Listen To Your Heart escrita por ClaraVB, julinmi


Capítulo 1
Capítulo 1 - Hummelberry


Notas iniciais do capítulo

Hey, there! É a minha primeira fic em conjunto com a Ju (https://fanfiction.com.br/u/154180/) então relevem aí qualquer erro. Ah, a fic é baseada na história de um conhecido nosso :P



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– Tchau, pai! Tenha um bom dia!

Burt apenas balançou a cabeça e ajeitou a aba do seu boné enquanto descia do quarto do seu único filho. Tirou uma chave do bolso e a encaixou na fechadura do portão da oficina Hummel, levantando o portão com um esforço imensurável. Mesmo negando, todos os seus conhecidos sabem que a coluna do velho Burt está sofrendo os danos da idade. Seu filho o viu entrar na oficina e foi buscar Rachel.

Quando parou em frente a casa da família Berry, Rachel já estava na porta o esperando. Entrou no carro eufórica e tirou os fones ouvidos brancos da orelha, plugando o iPod branco ao som da BMW do melhor amigo. Kurt ficou sem entender o que se passava até ouvir o refrão da música que tocava. Cantou junto:

– Because I knew you, I have been changed for good!

A trilha sonora de Wicked era o tema da amizade dos dois. Foi o primeiro musical da Broadway que assistiram juntos, ainda crianças, e os duetos entre Glinda e Elphaba eram também os seus duetos. Kurt deixou a amiga no vácuo ao sentir seu telefone vibrar dentro do bolso com a notificação de um SMS. Fingindo não ter ficado chateada, Rachel esticou a cabeça discretamente e leu apenas o nome do contato que tinha deixado um grande sorriso no rosto de Kurt: Blaine. Percebendo que fez Rach sentir-se solitária por não ter um namorado, puxou assunto:

– Acho que não te contei da última fofoca que ronda as ruas de New York City, contei?

– Não, mas para você estar todo animadinho assim, foi por causa da formação de mais um casal. Quem foi?

– Tenho medo de você. Você me conhece demais. Adivinhe quem foi.

– Por esta cara de surpresa, acho que foi um pegador. Sam?

– Não, pior.

– Pior que o Sam? Artie finalmente parou de pegar todas e arranjou uma namorada fixa?

– Não, Rachel! Pense um pouco mais! Alguém fora do nosso ciclo de amizades, mas que conhecemos bem.

– Do jeito que você está falando, vou começar a achar que a Valesca Popozuda largou os palcos para casar-se.

Tentou manter a expressão facial rígida, mas não conteve uma risada abafada. Olhou para Rachel, que também estava segurando o riso. Quando os dois analisaram um ao outro tentando manter a postura, foi o suficiente para gargalharem. Enxugando uma lágrima que caíra dos seus olhos de tanto rir, Kurt revelou:

– Santana Lopez está namorando. Com a Brittany Pearce.

Se por um acaso Rachel estivesse bebendo café, uma cena cômica como aquelas de cinema seria reproduzida com ela cuspindo todo o líquido pela janela do carro enquanto tinha uma crise de risos. Já que, por sorte, ela estava afastada do seu vício naquele momento, o que restou para o carro de Kurt foram gotas de saliva voando pelo seu retrovisor. Precisou de uns minutos para sua respiração voltar ao normal, para poder comentar:

– Todo mundo agora é gay? Fui a única hétera que restou nesse mundo? É por isso que estou encalhada?

Parando no estacionamento, Kurt destravou as portas da BMW e viu a melhor amiga dar, literalmente, um pulo para encostar o chão. Falou:

– E é para mim que você pergunta isso? Se eu estivesse na pista, você talvez tivesse uma chance. Porém, Blaine roubou meu coração antes. Boa aula, babe!

Os dois se separaram para irem assistir aula em seus respectivos blocos.

Berry batia o pé na cadeira da garota á frente da sua. Tédio. Sofria de tédio. Talvez tédio do garoto ruivo que sentava-se a sua direita e copiava tudo em seu caderno barato ecologicamente correto. Ou até mesmo tédio da obesa que parecia carregar um resfriado forte e espirrava o tempo todo. Tédio do professor que repetia diversas vezes sobre o posicionamento de uma câmera em um ambiente de baixa luminosidade. Tudo tédio. Continuava a enrolar a ponta do cabelo tingido de louro com o dedo indicador e a olhar para cima procurando ocupar a mente. Enquanto isso, seu pé esquerdo continuava a se chocar contra a perna enferrujada da outra carteira, formando uma batida até legal.

Os pensamentos de Rachel chegaram em Kurt Hummel, e ela lembrou-se de como era uma encalhada. Como? Como era TÃO encalhada? Afinal, Rachel era uma mulher independente, inteligente e relativamente bonita. Mas não havia achado o cara certo. Aí é que estava o problema. Estava nos homens, e não nela.

-Berry!

O grito do professor ecoou pela sala.

–Pare com isso ok? Se estiver distante saia desta sala.

Ela se contorceu, recolhendo todos os materiais e cruzando a porta. Precisava tomar um ar mesmo.

Seus olhos fizeram um grande passeio por todo o campus. Já cansou de procurar o seu Romeu na faculdade. Até os que faziam Cinema com ela, que deveriam ser os ideais, achavam-se superiores. No fim, o único homem em que ela realmente estava interessada em encontrar estava encostado a parede, com um pé fixo no chão e outro preso a parede. Mordia uma maçã e com a outra mão segurava o iPhone. De surpresa, Rachel perguntou:

– O que faz aqui?

– A professora dos últimos períodos faltou, tava vagabundando aqui até a sua aula acabar. Agora te pergunto o mesmo.

– Digamos que meu professor dos últimos períodos faltou também. Vamos?

Voltaram para o estacionamento e mantiveram uma conversa “de elevador” no carro:

– Fará algo amanhã?

– Tava pensando em fazermos uma maratona de karaokê lá em casa, que achas?

– Blaine pode ir junto? É que sábado é o nosso único dia juntos...

– Traga o engomadinho sim. Formamos um bom trieto.

– Você nunca irá parar de chamá-lo assim?

– Gosto do apelido...

– Okay, mas aviso previamente que todas as músicas da Céline Dion são minhas. Fique com as suas da Barbra. Blaine fica com aquelas músicas pop que ama tanto.

Antes que o silêncio pudesse tomar conta do ambiente, Kurt quase gritou:

– Olhe Rachel! É o Finn! Acho que é uma boa oferecermos carona.

– Finn? Quem é Finn? Nossa, como ele é alto. Que inveja.

– Você pode ir lá e chamá-lo?

– Pra que? Preguiça de ir lá.

Seu tom de voz rapidamente alterou-se quando os vidros foram abertos:

– EI, GRANDÃO! ENTRA AÊ NO CARRO!

O tal Finn continuou a andar sozinho, sem olhar para ela. Gritou mais num tom de voz mais elevado ainda. Kurt falhou ao tentar contê-la, mas também elevou o tom de voz:

– RACHEL! Congela!

E ela congelou. O amigo continuou:

– Você não conhece o Finn. Ele é completamente surdo. Por isso que eu pedi que você fosse lá chamá-lo.

– Ah. – Rachel falou com desânimo – Vou lá então. Mas deixa a janela aberta para ele poder te identificar. Aliás, você o conhece de onde?

– Ele é o funcionário favorito do meu pai.

Rachel desceu e caminhou até a calçada, onde o gigante estava. Em meio a tantos gestos, eles acabaram se entendendo e voltaram para o automóvel. Finn deu um tapa amigável nas costas de Kurt, que deve ter dado “oi” na linguagem dos sinais. Rachel não entendeu. Na verdade, nem se ele estivesse falando ela teria prestado atenção. Agora, seu foco estava mantido no corpo de Finn. Nos olhos de Finn. Na barba rala de Finn. Seu foco estava mantido em Finn.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Só posso adiantar que terá muito Hummelberry, e obviamente, Finchel (: