Living Wrecks escrita por Nina


Capítulo 3
Clube? Não!




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ELIZABETH’S POV

Acordo pela manhã com uma puta dor de cabeça, que por acaso, estava piorando com o aspirador de pó que a minha querida governanta, Berta, usava para limpar o meu quarto.

– Que diabos está fazendo, Berta? – Briguei, me sentindo acabada.

– Ordens de seu pai. Quer que o encontre em seu escritório, ele está desapontado com a senhorita. – Respondeu a pessoa que me cuidou como mãe desde que, vejamos, sempre.

– Droga... Pode pelo menos desligar esse aspirador? Já entendi o recado. – Pedi.

– Este remédio em seu criado mudo ajudará a amenizar a dor. Tome-o e vá encarar as consequências. – Falou Berta desligando o aspirador, começando a tirar os travesseiros pra arrumar a cama.

Ela estava me tratando diferente, de uma forma indiferente.

Tomei o remédio, e com muito esforço, me dirigi ao escritório de papai. Eu sinceramente não me arrependo do que fiz, até porque não me lembro. Só sei que me diverti. É o que importa, não é mesmo? Quando cheguei ao meu destino, papai estava com a expressão séria que toda vez adotava quando queria dar uma bronca em mim. Mas daquela vez, ele estava mais frio, estava diferente. Sentei em uma das poltronas. Bem, digamos que isso não era novidade para mim, já tinha virado rotina.

– Às vezes me pergunto quando você vai crescer. Sinceramente, Elizabeth, você passou dos limites! Não te criei assim, temos costumes, mas você não os segue. Nem ao menos seguir os padrões normais, de uma pessoa normal! – Falou papai, firmemente. - Eu não te entendo. Você está precisando de atenção? Ajuda? Diga-me. O que eu fiz de errado? Elizabeth, você tem ideia do que fez ontem à noite?

Em meio de tantas palavras, me peguei não prestando atenção nas mesmas. Já te contei que a minha irmã do meio, Charlotte, odeia Nirvana? Como alguém pode odiar aquela banda dos deuses? Como alguém pode odiar a voz de Kurt Cobain? Eu simplesmente amo Nirvana. Minha irmã ama música clássica. Eu amo rock clássico. Sonhei que tinha cantado a música “Jesus Doesn’t Want Me for A Sunbeam” no aniversário dela, pra provoca-la, e logo depois vomitei na frente de todo mundo. Espera. Eu acho que fiz isso mesmo. Cara, eu sou demais!

– Elizabeth, você está me ouvindo? – Ele sabia muito bem que não estava. – Filha, você realmente não entende o quanto magoou Charlotte? Ela saiu chorando, pobre menina. Não importa o que aconteça você estará lá pra estragar. – Estava começando a ter sentimento de culpa. – Certamente terá punição. Essa foi a gota d’água. É simples, terá apenas que ir ao clube com suas irmãs pelo tempo que eu quiser. É isso. Dispensada. – Falou papai.

– Quê?! Clube? Papai, você sabe que aquele lugar é o que mais desprezo, com as pessoas que mais tenho repugnância na Terra! Além do mais, eu fui expulsa de lá três anos atrás. Todos me odeiam por aqueles cantos onde tudo o que a gente faz é “contra as regras”. – Falei quase chorando. – Por favor, não tem como achar outro castigo? Sei lá, limpar o banheiro do Taco Bell ou limpar o cocô dos cachorros... – Nossos cachorros eram enormes, então imagina o tamanho da evacuação das criaturas. – Eu estou arrependida, juro! – Falei.

– É simplesmente pelo fato de você odiar o clube, que eu te coloquei lá. Não achei castigo mais pertinente que esse. Tudo é contra as regras? É claro, você só fez destruí-lo! Já tratei dos pequenos detalhes. Já pode ir amanhã. – Falou papai. – Se você vandalizar a propriedade do clube mais uma vez, as punições serão diferentes. Estou ocupado, saia.

E todo aquele sentimento “cara, eu sou demais”, foi embora. Além de ter me criado sentimento de culpa, papai estava, também, me tratando diferente. Friamente. Eu... Eu pensava que esse meu jeito doidinho o conquistasse, sabe... Quero dizer, mamãe era assim. Berta tinha me contado que eu era a cópia de minha mãe. Não só fisicamente, mas os nossos jeitos... Eram iguais. Mas agora não tenho tanta certeza disso: Estou começando a achar que não sou desprezível apenas aos olhos dos socialites. Estou começando a achar que eu sou realmente desprezível... Incapaz de me apaixonar, de demonstrar tamanho afeto. Mamãe deu a vida por mim! E olha o que estou fazendo... Já era, vou ter que ir pra aquela droga de clube, pra ser humilhada.

Depois de sair do escritório de papai, fui para a cozinha onde estava o café-da-manhã, e também onde se encontravam as minhas duas irmãs mais velhas. E, bem, eu fui completamente ignorada. Até Emma, a que sempre queria trazer paz a casa, me ignorou. Eu estava morrendo de dor de cabeça, o remédio não estava surtindo efeito. Resolvi então, depois de comer, ir ao meu quarto e ficar lá o máximo possível. Já que Berta não fez o favor de levar o jantar ao meu quarto, só saía de lá pra comer. Não quis ligar para Ben e Oli, só queria estar sozinha.



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