pra pensar assim, Rose tem um gosto bem pior que o da Bells.”

E foi tipo um daqueles momentos onde você meio que joga a merda no ventilador e encara só pra ver o que acontece. Porquê Edward havia mesmo se ofendido e ele realmente estava me chamando de Bells.

Eu vi como Jazz quase cuspiu o suco que ele havia acabado de engolir e como todos nós, com exceção de Izzy, o olhamos com os olhos tão arregalados quanto faróis de trânsito.

“Quer dizer,” Edward levantou os ombros percebendo sua cagada colossal. “Você nem se compara ao Seth, Emm.”

E então eu abaixei minha cabeça não querendo olhar ao redor – ele tinha que manter seu teatrinho sobre não ser muito próximo á mim e eu deixaria, mas não ajudaria nisso. Já doía demais saber que ele me queria fora de sua vida, eu não precisava contribuir com ele pra me ferrar mais ainda.

“Isso tudo é muito lindo e tudo, mas eu continuo querendo carne.” Alice resmungou.

“Bella não come carne. Vamos respeitá-la por um segundo.” Esme chamou sua atenção.

“Mas que coisa!” Alice emburrou. “Bella pode ficar em um ambiente onde comam carne. ela é vegetariana. Eu não vou enfiar um pedaço de bife na boca dela e obrigá-la a comer.”

“Mas Masen está aqui.” Nessie contestou.

“Masen não ia saber o que é um bacon.” Alice disse.

“Sabe sim.” Eu me intrometi. “Ele é tão inteligente quanto qualquer um aqui.”

Alice bufou. “Não fala merda, Bells. É só um porco.”

“Não é só um porco.” Fiz bico. “É meu bebê e parte da família. Se vocês o amam, devem respeitar. Você pode estar comendo um primo dele ou sei lá.”

“Querida,” Sue pôs a mão sobre a minha. “porcos foram feitos para serem comidos.”

“Não foram não.” Me irritei.

“Por que você é vegetariana, Bella? Quer dizer, você virou porquê você é dona do Masen?” Izzy interrompeu a todos, como que querendo evitar uma briga.

E eu meio que senti certa afeição por ela naquele momento e eu realmente estava começando a achá-la nem tão ruim quanto eu pensei que fosse. Bem, se não fosse o fato dela se casar com o meu ex-namorado e provável homem da minha vida.

“Bem, é...” Eu gaguejei sem graça e evitei olhar para Edward enquanto respondia. “Eu sou dona de Masen porque eu sou vegetariana.” Mordi o lábio tentando não botar pra fora a pequena história que envolvia Masen – ela era tão particular pra mim e Edward, que mesmo que não fosse romântica, me trazia sentimentos nostálgicos sobre nós.

“E porque você é?” Ela me sorriu docemente, estranhamente interessada.

“É que...” Suspirei. “Se eu posso amar algo, não há motivos pra eu resolver comer isso. Você não comeria um cachorro, certo?” Eu olhei para ela arqueando a sobrancelha. “E você não comeria um cachorro porquê é um bichinho que você ama e é o melhor amigo do homem. O bichinho que eu amo e é meu melhor amigo é um porco, logo eu não comeria um. Eu posso amar qualquer animal assim como eles podem me amar e eu nunca comeria um por isso.”

“Isso é lindo, Bella.” Ela sorriu. “Lice, ela tem um bom ponto.” Ela se dirigiu a minha amiga, tentando convencê-la de que seu lapso momentâneo era só uma frescura de mulher prenha.

E talvez, só talvez, minha afeição por Izzy tinha diminuído um pouco. Porquê ela era toda amiguinha da minha Alice e já dava apelidos para ela. E eu esqueci naquele momento qualquer pensamento bom que eu havia pensado dela, pois eu me senti como Paola Bracho com sua própria Usurpadora.

“Eu já ouvi isso dela umas mil vezes, Iz.” Alice retrucou gentilmente. “E isso realmente não tem nada a ver com o fato de eu comer carne.”

“Meu Deus! Você pode parar com essa coisa irritante por um segundo?” Rosalie se irritou. “Você não quer carne, você só quer chamar atenção.”

“Chamar atenção?” Alice retrucou indignada. “Eu só acho injusto nós termos que mudar só porque a Bella decidiu voltar. Eu não tinha que parar de comer carne antes dela ir embora e olha que ela é vegetariana desde que eu me conheço por gente.”

“Ai, chega!” Eu explodi e olhei por um momento para Edward. “Alice, levanta essa bunda gorda e branquela da cadeira e vem comigo.” Eu me levantei e todos se assustaram.

“Aonde vocês vão?” Jasper me olhou espantado.

“Eu não vou pra lugar nenhum!” Alice balançou a cabeça em negação. “E minha bunda não é gorda... ou branquela.”

“Sério, Alice,” Eu olhei brava para ela. “Já tive minha cota de estresse o suficiente por hoje. Você me conhece bem o suficiente pra saber que eu não estou brincando, então vem comigo que a gente vai comprar um maldito sanduiche com muita carne pra você.”

E nisso a puxei pelo braço sobre protestos da mesma e choque de todos os outros.

(...)

“Entra.” Eu resmunguei quando abri a porta do passageiro da Mercedes pra ela.

“Você é muito mandona” ela gritou com os braços cruzados.

“Está aberta.” foi tudo o que eu disse enquanto ia para o lado do motorista.

“Você acha mesmo que eu vou fazer qualquer coisa? Você não me conhece mesmo.” Ela ficou parada perto do carro, fumaçando.

Abaixei o vidro automático e me inclinei no banco.

“Entre no carro, All.”

Ela não respondeu, mas percebi que ela tentou manter toda a dignidade que pôde ao entrar no carro.

“Isso tudo é completamente desnecessário. Você está agindo como se eu fosse a vilã da história.” Ela disse meio durona.

Eu apenas não respondi. Mexi nos controles, aumentando o aquecedor e ligando a música. Enquanto eu saía do perímetro da casa dos Cullen, notei que Alice estava disposta a me dar o tratamento do silêncio.

Eu era virginiana então sempre fui uma garota quieta. Falar pra mim me desviava dos meus pensamentos e eu gostava muito de divagar pra caramba, então o silêncio sempre me fez companhia mesmo que eu estivesse em uma sala repleta de pessoas falantes. Eu era a garota da contemplação. Alice por sua vez, sempre foi o oposto de mim em todas as formas e sentidos possíveis e por isso já era de se imaginar que ela falava pelos cotovelos. Eu simplesmente sabia que ela não conseguia ficar mais de cinco minutos com o bico fechado então eu apenas esperei.

1...

2...

3...

“Onde você vai comprar minha carne?” Ela disse por fim, se virando pra mim.

Eu tive que jogar pra fora o sorriso que escorria pelo meu rosto pra que ela não ficasse mais nervosa do que já estava.

“No Billy’s Bar, onde mais?” Dei de ombros como se fosse óbvio e não falei mais nada.

Alice cruzou os braços emburrada, se virando orgulhosamente para frente.

Não pude deixar de notar suas olhadelas em soslaio constantes em minha direção.

“Me desculpe por ter ofendido Masen.” Ela disse em um sussurro após um tempo de silêncio.

“Tudo bem, All. Eu entendo você.” Suspirei encostando o carro na fachada da pequena lanchonete com aspecto velho. “Só espero que você possa me perdoar logo.” Me empurrei para o encosto do banco.

“Eu não posso te perdoar se não for de coração.” Ela respirou. “No momento, eu estou com raiva, mas vou te deixar sabendo quando não estiver mais.”

“Assim eu espero.” Sorri torto, mas sentindo meu coração pulsar dentro de mim. Eu faria de tudo para que ela me tratasse normalmente de novo, pois eu realmente não poderia ir embora com Alice brava comigo – ela era necessária na minha vida; como o ar que eu respirava.

“Eu estou feliz que você voltou e eu te amo demais.” Ela disse num estalo, saindo do carro logo em seguida, me deixando sozinha e atônita.

Alice não era uma causa completamente perdida em todo o caso, afinal.


Continua...


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Notas finais do capítulo

Bem, lindos, o próximo cap vem daqui a quinze dias e eu espero que vocês estejam gostando... Como eu disse, vai parecer um pouco clichê de início, mas muda logo.
ROBEIJOS E KRISSES!!!
COMENTEM, RECOMENDEM, ME AJUDEM!!!! USAHUASAUS