Stop And Erase escrita por selgomez


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Comecei a chorar mais que tudo, eu soluçava sem parar até que a coordenadora trouxe um copo de água para mim. Como assim meu pai estava internado? Meu pai, meu melhor amigo, meu herói a beira da morte? Era como se tudo o que era importante para mim estivesse sendo tirado de mim em questão de minutos.

- O q-que aconteceu? – Perguntei gaguejando em meio aos meus soluços.

- Foi um acidente de carro. Ele e a namorada estavam na estrada, e um carro com um motorista bêbado estava andando na contra mão na maior velocidade e atingiu eles em cheio. A namorada dele não resistiu e morreu no local. – Minha mãe explicou calmamente, mas ainda assim triste. – Filha,  por favor, vá pegar suas coisas na sala e faça uma mala rápido porque nós vamos para Dallas.

- Tudo bem. – Eu disse, depois de enxugar as lágrimas e soltar um longo suspiro.

Me levantei e fui andando em direção a sala. Eu ainda estava chorando, meus pensamentos eram todos direcionados a saúde do meu pai. Ao entrar na sala todos me olharam chocados, afinal, quem um dia imaginaria que poderia ver Selena Gomez chorando?

Peguei minhas coisas e enquanto fazia isso Demi me perguntou o que havia acontecido, e eu disse que depois mandava uma mensagem explicando. Saí da sala e enquanto caminhava em direção a sala alguém me puxou.

- Justin? - Eu disse, ao perceber que ele me olhava preocupado.

- Selena, o que aconteceu? – Ele perguntou.

- Você não deveria estar na aula? – Perguntei.

- O professor me deixou ir tomar água. – Justin respondeu. – Mas agora me diga por que você está assim.

- É meu pai, Justin. – Suspirei. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. – Ele sofreu um acidente e está internado em estado grave. Eu preciso ir para Dallas o quanto antes. Tchau.

Comecei a andar rapidamente e logo senti Justin me puxar novamente.

- O que foi? – Perguntei.

- Você sabe que pode contar comigo. – Ele deu um sorriso torto. – Eu estarei aqui para tudo. E sei que tudo vai ficar bem.

- Obrigada, Justin. – Sorri. Agora eu tenho que ir.

Fui para o quarto e fiz uma mala rapidamente, apenas socando tudo que achava pela frente nela. Depois fui encontrar minha mãe novamente na sala da coordenadora, e logo nós fomos para casa para ela pegar suas coisas e então fomos para o aeroporto.

Milagrosamente tinha um vôo para Dallas às dez horas da manhã, e eu e minha mãe chegamos ao aeroporto às nove. Chegamos a Dallas mais ou menos pelas 13h, e de lá fomos direto para o hospital.

Chegando lá, eles simplesmente não me deixaram entrar para visitar meu pai. Eles usaram como desculpa o fato de que não era horário de visitas.

Fiquei sentada na sala de espera sem comer nada até que deixassem que eu entrasse no quarto para ver meu pai.

- Pai! – Eu disse, assim que o vi. Meu pai estava completamente quebrado, cheio de cortes e machucados pelo corpo inteiro, fora todos danos causados dentro do corpo dele. Ele estava praticamente irreconhecível.

- Selena! – Ele disse com uma voz fraca, como se estivesse fazendo força para falar.

Cheguei perto dele e dei um beijo na sua testa.

- Pai... – Comecei a chorar.

- Ei, não chora. – Meu pai sorriu.  – O máximo que pode acontecer é eu morrer... – Ele disse e começou a rir, mas então teve uma crise de tosse.

- Pai, não fala isso. – Eu disse braba. 

- Tudo bem, desculpa. – Ele sorriu. – Você não precisava vir, Sel.

- É claro que eu precisava, Sr. Gomez. – Balancei negativamente a cabeça.

- É por isso que eu te amo... – Ele falou sorrindo, mas logo o sorriso se tornou uma expressão de dor. – F-filha, chama uma enfermeira p-por favor. Estou sentindo uma dor muito for...

- Enfermeira! Ei! – Saí berrando pelo corredor e um grupo de enfermeiras entrou correndo no quarto e eu fui expulsa de lá, chorando.

Fui obrigada a sentar ao lado de minha mãe na sala de espera e fiquei inconsolável enquanto não recebia notícias de meu pai.

Fiquei ali por exatamente duas horas sem ter notícia alguma de meu pai, só uma hora que uma enfermeira  disse, triste, que o estado dele estava pior.

- Família de Sr. Gomez? – Um médico chegou sério, na sala de espera. Eu e minha mãe levantamos rapidamente e fomos em sua direção.

- E então doutor, como está o meu pai? – Perguntei nervosa e preocupada.

- O Sr. Gomez... – O médico disse mas então fez uma pausa, desviando o olhar de mim e olhando para baixo.

- O que tem ele? O que tem o meu pai? – Perguntei desesperada.

- O Sr. Gomez teve que passar por uma cirurgia de emergência e de muito risco... E infelizmente não resistiu. – Ele disse.

Entrei em desespero. Minhas pernas estavam bambas, se minha mãe e o médico não me segurassem eu cairia no chão. Eu estava chorando como nunca antes, eu nem sabia que eu tinha aquilo tudo de água dentro de mim. Comecei a lembrar de meu pai. Meu pai era tudo. Ele foi minha mãe e meu pai durante minha infância, ele me educou, me levou em todos lugares, me alimentou, comprou roupas. Era com ele que eu passava as noites de sábado assistindo filmes e comendo porcarias. Era com ele que eu fazia viagens malucas de última hora para lugares que decidíamos na hora. Era com ele que eu ia assistir jogos de futebol e me divertia mais que tudo. E agora, sem mais nem menos, a vida havia o tirado de mim. Aquilo me levou a concluir que a vida é injusta. Tiram as pessoas boas dela e deixam as más, por que isso? Talvez Deus quisesse um anjo ao seu lado e por isso levou meu pai. Mas por que agora? Por que comigo? A verdade é que nunca estamos preparados para perder quem amamos. A verdade é que eu nunca estaria preparada para viver sem meu pai. Ele era tudo para mim, e agora eu não era mais nada. Agora eu não tinha mais nada.


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