All Apologies. escrita por Catarina_Rocks


Capítulo 19
Capítulo 18 – E tudo vai ficar bem?


Notas iniciais do capítulo

Um recado rápido antes do cap:

Toc, toc... Tem alguém por aí ainda?

Bom, não sei direito por onde começar... Não tenho palavras pra dar sobre a minha demora ou boas desculpas para trazer aqui. Mas eu peço desculpas pra aqueles que (pela atualização recente), seguiram firmes, mesmo anos após o meu sumiço. Eu quero dizer que não sou completamente alheia a vocês, eu leio cada comentário, de tempos em tempos, e a culpa me consome.

Mas eu estou aqui... vcs ainda estão? Se estiverem, saibam que eu pretendo sim continuar. Eu não vou trabalhar com promessas, com prazos e nem nada disso. Mas eu prometo uma coisa: eu vou tentar, de verdade.

Eu fico muito feliz quando vejo que ainda existem pessoas lendo essa história, mesmo eu sendo super negligente. Vejo os pedidos de continuação e eu levo a sério cada um deles.

Se você continua por aqui, peço apenas uma coisa: não desista de mim.

Como o nome da fic diz, sou todas as desculpas por aqui...

A verdade é que eu comecei a escrever fics quando muito novinha. Essa aqui teve seu primeiro capítulo escrito quando eu tinha somente 15 anos... Faz dez anos!

Dez anos! Eu fico chocada que ainda tem gente que comentou no meu último capítulo, de verdade.

Mas em dez anos pessoal, muita água passou por essa pequena ponte. A vida adulta veio como uma enxurrada e ficou cada dia mais difícil ter tempo pra postar aqui.

Confesso que muitas vezes, sem hipocrisia, também dava uma preguiça danada.

Por muito tempo eu também quis reescrever tudo, porque os primeiros capítulos têm erros crassos de narrativa, português e até coerência.

Mas eu sempre protelei bastante.

Queria dizer que eu sempre venho aqui, olho os comentários e penso: puxa, que legal, tem gente que lê o que eu escrevia e ainda gosta! E isso sempre me inspira e me incentiva.

De verdade, quero agradecer a cada um de vocês. É muito importante e impactante pra mim.

Enfim, se você é um leitor antigo ou um leitor novo, e ainda está aqui, vamos fazer um trato?

Eu sei que não tenho posição nenhuma em pedir nada (hello, anos de demora!).

Mas, de verdade, comentem, me digam se querem a continuação com base nesse capítulo de hoje... Eu vou esperar os feedbacks de vocês e prometo tentar voltar com força...

Eu não posso prometer, porém, se os capítulos vêm rápido ou não. Isso seria mentir pra vcs e eu não quero isso.

Hoje em dia eu trabalho, cuido de casa e é realmente difícil.

Se vcs disserem que preferem que eu pare por aqui, já que não faz sentido esperar uma história que demora tanto pra ser atualizada, eu paro. (Na real, se eu ainda tiver um publico, né). Vamos ver como esse cap repercute.

Enfim, é isso. Novamente, mil desculpas. Segue mais um capitulo de All Apologies (sim, estamos próximos da reta final, mas tem muuuuita coisa ainda pra acontecer).



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No último capítulo:

Eu cheguei na cafeteria/livraria que Edward me levou em nosso primeiro encontro oficial e me sentei em uma das mesas do canto, encarando o nada.

 

 Eu podia ouvir o meu celular tocando descontroladamente, pouco antes de me irritar pra valer e desligá-lo com brutalidade.

 

E então, eu simplesmente respirei fundo e lá fiquei, em prantos incessantes.

 

Algum tempo passou.

 

Eu não sabia dizer há quanto tempo exatamente estava ali, sentada, sem fazer nenhum pedido, com os garçons me encarando.

 

Eu olhei pela grande janela de vidro, atrás de minha mesa, e notei que já estava anoitecendo.

 

Eu pensei em como provavelmente deveria voltar, em como todos deveriam estar preocupados e achando o meu surto repentino muito bizarro.

 

Mas eu não conseguia me mover mais.

 

Eu não consegui nem mesmo pensar.

 

E então eu ouvi um movimento ao meu lado, e notei um homem parado ali, me olhando.

 

Eu olhei pra cima e me deparei com o grande e musculoso homem de olhar apologético, respirando com dificuldade.

 

E ali, sem preparo, sem anestesias, eu simplesmente disse:

 

"Emmett, eu estou morrendo. Eu fugi porque estou doente e estou morrendo."

Capítulo 18 – E tudo vai ficar bem?

Eu sempre odiei o conceito de tempo.

Principalmente, a percepção que se tinha sobre a duração dele em relação as coisas.

Na minha cabeça, não era justa a ideia de que ‘o tempo passava voando quando a gente se divertia’.

Eu acreditava que os momentos especiais deveriam perdurar pela eternidade.

Quando criança, e as brincadeiras durante as férias de verão passavam tão rápido quanto a velocidade da luz, eu praguejava aos céus desejando que as tardes quentes nunca chegassem ao fim.

Nos meus momentos mais felizes, eu tentava registrar cada segundo - buscava dentro de mim a capacidade de congelar tudo ao meu redor.

Mas o tempo sempre me contrariava. Por mais que eu desejasse, ele nunca durava o bastante. Ele escapava dos meus dedos como o ar, transformando dias em horas e horas em segundos.

Mas naquele final de tarde no mês de Agosto, em uma livraria vazia em Port Angeles, o tempo finalmente ouviu minhas preces e simplesmente parou.

Só que dessa vez, diferente de todas as outras, tudo o que eu mais queria era que ele voasse.

Eu estava sentada em uma mesa afastada, encarando a figura de um Emmett em choque e paralisado na minha frente. Meu irmão me olhava profundamente, em um jogo de encarar intenso, o silêncio e a tensão pairando pelo ar.

Eu havia acabado de lhe confessar meu segredo mais profundo, em um jorro único de palavras. E assim que elas saíram da minha boca, eu me arrependi.

Um segundo nunca havia durado tanto tempo, mas eu sabia que ele só voltaria ao normal se um de nós se manifestasse.

Me preparei para quebrar o silêncio, quando o barulho estridente de seu celular começou a tocar.

Em meio as lágrimas intrusas que corriam pelo meu rosto e tornavam minha visão turva, observei Emmett puxar seu telefone do bolso após inúmeras tentativas.

Durante todo o processo, ele mantinha seus olhos fixos em mim.

Em um instante, a pessoa começou a falar, e com a voz embargada, ouvi Emmett responder.

“Sim, eu a encontrei”.

Escutei uma reposta abafada vinda do outro lado da linha, e encarei meu irmão em súplica.

Ele acenou em compreensão.

“Nós vamos conversar um pouco. Vamos demorar pra voltar. Explico tudo depois”. Ele respondeu, desligando o celular logo em seguida, sem dar chance de resposta a quem quer que fosse ao telefone.

Com um arrastar de passos pesados, ele se dirigiu até mim e sentou-se na minha frente, olhos embargados e confusão estampada por todo seu rosto.

O tempo continuava a passar lentamente. No que me pareceu demorar horas, seguimos em silêncio, até que ele se pronunciou.

“Eu... Eu não entendo.” Gaguejou em um sussurro. “Por favor, Bells... Me explique o que está acontecendo”.

Com um suspiro nervoso, coloquei meus cabelos por trás da orelha e me inclinei sobre a mesa.

Um bolo de amargor corria pela minha garanta, meu estômago revirava e eu me sentia tonta.

O momento que tanto calculei tinha chegado e eu precisava ser forte.

Você planejou esse discurso por anos. Não seja uma fracote.

“Eu tenho câncer, Emm.” Expulsei novamente as palavras da minha boca, com uma rouquidão desavisada.

Seus olhos piscaram mais uma vez em choque.

“Há quanto tempo...?” Ele começou, sem ser capaz de concluir sua frase.

“Eu descobri uma semana antes de ir embora.” Confessei e ele pareceu assimilar calmamente cada palavra que eu dizia. “Carlisle... Bem, Carlisle descobriu após uma suspeita em um exame de sangue.”

“Papai também soube no mesmo dia.” Eu esclareci vendo-o estremecer na simples menção de Charlie.

“Todo esse tempo...” Ele sussurrou novamente, parecendo mais para si, do que para mim.

“Quando eu descobri...” Continuei, ao mesmo tempo em que o choro que me acompanhou durante o dia, retornava. “Quando eu descobri, eu me senti tão perdida. Eu não sabia o que fazer. Mas Carlisle tentou me assegurar de que tudo correria bem. O estágio já era bem avançado e falamos naquele primeiro dia sobre as minhas opções e chances.”

Olhei nervosamente para as minhas mãos sobre o meu colo e me concentrei em revelar cada detalhe que ele precisava saber.

“Segundo ele, eu tinha cerca de trinta por cento de chance. Eu tinha sido diagnosticada com Leucemia. Era uma doença complexa, assustadora e com um tratamento quase que brutal.” Solucei. “Nós sabíamos que em Forks o tratamento seria mais difícil, e no mesmo dia, conversamos com um colega oncologista de Carlisle. Ele havia concordado em me atender sem nenhum custo. Mas ele estava em Cleveland.”

Olhei mais uma vez para Emmett. Eu não sabia dizer se ele estava realmente me ouvindo ou se havia paralisado em choque, mas eu decidi continuar minha história, sem dar chances de reações.

Eu não teria forças pra continuar caso contrário.

“O plano original era que eu me internasse com urgência... O processo todo de quimio e radioterapia duraria cerca de um ano”. Confessei. “Eu não tinha a intenção de esconder, eu juro.” Complementei em desespero e vi seu cenho franzindo.

“Foi quando papai e eu tivemos um desentendimento. Ele... ele me disse coisas.” Engoli em seco. “Eu simplesmente não queria repetir a história da mamãe.” Fiz uma negação fervorosa com a cabeça, enquanto os olhos analíticos de meu irmão permaneciam estáticos.

“Convenci Carlisle a não contar pra ninguém. Na minha cabeça, tudo seria muito fácil. Eu tinha esperanças. Eu poderia ir com alguma desculpa sobre a faculdade e em um ano, voltaria curada, sem que ninguém tivesse que sofrer por minha causa”.

“Foi a pior semana que já tive.” Relembrei. “Entre preparar a mudança, esconder o segredo de todos vocês, lidar com a doença e ainda ter que ver papai no estado em que ele estava... Bem, eu estava um caos”.

“Foi quando Edward me pediu em casamento.” Suspirei, sentindo-me em uma cápsula do tempo, vendo os flashs daquela noite correrem por diante dos meus olhos. “Ele me queria pra sempre. Pertencíamos um ao outro. E ele já estava prestes a trocar de faculdade só pra me acompanhar. Eu não podia deixar que ele perdesse um ano pra estar comigo em tratamento. Simplesmente não podia. Como era possível eu deixar o amor da minha vida estragar seu futuro assim?!” Indaguei em uma retórica.

Me exasperei sentindo o desespero tomar conta do meu tom de voz.

“Eu neguei seu pedido naquela noite. Contei tudo pra Sue e pedi sua ajuda, pra que eu pudesse ir embora no dia seguinte. Nem ela, nem Carlisle queriam esconder o meu segredo”. Com uma risada sombria, continuei. “Foi quando eu os ameacei. Eu disse que se eles contassem, eu sumiria e não deixaria que eles soubessem mais sobre mim. Eu era tão idiota”.

“Pouco depois que fugi, me vi sozinha, cada vez mais fraca, sem cabelos e ligada a tubos e aparelhos no hospital.” Suspirei mais uma vez. “Eu deixava meu padrinho a par de tudo, mas evitava que ele soubesse das piores partes... O primeiro ano se passou assim, mas essa primeira bateria de tratamento que deveria durar um ano, se estendeu por mais três. Cada dia era um alto ou um baixo.”

“No quarto ano, depois de muita luta, eu entrei em remissão. Eu achava que finalmente poderia voltar. Até que...” Me interrompi, sentindo a força das memórias abaterem o meu ser.

“Até que papai morreu.” Conclui em um sussurro embargado.

Olhei nos olhos de Emmett novamente. Ele permanecia em silêncio, ouvindo calmamente cada palavra.

Eu sabia o que ele estava pensando. Pude ver em sua expressão a viagem ao passado que ele fazia, voltando para o momento em que papai partiu.

Pensar naquilo me dava calafrios. E de todas as coisas que faziam eu me odiar, o egoísmo que demonstrei com meu irmão, era de longe uma das piores.

Eu segui com a minha fala, sentindo-me cada vez pior. Mas eu não podia parar.

“Bom, eu voltei pra Forks quando descobri.” Contei. “Eu precisava te dar apoio. E estava pronta pra contar o que havia acontecido comigo, pra esperar que a minha doença nunca mais voltasse”.

“Pouco antes de voltar, fiz um check-up... E bom, uma das coisas que você aprende quando tem câncer é que tudo sempre pode mudar em um piscar de olhos. Pra minha surpresa, eu tinha feito a proeza de conquistar mais dois cânceres, novos em folha.” Bufei ironicamente. “Um linfoma e um câncer de mama.” Mordi meus lábios. “Esses foram descobertos logo cedo, mas mesmo assim, pra alguém tão frágil como eu, eles eram quase que terminais.”

“Mas eu vim mesmo assim.” Dei de ombros. “Eu não aguentava mais passar por aquilo sozinha. Digo, há aquela altura eu já havia conhecido minha nova amiga, Bree, e ela era não mais do que incrível, sempre ao meu lado.” Encarei Emmett intensamente nos olhos. “Mas eu precisava da minha família. Eu precisava me despedir do meu pai”.

“Quando cheguei aqui, no mesmo instante em que o funeral acontecia, eu vi você à distância.” Sorri melancolicamente. “Nunca vou me esquecer da cena – o cemitério cinzento, naquele dia chuvoso. Rose te abraçava aos prantos e Edward tinha uma mão no seu ombro. Me lembro com exatidão. Eu vi Esme em um choro intenso, ajoelhada no chão do gramado, Alice e Jasper de mãos dadas e expressões caídas e Carlisle... Bom, Carlisle estava visivelmente abalado.”

“Mas então meus olhos focaram em você... Você não tinha expressão. Parecia... Parecia vazio. Muito como a cara que você está fazendo agora”. Funguei e nesse momento, ele pareceu sair de seu torpor e se endireitou na cadeira. Vi seu peito subir e descer pela camisa, sua respiração errática, até que ele pigarreou.

“Continua... Por favor.” Ele proferiu mais uma vez, em um arfar quase inaudível.  

“Emmett,” eu miei. “Eu te vi quebrado ali. Sozinho. Eu me lembrei do jeito que ficamos quando a mamãe morreu, como você quase não aguentou lidar. Pensei em papai, na relação difícil que se seguiu pra vocês. Tentei imaginar sua dor, seu sofrimento naqueles últimos dias de vida dele. E novamente, como era possível eu voltar e deixar meu irmão, minha pessoa favorita, passar pela dor de suportar uma doença e uma morte mais uma vez?”.

“Entendi ali que eu tinha dois destinos.” Eu disse intensamente. “Ou eu viveria em falsas remissões, falsas expectativas de uma melhora, pra então piorar consideravelmente. Ou eu simplesmente morreria logo.”

Com uma negação, continuei. “Você não merecia ver nenhum dos dois. Vocês não mereciam. E o morrer, bem, ele era até simples. O problema era o antes dele. O terror da quimioterapia, a degradação e a tristeza, esses eram os piores. E eu vi por tempo demais pessoas que viviam como eu. Eu via suas famílias, seus maridos e esposas, filhos, netos... Todos eles adoeciam juntos. Adoeciam no fardo de ter que praticamente morar em um hospital, adoeciam ao ver as consequências cruéis do tratamento em quem eles amavam. Eu não podia permitir que vocês passassem por aquilo.”

Nesse ponto, meu rosto já estava coberto por lágrimas, meus olhos não me permitiam enxergar com clareza e eu sentia o peso do mundo sobre as minhas costas.

“Os próximos anos foram os mais difíceis. Eu fiz dez cirurgias. Desenvolvi câncer mais quatro vezes... Mas eu permanecia viva.” Com um olhar distante, continuei. “E essa era a pior parte. Eu já tinha chego ao meu limite. Aquilo não era viver, era sobreviver. Eu esperava o momento certo em que eu me fosse, porque eu já não aguentava mais sentir dor. Física e emocional. Eu só queria morrer, Emm.”

Vi seus olhos com um brilho diferente naquele momento. Eu não pude identificar o que era.

“Foi quando eu recebi o convite do seu casamento.” Relembrei.

“Eu precisava me despedir”. Conclui, o choro fervendo por minhas veias, transbordando em um estado de quase loucura. Eu não conseguia parar. Meus ombros subiam e desciam com os meus soluços.

Naquele mesmo instante, Emmett levantou-se abruptamente, correu para o meu lado e se ajoelhou.

No abraço mais apertado, doloroso e que dizia tantas coisas em um único gesto, eu desabei.

[...]

“Você precisa dizer alguma coisa, Emm.” Eu gemi sentada ao seu lado, enquanto estávamos no banco de trás de um táxi.

“Eu preciso pensar um pouco.” Ele devolveu, não olhando em minha direção.

Assim que terminei de contar sobre o meu segredo na livraria, nós passamos alguns momentos abraçados. Eu chorava como se o mundo fosse se acabar, mas Emmett permanecia em silêncio, em uma introspecção impenetrável.

Depois de algum tempo em silêncio, ele simplesmente se levantou, me olhou nos olhos e disse que precisávamos ir pra casa.

Eu acompanhei seus movimentos duros, enquanto ele procurava por um táxi já nas ruas escuras de Port Angeles.

Me surpreendi quando vi que ele havia dado o endereço de nossa antiga casa em Forks, e não a casa dos Cullen. Mas durante toda a viagem, sempre que eu o questionava, ele me ignorava ou pedia um tempo pra pensar.

Essa falta de reação só me deixava mais nervosa. Eu sentia como se estivesse prestes a ser cortada da vida de meu irmão, como se ele fosse explodir a qualquer momento e descontar toda a mágoa e raiva que sentia por eu ter guardado aquele segredo por tanto tempo.

Por fim, me vi parada em frente a casa vazia na qual vivi toda a minha infância e adolescência.

Emmett me encaminhou até a sala de estar vazia e me colou de frente à parede amarela que mamãe havia pintado anos antes.

Não faziam nem cinco dias desde a última vez em que estivemos ali, mas hoje, o ambiente já tinha uma aura completamente diferente.

“Papai nunca pintou essa parede.” Emmett disse, finalmente, parado atrás de mim, ambos encarando a parede amarela fixamente. “Ele nunca deixou de amar a mamãe, nem por um segundo...” Sua voz era intensa e pesada. “E se ele me ensinou alguma coisa em todos esses anos, foi a nunca deixar quem realmente amamos.”

Eu não conseguia identificar o sentimento por trás de sua voz, mas eu ouvi suas palavras com peso em meu coração. Lágrimas intrusas corriam por meu rosto, pela milésima vez naquele dia.

Ainda de costas pra ele, o ouvi suspirar.

De repente, Emmett começou a caminhar na minha frente, indo de um lado para o outro, braços cruzados e uma mão sob o queixo, em contemplação.

Seu cenho franzido dava a impressão de que ele estava resolvendo algum cálculo matemático muito complexo.

“Eis o que vai acontecer, Bella”. Ele parou me olhando diretamente nos olhos. “Você vai voltar pra Chicago”. Arfei com a frase.

Era isso. Eu havia o magoado tanto, que esse seria o momento em que ele diria que desejava nunca ter sabido da minha doença. Era agora o momento em que ele diria que preferia me ver longe, ao me ver morta.

“Você vai voltar pra Chicago.” Ele repetiu. “Você vai buscar todas as suas coisas. Você virá morar aqui, na sua casa.” Abri minha boca em surpresa, mas ele me ignorou e continuou com firmeza na voz. “Você vai contar tudo o que me contou hoje pra toda a nossa família. Nós vamos acompanhar cada etapa do seu tratamento. Seja ele aqui, ou na capital, nós vamos visitar cada médico da área, até que possamos encontrar o melhor jeito de cuidar de você. Você nunca mais estará sozinha. E se você morrer...” Ele se interrompeu, fechando seus olhos em dor. “Se você morrer, morrerá ao meu lado, até o seu último suspiro.”

“Isso não é um pedido.” Ele concluiu decidido.

Fiquei tonta com sua declaração.

“Mas...” Comecei, pensando em formas de negar aquela ordem tão expressa.

Todos os anos em que lutei contra a dor, tinham sido em vão? Ele tinha noção de que há aquela altura do campeonato, minha morte era quase uma certeza?

Como poderia ser tão fácil pra ele aceitar tudo aquilo?

“Eu disse que não era um pedido, Bella.” Ele disse com dureza, mas suspirou em exasperação, adotando gentileza em seu olhar pra mim. “Você está doente, isso é uma merda. Mas e então? Você sabe que todos nós podemos ficar doentes. Amanhã mesmo. E morrer?” Ele estalou a língua. “Eu posso morrer saindo por aquela porta.”

Eu acenei em negativa. “Emmett, você não entende”.

“Não, Bells, você quem não entende.” Ele disse. “Se eu ficar doente amanhã, você vai querer que eu suma e não te deixe cuidar de mim? Eu duvido. Você guardou isso por sete anos, subestimando como eu poderia lidar com isso. Bom, eu posso lidar com isso. Não é o fim do mundo. Na verdade, é tudo bem simples. Você ficará comigo, e eu vou cuidar de você, até o final. Não me importa quando esse final vai acontecer.”

“Emmett, não é tão simples assim”. Eu disse em um sussurro, mas eu estava completamente vencida por seus argumentos.

“Claro que é.” Ele rebateu, dando de ombros. “Agora, você é uma mulher adulta. Eu não posso te obrigar a nada. Se você quer escolher ir embora de novo, tudo bem. Mas então eu vou te caçar até o inferno, descubro o hospital em que estiver, fico do lado de fora se for preciso e vou contar pra todo mundo, mesmo assim.” Ele fez um bico com os lábios. “O fato é que eu não vou deixar você sozinha. E que não vai doer menos se você partir, só porque escolheu viver seus últimos dias longe de mim. A escolha agora é sua”.

Suas palavras me bateram como uma bala. Eu estava completamente vencida.

Comecei a ponderar sua decisão, imaginando a dor e a tristeza que seria deixá-los viver toda aquela situação comigo. Mas de repente, além de todas as coisas e medos que senti nos últimos anos, um novo sentimento surgiu.

Era algo como alívio. Como se eu tivesse tirado o peso do mundo das minhas costas. Pela primeira vez, a decisão não estava em minhas mãos. Era Emmett quem estava tomando as rédeas da situação e escolhendo ficar ao meu lado.

E eu imaginei. Imaginei como seria acolhedor ter Esme ao meu lado durante os calafrios e mal-estares da doença. Como seria leve poder me distrair com amenidades das minhas melhores amigas, mesmo no meu leito de morte. Ouvir Jasper cantar quando meus enjoos estivessem tão fortes, que eu não conseguiria respirar.

Rir de alguma piada idiota de Emmett, mesmo quando eu precisasse de um banho hospitalar.

Ter as mãos quentes de Edward nas minhas, quando eu desse meu último suspiro.

Por mais egoísta que aquele pensamento parecia, de repente, morrer ao lado de quem me amava, soou muito mais reconfortante.

Me vi numa contradição, num momento de indecisão. Por mim, seguir com Emmett era a opção que mais me acalentaria. Mas ao mesmo tempo, era tão egoísta de mim exigir que suas vidas girassem ao redor de uma doença tão cruel.

O que fazer agora, Bella? Como sair disso?

 

Depois de muito pensar, eu percebi que mesmo que eu negasse, Emmett ainda levaria a sério a história de não me deixar sozinha.

Ele era um homem decidido e teimoso. E se eu fugisse, mesmo que não contasse a ninguém onde estava, eu sabia que ele moveria mundos pra me encontrar. Ele não deixaria que as coisas acontecessem da forma como já aconteceram.

Na verdade, nem mesmo Carlisle cairia nas minha ameaças novamente. Eles já haviam deixado as coisas correrem do meu jeito uma vez. E isso quase nos matou.

Talvez fosse melhor deixar que eles escolhessem a melhor maneira de lidar com o meu inevitável fim.

Com um suspiro resignado, eu respondi olhando em seus olhos.

“Tudo bem”. Seus olhos ascenderam e começaram a esboçar um sorriso. “Eu volto.”

Sem dizer uma palavra, ele correu até mim e me envolveu em um abraço. Quando me afastei levemente, vi suas covinhas em um sorriso emocionado.

“Nós vamos enfrentar isso juntos.” Ele prometeu. “E não vamos nos deixar abalar tão fácil”.

“Tudo bem”. Disse baixinho, afundando minha cabeça em seu peito musculoso.  

Pelo o que pareceu durar muito tempo, nós nos afastamos.

“Eu tenho apenas uma condição”. Eu disse, levantando o dedo em sua direção. Emmett suspirou resignado.

“É sério.” Apertei meus lábios. “Eu não quero estragar o seu casamento, Emm. Não mesmo. Podemos, por favor, esperar até ele? Eu prometo a você, eu não vou embora. Eu contarei pra todos. Só me deixe permitir alguns dias de felicidade pra minha melhor amiga e cunhada”.

Tentei transmitir pra ele toda a honestidade que havia dentro de mim. Eu estava falando sério. Eu contaria tudo, sem gracinhas.

Mas eu não queria que as coisas no casamento tivessem uma aura de funeral. Eu queria aproveitar a festa e comemorar com meus melhores amigos, coisa que eu não fazia por anos. Dar o adeus decente ou pelo menos proporcionar uma memória feliz antes da tempestade.

Acima de tudo, eu queria viver a ilusão de amar Edward de corpo e alma, uma última vez antes de corroer nosso relacionamento com a sombra da minha condição.

Resignado, Emmett acenou que sim com a cabeça.

“Podemos esperar, sim.” Ele disse. “Mas assim que voltarmos da lua de mel, nós vamos conversar.”

Concordei rapidamente, sentindo meu estômago revirar.

Será que Edward reagiria como Emmett?

 

[...]

“Eu quero matar você!” Uma Alice roliça praguejou assim que me viu cruzar a porta da casa Cullen com Emmett logo atrás de mim. “Onde você estava?!”

Arregalei meus olhos ao ver toda a minha família sentada na sala de estar principal, todos me olhando com um mix de alívio e preocupação.

De repente, todos começaram a vir até o hall de entrada, falando e perguntando ao mesmo tempo. Edward avançou todos e chegou até mim primeiro, me abraçando com força.

“Sardenta,” Ele disse afundando sua cabeça em meu pescoço. “que bom que você voltou”.

Senti seu peito batendo forte através da camisa, e uma culpa avassaladora me bateu.

Eu sabia o que ele tinha pensado. Na verdade, todos eles tinham pensado. Eles achavam que eu tinha fugido novamente. E a julgar pela forma como Edward me apertava, isso o assustou muito.

Retribui seu abraço com força, e me afastei levemente para poder olhar no fundo de seus olhos.

“Me perdoa por ter te assustado. Foi só uma crise. Eu não vou embora, eu prometo.” Eu disse com fervor e todo amor que eu tinha dentro de mim.

E, pela primeira vez em muito tempo, aquela frase era real. E algo reconfortante surgiu dentro do meu peito.

Por mais que o contexto geral fosse cruel, era a mais pura verdade. Eu não ia mais embora. E ficaria ao lado do homem da minha vida, até o fim.

Seus lábios gentis tocaram minha testa, e me senti em casa.

“Te amo”. Eu disse baixinho, mesmo sentindo os olhares de todos queimando em mim.

Eu precisava ter aquele momento com ele.

“Eu também te amo.” Ele sorriu de lado. “Desde sempre, pra sempre.”

Assim que sai do quente de seu abraço, vi uma Alice com lágrimas nos olhos e Rose me olhando com apreensão.

Eu tornei meu olhar para todos ao meu redor e eu sabia que eles estavam preocupados pelo meu ataque de pânico naquela tarde.

Pronta pra tentar me explicar, respirei fundo, até que me Emmett me passou a frente.

“Pessoal, está tudo bem.” Ele disse com um sorriso de orelha a orelha. E se eu não soubesse o status do nosso dia, diria que ele estava genuinamente feliz.

“A pequena smella aqui teve um longo dia,” Ele continuou com o seu fingimento extremamente convinvente, e circundou seus braços por meus ombros, me afastando de Edward. “Nós já conversamos e agora acho que todos precisamos de uma boa noite de descanso, não é?”

Ele me olhou de soslaio e esperou a minha reação.

Acenei com a cabeça.

“Sim, eu sei que preciso explicar algumas coisas e eu prometo que o farei, mas hoje estou um pouco esgotada”. Eu disse varrendo meu olhar por cada um deles.

Esme, Nessie e Seth tinham um olhar preocupado, mas assentiram resignados. Já Jasper, Alice, Rose e Edward nos olhavam com desconfiança.

Era óbvio. Nossos melhores amigos no mundo nos conheciam tão bem podiam dizer que Emmett estava escondendo alguma coisa, sem falar que meu olhar de maluca abalada abria muitas margens.

A última pessoa pra quem direcionei meu olhar, foi Carlisle. Ele parecia ter compreendido que Emmett já sabia, eu podia dizer. Lhe devolvi um olha de depois conversamos e eu sabia que ouviria muito.

Desde a ida de Izzy, o término de Edward e minha volta com ele, Carlisle insistia em conversar e eu estava fugindo muito descaradamente dele.

Dessa vez, com todas as novidades e imposições de Emmett, eu sabia que ao menos, ao fim de nossa conversa, ele estaria aliviado.

Foi então que o pensamento de que o meu segredo acarretaria em problemas pra ele, me abateu. Como Edward e Esme reagiriam em saber que Carlisle me acobertou por tanto tempo?

Pensar nisso me deixou zonza, mas decidi internamente que no dia seguinte, a primeira coisa que faria seria esclarecer e alinhar tudo com meu padrinho. Eu faria todo o possível para não lhe trazer mais problemas.

Olhei novamente para Alice e Rose, porque elas sabiam exatamente qual havia sido o gatilho do meu ataque naquele dia. Elas mereciam repostas, mesmo que naquele momento, eu só pudesse trabalhar com meias verdades.

“Eu sei que vocês duas precisam saber o que aconteceu. Vocês não têm noção do como me sinto mal por ter agido daquele jeito.” Eu disse com intensidade. “Amanhã cedo, eu prometo que conto tudo a vocês, tudo bem?.

Elas me encararam por alguns segundos, mas pareceram concordam, acreditando que em breve teriam respostas.

Um silêncio constrangedor surgiu pelo hall de entrada, até que Seth, meu menino abençoado, finalmente o quebrou e tornou tudo mais leve.

“Bom, Belluda, eu te amo com todas as minhas forças, mas ainda bem que você chegou. Se o jantar se atrasasse um pouco mais, eu mesmo iria te caçar com a força da minha fome.” Ele disse com um sorriso jocoso e Nessie, que estava ao seu lado, rolou os olhos.

De repente, todos estavam leves, sorrindo.

“E ele ainda diz que não é um idiota completo”. Ela disse em ironia.

“Você me ama.” Ele devolveu. “Esme, diga a sua filha que não serei capaz de atender o seu sonho do genro perfeito.”

Esme então deu uma risada gentil, e puxou Seth para um abraço de lado, beijando o topo de sua cabeça.

“Bom, você seria o melhor genro do mundo”. Ela disse.

Nessie fez uma careta com a sua declaração e Jasper imediatamente reagiu.

“Obrigada pela parte que me toca, Meme”. Ele resmungou e Alice balançou a cabeça divertidamente ao seu lado.

“Bom, pelo menos eles não usam a minha cama como centro recreativo”. Esme declarou levantando suas sobrancelhas.

Alice gemeu.

“Obrigada por ficarem chapados e me delatarem, Jazz, Emm e Bells.”

Emmett levantou os braços em uma rendição.

“Não olhe pra mim. Quem contou isso foi o seu marido”.

Rose então deu leve tapinha na cabeça de Emmett.

“Jazz me contou que a ideia foi sua. Então sim, o crédito foi todo seu!”

“Dedo duro”. Emmett ralhou para um Jazz que dava de ombros.

“Pelo menos depois disso, a bruxa má do oeste foi embora com seus pais”.  Nessie declarou com um sorriso. “Aliás, nós devemos fazer uma comemoração pela Belluda e o Edward!”.

Foi quando Edward deu uma risada ao meu lado e me puxou para seus braços.

“Eu apoio isso,” Ele disse circundando seus braços ao meu redor.

E simples assim, meu surto da tarde tinha sido esquecido por um momento.

Carlisle buscou uma garrafa de champanhe e no jantar daquela noite, brindamos pela volta do namoro entre Edward e eu.

Nenhum assunto espinhoso foi citado, e focamos em relembrar o passado de nossa adolescência, em um clima leve e espontâneo.

Porém, entre as risadas e brincadeiras, o olhar dos meus cinco melhores amigos ainda delatava uma preocupação.

Emmett, de todos eles, de tempos em tempos se fechava em contemplação.

Quando trocávamos olhares, eu via relances de tristeza em seu semblante.

Em determinado momento da noite, quando Nessie e Seth contavam histórias sobre seus amigos de escola, Emmett se aproximou de mim, encostou sua cabeça em meus ombros e me olhou com amor.

“Vai ficar tudo bem”, ele sussurrou.

Suspirei profundamente.

“Eu acho que sim”.

E dessa vez, eu realmente tentei não me entregar a esperança de suas palavras.

Será que tudo ficaria bem mesmo?

(...)

Naquela noite, já no quarto de Edward, me preparava para dormir nos braços do homem da minha vida.

De todas as coisas que poderia sentir naquele momento, a que mais prevalecia era a alegria de poder estar com Edward novamente.

Me permiti por aquela noite, tentar esquecer todas as coisas pesadas que assombravam minha mente e foquei em aproveitar uma primeira noite sem carregar o fardo de um segredo intocável.

Assim que sai do banheiro, encontrei Edward deitado de bruços com os braços cruzados sob a sua cabeça, dormindo.

Ele parecia exausto após o dia intenso que o fiz passar e toda a preocupação de não saber se eu voltaria.

Eu sorri enquanto fechava a porta atrás de mim e caminhei em direção a ele.

Parei ao lado da cama para apreciar sua forma deitada. Pés descalços emergindo de um jeans pendurado baixo na cintura, a camiseta levantada dando-me uma visão pecaminosa da sua cueca boxer e da parte inferior das suas costas, o algodão branco esticado sobre ombros largos.

Ele era a coisa mais linda que eu já havia visto. E, finalmente, após sete anos, ele era meu novamente.

Me abaixei atrás dele e moldando meu corpo nas suas costas e empurrando meu joelho entre as suas coxas, envolvendo meu braço ao redor da sua cintura estreita, cavando meu nariz no cabelo macio atrás da sua orelha, suavemente torcendo meus dedos em seu cabelo.

Sentindo a minha presença, Edward começou a se virar, mas antes que eu pudesse me afastar dele, ele já estava deitado de costas, seus braços em torno dos meus ombros e minha cabeça descansando em seu peito.

Seus dedos entrelaçaram com os meus em seu estômago enquanto eu inclinava minha cabeça para olhar para ele.

"Ei." Ele sorriu sonolento, baixando seu queixo para beijar o topo da minha cabeça.

"Ei." Eu suspirei, incapaz de tirar meus olhos dele. "Sinto muito por acordá-lo".

"Ser acordado por você é a melhor coisa que já poderia ter me acontecido." Sua voz estava rouca e baixa de sono, fazendo meu corpo reagir.

Sua voz naquele tom, mexia com todas as fibras do meu ser.

"Poder te tocar assim é a melhor coisa que poderia ter me acontecido." Devolvi suas palavras com um sorriso, recebendo outro beijo, desta vez na minha testa.

Eu não deixo passar por mim a melosidade que nossa troca tem. Somos como dois adolescentes apaixonados novamente, declamando juras de amor. Normalmente, eu sou a parte que rejeita isso.

Edward sempre foi o mais romântico de nós. Eu sempre zombei dele por isso. Mas após sete anos de total privação de suas palavras desconcertantes e seus toques suaves como uma pena, tudo o que eu queria era me lambuzar de seu excesso de carinhos.

 "Você vai me contar o que aconteceu hoje?". Ele perguntou com a voz calma, com cautela, parecendo não querer forçar respostas.

"Eu vou." Eu suspirei estalando a língua. “Mas não hoje.”

Ele me olha com intensidade e eu tento transmitir tudo em um olhar.

Estou aqui. Confie em mim. Eu não vou embora.

Depois de algum tempo, ele finalmente acena em compreensão e beija a minha bochecha.

“Tudo bem,” Ele me respondeu com um suspiro. “Vou esperar você estar pronta.”

Acenei com uma afirmativa e acariciei o seu peito, fechando meus olhos ao inalar seu perfume de bebê delicioso.

“Você vai me deixar transar com você hoje?” Ele disse, quebrando o silêncio, dessa vez com uma risada suave, olhos brilhando de alegria antes de beijar minha bochecha.

"Você não tem jeito." Eu respondi rindo quando Edward escorregou ligeiramente para baixo até estarmos cara a cara, deitados de lado para encarar o outro.

Eu sinto o peso do dia escorrer dos meus ombros enquanto seu olhar brincalhão permanece fixo no meu.

Sentindo sua respiração no meu rosto, me deleito na sensação do seu polegar esfregando círculos na minha coxa enquanto ele a colocava sobre o seu quadril.

"Sinto sua falta". Ele sussurrou sedutoramente.

"Eu estou bem aqui." Respondi e ele bufou, antes de se inclinar e beijar meu pescoço, fazendo minha pele se arrepiar com o contato dos seus lábios quentes.

"Você sabe o que eu quero dizer". Ele rolou seus olhos, de repente com a voz rouca, baixando sua cabeça para a minha lentamente, mantendo-me aprisionada com o calor em seu olhar enquanto descia seus lábios molhados até os meus.

Meus lábios se separaram com um suspiro, quando Edward aproveitava a oportunidade para deslizar sua língua na minha boca.

Um golpe suave e quente e eu estava caindo aos pedaços.

“Vamos, Sardenta." Ele murmurou contra os meus lábios e deslizando sua língua para dentro mais uma vez. "Seja minha outra vez”.

Edward começou a me encher com carícias molhadas e quentes da sua língua, fazendo os dedos dos meus pés curvarem e minhas coxas empurrarem contra os seus quadris.

Rapidamente, ele levantou meu joelho mais para cima em seu quadril e empurrou totalmente contra o ápice das minhas coxas, fazendo meus dedos apertarem em seu cabelo.

Empurrando meu joelho ainda mais para cima, ele me tomou em um beijo avassalador. Minha mente entrou em uma confusão frenética enquanto eu sentia o pulsar intenso entre as minhas pernas intensificar a cada impulso da sua pélvis.

Esquecendo todo o senso de propriedade, me contorci contra ele descaradamente, ansiosamente perseguindo o atrito que nós dois estávamos procurando.

"Eu não consigo te dizer não." Eu choraminguei, mordendo sua boca desesperadamente.

Sua mão caiu do meu joelho e empurrou entre as minhas pernas até me tocar totalmente .

Eu fiquei imóvel por apenas um segundo, e então ofeguei quando ele empurrou na costura do meu pijama com a palma da sua mão.

"Você não quer? Diga que não e eu paro, Sardenta.” Ele gemeu, correndo seus dedos para cima e para baixo.

"Não pare. Eu te amo." Eu silvei quando seu polegar pressionou contra o meu clitóris coberto.

“Te amo mais”. Ele me olha com intensidade, suas palavras me cobrindo de alegria e emoção.

Eu estava a cerca de dois segundos de distância de transar com ele.

No meio da neblina inebriante de desejo, minha mente me transportou para nossa primeira vez juntos.  Come As You Are tocando em looping, seus toques gentis, seu olhar intenso, um amor puro, genuíno, tão forte que eu não conseguia nem mesmo respirar.

Me lembro de pensar que eu estava pronta para passar o resto dos meus dias daquele jeito, totalmente entregue, feita de corpo e alma pra ele.

Naquele momento, eu sentia tudo. Todo o amor do mundo transbordava por cada poro de mim.

Eu era dele. Sempre fui.

Tomada pela emoção, sem pensar em nada, eu olho novamente em seus olhos, suas mãos me acariciando com maestria.

Por fim, eu solto minhas próximas palavras com fervor, em um sussurro intenso:

“Quero me casar com você”.

Continua...


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