9-O treino de um Nerd

-Oni-chan?

-zzzzzzzz

-Oni-chan?

-zzzzzzzz

-ONI-CHAAANN! –Berrou minha irmã.

-AAAAAAA

-Eu estou te chamando a horas e você nada.

-Aiii  -Dizia eu, ainda esfregando os olhos com sono...

-Anda oni-sama.

-Calma, eu to com sono e...

-Mas quanta inconveniência! Para uma pessoa que logo se trancou em seu quarto ontem cedo, e nem jantou... E UM TANTO ESTRANHO, NÃO? –Disse minha mãe.

-S-S-SIM...

-Anda dessa você e sua irmã para tomarem café da manhã, tenho uma tarefa  para vocês duas.

-Hay! –Falamos juntas.

Sei que pode parecer estranho, mas não conseguir dormi de noite.  Não depois do beijo.... ORA MAIS QUE RAIVA, COMO EU PUDE CAIR EM TENTAÇÃO ASSIM... Nossa até parece que eu to rezando. Mas ele que me aguarde amanhã. Desci as escadas fui pra sala, e comecei a assistir TV, estava passando ‘’Apenas um Show’’, pode parecer ‘’criancice’’ , mas aquele desenho era demais...

-Paris, venha, o café está na mesa! –Gritava minha mãe.

Eu entrei em direção a cozinha. Meu pai estava sentado, e minha irmã também. Logo sentei fiz o mesmo, comi e fui tomar um banho e me arrumar.

-Paris, venha cá. Tenho uma tarefa para você e sua irmã fazerem.

-Tá legal...

Sinceramente, eu não tinha pique nenhum  de sair de casa, até porque fiquei duas noites sem dormi, e todas pelo mesmo motivo...

-Ok mamãe, me diga... Qual é o serviço? –Perguntei.

-Bom, eu preciso que você vá ao supermercado, antes do meio-dia, pois hoje é domingo e pode se que feche a qualquer momento.

-Certo, o que que eu tenho que comprar?

-Aqui está a lista...

Peguei a lista... eu iria demorar um pouco para conseguir tudo aquilo, mas valia a pena, pois ela ia fazer uma torta de morango, uuuum como eu gosto!

Pedi para minha mãe deixar eu ir sozinha, pois caso minha irmã fosse seria um tédio total, em qualquer loja de brinquedos ela iria parar, e enquanto a gente não comprasse ela não iria parar de berrar. Segui em direção ao mercado.

Chegando na praça, vi várias crianças brincando, o que me bateu leves nostalgias de minha infância. Quando vi Ken, ele parecia esta tentando jogar basquete, mas como eu disse, ele estava tentado, o que não mostrava muito resultado.

-Olá Ken! –Eu disse.

-Olá, como vai-Falou ele, forçando um sorriso, porque dava para perceber que ele estava triste.

-Na verdade, a pergunta é: como você vai, porque parece que as coisas não vão muito boas para você. O que aconteceu?

Ele fez uma breve pausa, e logo continuou:

-A questão, é que eu parei para pensar no que você disse, sobre o clube de jardinagem ser de meninas, e que eu devesse participar de basquete...

-Olha Ken, me desculpe, se eu feri seus sentimentos!

-Não, você apenas falou a realidade. Eu sou um fracassado.

-Não você não é. Ninguém nasce sabendo das coisas Ken, sei que se você  se esforçar, você vai conseguir.

-Mas eu me esforço-Disse ele, com pequenas lagrimas caindo de seus olhos-Tento, tento, tento e não vem resultado. Não sei o que fazer!

Meu coração apertou naquele momento. Vi que ele era uma pessoa de bom coração, e que tudo o que ele dissera, não era nada mais, do que a mais pura verdade. Eu tinha que o  ajudar , mas não sabia como. Foi quando uma ideia surgira em  minha mente.

-JÁ SEI KEN!

-Hãm?

-Vou treinar você, irei fazer com que você seja um ótimo jogador, e que não seja motivo de riso de ninguém, muito menos de seu pai.

-Obrigado, mas... quem te contou que eu era motivo de piada?

Fiquei envergonhada, e logo mudei de assunto:

-Não importa. Mas eu irei te ajudar!

-V-Você fazeria isso por mim? –Falou ele construindo um sorriso novo.

Eu olhei para ele, e com um sorriso nos lábios levantei:

-Sim, e eu juro por mim mesma, que se eu não conseguir te ensinar, e fazer de você um jogador profissional, eu não me chamo Paris!

As feições de Ken logo mudarão para uma feliz e determinada. Aquilo seria o principal motivo de eu estar largando tudo para ajuda-lo.

Fomos para a quadra do parque, como era cedo, ninguém estava ali ainda.

-Muito bem, os primeiros passam para transforma-lo em um jogador profissional l-Eu falava e prestava a atenção em como ele se a profundava no assunto, não era atoa que ele era o melhor de sua sala. –é preciso que você tenha  rapidez e inteligência, que é o que se pode levar em considerações na hora do ‘’passe’’ .

-Pode deixar.

-Como demonstração, iremos fazer leves passes com a bola tudo bem?

-Sim.

Comecei a lançar a bola rapidamente para Ken, que fracassava em pegar. Fiz outro lance, dessa vez não muito forte, e ele voltará a errar.

-Escute Ken, seja rápido a hábil ok?

Ele fez um sinal com a cabeça, supostamente como um ‘’sim’’. Andei quicando a bola no chão, e então fiz um passe bem rápido. *droga eu joguei muito rápido, ele nunca vai conseguir pegar*. Mas subestimei a mim mesma, Ken com apenas um pulo conseguiu  pegar a bola.

-...

Fiquei sem palavras, ele superou todas as minhas expectativas em relação ao seu mau desempenho.

-Fui bem? –Pergunto ele.

-VOCÊ FOI ÓTIMO!!

-O-O-Obrigado...

-Mas não pense que isso é tudo. Você me mostrou ter um bom desempenho na hora dos passes, um dos papéis mais importantes durante um jogo. Mas agora vamos para o segundo passo.

-Ok, é qual é?

-A CESTA!

Ken engoliu seco..

-MAS... EU ACHO QUE NÃO VOU ME SAIR BEM!

-Mas é claro que vai. Durante o jogo, você tem que ficar alerta ou atento com o Armador.

-Que isso? –Perguntou.

Eu tinha visto que aquilo seria mais difícil do que eu imaginava, mas não iria desistir tão facilmente.

-Imagine- se que é o responsável por começar com a bola. Que nem uma equação com letras, formada com duas equações, que para resolvê-las, devemos escolher uma para começar, sendo que essa escolhida, é a que dará inicio de tudo, e será a essência  do resultado.

-Sim, entendi, iremos começar com ela. Quando o resultado dela estiver feito, passaremos para a próxima.

-ISSO. No basquete não é diferente, o Armador, começa com a bola, pois ele é ’’ cérebro’’ do time, que nem a primeira equação, e é com o seu passe, que dará inicio de tudo.

-Ok, e no meu caso, eu tenho que ficar de olho em seus passes?

-Exatamente, para saber qual é sua tática.

-Certo.

Para começar, peguei a bola dei de uma de Armador, fiquei atenta como estivesse alertando par um de meus companheiros, a quem iria passar a bola (jogadores invisíveis kkk), e quando joguei a bola, que no caso seria: jogar ao nada, Ken muito rápido pegou a bola.

-Mas... a principio foi muito fácil. –Disse Ken.

-Nananinanão. –Falei rindo-Você, mesmo sabendo que não havia ninguém em minha frente, de alguma forma sabia para quem eu iria jogar, pois eu comecei com a bola, e com o meu passe se daria inicio de tudo.

-É verdade... Você tem razão Paris. E com o seu lance, eu soube para quem você iria jogar, que nem em uma equação com letras! –Disse  ele sorrindo.

-Viu, no basquete, não precisa ser um super dotado, bom de jogo, pois como eu havia falado antes, ninguém nasce sabendo. E que a prática se leva a perfeição.

-Nossa você...

-Epa, não pense que acabou por aí! Tem muito mais ainda...

Antes que eu pudesse continuar, Ken me deu um grande abraço. Acho que eu tinha entendido o que isso  queria dizer. Carinho, tristeza, agradecimentos e felicidade ao mesmo tempo.

-Tá bom Ken, eu te entendo...

-Valeu! –Disse ele sorridente, com um sorriso evoluído. –Vamos para o próximo passo!

-É isso aí, gosto dessa disposição.

Continuamos com o treino.

-Agora iremos falar do menos importante, para uns, e perigosos para outros. Vamos falar sobre Alas ou extremos.

-E o que são eles.

Pensei em um exemplo para diferenciar, mas nada veio em minha mente, e agora.

-Você joga jogos de tiros, e coisas assim? –Perguntei.

-Sim vário como Call of Duty...

-Ótimo. Imagine-se que suas tropas de soldados estão fazendo uma guerra, com a tropa adversária, mas o que vocês não imaginavam, é que a outra tropa, havia feito um plano de ataque: Metade em cada lado, uma parte  á esquerda, outra  direita. Isso são os Alas ou extremos, no basquete.

-Eles formam um plano para ficar um em cada lado?

-Na verdade esse plano, já coexistente. Ele já existe, e obrigatório nos jogos, e é a principal tática no jogo.

-A sim. Então eu terei que que ficar de olho neles?

-Sim e não.  Eles são os que jogam pelos cantos da quadra. Em cada time tem uma função específica que pode ser auxiliar o armador ou fazer cestas. Você não precisa ficar de olho neles o tempo todo, só precisa ficar atento na hora de seus passes.

-A sim, eu entendi.

Expliquei mais outras coisas pra ele, e dei uns testes, coisa que ele errou, e errou... mas logo acertou. Logo depois ensinei ele sobre os Pivôs ou postes, que são os mais altos do jogo, o que ele deveria saber bem, pois ele era pequeno...

Depois, com o passar do tempo, terminamos o treinamento.

-E aí eu fui bom? –Perguntou Ken curioso.

Eu comecei a rir.

-Ken –Falei calmamente –Só poderá ter certeza disso, quando enfim, você participar de um jogo originalmente.

-VOCÊ TÁ BRINCANDO NÉ?!

-Eu estou com cara de quem quer brincar? –Falei sarcástica.

-É você tem razão...

-E eu sei disso, porque irei escrever você no próximo torneio de basquete, que por visto será amanhã.

-M-M-M-MAS...

-Sem essa! Você chegou até aqui, deu o melhor de si... Como vai desisti disso? Quer se motivo de piada outra vez?

Foi quando eu vi que peguei pesada, e então fique sem graça...

-É você tem razão. –Disse  Ken saindo – E a propósito, muito obrigado.

-Ken espera...

Tarde demais, ele saiu correndo. Tanto treino, para um desentendimento no final. Não me restava mais nada, a não ser ir pra casa. Já que eram 2:00pm.

Cheguei em casa péssima, e muito triste. Sinceramente, as vezes eu tenho ódio me mim mesma sabe? Esse meu jeito que machuca as pessoas... EU ME DEIO!!

-Já que a senhorita demorou a chegar, deve ter conseguido comprar tudo não? -Disse minha mãe.

Foi quando percebi que já passaram de 12:00pm, e que não tinha comprado nada!!!

O que eu vou falar???