– Senhorita Summer, estou vendo que gosta de me visitar não é? Já que todos os dias que você vem a escola, sempre tenho a mesma visita desagradável de você e algum professor ou funcionário - revirei os olhos e coloquei meus pés em cima da mesa.

– Sabe... A senhora é tão chata e percebo que não tem amigos, então eu sinto pena de você e venho te visitar, qual é o problema nisso? - sorri sínica e a velha na minha frente ficou vermelha de raiva.

– Megan, Megan, eu que sinto pena de você, só não te expulso desse colégio porque você perdeu seus pais, que por sinal eram pessoas que tinham humildade, diferente de você! Na verdade eu deveria ter pena era de sua mãe por ter dado a luz a uma menina tão estúpida como você. - como é que ela fala de mim e coloca meus pais e pena no meio? Ela vai se ver comigo.

– Como você ousa falar assim e ainda colocar meus pais no meio sua velha que nem fazer tricô deve saber. - minha voz já tinha subido ao quarto mais alto, eu estava de pé de frente pra aquela velha ridícula e a mesma me olhava com ódio e eu retribuía seu olhar carinhoso.

– Calma querida, eu tenho pena de você por isso te darei somente detenção de um mês, pra ver se você tem educação. E me respeita, sou mais velha que você. - enfiei a mão naquele rosto cheio de rugas e senti nojo, preciso lavar a mão.

– Você tem razão você é muito mais velha do que eu! - gritei sínica, pegando o álcool na sua mesa e jogando a minha mão, depois de lavar minha mão peguei o álcool e joguei no vestido ridículo daquela velha, ela não fazia nada, absolutamente nada, só ficava ali parada, parecia está processando o que fiz e estou fazendo com ela, senti um braço, segurar meu pulso com força e algo duro estalar na minha bochecha, com certeza era os ossos da mão daquela cretina.

– Como você ousa me bater? Vejo que tem muita força pra aguentar levar mais algumas tapas que te dei agora a pouco. - larguei o recipiente de álcool que estava na minha mão no chão e estalei a minha mão na outra bochecha da velhinha, foi tão forte que a mesma virou o rosto, me soltei dela e peguei minha mochila saindo correndo dali, rindo como sempre mais ainda melhor do que minhas risadas que costumo dar quando saio daquela sala imunda.

[...]

Depois de tanto correr pelas ruas cheguei em casa toda suada, minha tia com certeza não estava em casa, ela nunca está, o que é ótimo! Não gosto dela, nunca gostei, nem eu e nem o meu insignificante irmão que depois que foi embora só me ligou uma vez pra pergunta se eu precisaria de dinheiro e nunca mais deu sinal de vida, assim como as três pessoas que eu chamava de melhores amigos. Quando abri a porta dei de cara com a minha tia que amo tanto falando no telefone, quando ela me viu seus olhos transmitiam raiva e ódio, dei de ombro e me joguei no sofá ligando a televisão e começando a cantarolar a abertura de Phineas e Ferb.

– Porque você agrediu a diretora e disse absurdos a ela? - minha tia falou, ou melhor, gritou.

– Não mandei ela dizer que tem pena de mim e colocar meus pais no meio! - gritei na mesma altura que ela, nem se quer olhei na cara dela nem queria, pra que? Pra ver ela vermelha de ódio?

– Ela é mais velha que você, você deveria e deve respeitar ela! Você sabia que foi expulsa da escola? - apareceu igual um fantasma na frente da TV tampando minha visão, bufei e me levantei.

– Finalmente consegui o que eu queria, ser expulsa daquele presídio! - sorri vitoriosa.

– Então tudo que você queria era ser expulsa e nunca mais estudar? Garota estou cansada de você e das suas rebeldias! - começou a gritar muito mais alto do que antes e eu ODEIO MORTALMENTE quando gritam comigo.

– Tia me faça um favor, vai se FUDER! Pega aquele seu namorado, que você não merece, e que te faz gemer todas as noites e consequentemente não me deixa dormir e vai se fuder com ele, valeu? Aliás, eu nem sei por que ele está com você, ele é legal, gostoso, inteligente e quer casar e também tem tempo pra família dele! E você? É muito chata, feia, não tem corpo, burra e você não tem tempo pra sua família e ainda por cima quando meu pai era vivo tentou dar em cima dele e roubar ele da minha mãe, mas não conseguiu não foi? Não conseguiu porque a pirralha aqui não deixou, certo? - descarreguei tudo que estava entalado comigo há um ano e vi lágrimas caírem dos olhos daquela vagabunda que eu nem sei do que trabalha, ela nunca me disse, deve ser prostituta.

– Verdade Megan, se você não tivesse me atrapalhado, eu estaria com seu pai hoje, milionária, torraria todo o dinheiro dele e eles estariam VIVOS! Mas não, você era pequena, mas entendia tudo e me atrapalhou, agora tenho que te sustentar e ficar te aguentando! Eles estão mortos por culpa sua! SUA! - gritou a ultima parte e meu corpo estremeceu, me levantei e peguei minha mochila.

– Você é uma prostituta que não conseguiu torrar o dinheiro do meu pai por culpa minha. Não tenho culpa se ninguém te ama! - estava no meio das escadas até senti dedos segurarem firme meu pulso me fazendo rolar pela a escada.

– Saia da minha casa imediatamente! Não quero olhar nunca mais na sua cara, sua inútil, vou ligar pro Chaz e você vai morar com ele, espero nunca mais te ver pirralha! - senti meus olhos marejarem, mas não deixei que as lágrimas caíssem. Me levantei do chão peguei minha mochila novamente e subi pro meu quarto, minutos depois escutei aquela vadia gritando com meu irmão no telefone.