Stop And Erase escrita por selgomez


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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- Eu ainda não estou acreditando nisso. - Eu disse, revirando os olhos enquanto terminava de fechar minha mala. 

- Filha, é só até você se formar. Você pode voltar para cá depois. - Meu pai falava enquanto tentava me ajudar. - Por que você botou tanta coisa nessa mala?

- Quem sabe por que eu vou passar alguns anos da minha vida em outra cidade? - Perguntei sarcástica. - Pai, você acha mesmo que eu vou voltar assim que me formar na escola? Claro que não. Do jeito que minha mãe é, ela vai fazer eu entrar em alguma universidade de lá.

- Mas você já vai ser uma adulta e vai poder escolher o que quer fazer. - Meu pai sorriu para mim. - Agora vamos que o guarda já ligou avisando que sua mãe está te esperando lá na portaria.

- Pai. - Eu disse, logo após finalmente conseguir fechar minha mala e pegar minha bolsa.

- Sim? - Ele perguntou, parando na porta do meu quarto.

- Eu vou sentir sua falta. - Eu falei depois de um longo suspiro.

- Ah, pequena, eu também. - Ele sorriu e me chamou para um abraço. Ficamos abraçados por um bom tempo. - Eu te amo. Se comporta.

- Ok. - Sorri. - Agora vamos porque se eu bem conheço minha mãe ela já deve estar impaciente e eu sinceramente estou com pena do guarda que tem que ficar ouvindo as reclamações dela.

Antes de eu sair do pequeno apartamento que dividia com meu pai me deu mais um abraço e um beijo na testa. Ele fez várias recomendações, promessas e inclusive disse que criaria um skype para falar comigo quando possível. Eu duvidei, afinal meu pai mal sabia jogar paciência no computador, mas preferi fingir acreditar. Ele não desceria comigo para a portaria para não ter que ver minha mãe - os dois não tinham uma relação muito boa, porque a separação deles foi muito triste para meu pai, porque ele sempre a amou e de uma hora para outra ela disse que queria o divórcio -, então fui sozinha.

Assim que me viu, minha mãe fez um escândalo. Ela me agarrou, me deu vários beijos na bochecha e eu inclusive deixei minhas malas caírem no chão.

- Ok mãe, para com o show. Vamos. - Revirei os olhos, pegando minhas malas.

 - Ai filha, que grossa. - Minha mãe bufou, chamando o taxista para por as malas no carro. O mesmo saiu do carro e fez o que ela pediu.

- Grossa não, apenas não estou feliz. - Eu disse ao abrir a porta do carro e entrar. Minha mãe fez o mesmo e sentou ao meu lado.

- Filha, por favor, eu só quero você perto de mim. - Minha mãe sorriu.

- Meu pai também. - Dei um sorriso sarcástico.

- Ele teve você por dezesseis anos. - Ela revirou os olhos, abrindo a janela do carro.

- Por opção sua. - Retruquei.

- Eu queria que você fosse mais educada, pelo menos com a sua nova família. - Minha mãe disse.

- E eu queria ficar aqui, mas nem sempre se tem tudo o que quer, não é mesmo? - Perguntei, sem obter resposta alguma.

O voo foi ótimo, sem turbulência alguma. Nós saímos de Dallas ao meio dia e chegamos as três e pouco da tarde em NY. Pegamos as malas, e então pegamos um táxi diretamente para a minha nova casa.

Retiro o que disse. Não pegamos um táxi para minha nova casa, e sim para uma mansão gigante. Tinha um grande muro em volta impedindo um pouco da visão do jardim, que ao entrar percebi que era enorme e muito bem cuidado. A casa então? Quatro andares, escadarias de castelo, quinhentos empregados, móveis maravilhosos. 

E também tinha um homem com cabelos grisalhos de terno sentado em uma poltrona da sala de estar, que ao ver minha mãe deu um beijo nela e aquilo foi um tanto quanto nojento. Aquele era ninguém mais, ninguém menos que...

- Filha, esse é seu padrasto. - Minha mãe disse sorrindo. - O nome dele é John. John, essa é minha filhinha Selena.

- Muito prazer em conhecer você, Selena. Sua mãe falou muito bem de você para mim. - Ele sorriu.

- Aham, prazer. - Eu disse distraída, observando os cachorros da casa brincando logo atrás dele. 

- Aqueles são Bob e Baylor, nossos cachorros. - John sorriu.

- Selena é louca por cachorros. - Minha mãe disse, e eu sinceramente não entendi a necessidade daquela frase, mas tudo bem.

- Onde é meu quarto? - Perguntei.

- Vou pedir para uma das empregadas mostrar. - John disse ao sair chamando alguém. Logo uma mulher com uniforme preto veio sorrindo em minha direção e me apontou as escadas.

A mulher me levou até o meu quarto, e depois saiu.

Ao entrar no quarto eu quase caí dura no chão. Era tudo maravilhoso, era maior que meu apartamento inteiro no Texas. Uma cama de casal, TV gigante, ar condicionado, closet, banheiro - com uma banheira de hidromassagem que eu me apaixonei - uma varanda com uma vista linda, tudo de maravilhoso. Ok, acho que eu ia gostar de morar aqui.

- Onde estão as empregadas dessa casa? - Uma voz feminina gritou do quarto ao meu lado. - Meu quarto está uma bagunça e hoje Justin, Brad e Alicia vem aqui. Que nojo, ninguém trabalha direito.

Ou talvez eu não fosse gostar tanto assim. 


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