O Sol pairava fraco na rua da Fiação, em Londres. A rua estava praticamente deserta, exceto, por um senhor, no começo da rua, encostado em um poste e com a aparência cansada. A rua não era muito conhecida, nem mesmo pelas redondezas, mas isso não parecia incomodar quem morava por ali. O lugar aparentava ser calma e sossegado, e para completar a paisagem tranquila, havia um rio no fim da rua. Perto do rio uma casa em especial chamava atenção. A casa número 48 na rua da Fiação era uma espécie de branco e a pintura parecia antiga. O telhado era bastante “pontudo”, talvez, até mais que o comum. Uma pequena porta marrom escuro se encontrava no canto esquerdo, e no canto direito, havia uma janela retangular, da mesma cor que a porta.

– Bom dia, Severus – disse a voz fina de uma mulher magra, de rosto fino, a pele clara como giz e os cabelos e olhos negros como carvão.

– Bom dia, mãe – respondeu Snape se dirigindo a mesa que se encontrava no centro da cozinha minúscula. O menino tinha a pele um pouco mais escura que a da mãe, mas os cabelos e olhos eram exatamente da mesma cor: um preto vivo, penetrante. Ele vestia uma bata azul marinho e uma calça preta um pouco curta. 

– Quer um cereal? Vou pegar pra você – Então Eileen atravessou a cozinha e pegou uma caixa amarela e colocou sobre a mesa. 

– Onde está o papai? – perguntou Snape. 

– Foi trabalhar filho, precisamos de dinheiro trouxa, sabe como é… – disse gentilmente. 

– Ah, sim… – Snape comeu o cereal em minutos. Depois, ele foi até a beira do rio, contemplar as águas cristalinas. Severo não sabia o porque, mas ele ficava horas e horas ali, sentado, na beira do rio. Ele sentia uma tranquilidade em ficar ali. Uma tranquilidade, que ele não conseguia dentro de casa… Não pelo menos com os três, ele, seu pai e sua mãe juntos. 

Dessa vez não foi diferente. Snape ficou algumas horas ali, vendo o vento bater nas árvores e no rio. Ele ouviu alguém entrar na casa mais próxima do rio. Provavelmente, seu pai. Então ele se levantou e se dirigiu a sua casa.