Living Wrecks escrita por Nina


Capítulo 4
Um cochilo não mata ninguém...


Notas iniciais do capítulo

olá?



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No dia seguinte, fui obrigada a ir ao clube. Esse clube é um espaço cheio de pessoas insuportáveis e ridiculamente ricas. Lá, você pratica esportes como: golfe, tênis, hipismo entre outros, além de ter áreas de lazer, salões de festas incríveis e uma área verde estupenda. A única coisa boa de lá é a comida. Mas ela não compensa a minha tristeza. Eu não sei por que papai me colocou lá se eu não faço esportes, na verdade, eu sou um desastre em todos. Sim, ele me colocou lá por punição, e pra me fazer sentir vergonha. É muito difícil eu sentir vergonha, mas aquele lugar é aterrorizante. De vez em quando, quero dizer, sempre, eles fazem festas. Mas não é o meu tipo de festa. É só daquelas festas de gala, que você tem que se comportar. Três anos atrás eu acabei tomando champanhe demais, e fiz algumas coisinhas que eles acharam ofensivas... E foi por isso que fui expulsa. Pena que não fui pra sempre.

Estava tendo um dia horrível, e mesmo saindo do clube, não me senti melhor. Fui a um café que costumo ir de vez em quando, tem uma vibe ótima e o lugar é aconchegante. Sentei-me em um dos sofás, e logo fui atendida por Jake, um dos garçons.

– E aí, Elizabeth? O de sempre? – Perguntou.

– Não, dessa vez eu quero só um café expresso, mesmo... – Respondi distraída.

– Como assim? Não vai querer ver quantos bolinhos você consegue devorar? E o chocolate quente com chantilly? – Falou ele impressionado.

– Hoje não. Valeu. – Disse.

– Você não está bem, né? O que aconteceu? – Pergunta Jake preocupado.

– É. Deixa pra lá, só traz meu café, pode ser?

– Ah... Ok. Eu hein!

Logo após essa breve conversa, entram Olivia e Ben, e assim que me veem, se dirigem até a mim.

– Você está bem? Não ligou pra me perturbar em nenhum momento do dia! – Falou Olivia.

– Ei, Lizbeth, o que aconteceu? – Perguntou Ben.

– Tive o pior dia da minha vida. Papai me mandou pra aquele clube idiota. Obrigaram-me a jogar tênis, e depois, pra piorar, golfe. – Falei com uma voz cansada e triste.

– Nossa, seu pai pegou pesado agora, né? – Fala Ben.

– Eu achei justo, sabia? Elizabeth, você extrapolou dessa vez. Nada mais justo. – Fala Olivia, me fazendo raiva sem intenção.

– Olha aqui, Olivia, já fui humilhada o bastante hoje, pra mim já deu. Vim aqui pra relaxar, não pra ouvir sermão, que saco! Vou vazar, tchau pra vocês. – Disse.

– Espera Elizabeth, não foi a minha intenção! Não sabia que estava tão mal assim! – Pediu Olivia.

Tarde demais, já tinha saído do café e entrado na minha Lamborghini, e ia direto pra casa. Meu dia só piorava. Tinha brigado com a minha melhor amiga, não existia mais nenhum lugar que me reconfortasse.

[...]

Eu gostava das férias... Quando eu não tinha que ir ao clube. Fui acordada por Bertha, que já estava me tratando melhor, já te contei que ela tem o maior coração do mundo?

– Vamos querida, acorde. – Falou Bertha.

– Não quero ir a essa merda de clube! Santa paciência, será que já não foi o suficiente passar um dia naquele inferno? – Reclamei.

– Vai se acostumando, não sairá tão cedo de lá.

Tomei café, coloquei uma roupa de tenista, ridícula (Charlotte quem escolheu, é claro), que por sinal era curta, uma saia verde-água e uma blusa branca. Coloquei uma tiara, porque o cabelo atrapalhava os movimentos, como se eu já não fosse atrapalhada o bastante...

Quando me dei conta, já estávamos no maldito lugar. Charlotte encontrou suas amiguinhas que se cumprimentavam dando pulinhos e gritinhos, como se não se vissem há anos... Emma foi direto para o tênis, me carregando junto com ela. Ela não falava uma palavra, e eu apenas a seguia.

Estava esperando qualquer oportunidade pra escapar daquela aulinha que eu passava a maior vergonha, mas Emma sempre mantinha seus olhos em mim. Mas de repente entrou um garoto. Quer dizer, uma cara, que era um maior gato. Emma derreteu. Então é por isso que ela gosta de vir pra cá? Safada. Então, finalmente ela desviou seus olhos de mim, e foi na hora que eu vazei. Quase que dei de cara com Charlotte, mas ela estava flertando com um carinha que ela é apaixonada há séculos (o cara é um idiota que só fala coisas idiotas, supérfluas. Haja paciência). O único jeito de não dar de cara com minhas irmãs, era eu me esconder nas, vamos dizer, “matas” do lugar, que na verdade são caminhos com árvores em volta. Dentro dessa mata também possuía um lugar onde a pessoa podia acender uma fogueira, pra sentar com os amigos. Foi pra lá que fui. Conheço minhas irmãs. Elas nunca iriam pro meio da mata.

Chegando lá, deitei e acabei cochilando. Eu e meus hábitos de cochilar em qualquer lugar. Acho que pessoas como eu são denominadas “folgadas”...

Fui acordada por um barulho que parecia mais com aqueles estalinhos de quando uma pessoa beija outra, que ao mesmo tempo parecia um animal ofegante. Abri os olhos: Era um casal se pegando. Como eu não imaginei que esse era o lugar perfeito pra ficar? A menina era loira, e o rapaz tinha seus cabelos cacheados, castanhos. Ele estava prestes a tirar a blusa da garota, porém, pigarreei (hehehe sou inconveniente e cara de pau). Eles se assustaram.

– Com licença? Cheguei primeiro. – Falei.

– Hã... Me... Desculpa... – Falou a menina descabreada enquanto saía. – É... A gente se fala depois! - Dirigindo-se ao rapaz.

– Não, espera! – A menina já tinha ido. Eu ri baixinho. Ele parecia irritado. – O que você está fazendo aqui? ELA FOI EMBORA!!

– Transando na mata é que eu não estava né? – Debochei. Ele ficou mais irritado.

– Que droga! Você não tem mais o que fazer não? Jogar golfe, ou tênis, alguma coisa produtiva?

– E você? Também não tem não? Porque na minha concepção, eu estou fazendo um bem para a sociedade, enquanto você faz... Bem, você não está ajudando a ninguém! – Exclamei.

– Que?! Você estava... Vegetando! Pensei que você não se importaria! Espera, bem para a sociedade? Hahaha, jura? Desde quando dormir ajuda a alguém?

– Eu estava ajudando muita gente, mas eu não te explicarei porque você é mal- educado. – Falou a miss educação... Que se dane ele não me conhece mesmo. Espera. Eu conheço esse moleque de algum canto...

– Como se eu quisesse saber!

– Bem, você me perguntou... – Me levantei e cheguei mais perto. – Você não é um dos cantores da One Direction, é? Caraaaca, você lembra muito ele! O Harry! – Mudar de assunto do nada sem intenção, é comigo. Isso porque geralmente não presto atenção no que as pessoas falam.

– O próprio.

– Eu sou Elizabeth. Então o querido Harry pega garotinhas na floresta do clube? Que feio! – Fiz cara de reprovação.

– Fica na sua, garota.

– Ui. Você já pode ir. Não saio daqui nem tão cedo. – Falei.

– Vai ficar enfiada nessa floresta sozinha?

– Grande coisa. Estava tão bem dormindo! Melhor do que ter que aguentar aquela gentinha e minhas irmãs. Dispenso.

– Então porque vem para o clube? Aposto que para os outros a recíproca é verdadeira!

– Novidade! Todos me odeiam por aqui. Pelo menos a maioria que frequenta este clube há três anos... É uma longa história. Tchau, e finja que não me viu.

– Você está se escondendo! Que feio! – Falou rindo. Que menino esperto!

– Estou mesmo! Vir pra esse clube foi uma forma de castigo – a pior – por eu ter cometido alguns erros ao longo dos anos...

– Sabe do que você precisa? De uma aula de golfe com o Harry Styles pra esse castigo se tornar um privilégio! – brincou.

– Deus me livre, prefiro ficar dormindo por aqui mesmo! – Falei rindo.


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Notas finais do capítulo

É isso...



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